quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Fracasso escolar. Isso o preocupa?


Por Maria Odete, em 23 de agosto de 2009.

“Ivana, sabe o que meu pai disse? Que se eu passar de ano eu posso sair da escola e ir trabalhar!”

Essa frase foi uma das primeiras coisas ditas por Josevaldo ao ser perguntado sobre o que pensava a respeito da escola. Nada mais verdadeiro para esse menino de doze anos que desde os sete está desejando se alfabetizar e lutando por isso. Sua história escolar, assim como a de milhares de crianças de sua idade, é marcada por inúmeros episódios que, pouco a pouco, vão desmontando a crença em sua própria capacidade, destruindo sua auto-estima e fazendo com que todos os que o rodeiam acreditem “que sua cabeça não dá para o estudo”.

Esta afirmação de Josevaldo permitiu-nos conhecer um pouco mais o lado trágico vivido no dia-a-dia das relações escolares de nossas crianças, principalmente as mais pobres, as negras, as que moram em casebres, as filhas de pais desempregados e sub-empregados. Ao contrário do que se imagina, Josevaldo considera seu maior prêmio sair dessa escola, alcançar o mundo, ir para a vida, como se esta não pudesse estar presente na escola. Para aquele que “foi convencido” pelo sistema escolar de que é incapaz e perdeu o interesse pela escola depois de sucessivas reprovações, a exclusão acaba sendo vista como o maior “prêmio”.

Os 2 parágrafos acima encontrei numa rápida pesquisa que fiz na internet sobre o fracasso escolar de um trabalho das pesquisadoras Ivana Serpentino Castro Feijó e Marilene Proença Rebello de Souza, a partir de conversas que tenho tido com pais que se queixam de que a escola não é mais a mesma, os professores não são mais os mesmos, que os alunos passam de ano sem saber ler, escrever, somar ou calcular.

Eu acrescentaria: sem raciocinar também. Se examinar com o mínimo de profundidade, apenas através da comunicação do dia a dia, perceberá que a maioria da garotada de 12 a 18 anos fala por monossílabos, nunca leu nada e não fazem projeção alguma do que sonham ou pensam sobre o presente e o futuro.

A quem culpar, a quem atribuir responsabilidades?

Um pai me contou perplexo que o filho tirou 1 (um) na média de física, não recebeu nenhuma anotação do professor ou da escola e não tem dúvida que o filho passará de ano.

Essa é a situação. As pesquisadoras dão uma luz sobre essa realidade e sobre a “caixa preta” escolar. Só prá você ter uma idéia, lembra dos alunos “fortes”, “médios” e “fracos”…parece que internamente nas escolas, a graduação dos professores segue o mesmo padrão.

Professora universitária é presa por pedofilia

Doutoranda da USP, de 35 anos, e um montador, de 36, teriam divulgado na internet foto de adolescente aliciada para sessão de sadomasoquismo

William Cardoso - O Estado de S.Paulo

Uma professora universitária, de 35 anos, e um montador, de 36, foram presos ontem em São Paulo acusados de divulgar na internet fotos de uma estudante de 14, convencida por eles a participar de uma sessão de sadomasoquismo. A polícia chegou até o casal depois que o pai da menina percebeu mudanças de comportamento na filha e passou a vigiá-la, com um software espião.

No dia 29, a adolescente saiu de casa às 9h e retornou apenas dez horas depois. Ela disse aos pais que iria à casa de uma amiga, mas foi até a Estação Santa Cruz do metrô, na zona sul, para encontrar o montador. Os dois trocavam mensagens desde o dia 21, quando se conheceram em uma sala de bate-papo. O montador se identificava como SrShibariSP. O apelido faz alusão ao verbo japonês "shibari", que significa amarrar. Ex-sushiman, o aliciador é fascinado por cultura oriental.

Da estação de metrô, eles partiram para o apartamento da professora no Tatuapé, na zona leste, onde os três participaram de uma sessão de sexo sadomasoquista. Em troca, a estudante ganhou um espartilho.

O pai da garota, um frentista de 42 anos, passou a estranhar o comportamento da filha. Ele também recebeu uma ligação, dizendo que a garota estava se envolvendo com um homem casado. Notou, ainda, o presente inusitado. Desconfiado, o frentista instalou um software espião no notebook da adolescente.

Viu que ela acessava um site sadomasoquista onde tinha as próprias fotos expostas, sob o domínio do SrShibariSP. Desesperado, o pai chegou a pedir demissão para acompanhar de perto o caso. "Fiquei duas semanas sem comer nem dormir. É terrível."

Sem falar nada à garota, ele entrou em contato com um amigo e decidiu procurar o 27.º DP (Campo Belo). "É um mundo à parte (sadomasoquismo)", disse o delegado Genésio Leo Júnior. "Ela foi atraída pela curiosidade", completou.

Armazenamento. Na sexta, o delegado pediu o mandado de busca e apreensão. No sábado, o casal se encontraria de novo com a garota. Alerta, o pai impediu que ela saísse de casa. Nessa segunda-feira, 27, a polícia encontrou fotos e material sadomasoquista no apartamento da professora. Formada em Biomedicina, ela é doutoranda em Anatomia Humana na Universidade de São Paulo (USP). À polícia, ela disse que a garota parecia ter 16 anos. A professora e o parceiro foram presos em flagrante por divulgar as fotos, além de mantê-las armazenadas. A advogada dos acusados não se manifestou sobre o caso.



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