sábado, 1 de março de 2014

Despertar do cidadão consciente

Autor: José de Paiva Netto
No artigo “Apocalipse e Genoma do Universo”, aqui publicado, procurei, de forma sucinta, analisar com Vocês as diversas teorias a respeito do surgimento da Terra e do Universo, pelo prisma do Apocalipse de Jesus que, libertado do estigma catastrófico recebido pelos séculos, traz boa sorte aos seres humanos.

O despertar do cidadão incorruptível também está associado às profecias. Observemos a ilustrativa palavra do Apóstolo Paulo, na sua Epístola aos Romanos, 13:11 e 12: “E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos. Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz”.

É urgente demonstrar que Profecia não é forçosamente sinônimo de flagelo, mas a exposição das correlações entre causa e efeito. Ela é somatório daquilo que antes realizamos de bem ou de mal. Torna-se necessário que aprendamos isto para fazer delas elemento para o progresso consciente, que nos transformemos, em pleno juízo, em agentes do nosso futuro, na Terra e no Céu. Não é vão este comentário do escritor francês Joseph Joubert (1754-1824): “Quando de um erro nosso surge uma infelicidade, injuriamos o destino ”.

TEMER O APOCALIPSE?

A Lei de Causa e Efeito é onisciente, para dar a cada um de acordo com as próprias ações. Nem sempre vemo-la agir de imediato, visto que sua atuação é natural, orgânica. Por isso, raras vezes conseguimos perceber sua mecânica. No momento certo, segundo o Relógio de Deus, todos colhemos o que semeamos. Este aforismo de Vauvenargues (1715-1747) é bem apropriado para esta oportunidade: “A perfeição de um relógio não reside no fato de andar depressa, mas no fato de regular perfeitamente”. Portanto, não é contra o Apocalipse que nos devemos precatar; ao contrário, porque ele é, para os que o leem sem ideias preconcebidas, um belo recado divino com dois milênios. Maléficos são, estes sim, os atos humanos, quando desvairados, particulares ou coletivos.

SONS DO SILÊNCIO

O amigo José Medrado, conferencista e médium de singular talento, lançou recentemente, em Salvador/BA, a obra “Sons do Silêncio”, pelo Espírito Janete.

Na apresentação desse seu primeiro romance mediúnico, Medrado informa-nos que “é um misto de realidade e ficção. O espírito partiu de uma história que realmente aconteceu, mas a descaracterizou um pouco para que os personagens não fossem identificados”.

Ao autor, o meu agradecimento pela fraterna dedicatória: “Ao Irmão Paiva Netto, com votos de Paz de José Medrado”.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Seu Bruno e a Pedagogia do Afeto

Autor: Paiva Netto

Um dos mais significativos sentimentos que nós, seres humanos, podemos expressar é a gratidão. Sempre que me indagam sobre o início de minha vida intelectual, cito a presença e o incentivo de meu saudoso pai, Bruno Simões de Paiva (1911-2000), como fatores principais para o gosto que adquiri pela leitura e pelo conhecimento.

São marcantes na minha memória os períodos em que ele, quando podia chegar mais cedo em casa, abria os livros de história, literatura etc. e os lia para Lícia Margarida (1942-2010), minha irmã, e para mim. Além do seu emprego, ainda realizava vários outros serviços. Mas se esforçava para nos proporcionar esses momentos de estudo no lar.

Quão prazeroso era dialogar com ele, homem de cultura e simplicidade invejáveis! Com o deleite de um professor zeloso, não somente fazia a leitura como também procurava, numa linguagem apropriada para as crianças, deixar o bom ensinamento. Um deles me ficou indelevelmente registrado na mente. Assim resumo algumas horas de bate-papo conosco: “José, as minorias atrevidas ou bem estruturadas é que geralmente agitam ou até mesmo comandam. Exemplo: um número menor de egípcios bem articulados e em seu próprio território dominou uma quantidade muito maior de hebreus, sem contar mulheres, crianças e animais, porque era como se fazia o censo de certas populações na Antiguidade. (...) Até que surgiu Moisés, o libertador deles”.

Essa é a maneira de que me lembro das palavras de meu velho, pois ouvi essas considerações quando tinha menos de 10 anos de idade, à noite. Naquele tempo, década de 1940, às 22 horas, para uma criança, quase que correspondia à madrugada nos dias de hoje.

FORMAÇÃO CULTURAL
Meu pai possuía um processo bem pessoal de educar. Os livros que me presenteava sempre acompanharam o meu crescimento. Explico: os volumes dispostos na estante lá de casa eram separados por assuntos correspondentes à minha idade e estatura. Desse modo, só alcançava o tomo pertinente aos temas apropriados para o meu desenvolvimento intelectual.
Ainda na minha meninice, a primeira notícia pela qual tive conhecimento da Bíblia Sagrada, em particular a Boa Nova de Jesus, veio por intermédio também de meu pai. Ele me falou sobre uma comovente história contada ao povo pelo Cristo de Deus: a Parábola do Bom Samaritano. E a leu para mim. A passagem encontra-se no Evangelho segundo Lucas, 10:25 a 37.

VALORES QUE HERDAMOS
Ao longo desse tempo à frente das ações solidárias da Legião da Boa Vontade, tendo delineado a linha educacional da Instituição, ao estabelecer, entre outras diretrizes, a Pedagogia do Afeto para o educando até os 10 anos, percebo o quanto fui influenciado pela educação que recebi de seu Bruno.

A tenra idade é argila esperando ser moldada pelo cinzel do comprometimento com as futuras gerações, talhando o caráter e a personalidade de uma liderança nova, firmada nos preceitos universalistas do Cristo Ecumênico. Sim, do Divino Estadista! Aquele que está acima de contendas religiosas, pois Seus ensinamentos, como Educador Celeste, permeiam as mais diversas culturas e tradições que, pelos milênios, nortearam a evolução do ser humano na face da Terra.

Esse meu testemunho é prova cabal do imprescindível estímulo que os pais ou responsáveis devem, por amor, ofertar aos filhos. Valores como respeito, solidariedade, postura ecumênica perante as diferenças, espiritualidade são retirados inicialmente do exemplo dos pais e têm sua extensão na habilidade dos educadores em desenvolver, além dos potenciais do intelecto, as virtudes de seus alunos.

Dedico, à reflexão de todos, esta passagem contida no Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, em Provérbios, 22:6: “Educa a criança no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele”.
Grato, seu Bruno.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com

Gasto público por aluno é muito menor no ciclo básico

Considerando todos os níveis de governo, o Brasil gastou, em 2010, cinco vezes mais com alunos no Ensino Superior do que nos Ensinos Básico e Médio

Nos últimos dez anos, o Brasil elevou de forma expressiva os gastos públicos com Educação, que somaram 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, quando se consideram despesas diretas municipais, estaduais e federais com Escolas públicas (97% do total) e subsídios às famílias no Ensino privado (3%), em contas da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Em proporção do PIB, o percentual é equivalente à média dos países que compõem a OCDE, de 5,8%, e até maior do que em países reconhecidos pela qualidade do Ensino, como Estados Unidos (5,5%), Espanha (5%) e Coreia (4,9%), sempre considerando gastos públicos em instituições públicas de Ensino e bolsas em instituições privadas.

Quando esse número é ajustado para levar em consideração o tamanho da economia, o número de Alunos, o nível de Ensino e, principalmente, quando se olha para os resultados que o país tem obtido em provas internacionais, o que parece grande fica pequeno. Por Aluno, os 5,8% do PIB brasileiro se transformam em gasto anual de US$ 2.964, muito abaixo da média dos países da OCDE, de US$ 8.332.

De novo, contudo, a despesa por estudante esconde a realidade, pois o Brasil continua gastando muito mais no Ensino superior e muito menos no Ensino básico, apesar de haver melhorado essa "divisão".

Considerando todos os níveis de governo, o Brasil gastou, em 2010, US$ 2.653 por Aluno nos Ensinos básico e médio, e cinco vezes mais no Ensino superior, com US$ 13.137 por estudante.

No Ensino básico, o país está quase na lanterna entre os 34 países da OCDE (e muito abaixo da média de US$ 8.412), enquanto, no Ensino superior, dez países gastam mais que o Brasil por Aluno, e a média é de US$ 11.382.

Para especialistas em Educação e em contas públicas, a pior notícia desses números é que, mais do que gastar pouco, o Brasil gasta mal os recursos destinados à Educação. Entre 2008 e 2013, as despesas com Educação subiram, em média, 82% nas capitais, 70% nos Estados e 122% na União, em termos nominais. No mesmo período, a inflação acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 39,6%, já considerando a alta de 5,86% do índice em 2013, prevista pelo mercado no boletim Focus do dia 24 de junho.

No Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), prova da OCDE destinada a avaliar habilidades de leitura, matemática e ciências, o Brasil atingiu nota média de 401 pontos em 2009, 33 pontos a mais do que em 2000. Embora tenha sido um dos maiores aumentos de nota observados entre os países que participam da prova, o Brasil segue em 53º lugar no ranking de 65 países, atrás de Chile e México, que investem 4,1% e 5,3% do PIB em Educação, respectivamente.

Diante das manifestações que tomaram as cidades brasileiras nas últimas semanas, com bandeiras que demandam mais recursos para saúde e Educação, a Câmara aprovou a destinação dos royalties do pré-sal para essas duas áreas. O Senado também se comprometeu a votar antes do recesso parlamentar, em meados de julho, o Plano Nacional de Educação (PNE), que entre outras metas estabelece que 10% do PIB sejam destinados para Educação, o que significa praticamente dobrar recursos para o setor.

Para economistas e estudiosos da Educação, no entanto, apenas elevar gastos direcionados para a área pode não resultar em melhora da qualidade do serviço prestado à população, caso não venham acompanhados de mudanças estruturais, como valorização da carreira de Professor, redefinição de etapas do Ensino, implementação de metas e bonificação de bons Professores e Escolas, por exemplo. Ainda assim, argumentam, para equiparar o Ensino público brasileiro ao de países desenvolvidos, e elevar o gasto por Aluno, será preciso investir uma parcela maior do PIB para fazer frente às defasagens históricas no Ensino do país.

Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Pela Educação, diz que não é possível dar um salto de qualidade na Educação brasileira sem investir mais, já que o país tem uma população jovem e precisa ainda fazer o trabalho de qualificação que outras economias fizeram no século passado. A questão, afirma Priscila, é que o aumento de recursos tem de vir acompanhado de boa gestão e excelência na implementação de políticas públicas.

Caso contrário, é possível elevar recursos sem ter contrapartida na qualidade. Um exemplo está no Ensino médio, afirma. Os recursos para Educação nessa faixa dobraram em dez anos. Ainda assim, apenas 10% dos Alunos apresentam nível de aprendizado condizente com a sua série, mesmo patamar observado há dez anos.

Nesse caso, embora tenham aumentado os recursos, o desenho equivocado do Ensino médio brasileiro, que tem 13 matérias obrigatórias fixas, enquanto em diversos outros países o currículo é flexível, travou avanços significativos no aprendizado, diz Priscila. "Ou o financiamento vem acompanhado de reformulação, ou podemos desperdiçar os investimentos a mais."

Mansueto Almeida, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), faz diagnóstico semelhante. No curto prazo, segundo ele, é fácil ceder ao apelo de elevar recursos para áreas como o Ensino público, mas a discussão está começando pelo lado errado. "A melhoria do serviço não é uma questão de curto prazo e depende de reformas institucionais, com investimento em treinamento e qualidade dos Professores, políticas de bônus para os funcionários e Escolas com melhor desempenho", diz.

É uma dinâmica diferente dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, que dependem majoritariamente de aumento da despesa e têm impacto quase imediato. O aumento do gasto para 7% ou 10% do PIB, diz, deveria ser resultado desse rearranjo na condução das políticas públicas, e não uma meta por si só. "Para elevar a qualidade da saúde e da Educação, o aumento do gasto sozinho pode resultar em desperdício de recursos."

A essas críticas, Naércio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, adiciona a má distribuição de recursos. "Hoje, um Aluno do Ensino superior recebe seis vezes mais recursos do Estado do que um Aluno da Educação infantil."

A necessidade de priorizar o ciclo básico de Educação, em detrimento do superior, é um dos pontos consensuais entre os especialistas ouvidos pelo Valor. O Brasil tem avançado nesse caminho. Em 2000, pelos dados compilados pela OCDE, o Brasil destinava 2,4% do PIB para o Ensino básico (fundamental e médio), percentual que cresceu para 4,3% do PIB dez anos depois. Na mesma comparação, entre 2000 e 2010, a parcela destinada ao Ensino superior passou de 0,7% para 0,9%.

Para Menezes, a perenidade das políticas públicas ao longo de administrações distintas é um caminho para garantir resultados melhores, como no caso do Ceará. São duas políticas que, de certa forma, independem dos recursos. "Apenas transferir recursos não resolve a questão", diz.

O grande volume investido na área resultou em aumento das notas no Índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb) em todos os ciclos. Ainda assim, mesmo onde o desempenho melhorou mais, nos anos iniciais do Ensino fundamental (que avalia o desempenho dos Alunos da 5ª série), a nota no Ensino público (4,7 pontos) continua distante da obtida no Ensino privado, que é de 6,5 pontos. Quanto mais elevado o nível de Ensino, maior a discrepância.

Outro indicador importante, que mede a distorção idade-série entre Alunos do Ensino médio (adolescentes mais velhos em séries em desacordo com a sua idade), recuou de 44,8% para 32,8% entre 2007 e 2011, mas segue elevada tanto por causa do ingresso tardio na Escola quanto por causa das taxas ainda altas de repetência e abandono Escolar.

Ana Maria Barufi, economista do Bradesco, avalia que são necessários anos de investimento forte no setor para que a qualidade do aprendizado melhore. Nelson Cardoso Amaral, Professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), também avalia que avanços importantes foram feitos na última década, e que não são percebidos pelo Ideb. "Mudanças substanciais em processos educacionais são lentos. Mesmo com recursos substanciais, a melhora da qualidade pode não aparecer de imediato." A capacidade de aprendizado do Aluno, diz o Professor da UFG, também depende de melhora do perfil socioeconômico da população e de investimento em infraestrutura, para equipar Escolas com bibliotecas, quadras e laboratórios.

Segundo Amaral, a partir da evolução desses outros indicadores, é possível passar a focar em elevar a qualidade do Ensino. O momento para isso é agora, enquanto o Brasil ainda pode capacitar a população e aproveitar o que resta do bônus demográfico. Além disso, há a expectativa de ingresso de recursos para a área com os royalties da exploração de óleo no pré-sal.

Apenas esses recursos não serão suficientes para elevar o investimento público em Educação para 10% do PIB, o que significa dizer que a sociedade precisará fazer escolhas. Priscila, do Todos Pela Educação, afirma que é preciso que os recursos que ingressarão nos cofres públicos carimbados para a Educação não sejam mal aproveitados. Os royalties do pré-sal, diz, poderiam ser usados para elevar os salários dos Professores. Apesar da expectativa de que a quantia somará mais de R$ 200 bilhões nos próximos anos, Priscila afirma que não seriam suficientes para equiparar o salário dos Professores do Ensino fundamental e médio aos salários médios dos profissionais de outras áreas, o que tornaria a carreira na Educação mais competitiva.

Amaral também afirma que apenas o pré-sal será insuficiente para elevar o porcentual destinado à Educação para 10% do PIB e avalia que outras medidas serão necessárias, como a redefinição do destino das contribuições existentes, estabelecimento de novas contribuições e levar União, Estados e municípios a gastar mais do que o mínimo constitucional com a área.

Para Mansueto, do Ipea, o debate no Brasil é sempre "aditivo". Ou seja, a cada nova demanda da sociedade, aumenta-se a carga tributária para acomodar a reivindicação. Hoje, no entanto, a carga tributária do país é uma das maiores do mundo e o debate precisará se dar em torno do mix de gastos do governo. "Ou vamos discutir se estamos dispostos a mudar a regra do salário mínimo, por exemplo, ou a resposta vai ser mais carga tributária, mais dívida ou mais inflação", afirma.


Só orçamento maior não garante melhor nível de aprendizado
O debate em torno da necessidade de mais recursos para Educação é questão controversa no Brasil. Há algum consenso, no entanto, sobre o fato de que apenas aumentar os gastos no setor não garantirá aprendizado efetivo dos Alunos, na avaliação do coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, Naércio Menezes Filho.

A aplicação de recursos não é condição essencial para melhora da qualidade do Ensino, segundo Menezes. O principal exemplo, diz, é o Ceará, cujo orçamento estadual da Educação cresceu abaixo da inflação entre 2008 e 2013, para R$ 2,5 bilhões. Ainda assim, o Estado é um dos que mais se destacam no Índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb). Com um gasto anual por Aluno de R$ 2.666,08, a nota do Ensino médio cearense no indicador passou de 3,3 para 3,7 entre 2005 e 2011.
"No início, investimos na ideia da gestão eficiente e de resultados um pouco intuitivamente, hoje temos resultados", diz o secretário-adjunto de Educação do Ceará, Maurício Holanda Maia. "Foi preciso romper com argumentos universitários e ideológicos de determinados grupos, uma visão que tende a taxar de neoliberalismo qualquer busca de eficiência."

Maia reconhece que depende muito de repasses federais para implementar as políticas educacionais do Estado. O maior exemplo é Educação profissional: o governador Cid Gomes (PSB) buscou o máximo de recursos do programa federal Brasil Profissionalizado, do Ministério da Educação (MEC), e conseguiu sair de um patamar de pouco mais de duas centenas de matrículas em 2008 para mais de 35 mil em 2013, com abertura de Escolas técnicas por todo o Estado.

Menezes, do Insper, também atribui parte dos bons resultados recentes a uma iniciativa do governo do Estado. No Ceará, 25% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) repassado para os municípios depende dos índices de Educação, saúde e ambiente locais. Os resultados da avaliação da Alfabetização no 2º ano, e do aprendizado no 5º ano do ciclo básico, entram com maior peso.

"É uma iniciativa que gera resultados, porque como os prefeitos necessitam de recursos, precisam fazer um esforço adicional para melhorar a Educação, e passaram a perseguir políticas públicas mais estáveis", afirma Menezes. Para ele, a iniciativa poderia ser replicada em outros Estados e até pela União, como já acontece nos Estados Unidos, com o programa "Race to the Top", que associa repasse de recursos federais à indicadores na área da Educação.

O exemplo de Santa Catarina mostra que mais gastos, se bem aplicados, também resultam em maior qualidade do aprendizado. O orçamento educacional do Estado foi o que mais cresceu nominalmente em todo o país, alta de 135% entre 2008 e 2013, de R$ 1,5 bilhão para R$ 3,5 bilhões. Nos anos iniciais do Ensino fundamental, por exemplo, o Estado marcou, em 2011, 5,7 pontos no Ideb, 0,6 ponto percentual acima da meta estabelecida para o ano, que era de 5,1 pontos.

O Estado também vem sendo bem-sucedido ao reduzir a taxa de Analfabetismo, que era de 7,4% da população com 15 anos ou mais em 1995, e passou para 3,9% em 2011, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio.

Para Cleuza Repulho, secretária municipal de Educação de São Bernardo do Campo (SP) e presidente da União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (Undime), avanço econômico está claramente relacionado com avanço educacional. "O exemplo claro disso é perceber a pequena melhora da maioria dos municípios brasileiros que dependem de repasses para tocar as políticas de todas as áreas", diz Cleuza. "Com os repasses na Educação, eles conseguem melhorar. Mas com a chegada de recursos significativos, como esperamos do petróleo ou da maior participação da União no financiamento da Educação, é possível ir além da melhora, é possível, de fato, avançar, dar saltos", afirma a secretaria.

Para Cleuza, na Educação, gestão e financiamento não são processos separados. O projeto de lei do Plano Nacional de Educação (PNE) que tramita no Senado, diz ela, tem metas claras, quantitativas e qualitativas, sobre como gastar os novos recursos da Educação.

"Tem muito trabalho de gestão aí. Além disso, temos um levantamento que mostra que os secretários municipais de Educação no Brasil têm uma formação cada vez mais técnica, a maioria tem formação superior, carreira na gestão pública. Nas capitais, muitos são ex-reitores de universidades. Conhecem bem a demanda da Educação de suas cidades", afirma Cleuza, para quem os recursos dos royalties do petróleo devem focar três pontos: "Salário decente, para atrair o jovem para o magistério, carreira com formação continuada, para manter a qualificação do quadro, e infraestrutura Escolar".
Fonte: Valor Econômico

Brasil deve ter 60 mil escolas públicas com aulas em período integral até 2014, segundo Dilma

Atualmente, país tem 49,3 mil escolas públicas dentro deste perfil

Mais de 49,3 mil escolas públicas em todo o país têm atividades em período integral. A expectativa é que até o ano que vem sejam 60 mil. No turno complementar, além de acompanhamento pedagógico obrigatório com aulas de reforço escolar em matemática, português, ciências e uma língua estrangeira, os alunos podem praticar esportes e participar de atividades culturais, que ajudam a melhorar a disciplina e a concentração.
- Nossa prioridade tem sido as escolas onde estão as crianças mais pobres, que são aquelas que recebem o Bolsa Família - disse nesta segunda-feira a presidente (29) Dilma Rousseff, durante o programa “Café com a Presidenta”.

Segundo ela, a educação em dois turnos é importante para o aluno, para a família do aluno e para todo o país, pois o modelo ajuda no aprendizado de crianças e adolescentes.

- Nenhum país do mundo chegou a se transformar em uma nação desenvolvida sem que as crianças tenham dois turnos na escola, nos colégios - ressaltou.

Estudantes de 19,7 mil escolas rurais também participam do programa de ensino em dois turnos. Nessas escolas, além das atividades oferecidas nas demais escolas, os alunos ainda têm aulas ligadas à realidade do campo e da agricultura.

Só este ano, o governo federal já investiu R$ 1,8 bilhão no programa de educação integral. A maior parte dos recursos é repassada diretamente para a escola contratar monitores e professores, comprar material e preparar os espaços para receber as crianças nas atividades do chamado contraturno. O Ministério da Educação também repassa às prefeituras recursos para garantir alimentação de quem fica o dia todo na escola.

Fonte: O Globo 29/07/2013

Pais: como agir no momento da alfabetização

Andréa Marques - andrea@nota10.com.br
Diretora e Editora do Site Nota 10
Lutar contra a injustiça custa-me mais do que sofrê-la.

Jeanne-Marie Roland de la Platière
A alfabetização é um dos momentos mais importantes para as crianças, pois representa a transição da infância para uma nova fase que durará por toda vida. É um processo que exige cuidado, paciência, atenção e dedicação por parte de todos os envolvidos, pois se o pequeno passar com tranquilidade por essa etapa dará um passo fundamental para as fases seguintes que envolvem ainda mais aprendizado e conhecimento. A inserção da criança em um ambiente responsável por sua alfabetização é fundamental para que ela possa começar a se relacionar com essa novidade. Para a pedagoga da Mercur, Márcia Murillo, os pais e profissionais da área precisam entender que esse processo oficialmente começa na primeira série (com cerca de seis anos), mas que a criança já carrega consigo uma história, por isso, o ritmo de cada uma precisa ser respeitado. “Não podemos achar que imediatamente ela estará pronta, é preciso um tempo de experiências diversificadas, tanto com as letras, propriamente ditas, como uma continuidade às vivências anteriores”. O contato com os livros, leituras variadas e materiais como tintas guache, canetas hidrocores e lápis são formas de ajudar nesse momento com o desconhecido. “Os educadores e a família podem criar estratégias para aproximar as crianças de outros espaços, novas oportunidades e experiências variadas”.

Sem folia

Os brasileiros contam as horas para a chegada do Carnaval. Mas se engana quem pensa que todos eles querem folia. A maioria quer sossego. Uma pesquisa realizada pelo CONECTAí, comunidade online de pesquisa, com 1.518 internautas, mostra que 67% dos entrevistados vão aproveitar o feriado para descansar, enquanto 25% vão pular Carnaval. Entre os que querem sossego, 72% ficarão na cidade onde moram e 28% vão viajar para descansar. Já 62% dos que querem folia vão ficar na própria cidade e apenas 38% vão viajar para pular Carnaval. Os principais destinos dos foliões são Rio de Janeiro e São Paulo, citadas cada uma por 14% dos internautas. Na sequência aparecem Recife (9%) e Salvador (8%).

Vaga temporária

O brasileiro não está de olho apenas em uma futura efetivação quando se candidata em uma vaga temporária. É o que revela recente pesquisa realizada pela Page Interim, uma das maiores empresas globais de recrutamento especializado de profissionais terceirizados e temporários, parte do PageGroup. De acordo com o estudo global “Como o mundo avalia o trabalho temporário e terceirizado”, 89,3% dos trabalhadores analisam o emprego temporário como uma oportunidade de acesso a treinamentos profissionais. Foi verificado também que 85,5% dos trabalhadores pretendem, com uma vaga temporária, desenvolver competências profissionais.

Novos aplicativos

Uma leva de aparelhos apresentada no Mobile World Congress, maior evento de tecnologia móvel do mundo, em Barcelona, oferece novos aplicativos capazes de identificar e registrar dados como quanto você correu, caminhou ou comeu, medir os seus batimentos cardíacos e avaliar a qualidade do seu sono. Garantem um olhar detalhado e estatístico para o próprio umbigo, com um gadget capaz de controlar (quase) tudo.

Campanha no carnaval

Conscientizar a população para que não feche os olhos diante de qualquer tipo de violação contra a criança e o adolescente durante o carnaval. A proposta é parte de campanha lançada ontem (27) pelo governo do Distrito Federal em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Para a secretária adjunta da Criança, Catarina de Araújo, a aglomeração durante o período de folia abre caminho para o aumento de casos de exploração sexual de menores, além de casos de trabalho infantil e mesmo de negligência e abandono. Ela garante que, durante os quatro dias de feriado prolongado, os conselhos tutelares estarão de sobreaviso para receber denúncias.
Mulheres obesas praticam apenas uma hora de exercício vigoroso por ano, segundo pesquisa feita pela Universidade do Alabama. As mulheres são mais preguiçosas do que os homens, que se exercitam por 3,6 horas, apurou o estudo. 
Seguir uma dieta vegetariana ajuda a manter a pressão arterial baixa e pode combater a hipertensão, segundo pesquisa feita no Japão. Além disso, excluir a carne do cardápio também ajuda a eliminar peso.

Vigoroso avanço na Educação Infantil

Jacir José Venturi - jacirventuri@hotmail.com
Professor, autor de livros e presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR).

Uma vigorosa transformação nas escolas de Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental ocorreu nas duas últimas décadas. E o melhor, uma expressiva valorização parte dos pais, enquanto no passado era recorrente a frase: “Ah, meu filho vai para o Jardim só para brincar”. Hoje, dispondo de estatísticas da Unesco, 65% das crianças brasileiras frequentam a pré-escola, belo índice, pois é similar ao dos países com elevado grau de desempenho educacional.

Um estudo da FGV, recentemente divulgado, concluiu que os meninos e meninas que fizeram a Educação Infantil, ao chegarem ao 5.º ano se diferenciaram significativamente em conhecimento e capacidade de aprendizagem, especialmente em Matemática e Português. Convicto estou, depois de 43 anos de atividade profissional em todos os níveis de ensino, que, se somente em uma fase escolar fosse me dada a opção de colocar meu filho em uma instituição de excelência, não titubearia: não seria na Universidade, nem tampouco no Ensino Médio, mas sim na faixa etária dos 3 aos 8 anos.

Referindo-se à aprendizagem, é comum ouvir que a criança é uma “esponjinha”, pois absorve e retém tudo com muita facilidade quando estimulada. É uma das fases de melhor desenvolvimento neuropsicomotor. Aos 5 anos, a meninada deve estar inserida em um ambiente alfabetizador, num alegre convívio com o mundo das letras. Pais, controlem, no entanto, a ansiedade e evitem comparações: cada menino ou menina tem seu ritmo! Alfabetizar precocemente não significa alfabetizar melhor.

A alfabetização e o letramento são processos, não se deve estabelecer uma série como a série da alfabetização e do letramento, mas sim um percurso de enlevo e concomitantemente de estímulo às práticas de leitura, escrita e oralidade.

Por volta dos 6 ou 7 anos, o nosso Einsteinzinho começa a desenvolver o raciocínio lógico, que o habilita a participar de jogos e brincadeiras com regras mais elaboradas. É uma atividade lúdica e um rito de passagem ao maravilhoso universo da Matemática.

Em décadas passadas, as brincadeiras eram compartilhadas com os irmãos, primos e vizinhos, nos quintais, ruas e parques. Hoje, o filho convive essencialmente com adultos, pequenos animais de estimação, tem acesso a shoppings, games, TVs, tablets. Essa postura sedentária e a ingestão sem controle de guloseimas ou excesso de alimentos no âmbito das famílias são as principais justificativas do contingente de 40% de nossas crianças com sobrepeso.

No ambiente escolar, os aluninhos passam por experiências enriquecedoras: compartilham experiências, cooperam entre si, ampliam o vocabulário, interagem com os coleguinhas, aprendem as regras de convivência no coletivo. E não menos importante: são iniciados aos valores éticos e ao respeito à diversidade, ao meio ambiente, à hierarquia e aos horários, bem como incorporam bons hábitos alimentares.

São requisitos indispensáveis para o desenvolvimento da autonomia, do autoconhecimento e da identidade, preparando-os para as fortes exigências futuras e contribuindo para a formação de adultos com boas relações sociais, familiares e profissionais.

Racismo

Maria Cecília Rodrigues de Oliveira - anacarolina@libris.com.br
Psicóloga e editora plena da Divisão de Sistemas de Ensino da Saraiva.

O tratamento dispensado ao jogador Tinga, do Cruzeiro, pela torcida peruana, na Libertadores, dia 12 de fevereiro último, causou profundo constrangimento aos seus companheiros de equipe e indignação à maioria da nação brasileira. “A cada vez que [Tinga] tocava na bola, gritos da torcida local imitavam o som de macacos”, noticiou o site de uma revista nacional.

Esse triste episódio motivou este artigo.

Em sociologia, qualquer preconceito com base racial constitui racismo. Preconceito, por sua vez, é uma atitude cultural negativa dirigida a membros de um grupo que combina crenças e juízos de valor com predisposições emocionais. Ambos, preconceito e racismo, são problemas sociais graves, pois fundamentam a discriminação por meio de tratamento desigual a indivíduos que pertencem a determinado grupo.

Na segunda metade do século XIX e início do século XX, tem origem a discriminação social assentada nas teorias racistas e eugenistas, as quais atribuíam superioridade à sociedade branca europeia em relação a outros povos. Com o avanço da genética nas últimas décadas, comprovou-se que não há qualquer evidência científica da existência de povos com atributos genéticos ou morais que sejam superiores em relação a outros, o que torna ultrapassada a ideia de “raças” na espécie humana. Em suma, a espécie humana é uma só!

Lamentavelmente, tanto no Brasil como em outros países do mundo, o racismo, e consequentemente a discriminação racial, ainda resiste fortemente, porque, como fenômenos sociais, são construídos histórica e socialmente.

Por causa desse ranço discriminatório, muitas pessoas têm sido desrespeitadas, humilhadas, expostas ao vexame, agredidas física e moralmente, o que lhes causa grande sofrimento, além de afetar profundamente a autoestima delas.

No entanto, a intolerância com o diferente não se restringe ao racismo. Ela se estende aos deficientes físicos, aos homossexuais, às mulheres, àqueles de menor poder aquisitivo, entre outros grupos. Assim, demonstrações explícitas de intolerância e discriminação podem ser observadas em diferentes contextos: nas escolas (por meio do bullying), nas ruas (pelos ataques a homossexuais), nas famílias (violência contra mulheres), bem como nos estádios de futebol, nas instituições religiosas, na política, em todos os lugares nos quais o preconceito prepondera sobre o direito à diversidade.

Desse modo, como sociedade global e plural do século XXI, torna-se imperativa a reflexão sobre quais valores queremos preservar para a manutenção da “humanidade”...

Leitura: a chave de tudo

Francisca Romana Giacometti Paris - frgparis@editorasaraiva.com.br
Pedagoga, mestra em Educação e diretora de serviços educacionais do Ético Sistema de Ensino, da Editora Saraiva.

O ano letivo começou, e novos assuntos começam a fazer parte da vida dos alunos: matemática, gramática, geografia, história, ciências... Todos esses conteúdos são, evidentemente, fundamentais para a formação humana. Mas, se pensamos na função primordial da escola (e, também, no papel da família), há um tema que perpassa todas as áreas do conhecimento e todas as instâncias da vida dos seres humanos: trata-se da palavra escrita.

Como professores ou como pais, nunca podemos nos esquecer de olhar com muito cuidado como está o desenvolvimento de nossas crianças e jovens nesse campo. Não estamos falando de lições de português ou aulas de gramática, tampouco sobre escrever ortograficamente “certo” ou “errado”. Aqui, o toque refere-se a algo muito importante: a aproximação curiosa, amorosa mesmo, com o universo da leitura e do livro.
Este é um campo complexo. Podemos lançar mão de variados recursos para que nossos filhos aprendam esta ou aquela regra ou lição, mas não podemos obrigá-los a amar os livros. Podemos sim “ensiná-los” a não gostar de ler, e muitas vezes fazemos isso inconscientemente.

Afastamos nossas crianças e jovens da leitura quando em nossa casa ocultamos os livros, deixando-os fora do alcance e dos hábitos do lar; quando tratamos a leitura como algo chato e aborrecido, sempre menos interessante que a televisão; quando não incluímos as livrarias e bibliotecas na rota dos passeios da família; quando manifestamos preconceitos, hierarquizando leituras, esquecendo que todos nós somos filhos de nosso tempo e que toda leitura é potencialmente boa.

Essa lição de casa não é para os alunos, mas para os pais e professores. É dever de todos nós, sempre, buscar abrir portas para que as novas gerações descubram, por si mesmas, quanto pode ser maravilhosa essa operação cognitiva que verdadeiramente mudou o curso da história do mundo – a leitura.

As matrículas passaram de 8,37 milhões em 2012 para 8,31 milhões em 2013.

Segundo o Censo da Educação Básica, matrículas do ensino médio caíram em 2013

Agência Brasil

As matrículas no ensino médio em 2013 caíram 0,6% em comparação com 2012, segundo o Censo da Educação Básica de 2013, passando de 8,37 milhões em 2012 para 8,31 milhões no ano passado. As matrículas mantêm-se praticamente constantes desde 2007, quando havia 8,36 milhões de estudantes cursando a etapa de ensino. Segundo o ministro da Educação, Henrique Paim, o ensino médio ainda é um desafio para o país.

"Temos que fazer com que o ensino médio seja mais atrativo para que a gente possa matricular mais estudantes", disse Paim. Outro problema apontado pelo ministro foi a reprovação dos estudantes, que chega a 30% no 1º ano. "Temos uma retenção nos anos finais do ensino fundamental e temos, no ensino médio, o desafio de fazer com que os estudantes que ingressam, concluam. Temos que melhorar o fluxo, reduzindo a reprovação, especialmente no 1º ano".

Uma das soluções apontadas por Paim é o Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, lançado no final do ano passado. O programa dá ênfase à formação dos professores, o que contribuirá para melhorar as aulas. A prolongação de jornada, com programas como o Ensino Médio Inovador, na qual os estudantes passam mais tempo na escola e têm atendimento pedagógico e atividades culturais e esportivas, também contribuem para a fixação dos estudantes.

Segundo a pasta, no ensino médio, 12% dos estudantes têm acesso ao ensino integral e, das 19 mil escolas, 5 mil oferecem atividades no turno oposto. A questão está entre as metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE), em discussão no Congresso Nacional. O PNE estabelece que nos próximos dez anos 50% das escolas e 25% das matrículas sejam contempladas pela educação integral.

Em relação à formação profissional dos estudantes, o censo mostrou um aumento de matrículas, 5,8% em relação a 2012. O número passou de 1,3 milhão para 1,4 milhão - sendo 749 mil na rede pública e 691 mil na privada.

Acompanhando o movimento do ensino médio, o Ensino de Jovens e Adultos (EJA) também registrou queda, passou de 3,9 milhões de matrículas em 2012 para 3,7 milhões em 2013. Um decréscimo de 3,4%. A maior queda foi registrada no ensino fundamental, de 2,5 milhões para 2,4 milhões. No ensino médio, o número passou de 1,34 milhões para 1,32 milhões.

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Chico Soares, disse que há uma diferença de idade entre os estudantes do EJA. Os alunos que procuram o ensino fundamental são mais velhos. "São pessoas que não tiveram a oportunidade de frequentar o ensino regular". Aqueles que procuram o ensino médio são mais jovens. "Por algum motivo [são alunos que] se atrasaram no ensino regular e buscam a certificação".