quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Cada brincadeira assume uma função no desenvolvimento das crianças

09/10/2012


Lair Ribeiro



O poder da comunicação

Comunicar-se não é simplesmente falar-ouvir-falar. É mais do que isso.

Somos animais sociais, e a comunicação é parte das atividades humanas. Comunicando-se, você transmite idéias, faz solicitações, cria realidades, inventa possibilidades e, principalmente, é capaz de coordenar ações no sentido de que o todo possa ser maior que a soma das partes.

Como toda ferramenta poderosa, a comunicação eficaz ocorre por meio do uso de técnicas específicas, que você vai conhecer neste capítulo.

Aperfeiçoando a arte da comunicação

A comunicação é uma arte, mas não é como as pessoas costumam dizer: “Fulano tem o dom da comunicação.” Ela é uma arte porque constitui uma ferramenta com a qual o ser humano pode manifestar idéias, sensações e sentimentos com vista a um resultado. E também porque, para essa manifestação, podemos dispor de técnicas específicas, passíveis de aperfeiçoamento.

É evidente que existem pessoas mais comunicativas do que outras, mas isso não determina um dom especial para uma comunicação efetiva. É, sim, decorrência de fatores como introversão e extroversão, que nada têm a ver com a comunicação em si. Uma pessoa introvertida pode, perfeitamente, comunicar-se bem em um meio onde se sinta à vontade, e uma extrovertida, não ne-cessariamente, será capaz de fazê-lo, apesar de sentir-se sempre à vontade.

Como eu disse, comunicação não se resume a falar-ouvir-falar. Vai muito além disso. Profissionalmente, a comunicação eficaz constitui uma das ferramentas mais poderosas de que você dispõe. Basta aprender a usá-la!

Ao pé da letra

Comunicação é o processo de transmitir e receber mensagens por intermédio da linguagem, falada ou escrita, ou de outros sinais e símbolos, que podem ser visuais ou sonoros. Comunicação é a capacidade de trocar ou discutir idéias, de dialogar e de conversar com vista ao bom entendimento entre pessoas.

Mas a comunicação, que visa prioritariamente ao entendimento e que pode gerar uma ação comum, também pode ser utilizada para manipular pessoas. Quando isso acontece, ela é capaz de destruir indivíduos, organizações e nações, em um efeito semelhante ao da falta de comunicação, que tem o poder de desagregar valores.

Sempre que alguém está-se comunicando efetivamente, está criando do nada uma realidade antes inexistente. A comunicação, com o uso da linguagem, permite-nos inventar possibilidades.

Para saber viver profissionalmente, considere todas as formas de comunicação, mas concentre-se principalmente na linguagem verbal e na não-verbal. É esse tipo de comunicação que predomina no relacionamento humano.

Os tipos de relacionamento

É no processo de comunicação entre as pessoas que podemos observar a ocorrência de relacionamentos interativos ou manipulativos. Enquanto os relacionamentos interativos são altamente produtivos, os manipulativos são altamente destrutivos.

Quando um dos interlocutores se considera uma pessoa e vê o outro como objeto, ou vice-versa, acontece a manipulação. E quando ambos os interlocutores se vêem e vêem o outro como pessoas, acontece a interação.

Mesmo quando uma comunicação se inicia de forma interativa, ela tanto pode manter-se assim, como pode deteriorar-se para a manipulação. E uma relação interativa se torna manipulativa quando o coração quer uma coisa e a razão quer outra.


Natália do Vale
Minha Vida

Quem é que não se lembra com saudade das brincadeiras de ciranda, amarelinha, cabra-cega e de tantas outras travessuras que fazem da infância um momento mágico? Quando brincam de passatempos que fazem parte do universo infantil, as crianças aprendem noções de espaço e tempo, aprendem a dividir com os outros coleguinhas, memorizam sequências e muito mais. "Quando brinca, a criança aprende a treinar sua agilidade, força e equilíbrio, além de aguçar ainda mais seus reflexos. Mas cada idade exige um exercício específico, o que não exclui a prática de outros. O ideal é despertar estas aptidões até os sete anos de idade quando a criança começa a aprimorar os movimentos que aprendeu até então", explica o fisiologista da Unifesp Renato Romani. A seguir, veja as vantagens de praticar cada atividade.

Além da noção de espaço e o equilíbrio, a ciranda revive as cantigas lúdicas que têm papel importante na formação da garotada na medida em que despertam a imaginação e ajudam na desenvoltura na hora de falar com outras pessoas. "Na ciranda, as crianças cantam, dançam e interagem entre si estreitando laços, o que faz com que fiquem mais extrovertidas além do domínio do equilíbrio e da linguagem, já que fazem todas estas atividades simultaneamente", explica Cida Lessa.

Este é um exercício bastante complexo porque exige da criança equilíbrio, noção de espaço e estimula todos os sentidos. "Para compensar a ausência da visão, a criança aguça a audição, olfato e percepção, daí a eficiência cognitiva e motora da brincadeira", explica Renato Romani. "Ao privar as crianças da visão, a cabra-cega desperta a imaginação para monstros e fadas que podem aparecer a qualquer momento sem que a criança possa ver, já que está com os olhos vendados. É uma viagem que proporciona adrenalina e medo, mas que faz com que a molecada sinta o prazer das descobertas e a possibilidade da incerteza", explica Cida.

Velocidade, equilíbrio, competição, noção de espaço e resistência física. Estas são apenas algumas das aptidões desenvolvidas nesta brincadeira. "A criança é estimulada a correr, disputar espaço e superar seus limites. É um excelente exercício de resistência física e integração ao grupo", afirma Cida. "Qual criança não gosta de competição? As atividades, quando competitivas por vontade da criança e não por imposição dos pais, se tornam prazerosas e ensinam as crianças a superarem as perdas", explica Romani.

"Se a atividade for condicionada pelos pais, ela sai do limite e perde o efeito. O corpo só responde positivamente a estímulos compatíveis com a resistência de cada um. Quando a criança é pressionada a trazer resultados ou a praticar uma atividade que não gosta, descarrega em seu corpo um estresse maior do que consegue suportar e a brincadeira perde a graça", continua.

E quem não fica craque em equilíbrio pulando com um pé só? Brincar de amarelinha fortalece os músculos das pernas e confere noção de espaço, mas deve-se tomar cuidado para não forçar demais o movimento e jogar toda a carga em uma das pernas causando distensões ou fraturas: "O corpo se adapta as novas funções, mas tem seu limite, por isso, nada de extrapolar na dose", diz Renato Romani.

Basta uma jogada e lá vai a bolinha do adversário para o seu bolso causando uma sensação de vitória e superioridade tão gostosa que não dá nem para explicar. Além da competitividade, o jogo ensina a respeitar a vez do amigo e a lidar com a derrota sem reações agressivas. "Na hora do jogo, as bolinhas coloridas de vidro valem fortunas e cada tacada certeira no alvo gera uma explosão de alegria e adrenalina que torna a criança ainda mais competitiva, sem tirar da brincadeira a essência lúdica que faz dela uma diversão e não uma batalha", explica Cida Lessa.

O jogo desenvolve o raciocínio lógico e a habilidade motora das mãos, porém, se não houver moderação, pode comprometer as habilidades sociais como integração em grupo e exposição ao público, assim como ocorre com o computador. "A criança fica com raciocínio mais rápido e com as mãos mais ágeis, mas é preciso um meio termo para não fazer dele uma muleta e deixar as brincadeiras de rua e o exercício físico de lado", explica a psicóloga.

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