Autor: Eldes Ivan de Souza
Um pouco assim tem sido a vida de muitas pessoas. Hoje, devido à distância e ao congestionamento no trânsito das médias e grandes cidades, as pessoas saem para o trabalho e só retornam à noite para as suas casas. Tem sido assim até mesmo com os filhos que estudam, os quais vão para o colégio ou faculdade e acabam almoçando em restaurantes próximos, voltando para suas casas só ao fim do dia.
Nesta vida atual, marido, mulher e filhos estão perdendo o hábito e o costume de almoçarem juntos em casa.
Antigamente, não era assim. Na hora do almoço deixávamos os compromissos e íamos para casa almoçar com a família, consciente de que a presença do pai à mesa do almoço e do jantar era coisa que não podia faltar. Hoje, está tudo mudado.
Mas, mesmo em relação àqueles que ainda podem se reunir nessa hora, a impressão que se tem é que parecem que vivem distantes um dos outros. Sentam-se à mesa para almoçar ou jantar, mas de um lado, a televisão ligada e, de outro, cada filho com um celular ou tablet ao lado, os impedem de conversar.
Na realidade, as redes sociais na internet e os celulares e tablets estão substituindo os diálogos entre todos. Sentados ao redor de uma mesa, seja onde for você vê cada um com um celular, e ninguém mais conversando entre si. É em casa, nos restaurantes, nos aniversários, nos casamentos e até nas igrejas. Não é mais uma mania. Virou mesmo uma epidemia.
Pode ser sinal de novos tempos, mas a verdade é que com essa falta de conversação todos saem perdendo porque a arte de dialogar nutre o amor, melhora e aproxima as pessoas. Quantas vezes sua esposa, seu filho ou filha quis lhe contar as suas dificuldades e os seus dias de tristeza ou dúvidas, mas você ou nunca estava presente ou nunca estava aberto ao diálogo. Vive sem tempo para ouvir e falar com eles.
O médico, psiquiatra e psicoterapeuta, Augusto Cury nos alerta dizendo que grande parte dos casais desenvolve uma grave crise afetiva porque não aprendem a arte de ouvir e dialogar. Sabem falar de muitas coisas, mas não sabem falar de si. Sabem ouvir sons, mas não a voz da emoção. Têm ousadia para brigar, mas têm medo de falar dos próprios sentimentos. Ficam anos juntos, mas não se tornam grandes amigos. Ganham batalhas, mas perdem o amor porque não sabem dialogar e nem ouvir, e se esquecem de que a vida a dois requer cumplicidade e nos ensina que precisamos um do outro.
Na relação com os filhos, diz ele que é preciso que os pais tenham a coragem de dialogar dando a eles sua história de vida, suas experiências, as suas lágrimas, o seu tempo. Tenha a ousadia de contar suas dificuldades e derrotas do passado. Fale das suas aventuras, dos seus sonhos e dos momentos mais alegres de sua existência. Deixe-os conhecer você. A maioria dos filhos não conhece nem a sala de visitas da personalidade dos seus pais. Elogie mais, critique menos. Pergunte sobre seus sonhos e medos. Por fim, pergunte o que você poderia fazer para ser mais amigo deles (in 12 Semanas para Mudar uma Vida, Augusto Cury, Ed.Planeta do Brasil, SP, 18ª Impressão,p.153/154).
Um dia desses li uma passagem no site da Universidade da Vida que dizia assim: “dialogar não é discutir nem argumentar para vencer; não é fazer a cabeça do outro, ou deixar a sua cabeça ser feita. Não é impor as minhas ideias. Dialogar é descobrir o outro e revelar... É conhecer e se dar a conhecer” ( www.universidadedavida.com.br).
Então, é assim. A minha mensagem é para que você, a par de uma luta árdua, não deixe que a sua família se torne um grupo de estranhos devido à falta de diálogo. Esteja mais presente, fale e converse mais com todos, abrindo as janelas da sua mente e do seu coração.
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