sexta-feira, 31 de julho de 2015

Com quase 25 anos de história, 'Nuvem de Algodão' rejeita a escolarização precoce e aposta na pedagogia lúdica


Da Redação - Isabela Mercuri



O motivo para criar o centro educacional (antigo hotelzinho) não poderia ser mais regado de amor: em 1991, Nanci Côrtes, pedagoga, viu que sua irmã não tinha onde deixar as sobrinhas enquanto ia trabalhar e decidiu seguir seu sonho de se dedicar à educação infantil e ficar com a sobrinha. A escola completa, em 2016, 25 anos de existência, e a sobrinha que foi a motivação inicial já é mulher.

Nanci é proprietária-diretora do estabelecimento e conta que a Nuvem de Algodão surgiu como hotelzinho e, depois de passar por três locais diferentes, se tornou Centro Educacional em 2004. “Na verdade o nome de hotelzinho foi dado em função do preconceito que ainda existe, mas na época era maior ainda, sobre creche”, explica Nanci. Segundo a pedagoga, a conotação da palavra ‘creche’, antigamente, era de algo puramente assistencialista, mas isso mudou quando a palavra foi incluída na legislação educacional.

Além do nome, foi mudada também a regulamentação da escola. Atualmente, a Nuvem de Algodão atende crianças de quatro meses a cinco anos de idade, com uma filosofia de trabalho que agrega o cuidado e a educação. “Nós trabalhamos com uma estimulação para o desenvolvimento na área afetiva, psicológica e social, seguindo o que determina o referencial curricular para a educação infantil”, explica Nanci.

O principal, no entanto, é a metodologia do lúdico. Nanci e a ‘Nuvem de Algodão’ são contra a escolarização precoce: “Nós não queremos que uma criança de três anos reproduza em papel letras, simplesmente por reproduzir, desenhos para ela colorir... Tudo é construção dela!”, explica. Desta forma, as crianças de quatro a cinco anos já começam a se alfabetizar sem a necessidade de exercícios maçantes: “Tudo é produção dela, tudo vem através de projetos, de uma forma bem lúdica”.

Em busca desta educação lúdica, o Centro Educacional proporciona aulas de música, capoeira, além de trazer em seu ambiente externo espaços de brincadeira, tanque de areia, piscinas e parquinhos, em que os alunos só vão acompanhados dos professores. Para isso, o grupo de 150 alunos tem uma equipe de 13 professores e 22 auxiliares à disposição.

“Eu acredito que nós já construímos um nome de respeito em função deste acolhimento e desta forma de trabalhar, que não tem essa escolarização precoce, que tem um espaço externo muito bom, as crianças tem muito contato com a natureza”, afirma Nanci, já que escola faz fundo com o Parque Mãe Bonifácia.

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