domingo, 2 de dezembro de 2012

Terceirização da educação dos filhos


Por Jéssica A. Fogaça

Hoje em dia a educação dos filhos é um assunto que desperta muito interesse, o que é muito positivo. Os pais estão tentando melhorar suas relações com as crianças e estão seguindo mais as dicas de profissionais que estudam e lidam com o universo infantil. Ótimo! Devem continuar assim!

Mas por outro lado também, discute-se muito a tercerização da educação dos filhos. Mas o que é isso afinal? A tercerização da educação é quando os pais não assumem a responsabilidade de educar os seus filhos e delegam essa função, normalmente, para a escola ou para avós e babás.

É preciso ficar claro que pais que trabalham fora, mesmo com o pouco tempo que tem para ficar em casa e com as crianças, devem dar as orientações aos filhos e a quem os ajudar na criação dos mesmos. Cabe aos pais, que são os responsáveis, darem as diretrizes da educação que acreditam ser o melhor caminho para o desenvolvimento de seus filhos. Essa função não pode ser repassada porque, inclusive, traz prejuízos para o crescimento saudável da criança. Assim, os filhos crescem em um ambiente confuso, onde não sabem quem é que direciona e dá os limites adequados. Criança sem limites é criança que não sabe o que pode e o que não pode fazer, o que é certo e o que é errado.

Os pais são o principal modelo em que a criança se espelha, então, devem ser adequados e ensinar aos filhos os valores que acham mais corretos e que guiarão a conduta da família.

É claro que quem ajuda também influenciará na educação da criança, mas não cabe a ela ser a pessoa que dita as diretrizes a serem seguidas. Quem ajuda tem a função de colaborar e não de assumir o papel. Cada pai e mãe devem decidir juntos o que será melhor para seus filhos.

Dessa forma, é importante que os pais dialoguem entre si e estabeleçam acordos de conduta junto aos filhos, que escolham quais caminhos irão tomar. Em seguida, devem dizer de maneira clara para os filhos o que pode e o que não pode fazer, explicar as escolhas e quais serão as consequências, ensinando aos filhos que tudo que fazemos tem efeitos no meio em que vivemos. Os pais devem esclarecer aos filhos o que esperam deles e dar exemplos, para que as crianças entendam e consigam realizar o que é esperado.

Dedicar pouco tempo à educação dos filhos é melhor do que não destinar tempo nenhum. Mesmo que o trabalho demore um pouco mais de tempo para ser realizado, os pais terão certeza de será bem feito, pois terá sido feito por eles.

Educar crianças não é uma tarefa fácil, e precisa ser feita com paciência e amor. Isso leva tempo, eu sei. Mas começamos com dez minutinhos aqui, meia hora ali, um intensivão no final de semana e caminharemos para um futuro de crianças mais felizes e saudáveis.

'Terceirizar' educação dos filhos é preocupante, diz sexóloga

A psicóloga e sexóloga Zenilce Vieira Bruno criticou o que classifica como "terceirização da educação dos filhos". Zenilce participou do programa O POVO Quer Saber, cujo tema foi "a nova família brasileira"

A psicóloga e sexóloga Zenilce Vieira Bruno recomenda participação nas brincadeiras dos filhos. De acordo com ela, pais terceirizam educação das crianças

Numa consulta com o pediatra, o médico pergunta à mãe da criança se a babá veio junto. O menino teve febre? Alimentou-se bem? São questionamentos que a senhora não soube responder porque a empregada participa e entende muito mais da vida do menino.

A situação real partilhada pela psicóloga e sexóloga Zenilce Vieira Bruno, no programa O POVO Quer Saber, realizado ontem, exemplifica bem a falta de participação dos pais na educação dos filhos. O programa teve como tema “A nova família brasileira” e discutiu as mudanças e a maneira de lidar com as transformações.

“Mesmo que os pais tenham pouco tempo, a qualidade compensa a quantidade. À noite, quando chegarem do trabalho, que os pais possam participar da brincadeira junto com os filhos, até para conhecê-los melhor”, sugeriu a sexóloga.

O programa contou com a participação do apresentador Erick Guimarães, diretor-adjunto da Redação do O POVO; Cinthia Medeiros, apresentadora do programa Viva Domingo e Radar Nordeste, ambos da TV O POVO; e das repórteres do O POVO Mariana Toniatti (Núcleo de Cultura e Entretenimento) e Sara Rebeca Aguiar (Núcleo de Cotidiano).

Hoje, a formação da família está pautada principalmente pela afetividade, conforme defendeu a psicóloga. Se em décadas passadas os relacionamentos eram arranjados por interesses econômicos, por exemplo, hoje estão mais ligados ao desejo e ao amor, conforme defende Zenilce.

Apesar de permear as transformações das novas famílias brasileiras, o programa se concentrou nas discussões sobre a educação dos filhos. O principal questionamento foi sobre o modo como as famílias poderiam tratar as mudanças com os filhos. “Não existe uma fórmula. O que pode ser dito é que os pais respeitem o desenvolvimento da criança e respondam, com a linguagem da idade, na medida em que o filho pergunte”, apontou. A sinceridade é fundamental nesse quesito.

Uma situação que preocupa Zenilce Bruno é a “terceirização da educação do filho”. O motorista leva ao colégio, a babá coloca a criança para dormir, a empregada brinca com o menino. “O afeto é uma intenção, mas nem sempre as pessoas são treinadas para isso”, opina.

A participação do público no programa foi intensa. Em uma das perguntas, um telespectador questionou a maneira como uma criança absorve a ideia de ter pais ou mães gays. Segundo a sexóloga, toda a problemática está no adulto. Porque meninos e meninas lidam de forma bem mais natural com a homossexualidade. O importante, ela diz, é que pais ou mães se tratem com respeito e amor. “Tudo deve ser pensado respeitando os limites das famílias. Não adianta ultrapassar os seus limites”, informa.

ENTENDA A NOTÍCIA

A nova família brasileira foi o tema do terceiro programa O POVO Quer Saber, transmitido ao vivo pela TV O POVO, pelo O POVO Online e pela rádio O POVO/CBN. A transmissão é às segundas, das 10 horas ao meio-dia

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