terça-feira, 28 de setembro de 2010

Processo de envelhecimento e questões relativas à velhice, um assunto necessário e urgente para discutir no currículo de ensino.

Iza Aparecida Saliés
http://www.izasalies.blogspot.com
Considerando que o Brasil está caminhando para um futuro populacional considerável de idoso e reduzindo o número de nascimento, pois a grande tendência das famílias modernas é ter de um a dois filhos ou até três, o que no passado era praticamente inviável, por vários fatores, em especial social e religioso. 
A tendência contemporânea é oferecer condições de vida as pessoas idosas, a sociedade e o estado, ambos precisam preparar para atendê-los que chegam com novos hábitos e desenvolvimento humano bastante fortalecido pelas condições de vida que hoje a ciência proporciona.
Os idosos de hoje são mais ativos, participativos, vaidosos, fazem parte de um grupo chamado geração saúde, preocupam com a vaidade intelectual e estética, com a sensibilidade, adoram o bonito, o belo, curtem com alegria os momentos coletivos de afinidade com amigos do grupo. 
São visíveis as políticas publicas que há para a pessoa idosa, mas, contudo, faz-se necessário que essas políticas atinjam todos os segmentos do governo. A apesar dos avanços com o Estatuto ainda assim precisamos discutir as questões da pessoa idosa com mais na
educação.
Na educação já foram realizadas algumas ações quanto às questões da pessoa idosa, no caso da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso, em 2004 o órgão começou a discutir o tema ainda de forma acanhada, pois no momento tínhamos um representante no Conselho, essa era a participação do órgão.
Com a representação nesse organismo a Seduc teve a iniciativa de elaborar a normativa que inclui o de tema sobre o envelhecimento nos currículos mínimos, em consonância ao artigo 22 da Lei n. 10.741/03, definidos a forma e o conteúdo mínimo para abordagem. Instituir na programação de formação continuada de professor e servidores administrativos da rede estadual de ensino, o enfoque sobre o tema “pessoa idosa” a fim de capacitá-los para a compreensão do tratamento e minimizar o preconceito, produzindo conhecimento formal sobre o assunto.
A Seduc intensificou a oferta de Ensino Fundamental e do Ensino Médio por meio da Educação de Jovens e Adultos, sendo oferecida na medida em que surgem demandas pontuais, a oferta
das etapas e das modalidades de ensino oferecida na Rede Estadual de Ensino funciona no período diurno e noturno. 
A discussão do tema “processo de envelhecimento e questões relativas á velhice” no currículo de ensino está respaldada pelas legislações: LDB/96 e a Constituição Federal do Brasil, que em seu Artigo 210 estabelece como devem ser tratados os conteúdos mínimos do currículo, “Serão fixos conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais".   
Considerando a necessidade de atender esta sociedade em ebulição, com pressa no trato das questões de inclusão, cidadania, pluralismo, diversidade e outros, assuntos estes que aos poucos vão penetrando na rotina pedagógica da escola, o que não consolida a necessidade de criar disciplinas curriculares para trabalhar especificamente temas que outrora não lhe competia.
A escola precisa de tempo para que possamos adequar às inovações impostas por essa sociedade emergente, frente a uma prática pedagógica de antanho.
A Formação Continuada dos Professores de Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso, programa pode contribuir para prepará-los para saber lido com imperiosas necessidades sócias que estão
provocando mudanças na prática pedagógica do professor.
Para a formação dos professores precisa oferecer aportes conceituais, teóricos e metodológicos para que os mesmos possam desenvolver competências e habilidades para saber conduzir temáticas contemporâneas que permeiam a vivência na escola e precisam fazer parte das atividades pedagógicas da escola.
A sociedade do momento é cheia de nuances rica de possibilidades de discussões no que se refere a temas como diversidade, justiça, inclusão e cidadania, todos são assuntos que
provocam polêmicas e requer formação para os professores.
A Superintendência de Ensino e Currículo/Seduc programou em 2005, Seminário sobre a Diversidade na Educação, com a participação de docentes que atuam no Ensino Médio, durante o evento foi abordado o processo de envelhecimento e questões relativas à velhice tema á abordado para contemplar a inclusão dessa discussão no contexto curricular permeando os conteúdos, conceitos e saberes das diversas disciplinas, propiciando a interação das áreas de conhecimento. Assessorar escolas com formação em serviço para o desenvolvimento da política pedagógica do Ensino Médio, cuja finalidade é programar ações que destaquem as Políticas Afirmativas que promova a inserção do tema “processo de envelhecimento e questões relativas à velhice”, (Diversidade de Gerações) cumprindo desta forma ao Artigo 13, inciso II.  Da Lei Complementar n. 131/03 de 17 de Julho. 17/07/03[1]·; Capacitar Coordenadores Pedagógicos que atuam no Ensino Médio, que propõe uma reflexão acerca de como abordar os temas sociais relevantes, com especial destaque ao “processo de envelhecimento e questões relativas á velhice”; Seminário com professores para discutir a inclusão da temática “processo de envelhecimento e questões relativas à pessoa idosa no currículo da Educação Básica” (prevista para ser realizada em junho/2005); Projeto Letração –“Alfabetização de Adultos” Educação de Jovens e
Adultos:
foi previsto o atendimento de 3818 alfabetizando, 183
alfabetizadores para contemplar 34 municípios do Estado
[2]·; Distribuição de materiais pedagógicos para os professores, para subsidiar a formação continuada em serviço, sob temas sociais
relevantes, em especial o estudo da ciência que trata do processo ensino  -  aprendizagem da pessoa idosa (Andragogia).
[3] 
O professor precisa estar sincronizado com os mais modernos pressupostos teóricos, conceituais que possibilite um embasamento científico sem estar apenas pautados em conhecimento empírico.
 “Aprender a ser cidadão é, entre outras coisas, aprender a agir com respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não-violência. É aprender a usar o diálogo, nas mais diferentes situações e
comprometer-se com o que acontece na vida da comunidade e do País
[4].
Mesmo respeitando a autonomia da escola, que pode definir sua trajetória pedagógica, a Seduc desenvolveu ações pontuais e
afirmativas para contribuir com construção de valores na escola e na sociedade, para que a convivência democrática, os direitos humanos, respeito à diversidade, o respeito às gerações e a inclusão social façam parte da vivência das escolas deste Estado.
Para que possamos atender a contento tanto a sociedade, como também cumprir os dispositivos legais, faz-se necessário que o Sistema de Ensino Estadual/MT esteja preparado para o enfrentamento de novos papéis que permeiam os meandros da escola e o seu entorno, devendo ser trabalhados no seu cotidiano.
Para que isso aconteça precisamos que todos os segmentos da comunidade escolar estejam preparados para aceitar e conviver com as inovações significativas que virão e que possua um aporte conceitual comprovado, por se tratar de temáticas complexa, com especificidades próprias, merecendo destaque no instante em que vai ser introduzido nas discussões pertinentes ao currículo de ensino.

[1] Estatuto da Pessoa Idosa de Mato Grosso.
[2] Dados
fornecidos pela Equipe da Educação de Jovens e Adultos.
[3] Ciência  que estuda a aprendizagem do Adulto.
[4] Programa Ética e Cidadania, MEC

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