Jorge Antonio de Queiroz e Silva - queirozhistoria@uol.com.br
Historiador, palestrante e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.
Historiador, palestrante e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.
O Brasil deve sediar a Copa do Mundo?
Os indivíduos mais esclarecidos, em sua maioria, não concordam com os gastos para a realização da Copa num país que apresenta problemas sérios de infraestrutura. Pensemos nos 27 milhões de residências brasileiras que não têm rede de esgoto (IBGE, 2013). Pensemos nas pessoas que morrem diariamente nas portas dos hospitais por falta de atendimento. Pensemos no Brasil que ocupa o lastimável oitavo lugar no número de analfabetos no mundo (UNESCO, 2014). São 13,2 milhões de pessoas com idade superior a 15 anos que não escrevem e nem leem. Ora, saúde e educação deveriam ser prioridades públicas.
E o atraso das obras em estádios brasileiros? O vexame da Arena da Baixada fez com que por pouco Jérôme Valcke, o secretário-geral da FIFA, não cancelasse a realização de quatro jogos da Copa do Mundo 2014 na capital paranaense. E as previsões orçamentarias rebentadas? Um exemplo vem também da Arena da Baixada, cujo orçamento, no valor de R$ 135 milhões, em 2010, passou para 319 milhões de reais, o que representa um aumento assustador de 136%.
Lucélia Lecheta, empresária contábil e presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná, desabafa: “Não pode ser sério um país que se aventura a realizar uma Copa do Mundo, quando na periferia das modernas arenas - construídas a peso de ouro e do suor de várias gerações - sobrevive miseravelmente grande parcela da população, sem estudo, comida, saúde, sem nada. Sem sequer compreender o sonho que movimenta um mundial. (...) Não pode ser sério um país que (...) deixa pessoas à própria sorte perecerem nos rincões dessa terra por falta do mínimo de estrutura para uma vida digna. Em contrapartida, investe milhões de dólares na modernização de um porto modelo em outro país, coisa, aliás, que não temos por aqui. (...) O Brasil não precisa de estádios bilionários.
Carece mesmo é de estradas, hospitais qualificados, creches, policiamento intensivo, penitenciárias, escolas, moradias, austeridade com a coisa pública, transparência e paz. Não precisa de mais políticos, mas de gente séria, comprometida com o povo, sensível às necessidades da população, inteligente e honesta”.
Copas do Mundo
Mas se por aqui os problemas citados acima incomodam, imaginem as dificuldades para a realização das primeiras Copas do Mundo, uma iniciativa do Jules Rimet, presidente da FIFA (1928 a 1954) e presidente da Federação Francesa de Futebol (1919 a 1945). Guerras, boicotes e problemas econômicos faziam parte daquele cenário. A Taça Jules Rimet, conquistada definitivamente pelo Brasil em 1970, foi instituída em sua homenagem.
O mundo vivia sob o reflexo do crash (queda) da Bolsa de Valores de Nova York, 1929, quando ocorreu a primeira Copa do Mundo em 1930. O Uruguai, sede do primeiro mundial, sofreu um boicote europeu, aliás, os uruguaios tiveram que bancar a viagem de navio das seleções da França, Bélgica, Iugoslávia e Romênia, mas foram os campeões.
Em 1934, os uruguaios deram o troco boicotando a Copa na Itália, por ser um país europeu. Num momento em que se avizinhava a Primeira Guerra Mundial, Benito Mussolini patrocinou a Copa para, evidentemente, promover o fascismo, uma política nacionalista e autoritária. A Itália foi a vencedora.
A Copa de 1938, na França, afastou algumas seleções do evento, como a Espanha, que estava vivendo uma guerra civil (1936-1939), e a Áustria, que foi tomada pelos nazistas alemães, de Adolf Hitler. A Itália faturou pela segunda vez o mundial, mas Leônidas, o brasileiro que criou a “bicicleta” no futebol, era o artilheiro, com sete gols.
Com o advento da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as Copas de 1942 e 1946 não aconteceram. Em 1950, o Brasil sediou a Copa e perdeu para o Uruguai, na final, pelo placar de 2 a 1, porém uma vez mais tivemos um artilheiro brasileiro, Ademir fez oito gols. Detalhe: Curitiba foi uma das sedes da Copa. Os jogos foram realizados no Estádio Durival Britto.
Em 1954, a Suíça era a sede da Copa, e um país dividido após a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha Ocidental venceu na final a Hungria, favorita ao título. A unificação das Alemanha Oriental e Ocidental ocorreria somente, em 1990, após a queda do Muro de Berlim de 1989.
Nos anos 1958, na Suécia, e 1962, no Chile, o selecionado brasileiro abiscoitou os dois primeiros títulos mundiais. Foi o tempo dos fantásticos jogadores Zagallo, Didi, Vavá, Garrincha (o gênio das pernas tortas) e Pelé (o Rei do futebol). No ano 1960, um assustador terremoto na cidade de Valdivia, no Chile, ameaçou a realização da Copa de 1962. Os chilenos atenuaram as sedes de oito para quatro e reconstruíram partes dos estádios. Vavá e Garrincha estavam entre os seis artilheiros da Copa de 1962, com quatro gols.
Na Copa de 1966, na Inglaterra, duas curiosidades: A taça Jules Rimet foi roubada numa exposição, em Londres, e encontrada pelo cachorro Pickles, sob uma pequena árvore no jardim do seu dono, o senhor David Corbett; a escolha da primeira mascote para a Copa, Willie, um leão, animal símbolo dos ingleses. Estes, inventores do futebol e anfitriões, venceram o torneio mundial daquele ano.
Abro aqui um parênteses para lembrar que o Tatu-bola é a mascote da Copa do Brasil 2014. Para Jérôme Valcke, secretário-geral da FIFA: "Com esta mascote, vamos poder realizar um dos principais objetivos da Copa do Mundo da FIFA 2014, que é comunicar a importância do meio ambiente e da ecologia. Temos certeza de que ela será amada não apenas no Brasil, mas no mundo todo".
Pois bem, os brasileiros, com um elenco imbatível, na Copa de 1970, venceram na final os italianos por 4 a 1, no Estádio Azteca, cidade do México, para um público de 107.412 pessoas. Eu estava em Cianorte-PR, lembro que foi a primeira transmissão da Copa do Mundo em cores pela televisão para o planeta. Zagallo, o primeiro na conquista da Copa do Mundo na condição de técnico e jogador (campeão mundial em 1958 e 1962), escalou para aquela memorável decisão: Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza, Everaldo, Gérson, Clodoaldo, Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivelino.
No entanto, a Taça Jules Rimet (3, 8 quilogramas de puro ouro), obtida de forma permanente pela nossa seleção com o tricampeonato conquistado na Copa de 1970, seria roubada da sede da CBF, no Rio de Janeiro, aos 20 de dezembro de 1983, e derretida em pleno território brasileiro. De acordo com o jornal Folha de São Paulo: “O roubo nasceu de uma conversa em um bar em Santo Cristo (zona suburbana do Rio). Sérgio Peralta arregimentou dois comparsas – José Luiz da Silva, o Luiz Bigode, e Francisco Rocha Rivera, o Chico Barbudo – para surrupiar o troféu. Bigode e Barbudo renderam o vigia na noite e invadiram o edifício da confederação”.
A Copa de 1974 ocorreu na Alemanha. Os alemães ocidentais venceram os holandeses por 2 a 1 na decisão. Detalhes: No jogo de ida, nas eliminatórias, 1973, em Moscou, a União Soviética empatou com o Chile sem abertura de contagem. Os soviéticos se recusaram a disputar a partida de volta, em Santiago, capital chilena, onde dias antes um golpe político havia derrubado Salvador Allende, o presidente socialista. Era o começo da ditadura de Augusto Pinochet.
Na polêmica Copa de 1978, os argentinos, em casa, derrotaram os holandeses, no jogo derradeiro, por 3 a 1. Por que polêmico? O Brasil esteve bem próximo da final, mas na vitória dos argentinos sobre o Peru por 6 a 0, que suscitou divergências, a seleção canarinha acabou perdendo a vaga no saldo dos gols.
Embora um terremoto tenha atingido a cidade do México, com aproximadamente 10 mil pessoas mortas, não comprometeu os estádios e a Copa do Mundo, edição 1986, aconteceu no próprio México, cuja vitória foi da seleção argentina. Maradona foi o grande destaque do evento. Devido à Guerra das Malvinas (1982) entre argentinos e ingleses, o jogo das quartas de final entre Argentina e Inglaterra foi de intensa disputa, cujo placar foi a favor da Argentina, 2 a 0, com sabor de desforra.
A Itália foi a sede da Copa de 1990. Os alemães ocidentais devoraram os argentinos, na final, por um 1 a 0. Algumas curiosidades: O técnico alemão Franz Beckenbauer (ex-jogador da seleção alemã) foi o segundo que conquistou um mundial como jogador e técnico. Conforme citado neste artigo, o nosso Zagallo foi o pioneiro; o jogador Branco, da seleção brasileira, nas oitavas de final, tomou água de uma garrafa oferecida pelo massagista argentino. Segundo Maradona, a água continha sonífero.
O Brasil alcançaria o tetra, nos Estados Unidos, na Copa de 1994, com uma seleção desacreditada pelos brasileiros, aliás, na decisão frente à Itália, o time comandado por Carlos Alberto Parreira venceu nos pênaltis, por 3 a 2, após uma prorrogação em 0 a 0. E o jogador Maradona, da Argentina, usou o estimulante efedrina no jogo contra a Nigéria, constatado em exame antidoping. Foi suspenso por 15 meses.
Na França, o Brasil decidiu a Copa do Mundo, de 1998, com a própria França, e perdeu por 3 a 0. Os brasileiros entraram em campo abatidos, pensativos com o jogador Ronaldo, o “Fenômeno”, que sofrera uma convulsão no dia da decisão. Dois fatos históricos merecem ser lembrados neste mundial: A atuação de Said Belqola, marroquino, primeiro juiz africano que apitou um mundial; a primeira participação da Croácia, que se libertou da Iugoslávia, e conseguiu um honroso terceiro lugar.
Inédito! A Copa do Mundo, de 2002, aconteceu simultaneamente em dois países da Ásia, Coreia do Sul e Japão. Recuperados, Ronaldo e a seleção brasileira chegaram à final e venceram a seleção alemã, por 2 a 0. O evento foi no Estádio Internacional, em Yokohama, Japão. Brasil é pentacampeão.
Detalhes: O turco Hakan Sukur fez o gol mais rápido das Copas do Mundo, 11 segundos, diante da adversária Coreia do Sul; o nosso Cafu, capitão, foi o primeiro jogador em três finais seguidas de Copas do Mundo.
Era 2006, a Alemanha sediava a Copa. Os italianos venceram os franceses, nos pênaltis, por 5 a 3. O Brasil foi eliminado nas quartas de final pelos franceses, mas Ronaldo, com 15 gols, se tornou o maior artilheiro na história das Copas.
É a vez do continente africano. A África do Sul sediou a Copa de 2010. O Brasil é eliminado mais uma vez nas quartas de final. Os espanhóis são os vencedores. Lembra-se das vuvuzelas? São as cornetas tocadas durante os jogos da Copa. Emissoras de TV e jogadores tentaram proibir o uso do instrumento, mas não deu certo.
Os indivíduos mais esclarecidos, em sua maioria, não concordam com os gastos para a realização da Copa num país que apresenta problemas sérios de infraestrutura. Pensemos nos 27 milhões de residências brasileiras que não têm rede de esgoto (IBGE, 2013). Pensemos nas pessoas que morrem diariamente nas portas dos hospitais por falta de atendimento. Pensemos no Brasil que ocupa o lastimável oitavo lugar no número de analfabetos no mundo (UNESCO, 2014). São 13,2 milhões de pessoas com idade superior a 15 anos que não escrevem e nem leem. Ora, saúde e educação deveriam ser prioridades públicas.
E o atraso das obras em estádios brasileiros? O vexame da Arena da Baixada fez com que por pouco Jérôme Valcke, o secretário-geral da FIFA, não cancelasse a realização de quatro jogos da Copa do Mundo 2014 na capital paranaense. E as previsões orçamentarias rebentadas? Um exemplo vem também da Arena da Baixada, cujo orçamento, no valor de R$ 135 milhões, em 2010, passou para 319 milhões de reais, o que representa um aumento assustador de 136%.
Lucélia Lecheta, empresária contábil e presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná, desabafa: “Não pode ser sério um país que se aventura a realizar uma Copa do Mundo, quando na periferia das modernas arenas - construídas a peso de ouro e do suor de várias gerações - sobrevive miseravelmente grande parcela da população, sem estudo, comida, saúde, sem nada. Sem sequer compreender o sonho que movimenta um mundial. (...) Não pode ser sério um país que (...) deixa pessoas à própria sorte perecerem nos rincões dessa terra por falta do mínimo de estrutura para uma vida digna. Em contrapartida, investe milhões de dólares na modernização de um porto modelo em outro país, coisa, aliás, que não temos por aqui. (...) O Brasil não precisa de estádios bilionários.
Carece mesmo é de estradas, hospitais qualificados, creches, policiamento intensivo, penitenciárias, escolas, moradias, austeridade com a coisa pública, transparência e paz. Não precisa de mais políticos, mas de gente séria, comprometida com o povo, sensível às necessidades da população, inteligente e honesta”.
Copas do Mundo
Mas se por aqui os problemas citados acima incomodam, imaginem as dificuldades para a realização das primeiras Copas do Mundo, uma iniciativa do Jules Rimet, presidente da FIFA (1928 a 1954) e presidente da Federação Francesa de Futebol (1919 a 1945). Guerras, boicotes e problemas econômicos faziam parte daquele cenário. A Taça Jules Rimet, conquistada definitivamente pelo Brasil em 1970, foi instituída em sua homenagem.
O mundo vivia sob o reflexo do crash (queda) da Bolsa de Valores de Nova York, 1929, quando ocorreu a primeira Copa do Mundo em 1930. O Uruguai, sede do primeiro mundial, sofreu um boicote europeu, aliás, os uruguaios tiveram que bancar a viagem de navio das seleções da França, Bélgica, Iugoslávia e Romênia, mas foram os campeões.
Em 1934, os uruguaios deram o troco boicotando a Copa na Itália, por ser um país europeu. Num momento em que se avizinhava a Primeira Guerra Mundial, Benito Mussolini patrocinou a Copa para, evidentemente, promover o fascismo, uma política nacionalista e autoritária. A Itália foi a vencedora.
A Copa de 1938, na França, afastou algumas seleções do evento, como a Espanha, que estava vivendo uma guerra civil (1936-1939), e a Áustria, que foi tomada pelos nazistas alemães, de Adolf Hitler. A Itália faturou pela segunda vez o mundial, mas Leônidas, o brasileiro que criou a “bicicleta” no futebol, era o artilheiro, com sete gols.
Com o advento da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as Copas de 1942 e 1946 não aconteceram. Em 1950, o Brasil sediou a Copa e perdeu para o Uruguai, na final, pelo placar de 2 a 1, porém uma vez mais tivemos um artilheiro brasileiro, Ademir fez oito gols. Detalhe: Curitiba foi uma das sedes da Copa. Os jogos foram realizados no Estádio Durival Britto.
Em 1954, a Suíça era a sede da Copa, e um país dividido após a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha Ocidental venceu na final a Hungria, favorita ao título. A unificação das Alemanha Oriental e Ocidental ocorreria somente, em 1990, após a queda do Muro de Berlim de 1989.
Nos anos 1958, na Suécia, e 1962, no Chile, o selecionado brasileiro abiscoitou os dois primeiros títulos mundiais. Foi o tempo dos fantásticos jogadores Zagallo, Didi, Vavá, Garrincha (o gênio das pernas tortas) e Pelé (o Rei do futebol). No ano 1960, um assustador terremoto na cidade de Valdivia, no Chile, ameaçou a realização da Copa de 1962. Os chilenos atenuaram as sedes de oito para quatro e reconstruíram partes dos estádios. Vavá e Garrincha estavam entre os seis artilheiros da Copa de 1962, com quatro gols.
Na Copa de 1966, na Inglaterra, duas curiosidades: A taça Jules Rimet foi roubada numa exposição, em Londres, e encontrada pelo cachorro Pickles, sob uma pequena árvore no jardim do seu dono, o senhor David Corbett; a escolha da primeira mascote para a Copa, Willie, um leão, animal símbolo dos ingleses. Estes, inventores do futebol e anfitriões, venceram o torneio mundial daquele ano.
Abro aqui um parênteses para lembrar que o Tatu-bola é a mascote da Copa do Brasil 2014. Para Jérôme Valcke, secretário-geral da FIFA: "Com esta mascote, vamos poder realizar um dos principais objetivos da Copa do Mundo da FIFA 2014, que é comunicar a importância do meio ambiente e da ecologia. Temos certeza de que ela será amada não apenas no Brasil, mas no mundo todo".
Pois bem, os brasileiros, com um elenco imbatível, na Copa de 1970, venceram na final os italianos por 4 a 1, no Estádio Azteca, cidade do México, para um público de 107.412 pessoas. Eu estava em Cianorte-PR, lembro que foi a primeira transmissão da Copa do Mundo em cores pela televisão para o planeta. Zagallo, o primeiro na conquista da Copa do Mundo na condição de técnico e jogador (campeão mundial em 1958 e 1962), escalou para aquela memorável decisão: Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza, Everaldo, Gérson, Clodoaldo, Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivelino.
No entanto, a Taça Jules Rimet (3, 8 quilogramas de puro ouro), obtida de forma permanente pela nossa seleção com o tricampeonato conquistado na Copa de 1970, seria roubada da sede da CBF, no Rio de Janeiro, aos 20 de dezembro de 1983, e derretida em pleno território brasileiro. De acordo com o jornal Folha de São Paulo: “O roubo nasceu de uma conversa em um bar em Santo Cristo (zona suburbana do Rio). Sérgio Peralta arregimentou dois comparsas – José Luiz da Silva, o Luiz Bigode, e Francisco Rocha Rivera, o Chico Barbudo – para surrupiar o troféu. Bigode e Barbudo renderam o vigia na noite e invadiram o edifício da confederação”.
A Copa de 1974 ocorreu na Alemanha. Os alemães ocidentais venceram os holandeses por 2 a 1 na decisão. Detalhes: No jogo de ida, nas eliminatórias, 1973, em Moscou, a União Soviética empatou com o Chile sem abertura de contagem. Os soviéticos se recusaram a disputar a partida de volta, em Santiago, capital chilena, onde dias antes um golpe político havia derrubado Salvador Allende, o presidente socialista. Era o começo da ditadura de Augusto Pinochet.
Na polêmica Copa de 1978, os argentinos, em casa, derrotaram os holandeses, no jogo derradeiro, por 3 a 1. Por que polêmico? O Brasil esteve bem próximo da final, mas na vitória dos argentinos sobre o Peru por 6 a 0, que suscitou divergências, a seleção canarinha acabou perdendo a vaga no saldo dos gols.
Embora um terremoto tenha atingido a cidade do México, com aproximadamente 10 mil pessoas mortas, não comprometeu os estádios e a Copa do Mundo, edição 1986, aconteceu no próprio México, cuja vitória foi da seleção argentina. Maradona foi o grande destaque do evento. Devido à Guerra das Malvinas (1982) entre argentinos e ingleses, o jogo das quartas de final entre Argentina e Inglaterra foi de intensa disputa, cujo placar foi a favor da Argentina, 2 a 0, com sabor de desforra.
A Itália foi a sede da Copa de 1990. Os alemães ocidentais devoraram os argentinos, na final, por um 1 a 0. Algumas curiosidades: O técnico alemão Franz Beckenbauer (ex-jogador da seleção alemã) foi o segundo que conquistou um mundial como jogador e técnico. Conforme citado neste artigo, o nosso Zagallo foi o pioneiro; o jogador Branco, da seleção brasileira, nas oitavas de final, tomou água de uma garrafa oferecida pelo massagista argentino. Segundo Maradona, a água continha sonífero.
O Brasil alcançaria o tetra, nos Estados Unidos, na Copa de 1994, com uma seleção desacreditada pelos brasileiros, aliás, na decisão frente à Itália, o time comandado por Carlos Alberto Parreira venceu nos pênaltis, por 3 a 2, após uma prorrogação em 0 a 0. E o jogador Maradona, da Argentina, usou o estimulante efedrina no jogo contra a Nigéria, constatado em exame antidoping. Foi suspenso por 15 meses.
Na França, o Brasil decidiu a Copa do Mundo, de 1998, com a própria França, e perdeu por 3 a 0. Os brasileiros entraram em campo abatidos, pensativos com o jogador Ronaldo, o “Fenômeno”, que sofrera uma convulsão no dia da decisão. Dois fatos históricos merecem ser lembrados neste mundial: A atuação de Said Belqola, marroquino, primeiro juiz africano que apitou um mundial; a primeira participação da Croácia, que se libertou da Iugoslávia, e conseguiu um honroso terceiro lugar.
Inédito! A Copa do Mundo, de 2002, aconteceu simultaneamente em dois países da Ásia, Coreia do Sul e Japão. Recuperados, Ronaldo e a seleção brasileira chegaram à final e venceram a seleção alemã, por 2 a 0. O evento foi no Estádio Internacional, em Yokohama, Japão. Brasil é pentacampeão.
Detalhes: O turco Hakan Sukur fez o gol mais rápido das Copas do Mundo, 11 segundos, diante da adversária Coreia do Sul; o nosso Cafu, capitão, foi o primeiro jogador em três finais seguidas de Copas do Mundo.
Era 2006, a Alemanha sediava a Copa. Os italianos venceram os franceses, nos pênaltis, por 5 a 3. O Brasil foi eliminado nas quartas de final pelos franceses, mas Ronaldo, com 15 gols, se tornou o maior artilheiro na história das Copas.
É a vez do continente africano. A África do Sul sediou a Copa de 2010. O Brasil é eliminado mais uma vez nas quartas de final. Os espanhóis são os vencedores. Lembra-se das vuvuzelas? São as cornetas tocadas durante os jogos da Copa. Emissoras de TV e jogadores tentaram proibir o uso do instrumento, mas não deu certo.
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