terça-feira, 2 de junho de 2015

Religião e religiosidade


Autor: Gabriel Novis Neves


Nas diversas mesas de papo que costumamos frequentar, vez por outra, rolam discussões sobre religião. Logicamente, todos os interlocutores, em sua maioria de bom nível intelectual, discutem suas ideias sobre as mais variadas correntes religiosas e mais ainda as filosóficas daí advinda.

“Pessoas brilhantes falam sobre ideias. Pessoas medíocres sobre coisas.”

Entretanto, não posso garantir que pessoas brilhantes serão por toda a vida, como as medíocres também.

“Ainda há os que acreditam que pessoas normais, falam sobre coisas normais.”

Geralmente, os que se declaram agnósticos são os que mostram sinais mais fortes de religiosidade.

Mostram-se extremamente cautelosos nas suas verdades e a compaixão é a sua expressão de conduta.

Olhar vivo, porém sereno, voz baixa, postura firme sem arrogância, interesse anormal por tudo e por todos que estão à sua volta, são as características pessoais neles encontradas.

Isso exemplifica a nossa grande figura do século XXI, o querido Oscar Niemeyer, o ateu mais religioso de que temos notícia.

Viveu mais de um século calcado em beleza, em solidariedade e em compaixão, fazendo da sua arte a maneira de conseguir esses valores.

Rotulá-lo como pertencente a este ou aquele sistema filosófico é minimizar o que ele tinha de mais bonito, o seu lado humano, infelizmente pouco encontrado nos nossos dias.

Os preceitos religiosos, que deveriam funcionar para a humanidade como um plus, nem sempre conseguem os seus objetivos e nos deparamos com um mundo onde imperam a falsidade e a mentira.

Pessoas exibindo um belo discurso, mas tendo uma prática de vida absolutamente contrária ao que pregam.

Que as festas natalinas nos façam refletir no sentido de que deixemos para os nossos descendentes e para a humanidade em geral um mundo com mais solidariedade e mais compaixão, os grandes pilares da religiosidade verdadeira.

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