quarta-feira, 17 de junho de 2015

Isolamento e solidão são causas de suicídio, mas buscar ajuda é importante para evitá-lo


Da Redação - Isabela Mercuri



Um caso de possível suicídio da Procuradora Renata Maciel Cuiabano chocou cuiabanos na última terça-feira (16). Ela teria se jogado de um prédio, depois de deixar uma carta explicando à família o porquê. Casos como este tem crescido no Brasil, e de acordo com a coordenadora regional do CVV, Isaura Titon, é necessário prestar atenção nos números.

De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o 4° país com maior crescimento de casos de suicídio na América Latina, com aumento de 10,4%. Isaura explica que é muito difícil explicar os números, pois são poucos os estudos aprofundados sobre as causas.

“É importante entender que o suicídio é uma fuga da dor, e não da vida”, afirma a coordenadora. Ela explica, ainda, que apesar de ser muito difícil definir uma só causa do suicídio, cerca de 90% dos casos estão ligados a algum distúrbio mental, seja depressão, alteração de humor ou uso de drogas. “O que sabemos é que sempre as pessoas que tentam suicídio elas estão se sentindo sozinhas, isoladas”, explica.

A sensação é a de isolamento, e de que ninguém nunca vai compreender o que ela sente, e que será julgada. Quando se sente assim, a pessoa normalmente dá alguns sinais: “Elas falam que não aguentam mais, que estão cansadas”, comenta Isaura. Quem está próximo, quando percebe isso, precisa dar atenção:

“É necessário acreditar no que a pessoa está dizendo, ter cuidado e oferecer ajuda. No entanto, nunca existe uma fórmula. Dizer que a pessoa não deve se sentir assim, e que o que ela está sentindo é besteira, que existem outras em situação pior, não ajuda. É preciso ouvir sem julgar”, explica Isaura.

Por outro lado, quem percebe que está indo para o fundo do poço precisa entender que não está sozinho: “A pessoa precisa entender que ela não é fraca por estar se sentindo assim, que não é um ET, existem outras pessoas na mesma situação”. Isaura ainda afirma que o suicídio não é nem covardia e nem coragem: “É apenas a vontade de acabar com a dor”.

O mais importante, segundo Isaura, é lembrar que as pessoas que tem este tipo de pensamento podem superá-los. Mostrar ajuda, tanto profissional quanto pessoal, e apresentar exemplos de pessoas que já pensaram em suicídio e vivem felizes, é o caminho para uma sociedade com menor número de casos.

Com o objetivo de dar um ouvido aos que precisam de companhia, o CVV firma-se nos quatro pilares: não-julgamento, não-preconceito, respeito e compreensão. “Tudo isso forma a aceitação e uma disposição para ouvir o outro”, finaliza Isaura.

O CVV atende 24 pelos telefones 141 (Cuiabá e Várzea Grande) ou (65) 3321-4111 (interior). Eles fazem também atendimento pessoal na Rua Comandante Costa, 296, das 8h às 18h. 

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