segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Jovem, construção social que precisa ser considerada pela escola

Iza Aparecida Saliés



Estudos mais recentes sobre a juventude apontam que a convivência deles nesta sociedade de diferentes paradigmas, provoca sérias reflexões sobre a atribuição da escola que temos, e conseqüentemente do tipo de Ensino Médio que estamos oferecendo.

Então! Que tipo de formação estamos oferecendo ao jovem? Qual é a relação dele com o saber escolar? O que estamos ensinando para eles?O que eles estão aprendendo?

Para Bernad Charlot, a escola não é para os jovens uma instância exclusiva de aprendizagem e socialização, e eles vivem em conflito com ela. A grande preocupação da escola está em saber lidar com esses jovens, conhecer suas necessidades, especificidades, diferenças.

Mesmo com a grande propaganda de ampliação do acesso à escolarização, a acolhida da escola não respondeu com sucesso o desejo da sociedade, temos na rede pública de ensino muitos alunos que reprovam e abandonam seus estudos. Segundo alguns estudos realizados por pesquisadores a baixa qualidade do ensino e a inadequação da escola aos jovens de cama populares, são os grandes vilões da escola que temos.

Deste a reforma do ensino médio, no Brasil que aconteceu no final dos anos 90 até hoje encontramos muitas escolas de Ensino Médio funcionando junto com o fundamental, sem estruturada própria para atender os jovens, ainda temos escolas comuns, sem identidade para jovem, são escolas que atende a educação básica toda, ou seja, todas essas etapas de ensino numa mesma escola e período, com pouco ou quase nada de atrativo.

Que jovens queremos?

Os jovens são portadores de um repertório cultura e social de conhecimentos, saberes, valores, atitudes, pouco respeitados pela família e pela escola. Esses atributos precisam ser respeitados, pois estes, não coincidem necessariamente com a cultura escolar e, em particular, com a Proposta Curricular do Ensino Médio, que se propõe a desenvolver.

Nós professores sabemos que é muito significativo para os jovens sentir protagonista do seu processo histórico social, por que não dizer, do seu processo ensino aprendizagem também, de maneira consciente, participativa, decisiva e negociadora. Quando eles participam de atividades e projetos sociais e pedagógicos, a vivência da prática deixa fluir comportamentos, atitudes inesperadas e deparamos com experiências valorosas de iniciativa deles.

Ao possibilitarmos aos jovens meios de expor seus desejos, sentimentos e criatividade precisam respeitar suas vontades, tempo e aceitação, assim sendo, certamente eles ficará mais motivada para a aquisição de novos saberes escolares. .

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