terça-feira, 28 de agosto de 2012

Recursos hídricos, registos, educação e trabalho


2009-05-15

Por Isabel Azevedo *

As notícias e reportagens publicadas esta semana sobre a obrigatoriedade de registo dos poços, furos e outros processos de extracção de água mostraram como esta poderia ser uma excelente oportunidade para educação e ocupação realizante (com pagamento, por projecto) a jovens sem trabalho.

Para além da aprendizagem desses eventuais contratados para o trabalho, a interacção que estes teriam que ter com os milhares de proprietários dos poços permitiria um alastramento fácil desse conhecimento.

E ele, esse conhecimento, terá interesse?

* Departamento de Bioquímica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

É óbvio que tem, quer para o governo imediato das pequenas/grandes coisas básicas da vida, quer para o governo ecológico, não só no que respeita à água mas, por arrastamento, a um âmbito mais largo, eventualmente universal. Teriam de ser aprendidas as noções fundamentais da geografia física, dos recursos hídricos, dos parâmetros pedidos para o registo (numa reportagem televisiva um trabalhador rural perguntava: caudal? isso são os metros de fundo?), da leitura de cartas geográficas, etc..

Por que seria esta uma boa oportunidade para aprender? Porque se aprende muito melhor a ciência de que se sente a necessidade (Ortega y Gasset: Sobre o estudar e o estudante. Em: Hannah Arendt, Eric Veil, Bertrand Russell e Ortega y Gasset: Quatro textos excêntricos. Relógio d' Água, 2000).

Poupar-se-ia na perturbação dos serviços públicos que serão assoberbados por muita gente a precisar de ajuda, na preocupação e irritação das pessoas perante mais um ataque de burocracia, e talvez o trabalho no fim ficasse mais bem feito: afinal é um trabalho do princípio ao fim do espaço nacional, a fazer num período de tempo limitado.

Estarei a ver mal?

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