União de grupos aumenta a força das universidades privadas
Está aumentando a força das universidades privadas no Brasil. A última ação nessa área, a união dos grupos Kroton e Anhanguera, chama a atenção.
Parece que só na China tem um grupo em educação superior privado como esse.
O novo grupo do Brasil terá mais de um milhão de estudantes. Seu valor de mercado chega a 13 bilhões de reais e irá faturar cerca de um bilhão por ano.
O grupo terá 96% de concentração no ensino superior e 4% no ensino básico. O filé é o ensino superior.
Em 2004, foi criado o Prouni pelo governo federal e depois o Fies, um fundo para financiamento estudantil, com a finalidade de dar bolsas para graduação em instituições privadas do ensino superior.
Estas universidades são isentas de tributos para dar a bolsa aos estudantes. Há também pagamento direto para essas instituições. Praticamente acabou a inadimplência, o governo federal é o grande comprador do produto.
Tem elogios ao Prouni, mas tem muita crítica também. Quase ninguém é contra o programa porque não podia deixar ao relento mais de um milhão de brasileiros prontos para entrar no ensino superior.
Mas se diz também que ele deveria ser por um tempo determinado, como no caso das cotas nas universidades. Que eternizar o programa é a mercantilização e privatização no longo prazo do ensino superior.
Já há uma movimentação do capital financeiro para esse lado. Sabem que a coisa vai continuar, pois dos 10% do PIB para a educação se terá eternamente dinheiro para o Prouni e o Fies.
Outra critica é que, em um Prouni por tempo determinado, as universidades federais teriam que ser ampliadas para receber a nova leva de estudantes.
Depois, o dinheiro gasto com o Prouni, ajudaria a manter essa universidade ampliada. Nela se tem muito melhor ensino que nas universidades privadas.
Jogam os estudantes com bolsas do Prouni e do Fies, no geral os mais pobres, em universidades que ensinam pouco.
Quantos doutores têm nas universidades privadas? Alguém acredita que essas universidades vão mandar professores fazer doutorado fora e pagar seus salários por quatro anos?
Quantos livros, artigos acadêmicos, em revistas nacionais e internacionais, são publicados nas universidades particulares? Faça uma comparação com os das universidades públicas?
Nas universidades privadas, a ênfase se dá em cursos sem muita aceitação no mercado de trabalho. Geologia, agronomia, matemática, física, medicina são coisas raríssimas.
Mais achados dos especialistas? A renúncia fiscal para aquelas universidades, de 2006 a 2013, cresceu 166%. O dinheiro para as universidades federais no mesmo período cresceu 86%.
O Chile enviesou pela quase privatização do ensino desde o governo Augusto Pinochet. Michele Bachelet, recentemente eleita, quer voltar atrás. O Brasil caminha na direção que o Chile está abandonando.
Mas o Prouni e o Fies dão votos e ajudam no discurso e na eleição.
Ninguém vai bulir nisso, nem a oposição se chegar ao governo.
As universidades públicas que se cuidem.
ALFREDO DA MOTA MENEZES é professor universitário e articulista político em Cuiabá.
pox@terra.com.br
wwwa.alfredomenezes.com
Parece que só na China tem um grupo em educação superior privado como esse.
O novo grupo do Brasil terá mais de um milhão de estudantes. Seu valor de mercado chega a 13 bilhões de reais e irá faturar cerca de um bilhão por ano.
O grupo terá 96% de concentração no ensino superior e 4% no ensino básico. O filé é o ensino superior.
"O novo grupo do Brasil terá mais de um milhão de estudantes. Seu valor de mercado chega a 13 bilhões de reais e irá faturar cerca de um bilhão por ano"
Em 2004, foi criado o Prouni pelo governo federal e depois o Fies, um fundo para financiamento estudantil, com a finalidade de dar bolsas para graduação em instituições privadas do ensino superior.
Estas universidades são isentas de tributos para dar a bolsa aos estudantes. Há também pagamento direto para essas instituições. Praticamente acabou a inadimplência, o governo federal é o grande comprador do produto.
Tem elogios ao Prouni, mas tem muita crítica também. Quase ninguém é contra o programa porque não podia deixar ao relento mais de um milhão de brasileiros prontos para entrar no ensino superior.
Mas se diz também que ele deveria ser por um tempo determinado, como no caso das cotas nas universidades. Que eternizar o programa é a mercantilização e privatização no longo prazo do ensino superior.
Já há uma movimentação do capital financeiro para esse lado. Sabem que a coisa vai continuar, pois dos 10% do PIB para a educação se terá eternamente dinheiro para o Prouni e o Fies.
Outra critica é que, em um Prouni por tempo determinado, as universidades federais teriam que ser ampliadas para receber a nova leva de estudantes.
Depois, o dinheiro gasto com o Prouni, ajudaria a manter essa universidade ampliada. Nela se tem muito melhor ensino que nas universidades privadas.
Jogam os estudantes com bolsas do Prouni e do Fies, no geral os mais pobres, em universidades que ensinam pouco.
Quantos doutores têm nas universidades privadas? Alguém acredita que essas universidades vão mandar professores fazer doutorado fora e pagar seus salários por quatro anos?
Quantos livros, artigos acadêmicos, em revistas nacionais e internacionais, são publicados nas universidades particulares? Faça uma comparação com os das universidades públicas?
Nas universidades privadas, a ênfase se dá em cursos sem muita aceitação no mercado de trabalho. Geologia, agronomia, matemática, física, medicina são coisas raríssimas.
Mais achados dos especialistas? A renúncia fiscal para aquelas universidades, de 2006 a 2013, cresceu 166%. O dinheiro para as universidades federais no mesmo período cresceu 86%.
O Chile enviesou pela quase privatização do ensino desde o governo Augusto Pinochet. Michele Bachelet, recentemente eleita, quer voltar atrás. O Brasil caminha na direção que o Chile está abandonando.
Mas o Prouni e o Fies dão votos e ajudam no discurso e na eleição.
Ninguém vai bulir nisso, nem a oposição se chegar ao governo.
As universidades públicas que se cuidem.
ALFREDO DA MOTA MENEZES é professor universitário e articulista político em Cuiabá.
pox@terra.com.br
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