segunda-feira, 9 de maio de 2011

Rio Grande do Sul promove articulação regional para discutir melhorias na educação local

A articulação entre diversos parceiros – Fibria, Instituto Votorantim, AZONASUL (Associação dos Municípios da Zona Sul do RS) e Ministério da Educação (MEC) – garantiu que mais de 500 pessoas pudessem se reunir para conhecer um pouco mais sobre as políticas públicas de educação e a importância da mobilização de toda a sociedade para a garantia da melhoria da educação pública.

O I Encontro de Formação do UNCME (União Nacional dos Conselhos Municipais) foi realizado na cidade de São Lourenço do Sul, no dia 03 de maio, reunindo secretários municipais de educação, conselheiros municipais, técnicos das secretarias, diretores e professores de 16 municípios do Estado do Rio Grande do Sul (Arroio do Padre, Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Jaguarão, Morro Redondo, Pedro Osório, Pedras Altas, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Rio Grande, Santana da Boa Vista, Santa Vitória do Palmar, São Lourenço do Sul e Turuçu).

Reges destacou a importância da participação de todos na busca por uma educação de qualidade

A atividade fez parte das ações do projeto Parceria Votorantim pela Educação, realizado na região nas cidades de Arroio Grande e Capão do Leão. “Esse encontro é uma soma de esforços. É muito bom saber que uma pequena semente lançada em dois municípios da região gerou frutos para tantas outras cidades. Quando as ideias são boas, quando elas têm fermento, elas realmente crescem e se multiplicam, gerando melhoria contínua para a nossa educação”, disse aos presentes o mobilizador local do Parceria, Reges Echer.

Carla Lübke, Secretária Municipal de Educação de São Lourenço do Sul, abriu o encontro destacando o grande diferencial do projeto Parceria, que busca promover o diálogo entre os diversos atores sociais a fim de que, juntos, possam pensar em propostas de ações concretas para a melhoria da educação. “Isso é uma grande inovação na atuação das empresas. Hoje, vemos aqui uma representação clara do que significa ‘todos juntos pela educação’”, concluiu.

Fabiano Rosemberg, presidente do Conselho Municipal de Educação da cidade e também coordenador regional da AZONASUL, aproveitou o momento inicial do encontro para ressaltar ainda a importância de todos os presentes se apropriarem das ferramentas e ações disponibilizadas pelo MEC para que o resultado final deste processo seja constatado na aprendizagem dos alunos.

Planejamento em destaque

Tendo em vista a proposta do Parceria em apoiar as cidades na melhoria da sua gestão, a fim de que as políticas possam ser desenvolvidas de forma cada vez mais qualificadas, a parte da manhã do encontro foi dedicada a um debate com os secretários e as equipes das secretarias sobre o replanejamento do Plano de Ações Articuladas (PAR), para o período de 2011 a 2014. Luiz Hudson Guimarães, coordenador de Apoio aos Sistemas da Educação Básica do MEC, enfatizou aos participantes do encontro a importância deste instrumento de gestão para o planejamento das políticas locais de educação. Isso porque o PAR viabiliza as diretrizes que estão instituídas no Plano de Metas para a Educação Básica.

O ponto de partida para que o novo PAR seja de fato efetivo, apontou o coordenador do MEC, é garantir que o diagnóstico da educação local seja feito de forma totalmente participativa, formando uma comissão que tenha o envolvimento de professores da rede urbana e rural, conselheiros municipais de educação, conselho do Funbed, representantes da rede estadual, entre outros entes. Com isso, será possível mapear as demandas de cada realidade e indicar as ações mais adequadas a serem desenvolvidas no município. “Não devemos atribuir a quem trabalha na escola a função de apenas executar uma política, mas, sim, todos devem entendê-la. Com isso, os resultados são muito mais efetivos”, acredita Hudson.

Entre as novidades do novo PAR está a ampliação no número de indicadores, que passaram de 52 para 82. Segundo o coordenador do MEC, isso vem aprimorar a ferramenta, trazendo mais objetividade para os indicadores. Com o novo plano, agora será possível, por exemplo, indicar a situação das escolas da zona rural e da zona urbana de maneira separada. Outro aperfeiçoamento na ferramenta são as observações que foram incluídas em cada indicador, permitindo um melhor entendimento e possibilidade de um diagnóstico mais certeiro.

Evento reuniu cerca de 500 pessoas de 16 municípios gaúchos

Os presentes no encontro tiveram ainda a oportunidade de conhecerem as diversas formas de execução das ações previstas no PAR, que são quatro no total: 1) assistência técnica do MEC, que se dá por meio de capacitações ou do envio de materiais didáticos; 2) assistência financeira, com o PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) e o PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento); 3) pelo desenvolvimento e direcionamento de recursos do próprio município; e 4) com empréstimos do BNDES. A partir disso, foram apresentados todos os programas desenvolvidos pelo MEC, como o Caminhos da Escola; ProInfo; Programa de Formação de Conselhos etc.

Hudson enfatizou ainda aos gestores a importância de prestarem atenção aos prazos estabelecidos para que não percam as oportunidades de acessarem recursos disponíveis dos programas do MEC, como, por exemplo, o Proinfancia, para a construção de escolas de educação infantil.

Parceira entre família e escola

“Quando o MEC lançou o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) incluiu em seus pilares a mobilização por entender que, para darmos conta dos desafios que temos de enfrentar no campo da educação, com a urgência que precisamos, só será possível se a sociedade ver a educação como prioridade”. A afirmação foi trazida ao evento por Linda Goulart, assessora especial do Ministro da Educação e responsável pela área de mobilização do MEC, e reflete esse intenso movimento, que visa sensibilizar famílias, escolas e alunos para a importância da educação, do qual o projeto Parceria se une para juntar ainda mais esforços.

Por isso, na parte da tarde, o encontro reuniu mais 400 professores, com a proposta de discutir estratégias para que a parceria entre escola-família-comunidade de fato aconteça nas cidades e gere mudanças nos índices educacionais. “É preciso que as famílias cobrem também qualidade no aprendizado de seus filhos, não ficando satisfeitas apenas com a possibilidade deles terem merenda, transporte e livros didáticos. Mas, é necessário também, que as famílias assumam a sua responsabilidade, participando da vida escolar”, pontuou.

Linda convocou os educadores presentes a ficarem atentos à importância de se estabelecer formas concretas dessa aproximação, tendo os professores papel essencial neste processo. Como exemplo de uma boa prática nesta linha de ação, a assessora do MEC apresentou o projeto Interação Família-Escola, desenvolvido na cidade de Taboão da Serra, região metropolitana de São Paulo. Neste projeto, os professores visitam pelo menos duas vezes ao ano as casas de todos os seus alunos, com a proposta de conhecer as realidades de cada família. O resultado final é a intensa aproximação entre pais e professores, o que tem gerado impactos diretos no nível de aprendizado dos alunos.

Segundo a assessora do MEC, para que essa interação de fato aconteça, é preciso observar alguns fundamentos como, por exemplo, de que todos vejam o quão fundamentais são os professores para a aprendizagem dos alunos; de que as famílias são o grande patrimônio no apoio ao aprendizado; de que as famílias desejam sim sempre o melhor para os seus filhos. “É preciso criarmos um ambiente de diálogo, aproximação e cooperação. Afinal, o que todos nós queremos no final é garantir o direito de aprender aos nossos meninos e meninas”, concluiu.

Para fechar o dia de intenso trabalho na região, todas as escolas foram convidadas pela Secretária a pensarem em um plano de ação para trabalhar junto às famílias a importância dessa participação, a partir do conteúdo da cartilha “Acompanhem a vida escolar de seus filhos”, desenvolvida pelo MEC e entregue pelo projeto Parceria a todos os presentes.
Por Daniele Próspero/ Blog Educação

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