segunda-feira, 23 de junho de 2014

As TICS e a aceitação pelos professores da rede estadual de ensino de mato grosso no seu fazer pedagógico: aliadas ou fantasmas?



NEVES, Welteman Lopes
Técnico Administrativo Educacional
Escola Estadual Luiza Nunes Bezerra
Graduado em Ciências Contábeis – UNEMAT 2006/2
Pós – Graduado em Gestão Escolar - FINOM 2011


            Atualmente vivemos a era digital, a qual exige o mínimo de domínio das tecnologias disponíveis para que possamos sobreviver em meio a esta revolução e evolução do pensamento humano. Com este avanço tecnológico a educação, assim como outras áreas, tiveram que adaptar-se e ter como agregante as TICs (Tecnologia da Informação e Comunicação) que vieram somar no processo ensino/aprendizagem.
Porém, percebe-se que em meio aos profissionais da educação, muitos apresentam dificuldades em adaptar-se a esta nova era, principalmente os docentes. Um fator que complica em parte o desempenho, uma vez que o público com o qual trabalham (crianças e adolescentes) encontra-se cada vez mais inseridos na esfera digital. Ressalta-se ainda, que na escola podemos contar com inúmeros recursos tecnológicos os quais servem de apoio e incentivo à educação.
Os professores precisam derrubar as resistências intrínsecas quanto ao uso das tecnologias no meio educacional para então participar das mudanças e usufruir dos benefícios advindos com tais recursos.
            Segundo Neto (2007, p. 16), Os professores, em particular os que atuam nas escolas públicas que dispõem de laboratórios de informática, têm o desafio de desenvolver no seu dia-a-dia a autonomia necessária para estabelecer um vínculo entre suas práticas e as novas tecnologias, para assim contribuírem na transformação de sua ação pedagógica.
            Podemos observar que no seio das escolas da rede pública estadual ainda existem grandes tabus a serem quebrados como a resistência em aprender a operar o Sistema Sigeduca, implantado pelo governo do estado de Mato Grosso desde o ano de 2008. Percebe-se que após sete anos de funcionamento deparamos com professores que ainda questionam a eficiência no desenvolvimento deste sistema, arraigados em práticas ultrapassadas e na negação da aprendizagem tecnológica.
            As ações de políticas públicas ao longo da última década têm focado na educação, disponibilizando um aparato tecnológico às escolas públicas da rede estadual de ensino em Mato Grosso tais como: projetores multimídias, lousa digital e os tablets fornecidos aos professores do ensino médio no ano de 2013. Foi visível a resistência dos professores à aceitação e manuseio destes tablets educacionais que por meio de convênio do governo federal foram colocados à disposição dos mesmos com a finalidade de agregar ao seu fazer pedagógico.
            A informática na educação é de extrema importância para o século XXI, pois de acordo com Tajra (2012, p.15), tem como objetivo: sensibilizar os professores e demais profissionais que atuam em ambientes educacionais quanto à importância da informação para o desenvolvimento das diversas habilidades humanas, bem como para as atuais e futuras realidades das economias de mercado. Temos que ressaltar a importância dos LIEDs (Laboratório de Informática Educativa), pois disponibilizam o acesso à rede mundial de computadores, por isso, apresenta-se como instrumento auxiliar no desenvolvimento da pesquisa na escola que propicia descobertas e saberes diversificados no ambiente escolar.
            Segundo Bagno (2000), Se não houvesse pesquisa, todas as grandes invenções e descobertas científicas não teriam acontecido. A velha história da maçã caindo na cabeça de Newtom e fazendo-o “descobrir” a lei da gravidade não passa de “conversa para boi dormir”. Se a queda da maçã fez Newtom pensar na gravidade, é porque ele já vinha ruminando, refletindo, pesquisando acerca do fenômeno.
            Podemos então afirmar que a resistência ao uso de ferramentas tecnológicas prejudica o desenvolvimento dos trabalhos nas escolas de modo geral, podendo ser um dos causadores de insatisfação, insucesso e frustração profissional de um grande número de professores no Brasil. Os recursos disponibilizados atualmente são muito bons e compatíveis com as necessidades mínimas dos profissionais, dos alunos e da escola. Mas para que tais recursos sejam aproveitados satisfatoriamente por todos, há a necessidade de mudança de visão por parte de um grande número de professores que veem as tecnologias como fantasmas e não como aliadas.
            Portanto, a queda de barreiras que impedem o crescimento intelectual coletivo deve ser articulada de forma democrática e inovadora no seio das escolas por meio da socialização de conhecimentos acerca das tecnologias para que todos possam usufruir dos benefícios da era digital.





Referências Bibliográficas

BAGNO, Marcos. Pesquisa na Escola, O que é, Como se faz. – 4ª edição, São Paulo: Edições Loyola, 2000.

NETO, José Augusto de melo. Tecnologia Educacional: formação de professores no labirinto do ciberespaço.  – Rio de Janeiro: MEMVAVMEM, 2007.

TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na Educação: Novas Ferramentas Pedagógicas para o Professor na Atualidade. – 9ª edição revista, atualizada e ampliada – São Paulo: Érica, 2012.




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