domingo, 29 de janeiro de 2012

Sociologia da Educação

Elias Januário

Prezado leitor, hoje vamos conhecer um pouco dos princípios norteadores da sociologia da educação, que tem como principal expoente o sociólogo francês Émile Durkheim, que na sua concepção a principal função do professor seria a formação de cidadãos capazes de contribuir para o equilíbrio e harmonia da sociedade.

Durkheim é considerado um dos fundadores da sociologia moderna, particularmente a francesa, tendo nascido em 1858 e falecido em 1917. Seu trabalho está fundamentado na reflexão e na existência do que ele denomina de consciência coletiva, o ser humano torna-se sociável para conviver em meio a grupos sociais.

No seu entendimento, a educação é uma socialização de uma geração para outra, isto é, os adultos ensinam os jovens, tendo a qualidade desse ensino balizada pela eficiência do processo de ensino e aprendizagem.

Na concepção desse sociólogo a pessoa é resultado das ações sociais, muito mais do que formador do contexto social, onde a educação, entendida como um bem social é resultado das normas e das práticas culturais do local.

O eixo estruturante do entendimento do trabalho do professor para Durkheim está na formulação de ações coletivas. Dessa forma a educação afasta-se de uma perspectiva individualista e caminha na direção de uma formação voltada para a cidadania, onde o estudante deverá apreender ao longo de sua formação escolar conceitos que fundamente a convivência em sociedade.

O processo de aprendizagem está focado na socialização do indivíduo, que deve ao longo de sua formação escolar perceber e internalizar a maneira em como ser, sentir e se comportar em sociedade.
Nessa linha de pensamento, os fatos sociais influenciam todas as pessoas na medida em que entendemos a sociedade como um todo interligado e integrado. Com isso um acontecimento social, em qualquer setor da sociedade, vai provocar reações nas pessoas, fazendo com que muitos sintam os seus efeitos.

O processo de formação do estudante deve estar conectado aos fatos históricos onde o educando encontra-se imerso nesse universo, posicionando numa reflexão que parta do pensamento coletivo, consubstanciado no entendimento de suas origens e do contexto no qual se encontra inserido.

O sociólogo Durkheim defende em sua obra a instituição social como uma necessidade de que o ser humano deve sentir-se seguro e guarnecido pelas instituições onde as regras devem ser claras e os limites e normas bem definidos socialmente para que as pessoas possam conviver em harmonia.

Nessa perspectiva a educação é abordada como um fato social, sendo suas argumentações utilizadas como base para o fortalecimento da escola laica no período republicano, particularmente na formação do professor.

Suas posições foram criticadas por outros pensadores da educação como Jean Piaget, Pierre Bordieu, entre outros, quando defende a importância das instituições sociais e a presença firme do professor na formação do estudante.

Defende, dessa forma, uma padronização social do ensino com base na realidade na qual se encontra inserida a escola. Essa concepção serviu para, em muitos países, serem estabelecidos Parâmetros Curriculares Nacionais para a educação, como aconteceu no Brasil com a criação do PCNs, onde foram apontadas as diretrizes básicas para as escolas em todo o país.

Elias Januário é doutor em Educação, professor de Antropologia da Unemat e escreve às sextas-feiras em A Gazeta. E-mail: eliasjanuario@terra.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário