terça-feira, 10 de janeiro de 2012
A Ética, a Moral e o Costume.
Autor: Djalma Wilson J. Franco
Ética é uma palavra de origem grega com, provavelmente, duas origens. A primeira é a palavra éthos, com "e" curto, que pode ser traduzida por costume; a segunda, com "e" longo, que significa propriedade do caráter. A primeira é a que serviu de base para a tradução latina "MORAL" enquanto que a segunda é a que, de alguma forma, orienta a utilização atual que damos a palavra Ética. Enfim, é o nome geralmente dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais e do costume. Não deve ser confundida com lei, embora a lei tenha como base princípios éticos e como fonte os costumes.
A Ética pode ser um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar que guiam, ou chamam a si a autoridade de guiar, filosófica, moral e praticamente, as ações de um grupo em particular, ou é o estudo sistemático de, sobre como nós devemos agir. Realmente, os termos "ética" e "moral" são particularmente apropriados para nos orientarmos. Então, a ética não deve ser confundida com dúvida, embora com muita frequência ela se apresente como um dilema, que não é um sinonimo, á rigor.
Exemplos não faltam, o caso do policial que se vê ante a contingência de torturar um adolescente para arrancar a confissão de seu pai um criminoso que mantém cinco reféns ameaçados de morte; a prática da eutanásia; ou ainda a emblemática e conhecidíssima escolha de Sofia; o dilema de ter que sacrificar uma gêmea siamesa para salvar a outra; temos também o caso dos esportistas peruanos do acidente nos Andes que se alimentaram dos colegas mortos. São todos exemplos de dilemas, que na sua esmagadora maioria tem anterioridade suspensiva sobre as quais muitas vezes não temos dúvidas.
Indubitavelmente, todos os agrupamentos sociais carregam características heterogêneas onde se pode encontrar de tudo, sejam médicos, advogados, mineiros, lixeiros, políticos, enfim todos; como também sempre existirão bons, magros, ruins, gordos, ricos, éticos, pobres, não éticos, enfim todos também.
Todavia, é particularmente sensível a freqüência com que se constata a maior concentração de falta de ética e de retidão de caráter do que entre os políticos e autoridades de todos os matizes. E esta não é uma acusação motivada apenas pela alta freqüência de corrupção não, é muito mais pela mais absoluta certeza da impunidade penal que os acusados tem, inclusive por conta de um judiciário e um sistema de leis, organizados de maneira a impedir, na prática, que os corruptos recebam qualquer punição efetiva e verdadeira.
Exemplos, importantes até, não faltam. Em 2008 o, na época presidente Lula, supremo mandatário do País, numa certa oportunidade, afirmou com todas as letras que o Sarney não poderia ser julgado como uma pessoa comum. Absurdos á parte, esta declaração talvez motivada até pela ignorância e falta de berço, referia-se a um senador com o maior tempo de atividade política do país. Há mais de 57 anos este senhor representa um estado cuja situação política, econômica e social é a uma das mais calamitosas da nação, tendo sido talvez um dos mais incompetentes dos presidentes, é sim merecedor de julgado igual a qualquer cidadão brasileiro. Até o seu voto tem o mesmíssimo valor. Também serve como exemplo lapidar de nossa história recente, a queda de seis ministros acusados de corrupção, advindos da herança maldita recebida pela presidente Dilma.
Curiosa e desafortunadamente, a perplexidade e a indignação, sempre irão ficar por conta da nossa incompetência enquanto eleitores, em eleger gente que não recebeu educação em casa enquanto pequeno e hoje falhas de caráter, e que pensa que pode fazer na vida, com a coisa pública o que faz na privada. Desculpem-me o trocadilho que certamente foi deselegante mas, ao par de ser uma verdade, foi irresistível.
Djalma Wilson J. Franco é economista e gerente da CDL em Sinop
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