sábado, 23 de março de 2013

O ENSINO DE MATEMÁTICA COM PERSPECTIVAS DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA.


 ARTIGO: O ENSINO DE MATEMÁTICA COM PERSPECTIVAS DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA.
                       *Sirlene Aparecida Henrique (Licenciatura Plena em Matemática)

O ensino da Matemática é um fator muito importante na construção da cidadania dos indivíduos, na medida em que a sociedade se utiliza cada vez mais de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar. Nesse sentido a Matemática escolar deve estar ao alcance de todos, não deve ser considerada como algo pronto e acabado, mas sim a construção e a apropriação de um conhecimento que irá auxiliá-lo na compreensão e transformação de sua realidade.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais preveem que o ensino da Matemática deve explorar a intuição e a dedução dos alunos além de demonstrar a importância da disciplina no dia-a-dia, portanto propõe:

Identificar os conhecimentos matemáticos como meios para compreender e transformar o mundo a sua volta e perceber o caráter de jogo intelectual, característico da Matemática, como aspecto que estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas. (PCNs, 1997, p.51)

Assim sendo, é importante que os alunos se sintam seguros quanto a sua aprendizagem e se tornem capazes de construir conhecimentos matemáticos, desenvolvendo desse modo sua autoestima, procurando sempre soluções para os problemas propostos, aprendendo a agir de maneira cooperativa, respeitando sempre o modo de pensar dos demais colegas e também aprendendo com eles.

È de fundamental importância que o professor através do preparo de suas aulas de Matemática vise contribuir na formação da ética dos indivíduos, procurando direcionar o trabalho no sentido de desenvolver atitudes, em que demonstrem confiança em si mesmo e nos outros, para que construam conhecimentos matemáticos, participando ativamente nas atividades para que as mesmas se tornem significativa.  O gosto do aluno pela Matemática deve ser alimentado pelo professor através de ações didáticas e pedagógicas durante todo o seu percurso escolar, segundo Reis (2006, p. 09):

As noções básicas em matemática, lógica e geometria começam ser elaboradas a partir dos 4,5 anos de idade, portanto é vital que a base seja sólida, bem construída e bem trabalhada, para              que nela se assentem os conhecimentos matemáticos futuros.               Mas é importante lembrar que estimular o raciocínio lógico-matemático é muito mais do que ensinar matemática – é estimular o desenvolvimento mental, é fazer pensar.

As escolas não podem mais formar pessoas passivas, que executem tarefas repetitivas, que se baseiem apenas em modelos, sem uso de criatividade ou de certa autonomia intelectual. As instituições escolares que ainda formam pessoas com essas características não estão preparando cidadãos capazes de se adaptarem às novas tecnologias e novos desafios da atualidade, ou seja, cidadãos conscientes e atuantes.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs, 1997, p.80):
          
 È por meio das trocas que estabelecem entre si, que os alunos passam a deixar de ver seus próprios pontos de vistas como verdades absolutas e a enxergar os pontos de vistas dos outros, comparando-os aos seus. Isso lhes permite comparar e analisar diferentes estratégias de solução.

O professor de Matemática tem um grande desafio dentro da sala de aula, um deles é à busca de procedimentos e ações que visam superar as dificuldades dos alunos em relação à aprendizagem Matemática, o outro é o desgosto que muitos deles, têm em relação à disciplina. O maior motivo desse desgosto relacionado a esta disciplina está vinculado ao desgastado método tradicional, com que muitos professores vêm desenvolvendo o ensino de Matemática, resultandoo desinteresse dos alunos em frequentar as aulas, pois a insatisfação destes em relação às aulas é oriunda de uma prática desmotivadora, abstrata e fora do contexto do aluno. É notório que o ensino de Matemática e seus educadores estão diante de um grande desafio neste novo milênio e, segundo D’Ambrósio (2001, p. 15), “o grande desafio que nós, educadores matemáticos, encontramos é tornar a matemática interessante, isto é, útil, atual, isto é, integrada no mundo de hoje”.

As dificuldades encontradas por professores e alunos no ensino-aprendizagem são muitas e conhecidas. Por um lado o aluno não consegue entender a Matemática que a escola lhe ensina, pois na maioria das vezes, trata-se de uma Matemática correta, mas irrelevante e desinteressante para o aluno, contribuindo para que o mesmo acabe se distanciando do acesso a esse saber que é fundamental para a sua formação integral.

A Matemática da escola, da forma em que vem sendo ministrada por muitos professores, na maioria das vezes através da metodologia tradicional da aula expositiva, através da qual o professor resume sua aula nessas três etapas: apresentação do ponto, resolução de um ou mais exercícios modelo, e proposição de uma série de exercícios para os alunos resolverem, não tem contribuído para despertar o interesse nos alunos.  Vasconcellos (1999) tece várias críticas relacionadas à condução desta metodologia muito usada atualmente e que perdeu muito da sua concepção original cujo ritual era constituído por passos didáticos importantes seguidos pelo professor, dentre eles citamos os propostos por Herbart (apud Vasconcellos, 1999, p. 18): “Preparação, Apresentação, Assimilação, Generalização e Aplicação”.

Segundo Lorenzato (2006, p.21): “O ensino da matemática precisa ser planejado e ministrado tendo em vista o complexo contexto de identificação de seus alunos, considerando e respeitando a cultura deles, bem como suas cooperações, necessidades e possibilidades”.

A Matemática não deve ser apresentada como “pronta e acabada”, mas construí-la com os alunos a partir do seu surgimento, através da sua história e evoluir nos conteúdos até a sua aplicação no dia de hoje, sempre de uma forma construtiva, onde o aluno será o agente ativo dessa construção.

Diante dessa realidade, temos o desafio de tornar as aulas de Matemáticas mais significativas para os alunos. O que caracteriza uma aprendizagem como sendo significativa é o fato de envolver o indivíduo como um todo. Esta deve ir de encontro com as suas necessidades, gerando um desafio para o mesmo, o que o impulsionará para que vá a busca daquilo que necessita aprender. Como ponto de partida o professor deve diagnosticar o que os alunos já conhecem sobre os conteúdos a serem estudados, para que possa planejar atividades com o intuito de fazer com que os mesmos avancem em seu aprendizado.

Deste modo o professor deve valorizar o conhecimento prévio do aluno, buscando aproximar o saber escolar do universo cultural em que o mesmo se encontra inserido. Lembrando que a valorização desses saberes é muito importante para a superação de preconceitos e socialização entre aluno-professor e aluno-aluno.

Ensinar a Matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. É necessário que o aluno saiba que a utilidade da Matemática ultrapassa os muros da escola.

Ao aluno deve ser dado o direito de aprender. Não um aprender mecânico e repetitivo, de fazer sem saber o que faz e por que faz. Mas um aprender significativo do qual o aluno participe raciocinando e compreendendo.

De acordo com Lorenzato (2006, p.27):

Ninguém vai a lugar algum sem partir de onde está, toda a aprendizagem a ser construída pelo aluno deve partir daquela que ele possui, isto é, para ensinar é preciso partir do que ele conhece, o que também significa valorizar o passado do aprendiz, seu saber extraescolar, sua cultura primeira adquirida antes da escola, enfim, sua experiência de vida.

O cotidiano está repleto de situações matemáticas, portanto, devemos aproveitar essas situações para reforçar a aprendizagem significativa e os vínculos entre os mesmos, o educando deve perceber que o professor é seu parceiro e amigo, com quem ele pode interagir questionar e tirar dúvidas.

Desse modo, cabe à escola, através do professor e de suas metodologias diferenciadas, contribuírem para sanar as dificuldades durante o processo de ensino-aprendizagem proporcionando aulas mais interessantes e envolventes, onde os alunos se integrem e demonstrem mais interesse e participação.


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