sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Há muitas formas de destruir e matar pessoas

Fazer sofrer intencionalmente, enganar, mentir, trair e roubar são maneiras de destruir o semelhante. É hipócrita quem chora e lamenta a morte de parente, familiar, amigo ou outra pessoa que ele próprio ajudou vitimar. Os matadores campeões no Brasil são as mentiras, os tabus, o silêncio, a falta de planejamento familiar, as drogas, o conservadorismo, a ignorância, a violência, a corrupção, as religiões de mercado. O discurso religioso e político em favor dos pobres sempre foi demagógico, mas é ótimo recurso para conquistar simpatia e desviar o foco das atenções.

O cidadão honesto tem sofrido demais por conta da imoralidade, turbulências, falta de patriotismo de políticos e gestão desintegrada da esfera pública. A crescente depredação de valores éticos, morais e espirituais tem contribuído fortemente na destruição da família. Sem amor no coração, educação transformadora, meios de comunicação críticos e participação cívica, o ser humano se desequilibra e se desumaniza rapidamente.

Faltam instituições a serviço do lar, oficinas de família, núcleos de emergência familiar, pastoral familiar, movimentos missionários habilitados para humanizar a sexualidade e os relacionamentos conjugais e familiares, aprimorar a convivência interpessoal, tornar as pessoas felizes dentro do contexto global em transformação. Família sólida e bem constituída é fruto de planejamento consistente e maduro. Sob todos os aspectos, traição do homem ou da mulher é cotovelada na alma e na inteligência. Quem trai não é só infiel, é covarde.

Ontem, hoje e sempre, os pais são os pilares da formação do caráter, da personalidade e da moral dos filhos. É lamentável que escolas, entidades representativas, Estado e igreja estejam cada vez menos envolvidos e integrados na construção de relações familiares estáveis. Valores invertidos e corrompidos podem desvirtuar condutas, gerar seqüelas imprevisíveis e causar enfermidades dolorosas para pais e filhos. Falta de diálogo, intolerância e maus exemplos de lideranças confundem e desorientam o cidadão.

Ninguém contesta que a liberdade é direito sagrado inviolável do ser humano, porém o mau uso da liberdade é perigoso; pode até se tornar permissividade. Crianças e jovens precisam ser conscientizados sobre deformação de linguagem; prevenidos sobre a priorização do quociente intelectual, que representa domínio de conhecimentos, e a pouca importância dada para o quociente emocional e o quociente moral; alertados sobre utopias abstratas e pluralismo questionável de normas ético-sociais; orientados sobre direitos civis e frouxidão de deveres cívicos.

Escolas de todos os níveis, independente serem públicas ou privadas, laicas ou mantidas por instituições religiosas, precisam repensar seus currículos e levar em conta que formação integral abrange também a ética, a espiritualidade e a cidadania. A partir de 2000, toda educação foi direcionada para alunos e profissionais serem competitivos, e não para crescerem, se realizarem e serem felizes.


Pedro Antônio Bernardi
pedro.professor@gmail.com
Jornalista, economista e professor.

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