quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Mercado de educação internacional registra leve crescimento em 2012


Balanço realizado pela Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais (Belta), juntamente com agência de intercâmbio associadas, aponta que o mercado de educação internacional se manteve estável em 2012. Para o presidente da associação, Carlos Robles, o brasileiro tem percebido a importância de investir em estudos no exterior.

Duzentos e quinze mil brasileiros viajaram para estudar fora do país em 2011, mostra pesquisa feita pela Belta. Em 2012, a associação estima que este número, que ainda não foi fechado, alcance 280 mil estudantes. Este fator está atrelado ao Brasil conseguir leve crescimento econômico, mesmo com os efeitos da economia global, que sofreu com a crise na Europa, desaceleração na China, e período de recuperação nos Estados Unidos.

A diretora da agência Cultura Global Intercâmbio, Derci Jardim, diz que o brasileiro continua deixando tudo para última hora, porém está mais cauteloso quando o assunto é dinheiro. “O estudante está mais atento às mudanças do mercado financeiro, como as condições do câmbio, que atingem diretamente o seu bolso”, diz a diretora.

As agências também notaram que o público mudou. Segundo a coordenadora da World Study, Tuliany Teixeira, a agência passou a atender um perfil de estudante que procura por cursos mais curtos. “Nosso público passou a ser o estudante acima dos 22 anos e que procura por cursos de 4 a 8 semanas de duração”, completou Tuliany. Antes, a maior procura era por programas mais longos, com 12, 16 ou mais semanas.

O presidente da Belta destaca que apesar da maioria dos intercambistas ter entre 18 e 30 anos, em 2012, foi notada a presença de um público com idade mais avançada, acima dos 45 anos. “Estes estudantes têm se interessado por programas de idiomas aliado com algum curso adicional, como culinária, história da arte e até esportes específicos como golfe”, diz o presidente da associação.

Quando o assunto é destino, Canadá, Estados Unidos e Reino Unido lideram a lista dos países mais procurados. Mas há uma forte tendência, apontada por algumas agências, de que a Nova Zelândia e África do Sul despontem com grande procura em 2013. ”Na World Study a busca por cursos na África do Sul teve um aumento de 35% em relação a 2011”, diz a coordenadora. O país sul-africano vem crescendo como destino para estudar inglês e, ao mesmo tempo, atuar no campo de trabalho com estágios não remunerados.

O mercado de intercâmbio também sofreu com alguns acontecimentos que atrapalharam seu crescimento. As greves nas universidades brasileiras foram apontadas como questões que dificultaram o planejamento dos estudantes que pretendiam viajar ao exterior. Sem saber o momento exato de suas férias, os alunos não conseguiram programar antecipadamente as viagens e muitas vezes desistiram do intercâmbio.

As mudanças nas regras dos consulados também são outro fator que devem ser levados em consideração. Uma delas afetou diretamente quem pretendia viajar para a Nova Zelândia. O requerimento para o visto de estudante, que anteriormente era enviado para análise na embaixada neozelandesa em Brasília, não será mais realizado em nosso país. Os brasileiros agora devem enviar as solicitações para a Embaixada da Nova Zelândia em Washington o que, além de encarecer o processo, demora mais para ser analisado e reenviado ao Brasil.

As projeções para 2013, em geral, são muito boas. Com grandes eventos se aproximando, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, a Belta estima que o crescimento siga entre 20% e 25% em 2013.

Para Flavio Cruzoé, diretor da BEX, Brazilian Enchange, os cursos de curta duração direcionados a jovens profissionais deverão movimentar o mercado. “As escolas estão focando em cursos curtos para profissionais e em áreas específicas. Creio que essa seja a tendência para 2013”, diz o diretor.

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