quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Musa inspira pesquisa

Ines Martins 

É comum atualmente vermos na mídia alguns jornalistas elegerem essa ou aquela personagem como “musa”. Confesso que isso me intrigou e me motivou a ir além. Então fui buscar seu verdadeiro sentido. A palavra grega mousa é um substantivo comum além de um tipo de deusa: significa literalmente "canção" ou "poema". Na mitologia grega, as musas (em grego Μοσαι) eram, segundo os escritores mais antigos, as deusas inspiradoras da música e, segundo as noções posteriores, divindades que presidiam os diferentes tipos de poesia, assim como as artes e as ciências.
Originalmente foram consideradas Ninfas inspiradoras das fontes, próximas das quais eram adoradas, e levaram nomes diferentes em distintos lugares, até que a adoração tracio-beócia das nove musas se estendeu desde Beócia ao resto das regiões da Grécia e ao final permaneceria geralmente estabelecida.

Nos poemas homéricos considera-se as musas deusas da música e da poesia que vivem no monte Olimpo. Ali cantam alegres canções nas reuniões dos deuses, e no funeral de Pátroclo cantaram lamentos. Da estreita relação existente na Grécia entre a música, a poesia e a dança pode também inferir-se que uma das ocupações das musas era o baile. Como lhes adoravam no monte Helicón eram naturalmente associadas com Dioniso e a poesia dramática, e por isto eram descritas como suas acompanhantes, companheiras de jogo ou amas-de-leite.

Outra característica das musas é seu poder profético, que lhes pertence em parte porque eram consideradas como ninfas inspiradoras e em parte por sua relação com Apolos, o deus profético de Delfos. Daí que instruíram, por exemplo, a Aristeu na arte da profecia. Como os poetas e os bardos obtinham seu poder das musas, e ainda que a ideia mais geral é de que, como as demais Ninfas, eram divindades virginais.

Enfim, para quem gosta de se aprofundar o tema além de nos proporcionar um conhecimento mais profundo sobre a origem da palavras e seus significados nos mostra como as pessoas mudam seu significado conforme a época e seus interesses. O que se lamenta no momento é o fato das musas eleitas pela mídia nesse nosso século emprestar sua beleza para desviar a atenção para encobrir os podres e as maracutaias. Que o diga a musa mais famosa do momento: A musa da CPI. Quem não a conhecia agora passou a conhecê-la. Então vem a pergunta, será mesmo uma musa? Bem, se assim entenderem, então estamos agora também elegendo, para completar o quadro, musas inspiradoras do mau caráter. Eu hein?!

Inês Martins é produtora cultura, escritora, autora do concurso literário "Casos Lembrados, Casos Contados", direcionado às pessoas com idade acima de 60, poetiza, palestrante da maturidade, vovó blogueira e escreve exclusivamente neste espaço toda quarta-feira - www.vovoantenada.com.br)

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