sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Artigo de Jô Furlan: Quais são as novas fronteiras da educação?

25/08/2013
Jô Furlan,

Essa pergunta tem habitado a cabeça de professores, educadores e gestores na área de educação em especial nas últimas duas décadas. Isso se deve principalmente ao avanço das tecnologias e o surgimento de um novo arsenal de ferramentas que podem ser usadas nessa área. Esse mesmo evento tecnológico permitiu aos cientistas a realização de um verdadeiro salto quântico no que diz respeito ao estudo do cérebro. 

Já possuíamos um grande conhecimento anatômico (a estrutura) e muita coisa sobre a sua fisiologia (funcionamento), mas as descobertas em especial dos últimos 15 anos, permitiram um conhecimento profundo da funcionalidade desse órgão tão fundamental. Vamos recordar que por milhares de anos pensava-se que o órgão mais importante do corpo humano fosse o coração. Daí vem o nome do latim “core” que significa centro ou núcleo. E saiba que ainda hoje muitas pessoas têm dúvida sobre isso. 

Esclarecendo de uma vez: a morte cerebral é pré-requisito para doação de órgãos, mesmo com o coração batendo, mantendo a “vida” naquele corpo, não existe mais um ser pensante por isso a chamamos de vida vegetativa. Como médico, acompanhei muitas vezes o dilema das famílias em que um de seus entes queridos estava nessa situação e percebia quanto era difícil fazer cumprir muitas vezes a vontade daquela pessoa doadora. É relativamente comum a família não autorizar a doação apesar da decisão já ter sido tomada em vida pelo paciente. 

Mas a verdade é que sem um cérebro operante aquela pessoa não existe. É apenas um corpo sem personalidade, ou lembranças. Pode parecer cruel essa declaração, mas reforça a importância de lembrarmos que somos na verdade treinadores e educadores de mentes. 

Sendo assim, quero ressaltar a importância de cada dia mais obtermos mais conhecimento sobre o cérebro humano.  A contribuição da neurociência dá uma nova luz sobre a forma como entendemos a educação, a aprendizagem e o aluno. A educação, que era antes muito baseada em experiência e filosofia, passa a ter um suporte cientifico transformando em verdades cientificas alguns preceitos existentes e derrubando outros tantos.  

Usar as neurociências para transformar a educação passa a ser um dos grandes objetivos dessa nova área chamada neuroeducação.  Um maior conhecimento sobre a mente humana vai permitir a você explorar novas fronteiras, estabelecendo um novo patamar para o desenvolvimento de novas abordagens pedagógicas.  

O fascínio em estimular, treinar,desafiar  e instigar pessoas independente das sua idade torna-se ainda mais forte quando aprendemos a usar melhor esse fantástico e extraordinário órgão chamado cérebro humano!

Dr. Jô Furlan é médico, professor e pesquisador na área de Neurociência do Comportamento, autor da Teoria da Liderança Comportamental, primeiro Treinador Comportamental do Brasil, conferencista internacional, especialista em Desenvolvimento Comportamental Humano, foi professor convidado do Curso de Especialização em Medicina Comportamental da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) por oito anos e um dos precursores do conceito na América do Sul. Autor de diversos livros, áudio-livros e DVDs, criou as Pílulas de Motivação, que já alcançaram a marca de 70 mil unidades distribuídas. Para conhecer mais, acesse: www.drjofurlan.com.br. O palestrante é presença confirmada no Congresso Internacional de Educação do Norte Nordeste, em Belém

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