Paulo de Camargo
Alunos do Colégio Sidarta durante aula de mandarim |
O tempo de permanência do aluno no espaço escolar avança à medida que a escola de tempo integral surge como modelo de redenção da educação brasileira. No período de apenas um ano (2010-2011), o número de alunos do ensino fundamental que fica oito horas ou mais na escola cresceu 33% na rede pública e 10,3% na particular. As matrículas no tempo regular chegaram a decrescer. Já as de tempo integral atendem 1,7 milhão de crianças e adolescentes no país. Mas, até que ponto a permanência no ambiente escolar garante o aumento da qualidade do aprendizado? E em que medida a infraestrutura e os custos desse modelo são passíveis de serem replicados em escala nacional?
O impacto do tempo integral na aprendizagem não é bem conhecido no país. O tema entrou na agenda brasileira só no fim da década de 1990, com a universalização do ensino fundamental. Mas há indicativos importantes, como o estudo apresentado em 2011 pela economista Juliana Maria de Aquino, como tese de doutorado para a Universidade de São Paulo. Ao analisar escolas que adotaram a proposta de ensino integral no estado a partir de 2006, a conclusão foi a de que não houve impacto significativo sobre a aprendizagem no último ano do fundamental.
Isso ocorre por causa da complexidade dos fatores envolvidos na adoção de projetos de tempo integral. Entre eles, a infraestrutura, a carreira do professor e o currículo, que desembocam no tema de educação do momento - o financiamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário