É
comum atualmente vermos na mídia alguns jornalistas elegerem essa ou aquela
personagem como “musa”. Confesso que isso me intrigou e me motivou a ir além.
Então fui buscar seu verdadeiro sentido. A palavra grega mousa é um substantivo
comum além de um tipo de deusa: significa literalmente "canção" ou
"poema". Na mitologia grega, as musas (em grego Μοῦσαι)
eram, segundo os escritores mais antigos, as deusas inspiradoras da música e,
segundo as noções posteriores, divindades que presidiam os diferentes tipos de
poesia, assim como as artes e as ciências.
Originalmente foram
consideradas Ninfas inspiradoras das fontes, próximas das quais eram adoradas,
e levaram nomes diferentes em distintos lugares, até que a adoração
tracio-beócia das nove musas se estendeu desde Beócia ao resto das regiões da
Grécia e ao final permaneceria geralmente estabelecida.
Nos poemas
homéricos considera-se as musas deusas da música e da poesia que vivem no monte
Olimpo. Ali cantam alegres canções nas reuniões dos deuses, e no funeral de
Pátroclo cantaram lamentos. Da estreita relação existente na Grécia entre a
música, a poesia e a dança pode também inferir-se que uma das ocupações das
musas era o baile. Como lhes adoravam no monte Helicón eram naturalmente
associadas com Dioniso e a poesia dramática, e por isto eram descritas como
suas acompanhantes, companheiras de jogo ou amas-de-leite.
Outra
característica das musas é seu poder profético, que lhes pertence em parte
porque eram consideradas como ninfas inspiradoras e em parte por sua relação com
Apolos, o deus profético de Delfos. Daí que instruíram, por exemplo, a Aristeu
na arte da profecia. Como os poetas e os bardos obtinham seu poder das musas, e
ainda que a ideia mais geral é de que, como as demais Ninfas, eram divindades
virginais.
Enfim, para quem
gosta de se aprofundar o tema além de nos proporcionar um conhecimento mais
profundo sobre a origem da palavras e seus significados nos mostra como as
pessoas mudam seu significado conforme a época e seus interesses. O que se
lamenta no momento é o fato das musas eleitas pela mídia nesse nosso século
emprestar sua beleza para desviar a atenção para encobrir os podres e as
maracutaias. Que o diga a musa mais famosa do momento: A musa da CPI. Quem não
a conhecia agora passou a conhecê-la. Então vem a pergunta, será mesmo uma
musa? Bem, se assim entenderem, então estamos agora também elegendo, para
completar o quadro, musas inspiradoras do mau caráter. Eu hein?!
Inês Martins é
produtora cultura, escritora, autora do concurso literário "Casos Lembrados,
Casos Contados", direcionado às pessoas com idade acima de 60, poetiza,
palestrante da maturidade, vovó blogueira e escreve exclusivamente neste espaço
toda quarta-feira - www.vovoantenada.com.br)
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