segunda-feira, 30 de setembro de 2013

No Nordeste, alfabetização tem a mesma taxa da Índia

 SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO





A taxa de população analfabeta com mais de 15 anos no Brasil (8,7%) é alta se comparada a países como EUA, Alemanha e Nova Zelândia, cujos índices giram em torno de 1% dos habitantes.

Nesses países, ficam fora da escola comunidades pobres, isoladas e nativos. Ou seja: não saber ler é exceção.

Rússia e China têm índices melhores do que o Brasil: em torno de 5% de analfabetismo segundo dados oficiais. Perdemos para a Índia: lá cerca de 25% da população acima de sete anos não sabe ler.

A taxa indiana de analfabetismo é encontrada por aqui também. No Nordeste brasileiro, quase 25% da população economicamente ativa masculina não sabe ler.

Trocando em miúdos, um em cada quatro homens com mais de 25 anos não escreve um bilhete, não pega ônibus sozinho e nem pode ler a receita de um medicamento.

De quem foi alfabetizado, poucos ficam na sala de aula. O IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), divulgado em julho, mostrou que só metade da população adulta do país concluiu o ensino fundamental.

Com essa trajetória, quem chega ao ensino superior em idade universitária (18 a 24 anos) é uma minoria: 14% da população. Em países ricos, a taxa gira em torno de 70%.

Os números mostram que programas de inclusão social no Brasil têm conseguido manter crianças na escola (a taxa de analfabetismo de 10 a 14 anos é de 1,9%), mas não atraiu a população jovem e adulta de volta às aulas.

Uma alternativa para melhorar esse quadro é incluir em programas como o Bolsa Família a exigência de que o chefe de família também esteja estudando. E, claro, ter boas escolas para a população jovem e adulta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário