terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Ensino Médio

Ensino Médio: para a vida? Para o mundo do trabalho? Ou para o jovem?

Iza Aparecida Saliés


 
A Lei de Diretrizes E Bases da Educação Nacional – LDB estabelece a organização do ensino em dois níveis Educação Básica e Ensino Superior. A Educação Básica, com 3 etapas de ensino, Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

O Ensino Médio, última etapa da Educação Básica, tem como finalidade aprofundar os conhecimentos do ensino fundamental e preparar o estudante para a vida e para o mundo do trabalho. Esta etapa de ensino ainda não está consolidada como um espaço tempo escolar próprio para eles, então, faz-se necessário que o Estado invista mais na estrutura básica necessária para ofertar aos alunos da rede pública de ensino o que eles não possuem em casa para complementar os estudos.

A escola para jovem precisa ter um espaço com possibilidades de oferecer ampla diversidade de atividades escolares, sociais e recreativas. Segundo Gimeno a escola deve proporcionar ao jovem todo apoio para que ele possa superar suas necessidades advindas das suas condições sociais e econômicas que interferem no processo ensino aprendizagem deles.

Só para citar um exemplo, se o jovem não possui um computador em casa, e o trabalho do professor é uma pesquisa, como esse aluno vai fazer esse trabalho?

Então a escola precisa estar aberta para acolher esse jovem carente de aporte tecnológico necessário que os professores utilizam como ferramenta para contribui com a compreensão dos conhecimentos científicos úteis para contextualizar o mundo, facilitando o entendimento dos conteúdos disciplinares da escola.

As especificidades e necessidades desses jovens são pontos fundamentais para o sistema de ensino começar a pensar novas formas, alternativas e metodologias de ensino, que possam de fato transformar o Ensino Médio em um ensino que promova a formação humanística e integral, com disciplinas e conteúdos interessantes, investigativas, provocantes e próprias para a linguagem dessa geração.

Sei que não é fácil para o professor mudar sua prática pedagógica aprendida na universidade e sedimentada na sala de aula, não é confortável rever todos os procedimentos didáticos e metodológicos de antanho e ter que reconstruir rapidamente, tudo para atender exigências do mundo em que vivemos fazendo com que a sociedade cobre novos comportamentos, conhecimentos e habilidades que vão requere um outro modo de ensinar e aprender da escola.

Como sabemos, as necessidades contemporâneas são referenciais que norteiam a trajetória social de nossos jovens, e como a escola é o espaço onde essa construção é preparada, então, não podemos deixar o ensino que eles precisam sendo praticado ainda nas antigas aulas expositivas do professor ou de leitura do Livro Didático.

Parece que não, mais ainda temos professores utilizando dessa prática ou só essa, não quero dizer que essas metodologias não devem ser utilizadas, só que, hoje temos um universo de possibilidades, alternativas de inovações pedagógicas que podemos usar para tornar o assunto da aula mais significativo.

Penso que o Ensino Médio merece estudos mais profundos quanto ao seu currículo de ensino, quanto à atuação docente, assim sendo, faz-se necessário atitudes mais contundentes por parte do Estado, vejo que ao incentivar a implementação do Projeto Político Pedagógico da Escola de modo que a escola entenda que o projeto é um processo que precisa ser construído pela via da discussão coletiva do currículo de ensino de forma participativa, e a relação dialógica pode ser o norte da sua elaboração e que as ações planejadas sejam factíveis, assim sendo, podemos rever a escola que temos para termos a escola que precisamos.

O Ensino Médio que estamos oferecendo não está ainda na sua plenitude, os índices mostram que há problemas estruturais que apontam a urgente necessidade de mexer nas entranhas da escola para promover um ensino mais significativo onde os conceitos estudados na escola própria sirvam para a vida eles, ou seja, que apresente um currículo de ensino que estejam articulados com a vida com o mundo do trabalho, com o trabalho além de abordar os clássicos conteúdos da formação geral.

Como está o ensino de quem ensina?

Ao avaliar o ensino superior no país o MEC está fazendo o que é de fato sua obrigação, mesmo porque, dentre as diversas competências está é de fundamental importância para a sociedade, uma vez que avaliar e regular as instituições de ensino superior do país, tanto pública como privada, são ações obrigatórias legalmente, e servem também, para delinear Políticas Públicas Educacionais que possam atender as demandas sociais emergentes e necessárias para o universitário brasileiro, este, que acredita estar fazendo um ensino superior de qualidade.



Para avaliar e regular as instituições formadoras o Ministério precisa ser mais rigoroso no momento de autorizar e regulamentar os cursos, em especial as licenciaturas, considerando que é o próprio órgão que concede a liberação para funcionamento.



Os cursos de licenciaturas, habilitação para docentes, estes, não estão mais respondendo às inovações do campo educacional, os acadêmicos saem das universidades com dificuldade de articular teoria e prática, com dificuldade de transformar os conceitos científicos em saberes pedagógicos, com carência de conteúdos escolares específico de sua disciplina, ou seja, se o estudante faz licenciatura em física, cujo componente curricular é um conjunto de disciplinas focadas para o bacharelado em física, assim sendo, o tempo para as disciplinas pedagógicas fica reduzido para cumprir uma matriz curricular para 4 anos e ou 3 anos.



Quando esse licenciado chega à escola da rede estadual de ensino, o mesmo, não recebe nenhuma formação continuada para conhecer o sistema estadual de ensino, a política educacional, as orientações curriculares, como também, não sabe em que etapa ou modalidade de ensino vai trabalhar , vai para o enfrentamento da gigantesca estrutura escolar, da sala de aula, da comunidade escolar, da convivência conjunta com seus pares, e ainda , com a responsabilidade de lida com competência no seus afazeres pedagógicos.



Entendo que a Avaliação Institucional é necessária, mas, há necessidade de mais orientação, assessoramento técnico por parte do Ministério, para não deixar chegar ao ponto de ser suspenso o curso e causar riscos de investimento para o estudante, sem garantias, no caso das privadas, eles são refens da qualidade do ensino.



Só para citar um exemplo, no Estado/MT temos instituições de ensino superior que colocam 100 (cem) alunos em uma sala de aula, isso é inviável, a aprendizagem fica a desejar, com certeza.



Sabemos que com esse elevado número de alunos na sala de aula, o professor tem dificuldade de ministrar sua aula, por outro lado ele fica apreensivo com a avaliação de desempenho, uma vez sendo insuficiente o seu trabalho, a perda do cargo com certeza vai acontecer.



Por outro lado, as instituições formadoras recebem alunos que chegam do Ensino Médio e trazem em sua bagagem de saberes, dificuldades em relação aos conhecimentos necessários para acompanhar esse novo nível de ensino, o superior, chegam com déficit de conteúdo e de aprendizagem, alguns, ou seja, muitos, não conseguem interpretar um texto, lêem com muita dificuldade.



Não podemos culpar apenas as instituições formadoras, as deficiências da escolarização estão em todas as etapas e níveis de ensino. Só tem um detalhe, essa ainda é a nossa mais pura realidade.



Com diz Dr. Gabriel Novis, ex-secretário de educação “a educação é uma tragédia”, estamos constantemente procurando culpados, onde estão as deficiências, porém pouco estamos resolvendo os problemas educacionais, apesar dos hercúleos empenho dos gestores da educação.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Proeja, educação de jovens e adultos,na perspectiva do ensino técnico*

Iza Aparecida Saliés

Este texto, tem como finalidade provocar reflexão quanto aos conceitos educação e trabalho na perspectiva de uma formação integrada entre currículo formal e currículo da área técnica para a Educação de Jovens e Adultos ou seja, Proeja.

As discussões e debates que permeiam a Educação de Jovens e Adultos enquanto modalidade de ensino, ou seja, por tratar-se de clientela com especificidades de natureza cognitiva, emocional e de construção de conhecimento, cujas limitações estão associadas não só ao aprender, mas também, na associação da teoria com a prática laboral.

A forma de ensinar e de aprender dessa clientela interferem consideravelmente na forma em que a educação está sendo oferecida para essa clientela, além de ensinar considerando os saberes que o aluno já possui, precisa ainda, fazer a interface da formação básica com os conhecimentos técnicos específico do curso que ele (a) vai fazer.

Partindo do pressuposto, de que hoje a educação deve ter como eixo de discussão curricular os conceitos de cultura, ciência, conhecimento e trabalho, este, entendido não só na ótica do capitalismo, como produção, exploração, como na perspectiva ontológica,ou seja , do ser, dessa forma faz-se necessário pontuar algumas indagações quanto à relação conceitual educação e trabalho, educação formal e o mundo do trabalho, numa abordagem fundamentada nas concepções atuais para que de fato fazer a integração curricular aconteça, nessa nova modalidade de ensino - Proeja.

O Programa Proeja/MEC, enfocando sua finalidade, sua demanda e também a importância que tem essa nova modalidade para os jovens e adultos, sedentos por uma resposta imediata às suas necessidades de melhorar sua vida, conhecer o mundo do trabalho e ter um bom desempenho trabalho.

Deixo em aberto, para um próximo artigo, a necessidade de abordar com mais profundidade a questão curricular dessa modalidade de ensino, cuja vertente carece de estudo e do aprofundamento teórico, uma vez que a integração deve ser feita sem que haja prejuízo para qualquer uma das partes da formação geral ou técnica.

Este programa, Proeja, cujos fundamentos apontam para a possibilidades de novos desenhos curriculares, que possam ser adequados aos nossos alunos da Educação de Jovens e Adultos e às propostas de ensino tradicionais dessa modalidade de ensino , possibilitando uma nova oferta integrada de Ensino Fundamentla ou Médio e Ensino Técnico, num mesmo curso.

* Artigo publicado no www.seduc.mt.gov.br/artigo
Dia 2/12/2009

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Blog do Zaviasky

A evolução do ensino em Cuiabá


Antigamente se ensinava e cobrava tabuada, caligrafia, redação, datilografia...

Havia aulas de Educação Física, Moral e Cívica, Práticas Agrícolas, Práticas Industriais e cantava-se o Hino Nacional, hasteando a Bandeira Nacional antes de iniciar as aulas..

Leiam relato de uma cuiabana Professora de Matemática:

“Semana passada comprei um produto que custou R$15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas.

A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.

Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não sabia somar e nem discutir com a máquina que apenas registra o preço do produto e apenas UMA entrada de valor.

E a máquina mesma “retruca” apenas TRES fases: o valor do produto, o valor do cartão ou do dinheiro que entra e o troco, se houver.

Chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender.

Por que estou contando isso?

Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim:

1. Ensino de matemática em 1950:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda QUE É R$80,00. Qual é o lucro?

3. Ensino de matemática em 1980:

Um lenhador vende um carro de lenha que custou 80 Reais por R$ 100 Reais. Qual foi o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990:

Um lenhador vende um carro de lenha que custou 80 Reais por R$ 100 Reais. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:

( )R$ 20,00 ( )R$100,00

5. Ensino de matemática em 2000:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$80,00. O lucro é de R$ 20,00.

Está certo?
( )SIM ( ) NÃO

6. Ensino de matemática em 2009:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00.

( )R$ 20,00

7. Em 2010 vai ser assim:

Um lenhador vende um carro de lenha e tem um lucro de R$ 20,00. Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00.

(Se você é afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social ou branco dotado de necessidades especiais no cérebro não precisa responder)

(X )R$ 20,00


verpz@terra.com.br

Publicado por Paulo Zaviasky - 29/11/2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Currículo possível para uma escola necessária.

Iza Aparecida Saliés

No contexto social contemporâneo discute - se muito as questões sociais que permeiam a escolarização, questões estas, que passam a ser atribuições de competência da unidade escolar, e vão sendo incorporadas de forma lenta e sutil. Tais competências as quais a escola precisa saber lidar, não foram aprendidas ainda pelo conjunto da escola.

A sociedade atual, “do conhecimento”, exige da escola uma nova forma de lidar com o processo ensino aprendizagem. As transformações que ocorrem na sociedade refletem indiretamente nos meandros escolares, tais mudanças impetradas atribuições para a escola, que nem ela mesma está preparada para dar resposta imediata para a sociedade. Os temas socialmente relevantes demandam especificidades que a própria escola desconhece.

A escola precisa incorporar em seu currículo escolar questões que possam atender as demandas diferenciadas da sociedade e também dar conta da pressão da crescente diversidade que a escola vem sofrendo e de sua finalidade social.

Dentre os mais variados compromissos que a escola tem com a sociedade o que mais nos preocupa é erradicar as desigualdades sem promover a diferença, para isso faz-se necessário um currículo que de conta das diversidades, que respeite as fazes de desenvolvimento do aluno, sua capacidade cognitiva, seu tempo, seu ritmo, pois só dessa maneira podemos dizer que houve aprendizagem, quando o estudante estiver preparado para resolver problemas do cotidiano.

O currículo das escolas precisa exercer o papel de repassar o saber socialmente produzido (disciplinas) sem aprofundar as diferenciações sociais trazidas do contexto social e até mesmo excluir o cidadão do espaço escolar.

A mudança na concepção de currículo escolar possível, só acontecerá, quando, os professores( nós) conseguirmos romper os velhos paradigmas petrificados em nossa prática pedagógica e conseguir aceitar novas concepções epistemológicas de ensino, para que possamos de fato ser uma escola necessária.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Educação de Jovens e Adultos

Identidades da EJA : Conquistas, Desafios e Estratégias de Lutas


Barbara Belanda Benevides da Silva (1)
Josué de Campos 2)
Neuza Custódio Ribeiro (3)

Determinar claramente a identidade da EJA, pressupõe um olhar diferenciado para seu público, acolhendo de fato seus conhecimentos, interesses e necessidades de aprendizagem. Pressupõe-se, também, a formulação de propostas flexíveis e adaptáveis às diferentes realidades, contemplando temas como a cultura e tudo que esta contempla: relações sociais, necessidades dos alunos e da comunidade, meio ambiente, cidadania, trabalho e exercício da autonomia.

A identidade da EJA, vem sendo construída e modificada historicamente. No decorrer do processo, tivemos a denominação "supletivo" que embutia em seu sentido a conotação de compensar o “tempo perdido" ou "complementar o inacabado", com a idéia de substituir de forma compensatória o ensino regular. O que hoje é concebido como educação de jovens e adultos, corresponde à aprendizagem e qualificação permanentes, não apenas suplementares, mas fundamentais e que favoreçam a emancipação.

Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, é necessário que a EJA assuma a função reparadora de uma realidade injusta, que não deu oportunidade nem direito a escolarização de tantas pessoas. Ela deve também contemplar o aspecto equalizador da educação, possibilitando novas inserções no mundo do trabalho, na vida social, nos espaços da estética e na abertura de canais de participação. Mas há ainda outra função a ser desempenhada pela EJA: a qualificadora, com apelo à formação permanente, voltada para a solidariedade, igualdade e diversidade.

Nesse sentido, a Educação de Jovens e Adultos identifica-se com o compromisso para a valorização e qualidade dos profissionais que nela atuam, através da constante atualização da sua formação e no empenho em apontar políticas públicas, que venham melhor atender as especificidades destas modalidades. A partir de 1990 em um âmbito internacional na V Conferência de Educação de Adultos, foi enfatizado a importância do ensino para Jovens e Adultos; tendo como ênfase o direito e respeito dessas pessoas que não concluíram o ensino regular.

No período da ditadura militar no Brasil, os jovens foram esquecidos, pois foi essa massa de pessoas que não concordavam com o regime imposto. Com a V Convenção de 1990, as mudanças começaram a enfatizar um estudo sobre estes jovens e suas necessidades dentro do currículo escolar.

Partindo desse entendimento de uma necessidade e valorização dessa massa de pessoas, buscou-se uma forma de inserir esses jovens e adultos onde enfatizamos uma educação multicultural que desenvolva o conhecimento e a integração entre as diversidades culturais. Buscando uma compreensão mútua, contra a exclusão por motivos de raça, sexo, cultura e outras formas de discriminação.

Nessa perspectiva de valorizar e destacar a educação de jovens e adultos, o profissional da educação também teve de se adequar a essa nova realidade que está sendo proposta, isto é, o educador deve conhecer o aluno a partir do aluno, sendo a percepção um dos elementos que fará a diferença na aprendizagem. Com essa ênfase e a nova perspectiva de educação para jovens e adultos, o entendimento dessa construção se dá a partir de um elemento importante por parte do educador, que é ouvir o educando e conhecer a realidade que o mesmo se encontra.


HISTÓRICO DA EJA

Definiu-se uma concepção de Educação de Jovens e adultos a partir da Constituição Federal de 1988. No artigo 208, a Educação passa a ser direito de todos, independente de idade, e nas disposições transitórias, são definidas metas e recursos orçamentários para a erradicação do analfabetismo. Apesar desse artigo, chegamos à década de 90 com Políticas Públicas educacionais pouco favoráveis a este setor ( porque os programas oferecidos em 1988 não atendiam a demanda populacional ).

Entretanto, após dois anos da Constituição em vigor, e já convencido pela ideologia do ajuste neoliberal, Fernando Collor de Mello, em 1990, extinguirá a Fundação Educar, intervindo de forma negativa nos financiamentos de longo prazo para a educação. A Fundação Educar, na forma de convênios, financiava programas educativos que, quando foram suprimidos, eliminaram os recursos facultados às pessoas jurídicas, da ordem de 2% de abatimento sobre o Imposto de Renda, para investimentos destinados à alfabetização dos adultos.

Para o Movimento de Educação de Jovens e Adultos foi importante a contribuição de Paulo Freire por toda sua trajetória, pois foi herdeiro da tradição da educação popular e, particularmente do MOVA-SP (1989-1991). Por que Paulo Freire ? Porque ele era um dos fundadores do o pedagogo mais importante na segunda metade do século XX. Ele retoma o pensamento da Escola Nova e o leva a uma análise muito crítica; que representou esta nova perspectiva pedagógica. Na administração pedagógica de Paulo Freire diminuiu-se a repetência escolar, criou-se o movimento de reorientação curricular e os conselhos de escola.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9394/96 a nomenclatura Ensino Supletivo passa para EJA, não trata da questão do analfabetismo, reduz idade para realização dos exames em relação a Lei 5692/71.


CONCLUSÃO

Considerando a trajetória da EJA no Brasil, este tem sido pautado por campanhas ou movimentos desenvolvidos, a partir da administração federal, com envolvimento de organizações da sociedade civil, visando à realização de propostas ambiciosas de eliminação do analfabetismo e formação de mão-de-obra, em curtos espaços de tempo. Nos dias de hoje a alfabetização não visa somente à capacitação do aluno para o mercado de trabalho é também necessário que a escola desenvolva no aluno suas capacidades, em função de novos saberes que se produzem e que demande um novo tipo de profissional, que o educando obtenha uma formação indispensável para o exercício pleno da cidadania .

Fizemos toda essa reflexão para destacar a necessidade de avanços, tanto no sentido de ampliação da cobertura das populações ainda marginalizadas da escolarização, quanto no de qualificar pedagogicamente, a "educação popular" voltada para os interesses populares .

Nós, educadores, estamos convencidos de que, nas condições sociais atuais, uma política nacional de alfabetização só poderá obter algum sucesso se estiver vinculada a um projeto político-econômico que supere as causas sociais que produzem e mantém o analfabetismo.

Licenciada em História, professora da rede municipal e estadual de ensino em Nova Olímpia – Mt (1)
Licenciado em Pedagogia, professor da rede municipal e estadual de ensino em Nova Olímpia – Mt (2)
Licenciada em Normal Superior, professora da rede municipal de ensino em Nova Olímpia – Mt (3)


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

OLIVEIRA, Inês Barbosa de. PAIVA, Jane. Educação de jovens e adultos. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.

BARBOSA, M. L. F. F. Leitura e escrita na alfabetização de jovens e adultos: uma questão de auto-imagem e identidade.

IRELAND, Timothy. A EJA tem agora objetivos maiores que a alfabetização. Nova escola. São Paulo. N. 223, p. 36 – 40, 2009.
LDB – Leis de Diretrizes e Bases da Educação - 1996

Fonte: www.seduc.mt.gov.br

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A educação sob a égide da quantidade

Iza Aparecida Saliés


Ao ler a reportagem sobre os recursos para a educação estava aqui pensando, parece que agora estão querendo por ordem na casa, ou seja, na educação, por que não fizeram isso antes? Só agora no apagar das luzes?

Essa atitude já era para ser tomada há tempos, considerando os intelectuais da academia que acompanham o PT, fazem parte do governo e sabem melhor do que ninguém os problemas da educação brasileira, demorou muito para agir.

Bom, antes tarde do que nunca, não é, com diz o ditado popular, a impressão que dá, é que eles estão com certa ansiedade em querer deixar tudo amarrado para o próximo governo, que com certeza, não será mais deles.

A educação tem problemas estruturais que só uma reforma drástica pode resolver, a gestão é ruim, a política interfere e os recursos destinados para o setor são sempre parcos.

Hoje o desafio maior que a educação brasileira precisa superar é a qualidade do ensino, este, precisa de uma atenção especial, pois envolve todos os mecanismos de gestão de ensino, tanto nas dimensões administrativas, financeiras e pedagógicas, e em todas, há necessidade de redimensionar.

Veja bem, temos uma escola com organização secular, defasada, arcaica, que atende jovens que convivem numa sociedade emergente, que exige rapidez, eficiência, capacidade de processar diferentes linguagens, construir conhecimentos, saber viver, saber ser e saber lidar com o mundo do trabalho.

Como solucionar essa disparidade? Com essa quantidade de recusros? Será que vai dar?

Publicado no http://blog.corumbah.com

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Projetos Pedagógicos, uma nova metodologia de ensino.

Iza Aparecida Saliés


Como pensar em uma escola para jovens que não ofereça um currículo de ensino com felxibilidade metodológicas para lidar com os saberes do senso comum, componentes fundamentais para a  construção do conhecimento deles?

Como imaginar o desenvolvimento da autonomia do jovem sem que seja dada a oportunidade de questionar, dialogar, ou seja, de ser protagonista do processo ensino aprendizagem., ter vez e voz no contexto escolar.

O currículo do ensino médio destinado a essa categoria social, está desenhado sem levar em conta as necessdiades, os interesses e expectativas desses jovens, é necessário que haja diálogo entre os aotres do processo ensino prendizagem de modo que possamos implementar novas práticas de integração entre aluno e professor.

Neste sentido, o trabalho com projetos pedagógicos, surge como uma excelente estratégia metodológica que propicia a problematização de temas relevantes, atuais, devendo ser contextualidados com a relaidade do aluno, considerar a situação local, regional e global, que dizem respeito à vida do jovem.

A construção do conhecimento dos alunos pelas vias do trabalho pedagógico interdisicplinar possbilita ao professor articular sua disicplina com as demais da sua área de conhecimento ou não, além de promover a articulação dos diferentes saberes dos alunos,despertar interesse pelo assunto, motivar a participação e instigar a curiosidade deles de forma que o ensino seja mais interessante, dinâmico e atrativo para que haja de fato a aprendizagem.

Pela vivência de situações de aprendizagem diversificada, momento em que o jovem esperimenta situações variadas, depara com múltiplos saberes de várias disciplinas, que são mobilizados e vão constribuir para a construção de conhecimentos necessários para a vida e para o mundo do trabalho.

Trabalhar com metodologia de projetos pedagógicos, significa romper com velhos paradigmas educacionais que valoriza a seleção de conteúdos e não o processo ensino aprendizagem.

Implica em não ser rigorosa (o) com a linearidade e a fragmentação de conceitos das disciplinas curricular impostos muitas vezes pelos professores, sob a égide da simples listagem de conteúdos dos livros didáticos.

Essa estratégia metodologia, flexibiliza a organização dos tempos e espaços escolares, tradicionalmente arraigados nas antigas matrizes curriculares.

A integração das diferentes áreas de conhecimentos com suas respectivas disciplinas é uma possibilidade bastante real, pois os princípios fundamentais dessa nova concepção metodológica é promover a interdisciplinaridade e a contextualização de modo a favorecer o desenvolvimento de habilidades e a construção de competências, e isso acontece concretamente.

"... no trabalho com projetos não cabem "alunos-esponjas". (Leite,1994)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Construindo a identidade de uma escola para jovens


Iza Aparecida Saliés


Nas últimas décadas a educação tem feito o discurso de que o currículo de enssino deve compor o Projeto Político Pedagógico a ser configurado pela escola, e que seja direcionado em função da realidade dos alunos e dos contextos sociais, onde estão inseridos.

A escola pública de hoje precisa ser revitalizada tanto no aspecto da oferta, quanto às condições de ensino e aprendizagem que são oferecidas aos jovens. São muitos os desafios a serem superados, posto que a sociedade exige das pessoas, competências e habilidades, necessárias para solucionar problemas da vida e do mundo do trabalho.

As instituições governamentais responsáveis pela Política Educacional, precisam fortalecer as ações que possam delinear um Ensino Médio próprio para jovens, estruturando uma escola como espaço próprio para eles, que respeite suas necessidades pessoais, que considere seus desejos, suas vontades, pois estes, são sedentos por conhecimentos siginificativos que possam responder às demandas contemporãneas, para tanto, buscam a escolarização como forma fortalecer e ou mudar sua condição de vida e de superar situações problemas do dia-a-dia.

A educação pública precisa estabelecer um foco para um ensino que possam motivar, dinamizar as práticas pedagógicas dos  jovens, ainda perciste o descompasso entre “O que é ensinado e o que o jovem precisa e quer aprender”.

A desarticulação que ocorre entre ensino e o aprender, que surge nessa fase de desenvolviemento humano está justificada pela falta de contextualização dos conteúdos escolares com os acontecimentos contemporâneo, assuntos relevantes e temas importantes. A escola precisa estar antenada com os acontecimentos sociais.

O novo modelo de sociedade em que estamos inseridos, a chamada sociedade da informação, do conhecimento, cobra da escola um nova maneira de ensinar e de aprender para os jovensl.Isso se dá pelo fato de que o mundo plugado na tecnologia, em que a rapidez das informações é processada, tornou a vida a sociedade e o mercado de trabalho bastante exigente, solicitando pessoas capazer de processar com competencia e bom desempenho as situações que surgem no contidiano das pessoas, que até pouco tempo, não eram cobradas, então, os conhecimentos enciclopédicos se não forem integrados a outros saberes perdem sua função, deixam de ser importante para a aprendizagem.

Para esse novo modelo de sociedade faz - se necessário, transformar o processo ensino aprendizagem, numa prática mais dinâmica, participativa, colaborativa, solidária e contextualizada com a modernidade, com as diferentes ciências, as culturas o trabalho e as tecnologias.

Talvez, uma das chaves do êxito para a ocntrução da identidade da escola para jovens, seja compreender que essa geração não é apenas uma simples população, e sim jovens que precisam ser protagonistas ativos da contrução do seu processo histórico, portadores de direito e deveres ou seja, que seja cidadão respeitado em suas especificidades.

A velha escola secundária, reservada às elites, esta, não responde mais, à demanda desses jovens.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ser cuiabano é ...

Considerar Pescuma, rei;

Defender o lambadão mas se recusar a dançar;

Amar os 40º de calor na sombra;

Achar que o “Pau Brilhoso, o “Seu q Brilha” e a “Chana Cheirosa” são o que a de melhor no Carnaval;

Ir até a Peixaria Popular para comer uma boa peixada cuiabana;

Preferir um baguncinha do que o MC Donald’s, Bob’s, ou qualquer outro fast-food;

Preferir botecos a fast-food;

Gostar de qualquer tipo de rasqueado e lambadão e gostar de comer mújica de pintado e furrundu de sobremesa;

Saber o significado das expressões: “chapa e cruz”, moage, mas agora o que é esse siminino”, “vote”, “digoreste”;

Ter orgulho de dizer q Campograndense é tudo frouxo;

Adorar bolo – de – arroz e de queijo tbm;

Ir para o mirante de Chapada só para ver Cuiabá ao longe;

Achar que a cidade é a melhor do mundo;

Admirar Maria Taquara mesmo sabendo pouco sobre ela;

Não deixar nenhum criminoso fazer estória,principalmente os estupradores, que vão ser trados com muito carinho no Carumbé;

Ser pop, punk, country, hard-core, ou seja, ser o que estiver a fim;

Ir a Igreja do Rosário p pagar promessa;

Só ir almoçar na Passagem da Conceição e no Flutuante quando recebe visita;

Saber distinguir entre rasqueado e lambadão;

Achar que o Beto foi o melhor jogador, do Flamengo e da seleção de todos os tempos;

Saber que o Chopão é o único lugar que está aberto de manhã, a tarde, noite , de madrugada

Comer pixé na feirinha popular;

Torcer para os times locais nos campeonatos regionais e para os times do Rio nos campeonatos nacionais e internacionais;

Espalhar para os 4 cantos do planeta que Cuiabá é o maior pólo cultural do Centro-Oeste;

Comer frutas como piqui e bocaiúva e, mesmo com o dente todo amarelo, achar que são as frutas mais gostosas do mundo;

Defender o rasqueado e o lambadão contra o ataque de todos os outros estilos;

Ter orgulho de saber que Cuiabá será subsede da Copa 2014;

E como não poderia ser diferente, adorar sair com uma moreninha do CPA.

Adoro saber q sou Cuiabano........

AHR!AHR!AHR!AHR!

Fonte: Enviado por e-mail pela amiga Regina Adler

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Ensino Médio Integrado

Agora a Educação Básica também pode ser articulada com a Educação Profissional.


Iza Aparecida Saliés


A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, estabelece que a Educação está organizada em dois níveis de ensino, sendo Educação Básica e Ensino Superior. A Educação Básica, está estruturada em 3 etapas de ensino, ou seja, Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

O Ensino Médio como é a última etapa de ensino da Educação Básica, tem como objeto preparar o estudante para a vida e para o mundo do trabalho. Essa etapa de ensino precisa discutir temas que estejam articulados com o mundo do trabalho, além de abordar os clássicos conteúdos da formação geral.

Pensando em constituir um Curso aglutinando a formação geral e a formação técnica surge o Decreto n. 5154/2004 com a finalidade de criar o Ensino Médio Integrado à Educação Profissional, com um currículo único que atenda as duas demandas de ensino, que são chamados “ Curso de Ensino Médio de Informática” este é apenas um exemplo dos diversos que possuem na rede de ensino, seja pública ou privada.

Os benefícios que este curso pode proporcionar para o estudante é muito significativo uma vez que possibilita o estudo de dois cursos ao mesmo tempo, por meio da integração do currículo, então, o currículo do Curso Integrado nasce das discussões e construção coletiva da integração das espcificidades das diciplinas básicas e técnicas pelos professores e coordenação pedagógica.

Nessa modalidade de ensino os estudos serão feitos de uma maneira mais rápida, fácil e objetiva, ou seja, integrada, possibilitando também, inserir o educando no direito ao exercício de sua cidadania, pela  promoção de sua formação profissional. O estudante faz um só curso com certificação do Ensino Médio e  Técnico.

Cabe aos Estados a oferta do ensino médio e ao mesmo aderir ou não a essa nova proposta e alternativa especificada no Decreto n. 5154, caso queira implantar a nova alternativa.

A escola de educação básica agora pode oferecer o Ensino Médio e o Ensino Médio Integrado à Educação Profissional, cabe ao estudante escolher, se quer fazer ou não o Ensino Médio Integrado. Ao implantar essa nova modalidade de ensino as escolas que assim optarem terão que adequar seu Projeto Político Pedagógicoe seu Plano Curso, criando novos cursos baseados nessa alternativa de articulação entre o Ensino Médio e o Ensino Técnico.

A nova modalidade de ensino está prevista no artigo 36 da LDB 9394/96, retomando uma discussão que foi extinta pelo Decreto n. 2.208: “o ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões técnicas”, agora com esse Decreto amplia as possibilidades para o estudante, sendo que a escola pode oferecer o Ensino Médio e o Ensino Médio Integrado.

Essa articulação e integração entre o ensino médio e o técnico de nível médio deverão seguir as Diretrizes Curriculares Nacionais do Conselho Nacional de Educação/Resolução n. 3/98 o Parecer n. 15/98, as normas dos sistemas de ensino e também o Projeto Político Pedagógico de cada escola.

Ensino e Aprendizagem

A construção e articulação dos saberes


O verbo ensinar, é proveniente do latim insignare, que significa marcar com um sinal, procurar a vida, desvendar e despertar para o conhecimento.

A ação de ensinar contém duas extensões. A primeira dimensão é a da ferramenta da intenção, a segunda é a da aferição do resultado. Assim sendo, mesmo com a maior intenção de ensinar, se a apropriação do conteúdo por parte do aluno não se efetivou, não teremos cumprido a ação de ensinar, pois a concretização da meta pretendida não foi alcançada, então não houve ensino, porque não se caracterizou a aprendizagem.

O nosso intento se refere à apropriação da aprendizagem pelo educando, não como simples repasse de informação, mas a posse e construção do conhecimento no sentido da apreensão mental do entender e compreender.

A ação do apreender (assimilar mentalmente, entender, compreender) o conhecimento não se dá na passividade do sujeito, mas há necessidade de estratégias diferenciadas por parte do educador para a concretização da assimilação mental do apropriar-se da aprendizagem por parte do aluno. As pedagogias diferenciadas utilizadas pelo educador viabilizam e mobilizam esse novo fazer pelo educando.

O termo ensinagem , conglomera então a ação de ensinar por parte do professor e a ação de apreender por parte do aluno, como uma sociedade cooperativa e intencional para atingir a finalidade da construção do saber consciente, crítico e reflexivo, no enfrentamento não só da constituição da aprendizagem, mas também da reconstrução desses mesmos saberes, dentro da sociedade globalizada que muda a todo instante.

A construção do conhecimento por parte do educando inclui várias etapas culminando com o “saber o quê, saber como, saber por quê, saber para quê”. Ao obter respostas a essas etapas do saber o aluno estabelece elos necessários para o fio condutor do conhecimento, em relação ao processo de ensino.

Ao estabelecer elos, o sujeito em ação (aluno), garante momentos construídos de forma dinâmica e global dentro de um processo de pensamento, apossando-se do significado da realidade concreta e mobilizando-se para o processo pessoal de aprendizagem.

Infelizmente, uma particularidade bastante comum do ensino é o costume quase que exclusivamente da memorização mecânica, sem contextualização ou significado. Quando trabalhamos a aprendizagem significativa, damos sentido à linguagem que usamos e relacionamos o conhecimento construído com o cotidiano, com os fatos e a realidade do dia a dia, do sujeito da aprendizagem que interage com os outros sujeitos da sociedade.

Na aprendizagem significativa, a interação é intencional e esquematizada, entre o aluno, o professor e o que se deseja conhecer, morando aí a profundeza da relação pedagógica. O desafio da conquista do conhecimento significativo está alicerçado na parceria da construção do saber , na aventura do ensinar , do aprender e do apreender.

A constituição do conhecimento significativo é um processo que se estabelece no interior do sujeito da aprendizagem, sendo provocado pelo educador. O novo perfil do professor, que oportuniza a aprendizagem significativa é de catalisador, mediador e facilitador do conhecimento no processo de interação com o aluno.



Referencias: Moretto,Vasco Pedro (Prova um momento privilegiado de estudo, não um acerto de contas).

Autora: Amelia Hamze
Educadora
Profª UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A Educação de Jovens e Adultos em interface com Educação Profissional.


Este texto tem como finalidade contribuir para uma reflexão quanto ao estudo dos conceitos; educação e trabalho na perspectiva de uma formação integrada entre currículo formal e currículo da área profissional.

Este estudo está respaldado em discussões e debates atuais, a respeito da Educação de Jovens e Adultos e a relação dessa modalidade com a educação profissional, uma vez que as especificidades do mundo do trabalho interferem consideravelmente na forma em que a educação está sendo oferecida para essa clientela.

Partindo do pressuposto, de que hoje a discussão sobre a educação e o mundo do trabalho perpassa a integração da educação básica com a educação profissional, neste texto, vou deter-me em alguns pontos de reflexão, tais como; a relação conceitual educação e trabalho, educação formal e o mundo do trabalho, numa abordagem que possa contribuir com a integração dessa modalidade de ensino, chamada Proeja.

As relações do mundo do trabalho e a educação, em interface com esse novo modelo de currículo que precisa ser discutido, onde possa fazer a integração da formação básica com a área técnica, com pressuposto de uma nova forma de oferta de ensino onde precisamos articular a integração sem fracionar os conhecimentos científicos e técnicos, necessários para a formação dos jovens e adultos do Proeja.

O Programa Proeja/MEC, enfocando sua finalidade, sua demanda e também a importância que tem essa nova modalidade para os jovens e adultos que estão sedentos por uma resposta imediata às suas necessidades de melhorar sua vida e ter um bom desempenho no mundo do trabalho.

Deixo em aberto, para um próximo artigo, a necessidade de abordar com mais profundidade a questão curricular dessa modalidade de ensino, cuja vertente carece de estudo e do aprofundamento teórico, uma vez que a integração deve ser feita sem que haja prejuízo para qualquer uma das partes.
Seus fundamentos para chegar à proposição de um debate sobre as possibilidades de novos desenhos curriculares que possam ser adequados aos nossos alunos da Educação de Jovens e Adultos e às propostas de ensino tradicionais dessa modalidade de ensino.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Quando as atividades pedagógicas ultrapassam os limites da escola, o que fazer?

Iza Aparecida Saliés

Os pais têm se envolvido em demasia com a vida escolar dos filhos, sobrecarregando – os de afazeres escolares ou não, isso acontece ,com mais frequencia com crianças da classe média. Os pais procuram especialistas e aulas particulares para superar dificuldades de aprendizagem de seus filhos. Geramente são pais formados, com conhecimento, tempo, paciência para acompanhar os estudos dos filhos. E as crianças que não têm?

Pelo fato de não ter pais para aocmanhar as trabalhos escolares, essas crianças, não gozam das mesmas oportunidades para aprender, elas precisariam do apoio da escola para não ficarem em defasagem em relação às outras. As escolas deveam ajudar o estudante a fazer o dever de modo que elas não dependam da ajuda fda família.

A escola tem colaborado muito para aumentar as preocupações dos pais. Os trabalhos em grupo, o dever de casa, por exemplo, que não deveria existir, são atividades que em muitos casos a criança não consegue fazer sozinha e muitas não contam com ajuda em casa.

Esse é um problema sério, pois a criança fica desprovida de apoio para a realização de seus deveres escolares, e ao chagar na escola, é cobrado (a) pelo professor. Sem dúvida ficará em desvantagem em relação ao colega que consegui fazer o dever de casa.
Será que há necessidade de dever de casa? De quem é a rsponsabilidade de conduzir o processo ensino aprendizagem do estudante? E o tempo escolar?

E a escola o que deve fazer?

sábado, 17 de janeiro de 2009

Currículo possível para uma escola necessária.

Iza Aparecida Saliés

No contexto social contemporâneo discute - se muito as questões sociais que permeiam a escolarização, questões estas, que passam a ser atribuições de competência da unidade escolar, e vão sendo incorporadas de forma lenta e sutil. Tais competências as quais a escola precisa saber lidar, não foram aprendidas ainda pelo conjunto da escola.



A sociedade atual, “do conhecimento”, exige da escola uma nova forma de lidar com o processo ensino aprendizagem. As transformações que ocorrem na sociedade refletem indiretamente nos meandros escolares, tais mudanças impetradas atribuições para a escola, que nem ela mesma está preparada para dar resposta imediata para a sociedade. Os temas socialmente relevantes demandam especificidades que a própria escola desconhece.


A escola precisa incorporar em seu currículo escolar questões que possam atender as demandas diferenciadas da sociedade e também dar conta da pressão da crescente diversidade que a escola vem sofrendo e de sua finalidade social.


Dentre os mais variados compromissos que a escola tem com a sociedade o que mais nos preocupa é erradicar as desigualdades sem promover a diferença, para isso faz-se necessário um currículo que de conta das diversidades, que respeite as fazes de desenvolvimento do aluno, sua capacidade cognitiva, seu tempo, seu ritmo, pois só dessa maneira podemos dizer que houve aprendizagem, quando o estudante estiver preparado para resolver problemas do cotidiano.


O currículo das escolas precisa exercer o papel de repassar o saber socialmente produzido (disciplinas) sem aprofundar as diferenciações sociais trazidas do contexto social e até mesmo excluir o cidadão do espaço escolar.


A mudança na concepção de currículo escolar possível, só acontecerá, quando, os professores( nós) conseguirmos romper os velhos paradigmas petrificados em nossa prática pedagógica e conseguir aceitar novas concepções epistemológicas de ensino, para que possamos de fato ser uma escola necessária.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O ensino que deve também, educar para a vida

Iza Aparecida Saliés

As escolas brasileiras estão passando por pressão da sociedade, de modo a provocar uma tremenda instabilidade dentro do seu espaço e também no seu entorno. A ela são cobradas quase todas as necessidades da Sociedade, pois a estrutura familiar não está preocupada com suas obrigações e sem tempo para cuidar, acompanhar e dar afeto a seus filhos.

Todas essas deficiências vão aparecer na escola em determinado momento, no comportamento, nas relações com o professor, e na dificuldade de aprendizagem.
A grande dificuldade hoje encontrada pela escola é aprender a lidar com esse diferencial que não é de competência dela. A escola é uma instituição onde a prática pedagógica e a avaliação ainda são ferramentas do professor para coibir comportamentos indesejados.

O aluno é o espectador do processo. A grande maioria das escolas brasileiras precisa estabelecer metas e ações pedagógicas (em seu projeto político) que possam romper esta prática, digamos, centenária de dar aula, para transformar o seu espaço em um lugar em que haja interação e que seja provocador de questionamentos, inquietudes e dúvidas.

Para que isso possa acontecer, precisamos de políticas públicas para a educação que tenham como princípio fundamental, a preocupação com o aluno, contando com professores habilitados e motivados, investimentos em estruturas, valorização do profissional, formação continuada seqüenciada, com o compromisso de fazer com que as coisas aconteçam, para que, então, possamos de fato ter uma escola de qualidade e que possa atrair o aluno para a sua presença e permanência em aula. O importante não é só o acesso e, sim e principalmente, a qualidade de ensino.

Outro fator bastante importante para a qualidade do ensino é a gestão escolar. As deficiências deste setor se refletem na gestão pedagógica (ensino – aprendizagem). A forma de gestão escolar que hoje está em uso, precisa ser revista em suas estruturas, pois, a fragilidade dos gestores pedagógicos e coordenadores (quanto ao conhecimento do currículo de capacitação ou até mesmo do conteúdo) tem dificultado, consideravelmente o monitoramento dos sistemas de ensino público.
As escolas públicas brasileiras, de fato, estão em condições não favoráveis, precisam passar por uma transformação. São muitos os aspectos que interferem na oferta de uma educação de qualidade.

Orientador: Corumbá Ernesto Guimarães.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Educação e Trabalho*


Iza Aparecida Saliés

A empresa precisa de trabalhador qualificado. Para tal, faz-se necessário que ele tenha formação básica e formação técnica. Um dificultador é que no Brasil o Ensino Médio ainda não é obrigatório.


O governo federal está começando a ampliar o acesso ao Curso Técnico de Nível Médio, com a implantação do “Programa Brasil Profissionalizado” no país. Este programa tem como finalidade oferecer o Ensino Médio Integrado à Educação Profissional, tanto para alunos que estudam no diurno com os que são clientela da Educação de Jovens e Adultos (Eja? Proeja), o que vai sem dúvida contribuir para melhorar a qualificação dos trabalhadores.

O jovem brasileiro, aquele que precisa de escolarização para ser incluído no mundo do trabalho, por precisar sobreviver às diversidades da vida e por ser vulnerável econômica e socialmente, é forçado a abandonar a escola por necessidade de trabalho. Sem opção, ao abandonar a escola, fica sem qualificação.

O mundo produtivo exige trabalhador competente, com habilidade para resolver problemas complexos, saber lidar com situações difíceis, trabalhar com o inesperado, isso é o que o mercado precisa tudo e passa fundamentalmente pela escolarização.

Desta forma, fica realmente impossível uma empresa prosperar com quadro de pessoal sem qualificação para o trabalho e sem escolarização básica, sem dúvida está fadada à falência.


*Artigo publicado no Blog do Corumbá, dia 17/12/2008

Currículo organizado em Ciclo de Formação Humana*

Iza Aparecida Saliés


O currículo escolar organizado em ciclos de formação humana, possibilita ao aluno desenvolver sua capacidade cognitiva de modo que seja respeitado seu tempo e condição de aprendizagem.
Se durante o ano (o que corresponde a uma fase do ciclo) o aluno aprendeu, que pela lógica da escola ele deveria ser retido, nesse caso o aluno vai para a fase seguinte, com acompanhamento pedagógico (das disciplinas que tem dificuldade) sem necessidade de ser retido.

A escola deve constituir uma rede de apoio pedagógico para o aluno que tiver dificuldade de aprendizagem, porque o seu desenvolvimento cognitivo pode acontecer durante o ciclo, o seja durante os três anos que corresponde a um ciclo.

Aqui no Brasil também é assim, o aluno tem um acompanhamento pedagógico, (Projeto de Apoio Pedagógico), que é realizado no outro turno de estudo dele, é feito pelo professor articulador, e este, deve estar em constante diálogo, com o professor da fase ou ano que aluno esta fazendo.

No Brasil, quem não aprende só vai ser identificado no final do ciclo. Aí talvez seja tarde demais.
É inadmissível, a escola deve retomar o processo ensino aprendizagem do aluno que não consegui aprender, utilizando diferentes metodologias, recursos pedagógicos, readequação de conteúdos, de modo a sanar as falhas pedagógicas o corridas durante a trajetória.

Isso não significa que estamos empurrando o problema de aprendizagem do aluno para o fim do ciclo, ele tem o período estabelecido pela organização do ciclo, o tempo, o modo e a forma própria para aprender, e deve ser respeitada. A reprovação só ocorre quando o caso chega ao extremo. Depois que a escola utilizou todas as intervenções pedagógicas possíveis.

É fundamental que a escola entenda melhor o desenvolvimento humano e cognitivo do aluno, seu processo de socialização, seu jeito de aprender e respeite seu tempo, posto que, a finalidade maior da educação básica é a formação integral do aluno.


* Texto publicado na coluna comentários do Blog do Corumbá, dia 15/12/2008.
Blog, uma nova ferramenta pedagógica para uso do professor[1].Iza Aparecida Saliés

O uso desse aporte tecnológico (blog) na educação contribui sobremaneira para o processo ensino aprendizagem, pois quando o aluno participa de espaços de debates, onde há necessidade de utilizar uma linguagem diferenciada da usual, o ser incluído significa, nesse universo da NET, saber lidar com esse novo letramento.

Quando o professor possibilita aos alunos escolher temas e significativos para eles, e ainda mais, com possibilidade de discutir em grupos, ou seja, num blog, desta forma, os alunos estarão mobilizando saberes específicos das disciplinas pertinentes ao assunto e que serão contextualizados na construção do texto, cuja produção é do autor/aluno.

Pedagogicamente falando quando os alunos utilizam o blog, eles estão produzindo textos fundamentados em argumentos próprios, fazem critica, analisam, refletem, com isso, o aluno vai desenvolvendo diferentes habilidades e construindo competências, não só na área da linguagem, como nas demais áreas de conhecimento.

Com a utilização das linguagens tecnológicas, na escola e fora dela, cabe ao professor assegurar os conteúdos necessários para resguardar a norma culta e garantir o conhecimento científico, frente a esse novo desafio para o ensino.

O professor precisa diversificar sua aula, utilizando diferentes possibilidades metodológicas, e o blog é uma delas que pode ser usada na sala de aula. Pode parecer, a priori, que é difícil, porém com o tempo, você professor, vai perceber os benefícios que serão agregados ao processo ensino aprendizagem do aluno.


[1] Texto publicado no Blog do Corumbá ,dia 31/12/2008