domingo, 13 de janeiro de 2013

Os judeus colocaram como seus, de forma brilhante, atos que eram de outros povos


Alfredo da Mota Menezes 

Um livro de história, Nossa Herança Oriental, trata das antigas religiões que ali surgiram e mostra uma enorme similitude entre todas elas. É aceito que grandes fatos e feitos em religião aconteceram na Judeia. Na verdade, os judeus colocaram como seus, de forma inteligente e brilhante, atos religiosos que eram de outros povos.
Algumas vezes se remonta a mais de três mil antes de Cristo essas criações em religiões no Oriente Médio. Não esquecer que os judeus foram cativos no Egito por 400 anos. E, mais tarde, por 50 anos, foram escravizados pela Babilônia. Foram libertados pelos persas, outro lugar de religião forte.

Os judeus aprenderam grande parte do que se lê hoje na Bíblia desses povos, principalmente da Babilônia.

O dilúvio era uma fala constante em todas aquelas religiões. O jardim do Éden, a criação ou Adão e Eva, o pecado, a luta do bem contra o mal, o inferno, paraíso, ressurreição ou a vinda de um messias que nasceria de uma virgem.
A lei impressa em pedra, aquela que Moisés recebeu de Deus no Monte Sinai, ocorreu antes nas outras religiões. As leis do Egito foram dadas por um Deus local, na Pérsia, outro Deus deu a lei para o profeta Zaratrusta. Também o código de Hamurabi (aliás, todas as outras são filhas desse código).

Para o povo obedecer, o caminho era aquele. Todas aquelas leis falam em não desejar a mulher do próximo, não roubar ou não matar.

Outro dado mostrado nessa análise histórica é que Jeová, Deus dos Judeus, no seu início, era vingativo. Há momentos nos quais Moisés ou Abraão pedem que Deus arrefeça sua “feroz ira” ou apelam para seus bons sentimentos.

Mais tarde, com o segundo Isaias, Jeová passa a ser o Deus de bondade e que perdoaria queles que acreditassem nele. Não sou eu que estou inventando isso, está no livro de história.

Deus não era onisciente também, tanto é verdade que recomendou que os judeus marcassem com sangue de cordeiro as portas das casas para não matar seus primogênitos.

Os judeus, principalmente os profetas, por muitos anos, pregavam que os bons e puros teriam os benefícios de suas ações nesta vida. Não se falava ainda sobre a outra.

Com o tempo se percebeu que os ímpios estavam tendo mais benefícios nesta vida do que os piedosos e puros. A pregação foi perdendo seguidores, portanto.

Aproveitando o que já dizia outras religiões, apareceu o paraíso ou o lugar, depois da morte, em que os bons seriam recompensados. Foi a arma maior do Judaísmo e abraçada pelo cristianismo.

Na religião da Índia já havia a veneração das relíquias, água benta, círios, incenso, rosário, vestes sacerdotais, liturgia em língua morta, monges e freiras, tonsura monástica e celibato, clero não ter propriedade, também não pagam impostos, confissão, jejuns, canonização dos santos, purgatório, missa pelos mortos.

Isso mais de 500 anos antes do cristianismo adotar tais ações. Um copiou o outro, claro.


ALFREDO DA MOTA MENEZES é professor universitário e articulista político em Cuiabá.

pox@terra.com.br

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