José de Paiva Netto
Na Boa Nova de Jesus, aprendemos com o Preceptor
Celestial que é imprescindível amar-nos uns aos outros como Ele nos tem amado
(Evangelho segundo João, 13:34). E mais: passamos a definir qualquer situação,
de modo que a necessidade do ensinamento do Senhor quanto à “Essência de Deus
para a Vida” — que é o Mandamento Novo, na definição do saudoso fundador da
Legião da Boa Vontade Alziro Zarur (1914-1979) — seja efetiva.
Fica patente esse anseio que temos de ser
felizes, razão por que nos devemos esforçar com decisão, de forma que haja uma
Sociedade Solidária Altruística Ecumênica. Para que o Respeito, a Fraternidade,
a Solidariedade, a Compaixão possam fazer realmente vigorar a Verdade e a
Justiça. (...)
ANTÍDOTO AO ÓDIO
O Amor, aliado à Justiça, é essencial. Porque o outro lado da moeda é isso de que todos estão querendo livrar-se: o ódio, que promove a violência que atrai mais violência, o desencontro de sentimentos. Assim, “o xis do problema” não reside necessariamente nos regimes políticos e sociais, mas na índole do ser humano, que os constitui, impõe e vive. Costumo afirmar: não há regime bom enquanto o Homem for mau (desculpem o cacófato).
Como é que um Ser, na carne ou no etéreo, que ainda não tem devidamente demonstrado seguras condições para desfrutar de um clima de civilidade, é capaz de estabelecer uma vivência de fato solidária, se no seu cerne reincide em não querer ouvir esses assuntos básicos, sem os quais não pode existir um lugar que seja em que a ferocidade da guerra (o Cavalo Vermelho do Apocalipse, 6:4) permaneça como o juiz perverso em todas as decisões? Se a sua Alma não for bafejada pela emoção pura de Amor e de Justiça (de maneira alguma confundam Justiça com vingança), ele vai sofismar, engabelar, iludir.
Então, a urgência de vivermos o “Amai-vos como Eu vos amei”, de Jesus, é resultado do exemplo pessoal Dele: doou a Sua própria vida, submeteu-se à crucificação, prova de que portava um recado novo que punha em xeque interesses danosos a certa parte da Humanidade. Portanto, o Missionário Celeste havia se transformado em uma ameaça ao status quo vigente e, ipso facto, foi pregado à cruz do sacrifício.
Por conseguinte, o Cristo deu a maior
demonstração de Amor. Consequência: Sua mensagem de Irmandade sem fronteiras
espalhou-se pelo planeta, mesmo que, por vezes, tenha sido quase que negada, a
modelo do que se viu no Século das Guerras Religiosas: o 16, e nas
inqualificáveis Cruzadas.
Por isso, reitero, Jesus é uma conquista diária,
uma descoberta permanente para os que têm sede de Saber, de Fraternidade, de
Liberdade, de Igualdade e de Paz. (...) E não me refiro ao Cordeiro quando
aprisionado por restritas concepções terrenas, sejam filosóficas, religiosas,
políticas, científicas.
Ele é um Libertador, jamais um prisioneiro.
Sobrepaira a tudo. A Sua identidade com Deus é tamanha que se tornou — para a
sobrevivência da espécie humana — o Revelador da primacial causa da penúria de
alma que ainda sofremos, tendo em vista a falta de nos amarmos uns aos outros da
mesma forma com que Ele nos amou e ama.
Aí vem a decisão para a boa trajetória
civilizante que o Sublime Educador nos aponta no versículo 35 do capítulo 13 do
Evangelho consoante João: “Somente assim: se vos amardes uns aos outros como Eu
vos tenho amado, podereis ser reconhecidos como meus discípulos”. Eis a Política
de Deus.
José de Paiva Netto é Jornalista, radialista e escritor.
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