ARTIGO: O ENSINO DE MATEMÁTICA COM PERSPECTIVAS DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA.
O
ensino da Matemática é um fator muito importante na construção da
cidadania dos indivíduos, na medida em que a sociedade se utiliza cada
vez mais de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais
os cidadãos devem se apropriar. Nesse sentido a Matemática escolar deve
estar ao alcance de todos, não deve ser considerada como algo pronto e
acabado, mas sim a construção e a apropriação de um conhecimento que irá
auxiliá-lo na compreensão e transformação de sua realidade.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais preveem
que o ensino da Matemática deve explorar a intuição e a dedução dos
alunos além de demonstrar a importância da disciplina no dia-a-dia,
portanto propõe:
Identificar
os conhecimentos matemáticos como meios para compreender e transformar o
mundo a sua volta e perceber o caráter de jogo intelectual,
característico da Matemática, como aspecto que estimula o interesse, a
curiosidade, o espírito de investigação e o desenvolvimento da
capacidade para resolver problemas. (PCNs, 1997, p.51)
Assim
sendo, é importante que os alunos se sintam seguros quanto a sua
aprendizagem e se tornem capazes de construir conhecimentos matemáticos,
desenvolvendo desse modo sua autoestima, procurando sempre soluções
para os problemas propostos, aprendendo a agir de maneira cooperativa,
respeitando sempre o modo de pensar dos demais colegas e também
aprendendo com eles.
È
de fundamental importância que o professor através do preparo de suas
aulas de Matemática vise contribuir na formação da ética dos indivíduos,
procurando direcionar o trabalho no sentido de desenvolver atitudes, em
que demonstrem confiança em si mesmo e nos outros, para que construam
conhecimentos matemáticos, participando ativamente nas atividades para
que as mesmas se tornem significativa. O
gosto do aluno pela Matemática deve ser alimentado pelo professor
através de ações didáticas e pedagógicas durante todo o seu percurso
escolar, segundo Reis (2006, p. 09):
As
noções básicas em matemática, lógica e geometria começam ser elaboradas
a partir dos 4,5 anos de idade, portanto é vital que a base seja
sólida, bem construída e bem trabalhada, para que nela se assentem os conhecimentos matemáticos futuros. Mas
é importante lembrar que estimular o raciocínio lógico-matemático é
muito mais do que ensinar matemática – é estimular o desenvolvimento
mental, é fazer pensar.
As
escolas não podem mais formar pessoas passivas, que executem tarefas
repetitivas, que se baseiem apenas em modelos, sem uso de criatividade
ou de certa autonomia intelectual. As instituições escolares que ainda
formam pessoas com essas características não estão preparando cidadãos
capazes de se adaptarem às novas tecnologias e novos desafios da
atualidade, ou seja, cidadãos conscientes e atuantes.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs, 1997, p.80):
È
por meio das trocas que estabelecem entre si, que os alunos passam a
deixar de ver seus próprios pontos de vistas como verdades absolutas e a
enxergar os pontos de vistas dos outros, comparando-os aos seus. Isso
lhes permite comparar e analisar diferentes estratégias de solução.
O
professor de Matemática tem um grande desafio dentro da sala de aula,
um deles é à busca de procedimentos e ações que visam superar as
dificuldades dos alunos em relação à aprendizagem Matemática, o outro é o
desgosto que muitos deles, têm em relação à disciplina. O maior motivo
desse desgosto relacionado a esta disciplina está vinculado ao
desgastado método tradicional, com que muitos professores vêm
desenvolvendo o ensino de Matemática, resultandoo desinteresse dos
alunos em frequentar as aulas, pois a insatisfação destes em relação às
aulas é oriunda de uma prática desmotivadora, abstrata e fora do
contexto do aluno. É notório que o ensino de Matemática e seus
educadores estão diante de um grande desafio neste novo milênio e,
segundo D’Ambrósio (2001, p. 15), “o grande desafio que nós, educadores
matemáticos, encontramos é tornar a matemática interessante, isto é,
útil, atual, isto é, integrada no mundo de hoje”.
As
dificuldades encontradas por professores e alunos no
ensino-aprendizagem são muitas e conhecidas. Por um lado o aluno não
consegue entender a Matemática que a escola lhe ensina, pois na maioria
das vezes, trata-se de uma Matemática correta, mas irrelevante e
desinteressante para o aluno, contribuindo para que o mesmo acabe se
distanciando do acesso a esse saber que é fundamental para a sua
formação integral.
A
Matemática da escola, da forma em que vem sendo ministrada por muitos
professores, na maioria das vezes através da metodologia tradicional da
aula expositiva, através da qual o professor resume sua aula nessas três
etapas: apresentação do ponto, resolução de um ou mais exercícios
modelo, e proposição de uma série de exercícios para os alunos
resolverem, não tem contribuído para despertar o interesse nos alunos. Vasconcellos
(1999) tece várias críticas relacionadas à condução desta metodologia
muito usada atualmente e que perdeu muito da sua concepção original cujo
ritual era constituído por passos didáticos importantes seguidos pelo
professor, dentre eles citamos os propostos por Herbart (apud
Vasconcellos, 1999, p. 18): “Preparação, Apresentação, Assimilação,
Generalização e Aplicação”.
Segundo
Lorenzato (2006, p.21): “O ensino da matemática precisa ser planejado e
ministrado tendo em vista o complexo contexto de identificação de seus
alunos, considerando e respeitando a cultura deles, bem como suas
cooperações, necessidades e possibilidades”.
A
Matemática não deve ser apresentada como “pronta e acabada”, mas
construí-la com os alunos a partir do seu surgimento, através da sua
história e evoluir nos conteúdos até a sua aplicação no dia de hoje,
sempre de uma forma construtiva, onde o aluno será o agente ativo dessa
construção.
Diante
dessa realidade, temos o desafio de tornar as aulas de Matemáticas mais
significativas para os alunos. O que caracteriza uma aprendizagem como
sendo significativa é o fato de envolver o indivíduo como um todo. Esta
deve ir de encontro com as suas necessidades, gerando um desafio para o
mesmo, o que o impulsionará para que vá a busca daquilo que necessita
aprender. Como ponto de partida o professor deve diagnosticar o que os
alunos já conhecem sobre os conteúdos a serem estudados, para que possa
planejar atividades com o intuito de fazer com que os mesmos avancem em
seu aprendizado.
Deste
modo o professor deve valorizar o conhecimento prévio do aluno,
buscando aproximar o saber escolar do universo cultural em que o mesmo
se encontra inserido. Lembrando que a valorização desses saberes é muito
importante para a superação de preconceitos e socialização entre
aluno-professor e aluno-aluno.
Ensinar
a Matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento
independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. É
necessário que o aluno saiba que a utilidade da Matemática ultrapassa os
muros da escola.
Ao
aluno deve ser dado o direito de aprender. Não um aprender mecânico e
repetitivo, de fazer sem saber o que faz e por que faz. Mas um aprender
significativo do qual o aluno participe raciocinando e compreendendo.
De acordo com Lorenzato (2006, p.27):
Ninguém
vai a lugar algum sem partir de onde está, toda a aprendizagem a ser
construída pelo aluno deve partir daquela que ele possui, isto é, para
ensinar é preciso partir do que ele conhece, o que também significa
valorizar o passado do aprendiz, seu saber extraescolar, sua cultura
primeira adquirida antes da escola, enfim, sua experiência de vida.
O
cotidiano está repleto de situações matemáticas, portanto, devemos
aproveitar essas situações para reforçar a aprendizagem significativa e
os vínculos entre os mesmos, o educando deve perceber que o professor é
seu parceiro e amigo, com quem ele pode interagir questionar e tirar
dúvidas.
Desse
modo, cabe à escola, através do professor e de suas metodologias
diferenciadas, contribuírem para sanar as dificuldades durante o
processo de ensino-aprendizagem proporcionando aulas mais interessantes e
envolventes, onde os alunos se integrem e demonstrem mais interesse e
participação.
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