Por ROSA MARIA DE SALES GUIMARAES BARROS
Doutoranda em psicologia social
Especialista em dependência química pela Universidade Federal do
Espírito Santo
Psicopedagoga e Psicanalista.
RESUMO
O presente artigo visa a
contextualizar duas lideranças que aos olhos menos treinados, parecem não
encontrar foco de unidade, pelas características temporais, culturais e sociais
aparentemente distintas. Gandhi e Chico Mendes reuniram em suas militâncias
políticas um sentido que necessita urgentemente ser resgatado e disseminado em
todas as sociedades atuais. O sentido de integração com a natureza e valores
humanos o cuidado de si mesmo, a necessidade de manter o homem em seu território
produzindo o sentimento de pertencimento e o sentimento da não exploração. Ambos
lutaram de forma pacífica pelo bem comum, protegendo sempre o direito à
consciência do pensamento emancipador. Demonstraram ativamente que as
diversidades é que formam a unidade. Os dois líderes mudaram paradigmas que se
tornaram universais por serem inerentes a essência humana.
Palavras-chave:Liderança-natureza-liberdade-mudanças
de paradigmas
INTRODUÇÃO
A primeira década do século XXI assistiu ao
avanço de uma economia tirana, com divisões de classes sociais marcadas por um
profundo desrespeito à essência humana.
Para se conceituar o termo líder/liderança, não
se parte dos “Stakeholders”, gestores e políticos pré-fabricados para empresas
atuais que, a serviço de uma economia capitalista reproduzem de forma
inconsciente e controlada a liberdade dos indivíduos, ao fazê-los acreditar que
são privilegiados e colocá-los, porém, sujeitados a uma ideologia que
despotencializa qualquer força inerente ao indivíduo, frente ao círculo de
exploração, onde enredados, desconhecem os perigos para sua liberdade e para seu
futuro, de modo que sua verdadeira essência é afastada pela nefasta presença da
ideologia e do pensamento regulador.
Defende-se e aborda-se neste artigo como
líder/liderança, raros homens que corajosamente, escutam aos próprios
questionamentos e com uma intuição “divina”, são guiados e movem as massas para
compartilharem e lutarem para o bem comum contra as injustiças e direitos de
igualdade e de pertencimento dos seres humanos, o que provoca sempre um
pensamento participativo, emancipado e livre, alternativos ao sistema
enquadrador.
Julga-se que seria difícil fazer comparações
entre os dois tipos de líderes em questão, devido aos diferentes contextos
territoriais, culturais e temporais. Ao ser surpreendido pelas mudanças das
ideias já formatadas pela própria cultura e história, leva-se a entender o
subjetivo humano, que por essência nasce livre, mas rapidamente se aglutina aos
modos de controle capitalista e muitas vezes morre inconsciente de sua condição
natural e de direito, que é a liberdade.
Ao certo não se sabe o que desencadeia este
despertar nos homens outrora controlados pelo sistema econômico e político, mas
sabe-se que fatos limitantes às condições humanas, ascendem em alguns a
verdadeira liderança, o pensamento e a vida emancipada – a verdadeira
liberdade.
Ao ressaltar o controle inconsciente exercido
pelo poder capitalista e mostrar que o homem livre sofre sempre a punição por
não estar em conformidade com a obediência exigida por aquele poder, estes
líderes lutam por sua liberdade de pensamento e arrebanham multidões, o que
provoca reflexões no contexto das ciências humanas, e corrobora para o destaque
das diferenças entre os seres irracionais, a evolução natural, emancipadora e
livre. Isso nem sempre as ciências puras com seu materialismo dogmático é capaz
de compreender, explicar ou permitir. Busca-se através de uma visão
antropológica progressista, como o homem evolui dentro do conceito “cuidar de si
mesmo”, livre e sujeito de sua própria história em seu território, o que
contribui sempre para o bem comum.
Este trabalho objetivou discorrer sobre o tema
liderança, com a preocupação de analisar as necessidades dos homens e sua
conduta social hoje, definidas sempre por momentos históricos e desejos gerados
por um sistema sócio-político e econômico alienantes, consumista e de controle
sob o ponto de vista do indivíduo “assujeitado”. E por fim deixar contribuições
e novos paradigmas para a humanidade
LIDERANÇA: “A ORDEM PURA DE
QUE NECESSITAMOS”.
Exalta-se aqui, duas importantes figuras,
Mohandas Karanchand Gandhi e Francisco Mendes Filho. Gandhi morreu na mesma
década em que nasce Chico Mendes. Ao paradoxo início/fim, tempos diferentes,
homens voltados para a essência natural do humano, embora estivessem em
diferentes continentes e pertencentes a diferentes culturas, lutaram pela
igualdade de direitos, justiças e liberdade do homem. Foram defensores do
pertencimento dos indivíduos, as diversas relações subjetivas e produtivas do
território de onde são oriundos. Para estes homens a liberdade é o maior bem que
deve ser assegurado. Partilha-se a ideia estoicista que para muitos com a
revolução Francesa,(1789), perdia sua força e desvinculava líderes modernos de
seus conceitos, do liberalismo econômico e do sistema capitalista. Embora as
reflexões estoicas nunca deixaram de permear os pensamentos dos filósofos
visionários ,que interpretavam a nova ordem do século XVIII, como um afastamento
do homem da natureza a serviço de um novo sistema econômico e social,
instaurados com a revolução industrial. A harmonia universal e comunhão com a
natureza (Deus) defendido por Spinoza(1677) como dois nomes para as mesmas
realidades, sempre fez parte do inconsciente coletivo humano e foram desfocados
a partir dos mecanismos de controle e leis de produção da economia, fazendo que
os mesmos perdessem a liberdade de pensamento emancipação para o pensamento
regulação.(Boaventura,2000).
Quem afinal eram estes homens?
Gandhi, um homem que fugia aos padrões de beleza
ocidentais, cuja etnia e religião, foi motivo de preconceitos no mundo
ocidental, onde se achou não pertencente, quando estudou Direito em Londres.
Isto a ele concedido, por pertencer às castas mais favorecidas dos Hindus. A
Índia vivia mergulhada em pobreza e assujeitada ao domínio da coroa Inglesa.
Quando retorna a Índia, depois de conhecer o mundo e as ideias ocidentais,
percebe a grande dominação, preconceito, injustiças a que seu povo era
submetido. Diante de tanto sofrimento e constantes humilhações e impotência que
vivia seu país, encontrou uma arma poderosa para lutar contra o poderio
capitalista – a “resistência pacífica”, provocativa e ativa, abominava qualquer
tipo de violência. Esta foi a arma que usou e ensinou os indianos a utilizarem
contra o autoritarismo e as injustiças do governo inglês, que culminou na
independência da Índia.
Valeu-se da religião como propulsor de valores
morais e da disciplina, e aceitou a todas as religiões hindus, sem segregação.
Buscou com disciplina estes valores morais, para defender a ideia que o homem,
em comunhão com suas virtudes, está mais perto da natureza e de Deus.
Sua trajetória mostra a sensibilidade e essência
humana. O que por evolução e consciência máxima diferenciaria o homem dos
animais irracionais. A violência, independente de condição física ou moral, é
uma violação do que é humano e sempre deve ser entendida como ferramenta de
controle e poder tirano. Este conceito e ideia fizeram parte da política de
Gandhi, que arrastava a Índia inteira sobre sua liderança.
Sua militância devolveu aos indianos a autoestima
e coragem para desobedecer ao que a coroa inglesa os impunha. Ganhou notoriedade
internacional por sua obstinação em mostrar ao mundo as injustiças e sofrimento
ao qual eram submetidos pela Inglaterra. Pregava que uma forma de lutar era
tornar a injustiça visível e que qualquer forma tirana de governo em algum
momento de sua história será arrebatada.
Gandhi manteve sua liderança entre os hindus por
25 anos, ensinou e mostrou aos indianos e ao mundo, que a humildade e a simples
verdade eram mais poderosas que impérios.
Despiu-se de quase toda cultura ocidental, em
protestos contra os altos impostos imputados à Índia. Passou a fazer suas
próprias roupas e a utilizar os transportes públicos e caminhadas para as suas
viagens políticas. Sublinhou com isto sua independência pessoal aos países
superindustrializados.
George Marshall (1953), secretário Americano de
estado, definiu Gandhi como “o porta voz da consciência de toda humanidade”.
Percebe-se que este estilo de líder, além de
interferir ativamente no território ao qual pertence, modifica e implementa
novos paradigmas sociais, conscientizam os indivíduos locais da importância de
sua força grupal e dos recursos que a unidade cultural e de pensamento podem
adquirir, transcendendo fronteiras, criando identificações com realidades e
contextos de outras sociedades. Diferentes dos líderes capitalistas, fabricados
pelo interesse de corporações e de grupos particulares, voltados aos modismos em
prol de um consumismo controlador que tem como objetivo vender uma ideia sem se
importar com o aspecto humanístico e evolutivo do homem. São movidos pela
competitividade lucrativa e não pelo bem comum.
Chico Mendes, como Gandhi, era um obstinado pela
verdade. Porém só teve acesso a educação formal, aos 19 anos de idade. Soube
ouvir a sua “consciência divina” e entender bem cedo as injustiças, exploração e
controle que os grandes latifundiários e governantes impunham aos seringueiros,
índios e povos da floresta amazônica. Estes exploradores, insensíveis aos
problemas da sustentabilidade, visavam somente a lucros e não se importavam com
o destino dos habitantes da região.
A história e a tragédia da Amazônia começaram há
150 anos, quando descobriram então, na grande floresta amazônica, a “Hévea
brasiliens”, conhecida como seringueira. Brasileiros que vieram das regiões mais
áridas e secas do nordeste trocaram sua região, por um mundo de águas e de
abundância natural.
Não foram fazer fortunas, mas foram se sustentar,
e por isto, tinham uma relação de harmonia com a floresta e respeito aos que a
habitavam, uma vez que os índios se mostraram desde o início, anterior ao
chamado ciclo da borracha, como inimigos dos seringueiros e de quem invadisse o
território entendido pelos mesmos como área de pertencimento indígena. A
descoberta da borracha para a indústria mundial atiçou a ganância dos
capitalistas e uma onda de exploração se instalou na Amazônia e trouxe com ela
todos os tipos de conflitos e interesses. No início do séc. XX a indústria
automobilística estava em plena ascensão e a seringueira nativa na floresta
chegou a produzir 40 mil toneladas de borracha que era quase toda exportada para
a América do Norte.
O entendimento do mundo capitalista pelas
riquezas da Amazônia, não foi somente em relação ao cultivo das sementes
roubadas que os Ingleses e Holandeses levaram para serem cultivadas na Ásia, que
desencadeou uma crise histórica do ciclo da borracha. Foi também responsável
pelos desmatamentos que vieram com a exploração da madeira, indústrias
farmacêuticas, e todo tipo de extração cruel e inconsciente. Em parceria com
governos corruptos, empresas internacionais se uniram a grandes latifundiários,
e submeteram os povos da floresta e habitantes da região, que viviam do
extrativismo a uma tirana subjugação, pobreza e conflitos.
Neste cenário crescia Chico Mendes, que vê sua
cultura ser desrespeitada, as relações entre a natureza e os homens não era mais
possível. Muitos eram desapropriados das terras em que viviam, por conta das
extrações permissivas por parte do governo e da polícia federal, para empresas
que tinham capital internacional. Em busca de lucros a qualquer custo e de
imediato.
Indignado com a situação a que seu povo estava
sendo submetido, Chico Mendes inaugura um tipo de luta diferente para combater o
direito de extração natural, modo de sobrevivência dos povos da floresta e
desrespeito a floresta. O nível de queimadas, desmatamento e de servidão dos que
necessitavam da floresta não podia ser mais tolerado. Quando os peões chegavam
com as motosserras para derrubarem as florestas, encontravam famílias inteiras
que se punham em frente aos tratores para impedir a ação comandada pelos
seringalistas. A este enfrentamento pacífico foi dado o nome de “Empate” que
tinha como objetivo criar um ato político, chamar atenção para o que se passava
na Amazônia e principalmente criar reservas extrativistas. Os seringueiros eram
expulsos do território onde tinham o sustento de suas famílias, e obrigados a
viverem em países vizinhos na mais profunda pobreza. Por isto, fundou-se o
Conselho Nacional dos Seringueiros – CNS, para que a classe tivesse
representatividade. Chico Mendes foi perseguido por suas ideias de preservação
que desconfortava aos que promoviam com fúria lucrativa o desmatamento.
Como Gandhi, conscientizou, hindus e mulçumanos a
pararem de brigar entre si para lutarem juntos pela mesma causa. Chico Mendes
viabilizou uma aliança entre índios e seringueiros, inimigos históricos, para
lutarem pela causa da floresta. Isto lhe custou a vida.
Chico Mendes e Gandhi, líderes que só pararam de
lutar pelo que acreditavam pela razão maior que se contrapõe a vida – a
morte!
A notoriedade dos dois líderes pacifistas,
pertencentes a diferentes continentes e tempo, alargou-se de tal forma, que
tanto Mahatma Gandhi, quanto Chico Mendes, não puderam mais ser ignorados,
pagaram com a morte, porém mudaram paradigmas e tiveram o reconhecimento
mundial.
Desobedientes ao sistema capitalista, que tem
como pilar, exploradores e explorados conformados inconscientes e controlados,
os dois líderes trabalharam para o bem comum, e invadiram de forma
transportadora, conceitos e novos paradigmas evolutivos humanos, que se
difundiram por todos os continentes do planeta.
Percebe-se que a segunda década do séc. XXI
ascende desconfortos ao paradigma conhecimento regulação, pouco a pouco temos
notícias de insurgências dentro de vários países onde o poder controlador se
fazia presente. Felizmente perceberam que estas insurgências são oriundas de um
sentimento a favor do conhecimento para a emancipação e com isto entende-se que
o sistema capitalista tal como existe até o momento está com os dias contados é
“uma morte anunciada”.
Ao interpretar Boaventura (2000), a população
mundial sente a necessidade e é a favor de travessias, mas necessita de novos
paradigmas para ir de uma margem a outra. Para tanto, as perguntas que surgem:
Será que novos líderes surgirão, como artistas a decodificar o nosso caos humano
e social? Gandhi e Chico Mendes viveram em países miseráveis e explorados, e não
viram os seus países agora emergentes, autônomos, conduzirem sua própria
história. Será que a população mundial verá e sentirá uma nova era desvinculada
de um capitalismo parasitário?
É certo que a evolução das sociedades se nota a
partir de pequenas aldeias globais, percebem-se que movimentos semelhantes,
insurgem em todo o planeta, como um descontentamento geral que grita por
mudanças. Com o avanço tecnológico e evolutivo do homem, o controle das massas
não é mais tarefa tão fácil e rastreante, como outrora, que permitiu o
surgimento deste homem mais crítico de sua história social, decidido a fazer os
ajustes que lhe convier.
O poder utilizado por décadas para controle da
população, pela engenharia social, já não alcança o mesmo sucesso. “As armas
silenciosas para guerras tranquilas”, começam a se mostrar ineficientes, pela
própria natureza do homem que “assujeitado” a poucos, e por muito tempo, clama
por sua liberdade.
Este ser divinamente indomável, que sempre
existiu dentro de cada ser humano, embasados por ícones
históricos como Gandhi e Chico Mendes, começam a contextualizar a história da
humanidade de forma natural e não sistemática, mas como uma forma intuitiva de
se estar no mundo agora, e construir um dia-a-dia que culminará em um futuro
diferente do que os “desvirtuados” haviam planejado para a humanidade! A própria
evolução humana resgatou conceitos essenciais que faziam parte de nossa
racionalidade e que haviam caído ao esquecimento, controlados por poucos, mas
que era direito dos efeitos históricos e evolutivos.
A este período de ganância, poder, controle
alienantes, escravos dentro de seu próprio território, que se compara a uma
galeria tubular que conduz pelo fogo a uma saída de extermínio e insanidade. O
sentimento de confiança e empoderação pelo intuitivo que tem se aperfeiçoado, e
agora conduz a todos, embora os desavisados e mais lentos demorem ainda a entrar
no vagão da evolução humana, onde as relações sociais, devem concorrer para o
bem comum, para as virtudes, inerentes a natureza humana .
A globalização evolução, fez isto pelo homem, as
atitudes morais tendem a se unificar. Diferentes concepções morais em relação ao
planeta e ao humano serão rechaçadas e descartadas, pois o homem tem agora um
olhar integral sobre si mesmo, sem desconsiderar suas peculiaridades e culturas
territoriais, exalta sua unidade com a natureza humana, do contrário, este
modelo existente de sistema social, terminaria por extinguir a espécie.
Parte-se de uma reflexão racional Weberiana o
desenvolvimento desta razão, poder e dominação, que encontrou a resistência
nestes líderes que buscaram nas tradições de caráter sagrados, motivações para
se oporem ao poder dominante, e por isto, sua militância foi legitimada, pela
autoridade a eles conferida.
Dividiam o conhecimento do território e da cultura,
e a denuncia do desejo de todos. Este carisma, também personificado no arquétipo
de herói, assumiu nestes atores, Gandhi e Chico Mendes a proporção do sagrado,
por abnegação da própria vida em prol da causa, que exerce limites físicos e se
mostram opositores à violência.Embora por um período adormecidos e dominados por
tanto tempo, subjugados a engenharia social, homens como Gandhi e Chico Mendes,
atuam como arquétipos do “cuidar de si”.
CONCLUSÃO
Os tantos mitos criados pelo homem no percurso
civilizatório, não foram capazes de apaziguar o desconforto constante produzido
por seu desejo compulsivo em dominar a natureza e o mundo. Quando se pensa que
os avanços são reais e para o bem comum, se tem notícias que os recursos
materiais são destinados a poucos e que o grande contingente humano ainda
sobrevive em profundo descaso dos dirigentes controladores.
Doenças surgidas do estresse do se “tentar
enquadrar”, do se deixar conduzir, em elos de correntes que nunca se sabe quem
os puxa. E o homem segue com modificação da sua natureza livre, dorme menos e
trabalha mais, e se afunda nas facilidades dos empréstimos e cartões de
plásticos, e compra toda produção material, interpretados por Jean. J. Rousseau
(1776), como incapazes de conduzirem o homem a maior moralidade e
felicidade.
Pois bem, percebe-se que líderes como Gandhi e
Chico Mendes, tentaram e mudaram paradigmas humanos, numa tentativa de
conscientização de unidade entre homem e natureza. Ao aproximar pensamentos e
condutas de integralidade, física, psíquica, biológica e social. Visão
extremamente pertinente no contexto histórico atual, onde o processo
globalizador, que deveria fortalecer e promover qualidade de vida provoca um
tornado que envolve a todos em uma sucessão de fatos contraditórios e perigosos,
que se leva a pensar em uma “esquizofrenização coletiva”. Que criam sentimentos
de medo, incertezas, e deixa órfãos a todos, pois a impressão é que o mundo
agora, necessita e tem urgência em estar fora deste “controle”. Vários
movimentos se organizam neste momento, claro como insurgências.A criatividade
aos absurdos do consumo criou dois tipos de infelicidade: a dos homens que já
não tem o que comprar, se deparam com o vazio, se coisificam, o que os leva cada
vez mais longe do que é o humano, e assim, banalizam a vida, em troca de
sofisticação nas relações, e se enclausuram em casas com sistemas de segurança,
encarcerados; e o outro tipo de homens, que a qualquer preço, lutam por
resultados favoráveis a corrida projetada pelo sistema, ignoram semelhantes,
envolvem-se em redes de corrupção, e usam a palavra sustentabilidade para
diminuir a culpa que por intuição humana e sentimento, temem que lhes será
cobrada, pois impedem a natureza de pulsar, e reprimem e devastam o que é
natural, vislumbram forças contrárias que não poderão conter. O convívio com o
medo constante, a perda da alegria e o pior se afastam cada vez mais da
consciência do humano.
A história nos ensina que a resistência a novos
paradigmas também são naturais. Portanto, que venham líderes naturais, do
território “mundo”, que instaurem uma nova ordem que nos faça mais humanos, mais
conscientes e evoluídos, mais livres.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGOZINO, A. C.(2009) Política y
Estado. 1ª Ed. Ciudadela: Dosyuna edições argentinas.
ALBUQUERQUE JÚNIOR, D. M.; VEIGA-NETO, A.; SOUZA
FILHO, A. (Orgs). Cartografias de Foucault. Belo Horizonte:
Autêntica, 2008.
CHARDIN, P. T. El grupo zoológico
humano. Madrid: Taurus Ediciones,1967.
Freud, S. (1930) Obras Psicológicas
Completas da Ed Standard-Brasileira. O mal estar da civilização. Imago
Editora: Rio de Janeiro, 1974.
GANDHI- Direção de Richard
Attenborough. Roteiro de Jonh Briley, Alyque Padansee e Candice Bergen,1982.
JUNG, C.G; WILLHEM, R. O segredo da flor
de ouro. Petrópolis: Vozes, 1987.
JUNG, C.G. Aspectos do drama
Contemporâneo. Petrópolis: Vozes, 1988.
LÉVI-STRAUSS, C. Antropologia
Estrutural. Rio de Janeiro: Edições Tempos brasileiros, 1985.
VENTURA, Z. CHICO MENDES - Crime
e Castigo. São Paulo: Companhia das letras, 2003.
Zeitgeist – The movie. Direção
de Peter Joseph, 2007.
Zeitgeist – Moving
Forward.Direção de Peter Joseph, 2011.
Zeitgeist- Addendum. Direção de
Peter Joseph, 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário