sexta-feira, 26 de abril de 2013

Como sistematizar o ensino da sexualidade?

| Gestão escolar, Sexualidade

A educação sexual nas escolas deve ser mais do que apenas esclarecer as dúvidas dos alunos.
Ela precisa ser preventiva e sistematizada. Portanto, é necessário que os professores saibam o que estão fazendo e, principalmente para quê o fazem.
Para isso, temos que identificar a situação que queremos trabalhar, ficar de olho nas necessidades dos alunos e traçar uma estratégia pedagógica de acordo com a abordagem que mais se adeque à sua realidade. São elas:

Orientação Sexual extraprogramação

Aqui, a intervenção do professor parte de questões e/ou situações ligadas à sexualidade que ocorrem no dia a dia do colégio – o famoso apagar incêndio! Por exemplo, há crianças que tocam os seus genitais, em plena sala de aula. O professor deve abrir um espaço em sua aula para trabalhar esta situação baseada no conceito de atitudes públicas e privadas – tendo sempre o cuidado de não expor nenhum aluno.

Orientação Sexual como uma disciplina

Neste caso, a orientação é feita de forma sistematizada, com uma programação própria e um espaço específico dentro ou fora da grade curricular, de acordo com a política de cada escola.

O professor interessado pode ser de qualquer área, desde que seja capacitado para trabalhar a seleção de temas e aplicar as aulas de educação sexual. Portanto, é necessário montar um currículo para cada série que atenda aos objetivos do trabalho.

Esta modalidade é utilizada com os jovens a partir do 6º ano, quando já têm interesse e maturidade cognitiva para lidar e conversar sobre dúvidas e questões em sexualidade.

Tema Transversal

Neste caso, cada disciplina trata a temática da sexualidade por meio da sua proposta de trabalho, que é a ideia proposta pelo MEC no PCN em 1997. Por exemplo, se a escola tiver o objetivo de esclarecer os alunos sobre a gravidez, ela relaciona os temas pertinentes a este objetivo e articula, por série, em cada área, os conteúdos com que cada uma pode contribuir.

Este formato de trabalho exige da escola a capacitação de todos os professores. A transversalidade, além da política de integração entre as áreas, demanda um conhecimento básico sobre sexualidade e prevenção, além do compromisso de toda comunidade escolar.

Inicialmente, tudo isto pode parecer muito complexo, mas a escola pode simplificar, implementando o trabalho gradualmente de acordo com as séries e as disciplinas.

Um bom exemplo

Um bom exemplo é o Projeto Quebra Tabu, um trabalho feito com sucesso, pelo Instituto Kaplan – uma ONG especializada em Educação Sexual.

O Quebra Tabu consiste em aplicar um currículo mínimo de educação sexual no Ensino Fundamental II, como parte da disciplina de ciências. O objetivo é diminuir a vulnerabilidade dos jovens em relação à gravidez e DST/Aids, com o foco no corpo reprodutivo e sexual, de modo a ajudar os jovens a tomarem decisões mais assertivas no relacionamento afetivo e sexual.

No Quebra Tabu são feitas 3 oficinas para cada ano letivo do Ensino Fundamental (6º, 7º, 8º e 9º ano) por meio de uma metodologia focada na aptidão dos alunos. Ou seja: o que e como os alunos tem interesse e capacidade cognitiva para aprender em relação a estes objetivos, em cada série.

Para facilitar sua aplicação, acompanha as capacitações um material didático próprio – Kit Quebra Tabu – criado pela equipe do Instituto Kaplan, especificamente para utilização do professor. Este Kit conta com 2 jogos (Jogo de Corpo e Valores em Jogo), além do material para as outras dinâmicas que não estão contemplados nestes jogos.

A metodologia por meios de jogos educativos é uma boa forma de iniciar o trabalho de educação sexual na escola, sem agredir ou cansar os alunos, e melhor, facilitando o trabalho e desenvolvendo a confiança do professor sobre os temas abordados.

Este trabalho vem sendo realizado em escolas públicas da rede estadual de ensino do Estado de São Paulo e Alagoas por meio de projetos sociais em parceria com empresas privadas, mas pode ser solicitado diretamente pelas escolas, inclusive as particulares, diretamente com o Instituto Kaplan, no e-mail vendas@kaplan.org.br

Todas as abordagens citadas são competentes. A diferença entre elas é em relação a sua abrangência.
Como o objeto principal da educação sexual é uma mudança cultural, vale apostar na transversalidade, que é a modalidade mais completa e envolve toda comunidade escolar.
No entanto, precisamos começar, e isto, não precisa ser pelo ideal, mas por onde é possível!
Bom trabalho!

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