segunda-feira, 1 de março de 2010

Muita moagem pra pouco caldo: a carta de Silval Barbosa


Iza Aparecida Saliés


A denúncia da carta enviada por Silval para eleitores e crianças, com sua assinatura, parece sem sentido, nem precisava causar tanta celeuma, não é mesmo? Não sei como uma simples carta pode provocar tamanha preocupação para alguns políticos, a ponto de torná-la numa descabida e improcedente denúncia.

Confesso que estou preocupada com o pensamento dos políticos da baixada cuiabana, lógico de alguns, em especial do autor da denúncia, que ao fazer uma leitura erronia sob os objetivos da mesma, sai às pressas bombardeando o fato, interpretando maliciosamente uma correspondência inofensiva, que propões conversar com os cuiabanos.

Sabe de uma coisa? Estou sentindo que estão com medo, não sei de que, mas é o que parece. E tem mais uma, eles nem sabem de que, será do desconhecido?

Acho que nem o próprio Silval sabia que essa carta daria tanto pano pra manga, assim. Gente não precisava de tanta arrelia!

Lembra daquele ditado, quem sai na chuva é pra molhar, então caros políticos, procurem outras formas de enfrentamento com seus adversários político, pois os mecanismos disponíveis na mídia estão ao inteiro dispor de qualquer cidadão, podendo ser eu, você e o próprio Silval, todos nós podemos e devemos utilizá-los.

Estou confusa, com o conceito de política que estão utilizando atualmente, sinto ignorante, quanto à compreensão do conceito contemporâneo de política. Penso que não se faz política apenas por tramas e tessituras realizadas nos gabinetes, nos acordos, entre aliados, correligionários e interessados, com também por meio de retaliações contra adversários e desafetos, e sim, pelo diálogo com o eleitor, com a participação do povo, e por que não com a opinião das crianças e adolescente?

Ao enviar a carta, Silval, penso eu, teve a intenção de dialogar sobre os problemas sociais da cidade e buscar subsídios para sua proposta de governo. Quem pensa que as crianças e os adolescentes estão descontextualizados quanto aos assuntos do cotidiano, estão redondamente enganados. A carta teve também, o intuito de apresenta-se, solicitar opiniões e sugestões.

Não vejo, como indevida para o momento, pois o Senhor Presidente faz campanha eleitoral abertamente e ninguém faz nada, ficam de bico calado, não tomam uma providência, ou seja, uma atitude mais rigorosa com ele. Quando estamos tratando de direito, pressupõe igualdade de condições, então, vamos dar um tempo, e observar todos os ângulos da questão. Os dispositivos legais eleitorais estão desde antanho, sendo transgredidos pelo país afora, convivemos todos os dias com notícias, sobre isso, e nada se faz.

Não pretendo aqui, fazer apologia ao erro, pelo contrário, sou a favor do correto e de igualdade para todos, sem distinção de partido político ou ideologia, mesmo quando se trata do Senhor Presidente, que também é igual a nós, simples mortal.

Silval, na ânsia de instituir um canal aberto com o público cuiabano, teve suas pretensões banalizadas de forma maliciosa, por algumas pessoas, que não tiveram a oportunidade enxergaram o outro lado da moeda, o lado bom, ou seja, a vontade de descobrir quais seriam as necessidades da população cuiabana, de modo a contemplar na sua plataforma de governo, seja ela para o período transitório ou não. Com certeza essas contribuições serviriam como pressupostos reais para a propositura das políticas públicas que ele pretende implantar no seu governo.

A atitude pareceu ingênua, sem malícia, enviar uma correspondência simplória para o povo cuiabano, o que há de errado no texto da carta? Pra que tanto estardalhaço por uma inofensiva conversa de um político com uma criança, adolescente?

Por que um político como Silval Barbosa, não pode enviar uma carta aberta à sociedade cuiabana para dialogar democraticamente com as crianças ou seus familiares? Esta não é uma prerrogativa apenas de Silval Barbosa, qualquer político decente pode enviar uma carta aberta, respeitosamente para o cidadão.

Avalio esse fato como uma atitude sábia, pois, quando propomos pedir e ou apresentarmos para alguém, estamos, nesse instante, despindo da nossa timidez, vaidades e orgulho, para humildemente ouvir o outro, dando a possibilidade de expor suas idéias, exercitando o respeito à pluralidade de pensamento, concepções e por que não dizer, e de oportunizar e valorizar os saberes do outro e não achar que só o meu pensamento que deve prevalecer.

Como diz a sabedoria antiga, nós enxergamos com os olhos que temos, ou seja, eu vejo com olhar que tenho sobre o fato, nesse olhar, vão todas as mazelas, bondades, serenidade, carinho, respeito e solidariedade que tenho ou não pelas pessoas, então, quem teve pensamento ardiloso sobre a carta para as crianças e adolescente não entendeu o objetivo da correspondência, direciono-a para considerá-la como um prato cheio para uma denúncia desnecessária.

Gente!Sabe que eu nem conhecia esse vereador, Antônio Fernandes (PSDB), sou cuiabana, eleitora da capital e nunca vi fala nele, foi surpresa saber que o senhor era político, agora eu entendo o porquê de tanto alvoroço por uma singela carta enviada para Larissa e Nadine.

Silval está dando sinais de um político comprometido, e responsável, assumiu a autoria da carta, o que poderia contestar negar e até deixar a justiça julgar, deixar a coisa rolar, como é de costume, coisa de brasileiro, demorar anos para decifrar a questão, até ai ficaria ileso, até a eleição, firme na situação de candidato, como muitos políticos brasileiros fazem e continuam fazendo, a bel prazer dos olhares do cidadão e da justiça.

Não, preferiu assumir o fato acontecido, uma vez que a sua intenção não foi compreendida, havendo necessidade de defesa quanto à prática de propaganda inoportuna. Sua finalidade, da carta, é de saber da boca do povo o que eles desejam e precisam para melhorar Cuiabá e conhecer melhor os cuiabanos.

Para finalizar, gostaria de expor minha grande preocupação, como pode a simplicidade humana culminar numa presepada de confusões e os diferentes olhares do ser humano focar muito mais nas ações carregadas de acidez, maldades do que enxergar o verdadeiro, o belo e o bom das coisas que acontecem em nossa vida.

Publicado no jornal Circuito Mato Grosso
23/02/2010 15:21


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