18/05/2011 - Política
GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
Integrantes da Comissão de Educação do Senado se recusaram nesta terça-feira a debater com três representantes do Ministério da Educação a polêmica sobre livros aprovados pelo governo federal que criticam a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Os três foram à comissão para substituir o ministro Fernando Haddad (Educação).
Os senadores ficaram irritados porque ele teria confirmado a presença. O ministro diz ter avisado que não poderia comparecer.
Livros aprovados pelo MEC criticam FHC e elogiam Lula
Os parlamentares dispensaram Daniel Silva Balaban (presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), Sérgio Jamal Gotti (diretor de políticas de formação de materiais didáticos e de tecnologias para a educação básica) e Jane Cristina da Silva (coordenadora-geral de materiais didáticos).
"Eles não foram convidados. Nós convidamos o ministro, ele aceitou, deveria ter tido a gentileza de comparecer", disse o senador Roberto Requião (PMDB-PR), presidente da comissão.
Segundo Requião, Haddad não explicou os motivos da sua ausência. "Antes do convite, eu o consultei e ele disse que tinha interesse de participar", disse Requião.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que a decisão final de dispensar os convidados foi de Requião. "Ele achou que não deveria ouvir outras pessoas, só o ministro. Tem o lado positivo porque vou apresentar requerimento para incluir no debate a questão do livro com problema de português", afirmou.
A audiência acabou realizada com a presença apenas de Jorge Yunes, presidente da Abrelivros (Associação Brasileira de Editoria de Livros Escolares).
Os três representantes do MEC foram convidados a se retirar da comissão e aguardaram o final da audiência em uma sala reservada.
A assessoria do ministério afirma que Haddad informou a Requião que não poderia comparecer. Segundo o MEC, ele está cuidando dos detalhes finais do edital do Enem, que será lançado amanhã.
O MEC diz ainda que o ministro nunca se negou a dar explicações e que o senador sabia que ele não poderia ir.
POLÊMICA
Haddad foi convidado para debater a polêmica sobre livros didáticos aprovados pelo MEC (Ministério da Educação) para alunos do ensino fundamental que trazem críticas ao governo FHC e elogios à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Uma das exigências do MEC para aprovar os livros é que não haja doutrinação política nas obras utilizadas.
O livro "História e Vida Integrada", por exemplo, enumera problemas do governo FHC (1995-2002), como crise cambial e apagão, e traz críticas às privatizações.
Os senadores, especialmente da oposição, iriam aproveitar a audiência para questionar o ministro sobre o livro distribuído pelo MEC a 4.236 escolas do país que defende erro de concordância em um dos seus capítulos.
Da ONG Ação Educativa, o capítulo "Por uma Vida Melhor", diz que, na variedade linguística popular, pode-se dizer "Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado".
Segundo o MEC, o livro está em acordo com os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) --normas a serem seguidas por todas as escolas e livros didáticos.
colaborou DANIEL RONCAGLIA, de São Paulo
Fonte: Uol Educação
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Haddad envia funcionários no seu lugar e irrita senadores
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