Orientações Curriculares do Ensino
Religioso
Iza Aparecida Saliés
Ceres Moraes Gomes
1. Contextualização Histórica
No
Ensino Religioso confessional havia a ênfase na memorização, nos conteúdos
desenvolvidos, pois se entendia que o fato de conhecer as normas de
comportamento, as regras, os princípios eram suficientes para que a pessoa
vivesse e assumisse essa prática.
A
concepção de Ensino Religioso nessa tendência caracteriza-se como religião_
religare, que significa reescolher e tinha como finalidade, fazer
seguidores. Nessa tendência era maior a
abertura ecumênica, ou seja, possibilitando a participação das diferentes
Igrejas e Seitas, portanto pautado numa concepção de ensino confidencial.
Na
década de 70, o ensino religioso se apresentava como pastoral, em forma de
atividades cooperativas, de estudo e reflexão a partir das próprias
experiências. A religião tina como concepção, na educação, como algo que religa
a pessoa a Deus, aos outros, a si mesmo e ao mundo, tornando-as mais
religiosas.
As
atividades pedagógicas eram centradas nos educandos, nos trabalhos em grupo,
nas pesquisas, jogos, criatividade. Quanto ao conteúdo, estes eram trabalhados
por metodologia diferenciada, tais como: dinâmicas de grupos, encontros,
retiros, o aspecto sentimental e intimista prevalecia. A idéia do Transcendente
era também intimista bem como a relação com ele; a experiência pessoal,
supervalorizada.
O
Ensino Religioso acompanhou todas as tendências pedagógicas que marcaram a
escola brasileira·. Na
pedagogia da libertação de Paulo Freire, centrada nas demissões e conscientização
da realidade socioeconômico-cultural, visava a ação transformadora dessa realidade.
O
Ensino Religioso que se engajou nessa linha seguia os passos metodológicos do
Ver-Julgar-Agir, com a função básica de ajudar as pessoas na conscientização da
realidade e produzir uma proposta de ação pratica – política conseqüente. O
texto sagrado, Bíblia, era um referencial forte, usado como parâmetro para
discernir e julgar a realidade.
O
trabalho no Ensino Religioso fixava-se nos valores humanos, destacando a correlação
do Ensino Religioso não para fazer um juízo de valor, negando,excluindo ou
julgando desnecessários alguns desses aspectos, mas para analisar as diferentes
concepções presentes nesse ensino.
No
contexto da nova redação do artigo 33 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
e da visão enfocada pelos PCNs o
Ensino Religioso passa a ser entendido como área de conhecimento, cujo objeto
de estudo passa a ser o fenômeno religioso.
A
nova concepção e a da religião com sentido de religare trata-se
de ressignificar, ou seja, dar novo
sentido ao objeto do conhecimento, incorporar esse novo sentido ao sentido da
cultura e da tradição religiosa; compartilhar com os colegas as novas
descobertas; compreender o que antes era sem sentido; relacionar e
contextualizar a experiência do fenômeno religioso; impregnar de sentido a
vida.
O conhecimento religioso enquanto patrimônio da humanidade deve estar
à disposição na Escola. A antropologia cultural, depois de muitos estudos históricos,
deu ao fenômeno religioso o reconhecimento de seu caráter universal. Fato este,
que nos leva a um reconhecimento ainda maior da originalidade deste fenômeno em
e de cada cultura em específico.
O Ensino Religioso tem se caracterizado pela busca de compreensão
desse sujeito, trabalhando temas significativos que possam contextualizar com
os aspectos globais de temas relevantes de forma interdisciplinar, utilizando
de estratégias que considerem este novo perfil de indivíduos, provocando,
sobretudo, o diálogo.
2. Concepção Pedagógica do Ensino
Religioso
Se compreendermos a religiosidade como
autêntica dimensão humana, cuja função prepara o ser humano para a plenitude,
então está explitica a necessidade de contemplarmos na proposta pedagogica da
escola o ensino dos princípios e fundamentos religiosos.
Por ser componente de todas as culturas, de todos os
povos, de todos os tempos, que apresentando com difertens formas de credo,
doutrinas e princípios éticos, busca o sentido da vida e a transcendência em
relação à morte. As religiões têm suas especificidades, mesmo assim , todas têm
objetivos comuns de moralidade e busca humana, campo que possibilita
estabelecer um diálogo respeitoso e solidário.
A aceitação de que a raiz de sua oriegem é comum, e fundamentalmente
humana e, por isso mesmo, divina, então o diálogo precisa ser para além de uma
conversa frívola, para tornar-se uma vivência siginificativa.
Com a Lei de Diretrizes e Base da Educação
Nacional/LDB, que consolidou o ensino religioso em seu artigo 33, passa a dar
mais ênfase às questões de religião no âmbito escolar. O ensino religioso nas escolas precisa abranger
os diferentes segmentos religosos, num maior número possível de expressões
religiosas em nossa sociedade, de modo a garantir o direito de livre expressão
de culto. Reduzir o ensino religioso às
próprias convicções religiosas, à historicidade cultural ou familiar é crime de
discriminação religiosa.
Dada
à atenção que a lei proporcionou, a sociedade passou a discutir os pressupostos
que podiam responder às necessidades humanas, em especial dos estudantes. Naquele
momento precisava discutir novos caminhos para a formação do estudante no que
diz respeito às contribuições que o ensino religioso poderia proporcionar para
o desenvolvimento integral da criança, adolescente e do jovem.
Surge
ai um novo paradigma do que é a educação religiosa no contexto escolar. A
partir daí o Ensino Religioso passa a ser componente importante para o
currículo escolar, uma vez que a sua concepção de ensino não estava voltada
para os aspectos das opções religiosas e sim para uma abordagem mais ampla.
A
amplitude das discussões sobre religião no ambiente escolar passa
necessariamente pela contextualização dos aspectos sociológicos, filosóficos,
antropológicos e teológicos das novas concepções de religião e de como ensinar
religião na escola.
Por
ser um componente curricular da matriz do ensino fundamental, é nesta etapa de
ensino que as crianças e os adolescentes precisam de referências para sua formação
precisa entender o mundo, a sociedade, a religiosidade, e as diferentes formas
de religião em diferentes culturas.
No
contexto de aprendizagem sobre o ensino religioso os temas devem perpassar a
complexidade gradativa dos diferentes conceitos religiosos, das mais diversas
tradições religiosas, das culturais, o respeito à diversidade, todos devendo
ser abordados na perspectiva pedagógica.
A
disciplina de Ensino Religioso deve permear as diversidades religiosas
historicamente existentes e as atuais, enfatizando a fé, a esperança, a
caridade, o amor. O educador deverá democraticamente expor os diferentes conceitos
integrantes das múltiplas concepções de religião.
Este
momento apresenta-se bastante conturbado pelas barbaridades que estão
acontecendo com a humanidade, o desamor pela vida, a violência, o uso das
drogas, a intolerância, o preconceito, a guerra, a ira e muitos outros
sentimentos que desenham um cenário de tamanhas contradições e desalento abrindo
espaço para o conflito passando a ser inevitável para a sociedade.
Nesse amplo contexto de discussão sobre os
aspectos religiosos em nossas vidas, o currículo escolar, mas precisamente a
disciplina de Ensino Religioso precisa fomentar a busca por relacionamentos
saudáveis com seus pares, com o outro e consigo mesmo (a).
Faz-se
necessário também que seja despertado nas crianças, adolescentes e jovens o
interesse pelo relacionamento transcendental de modo a compreender o sagrado, o
ser superior, os mistérios da vida, sua origem e finalidade. Tais indagações buscam
respostas na diversidade das culturas e manifestações sócio-culturais.
As
dimensões espirituais, emocionais, psicológicas intelectuais, físicas, afetiva
e de sexualidade precisam ser entendidas como uma necessidade própria do ser
humano e a sua descoberta e compreensão deve ser orientada pela família e
também pela escola, temas estes, que podem ser trabalhados neste componente
curricular.
Trabalhar
no ensino religioso os direitos fundamentais da cidadania, tais como:
igualdade, liberdade, saúde, educação, segurança, trabalho, justiça, ambiente
saudável, estes são temas importantes para a formação humanística da pessoa,
para melhor viver e conviver na sociedade.
O
Brasil como é um país plural, com diversificadas matrizes culturais e diferente
Tradição Religiosa, então, partindo desse pressuposto, estabeleceu a
importância de trabalhar os fundamentos dessas tradições religiosas que são
fortemente enraizadas na cultura brasileira, delas serão retiradas os critérios
para organizar os objetivos, temas, conceitos do Ensino Religioso, conforme
está posto nos PCNs.
A
abordagem pedagógica desses conceitos caracteriza por um conjunto de
princípios, de diretrizes que orientam as diferentes áreas de conhecimento do
currículo de ensino. Assim, a escola deve discutir refletir qual a sua postura,
seus valores, suas opções pedagógicas a respeito de todo o processo educativo[5]. Recomenda-se a utilização de variadas teorias
e metodologias que possam dar respostas às questões pedagógicas.
A
base conceitual da disciplina de ensino religioso deve fazer a interface com os
diferentes campos do conhecimento fazendo a interface com a Pedagogia, Antropologia,
Sociologia, Psico e sociolingüística, as Ciências Humanas Sociais e Exatas para
evitar que a base conceitual trabalhada fique sob a égide do senso comum.
Desta forma, o ensino religioso,
sem nenhum propósito doutrinante ou focada para uma visão religiosa específica,
deve potanto incentivar e desencadear no estudante a contrução de conhecimentos
e vivências tendo ocmo ponto de partida a
sua própria religião, mas também, possibilitar aos mesmos que conheça as outras
formas de religiosidade. Como diz Berkenbrock: “É importante que o
diálogo inter-religioso seja impulsionado pelo desejo de um melhor entendimento
humano (…) que contribua para uma melhor convivialidade humana.” (BERKENBROCK,
1996: 327).
3. Objetivo
O
Ensino Religioso deve permear uma trajetória que possa ajudar o estudante a
compreender como as diversas manifestações religiosas interferem na realidade
humana, conduzindo-o para além de seus limites, valorizando o pluralismo e a diversidade
cultural.
Para
tanto se faz necessário que o estudante vivencie as diferentes fundamentações
teóricas e metodológicas, tais como:
·
Que entenda o fenômeno religioso fundamentado
em experiências de seu ambiente cultural;
·
Que desperte a curiosidade para as grandes perguntas
sobre a sua própria existência: quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? Que faço aqui?();
·
Que seja orientado para procurar suas próprias
respostas;
·
Que seja proporcionado para eles conhecer as
diferentes manifestações religiosas e seus contextos socioculturais;
·
Que eles saibam interpretar as tradições religiosas,
respeitando as suas especificidades e características;
·
Que eles possam compreender o direito à
diferença, a importância da valorização do outro para uma sociedade baseada em
valores como liberdade e justiça.
Esses pontos estão colocados como possíveis
proposições que poderão servir para delinear roteiros de ensino para a formação
integral do estudante, cultivando a liberdade, do respeito mútuo e da paz,
válido para estudantes de qualquer crença religiosa.
O
objetivo do Ensino Religioso não tem a pretensão de ser imediatista, ou seja,
de curto prazo, pois trata - se de conhecimentos que serão construídos ao longo
da escolaridade, eles são de caráter mais amplo que se estendem por toda a
educação básica, quiça pela vida.
Dessa
maneira, o Ensino Religioso é o instrumento que auxilia na superação das
contradições de respostas isoladas (proselitismo) e na construção da cidadania
e também para a formação integral do estudante.
Assim
sendo a abordagem pedagógica deste componente curricular precisa ser solidificada
nos aspectos epistemológicos, cognitivos, emotivos e sociocultural, além desses
pressupostos a escola precisa considerar o referencial de saberes que o
estudante tem em sua bagagem cultural religiosa socialmente construidos possam
fazer a interface para promover a formação integral dos mesmos.
4. Pressupostos teóricos pedagógicos do
Ensino Religioso
O Ensino Religioso como parte
integrante da formação integral do cidadão, deve atende as necessidades do ser
humano para o entendimento de si e do outro, enquanto outro. O conhecimento
desta disciplina servirá para subsidia o educando a desenvolver sabendo de si.
Os conteúdos, conceitos desta
disciplina precisam ser trabalhados em todas as áreas de conhecimento e suas
respectivas disciplinas. E esse conhecimento, segundo os Parâmetros
Curriculares Nacionais do Ensino Religiosos (PCNER), não é mera informação de
conteúdos religiosos, um saber pelo saber, são conceitos pautados numa
concepção pedagógica progressista que oportuniza o saber de si e do outro.
Ensino
Religioso deve assegurar o respeito à diversidade cultural e religiosa, como
também vedar quaisquer formas de proselitismo, o ponto de partida para
discussão dessa disciplina deve ser o convívio social dos educados de modo a
garantir o respeito à tradição religiosas pessoais e familiar, resguardando a
liberdade de expressão religiosa de cada um.
Os
conteúdos que subsidiam o entendimento dos fenômenos religioso a partir da
relação cultura - tradições religiosas contextualizados e articuladas
interdisciplinarmente com os demais componentes curriculares das áreas de
conhecimento.
Para trabalhar esses temas, conceitos e ou
conteúdos, faz-se necessário utilizar variadas metodologias que servirão de
aporte para o trabalho pedagógico adequando à complexidade dos mesmos a cada Ciclo
de Formação Humana dos educandos, considerando sempre a capacidade cognitiva dos
mesmos.
O educando deverá ao longo do Ensino
Fundamental compreender os elementos básicos dos fenômenos religiosos, para
melhor entender a sua própria busca do transcendente, focalizando no empenho
pelo entendimento mútuo, na paz e na fraternidade.
Assim conhecer e valorizar a trajetória
particular de cada grupo e proporcionar a convivência fraterna para que o educasse
possa vivenciá-la.
Ensino Religioso é uma aprendizagem
processual, progressiva e permanente, e deve partir do conhecimento que o aluno
já tem sobre o fenômeno religioso, aprofundando-o progressivamente. Precisa
sempre ter presente que a aprendizagem anterior do educando é fonte de possibilidades
que servirão de referenciais para a seleção de temas e conteúdos a serem
trabalhados.
A aprendizagem dessa disciplina se dá sem comparações,
conscientização, reconhecimento e superação das diferenças. É assim e que se
processa o conhecimento de sujeito como sujeito.
4.6
Ensino
Religioso sensibiliza para o mistério na alteridade;
Implica a relação do conhecimento
religioso próprio com o do outro – essa troca permite a sensibilização para o
mistério e o sentido vida e morte.
Trata-se
do conhecimento religiosos, que é ao mesmo tempo historicamente construído e
revelado. Logo, os assuntos religiosos são complexos em si e muito mais em seu
tratamento na diversidade de sala de aula. Isso requer do educando um
aprofundamento mais apurado, pois é nas relações do conhecimento religioso
próprio com o do outro que o educando vai-se sensibilizando para o mistério e
compreendendo o sentido da vida pelo sentido da vida além – morte elaborada
pelas Tradições Religiosas.
4.7.
O
Ensino Religioso é conhecimento que constrói significados;
Observando, refletindo, informando-se,
o educando vai construindo significado e atualizando seu conhecimento sobre as
experiências religiosas percebidas.
O
Ensino Religioso é área de conhecimento da Base Nacional Comum cujo
conhecimento constrói significados a partir das relações que o educando
estabelece no entendimento do fenômeno religioso. E essa construção vai – se
arquitetando pela observação do que se constata, pela reflexão do que se
observa e pela informação sobre o que se reflete. A prática didática é sempre
um ato intencional numa atitude dialogal e cooperativa.
É
ao longo do Ensino Fundamental que o educando atualiza seu conhecimento através
da reflexão sobre as experiências religiosas percebidas, compreender, numa
análise, o significado delas para a vida e entende as atitudes morais
diferenciadas como conseqüência do fenômeno religioso que instiga as indagações
existenciais: Quem é? De onde vim? Para onde vou?
Ensino
Religioso e o sujeito –como- sujeito, o conhecimento se dá na tríplice relação:
educando – conhecimento – educador, desenvolve o conhecimento na tríplice
relação: educando – conhecimento - educador, o que torna necessário considerar
que o e o educador é o mediador do processo, provocador dos diálogos e capaz de
articulá-lo a partir o convívio dos educados.
O
educando é a pessoa, sujeito-como sujeito, manifestação da realidade e da
alteridade. É na sala de aula, onde cada um pode se exprimir como é ele mesmo,
sem mascaras e sem disfarces, que todos se tornam sujeitos na construção de
si.
Esses pressupostos caracterizam um novo
Ensino Religioso cujos paradigmas seculares precisam ser rompidos para dar
lugar às concepções que ora estão postas tendo em vista o modelo de sociedade
que estamos vivendo.
13.
A dimensão Pedagógica
A partir de uma abordagem antropológica filosófica, que
reconhece o fenômeno religioso como decorrência de sua propriedade humana, de
sua condição existencial, e seguindo para uma abordagem mais específica e de
nossos interesses que é a de ordem pedagógica, podemos dizer que o específico
do religioso para o Ensino Religioso é ajudar o aluno a se posicionar e a se
relacionar da melhor forma possível com as novas realidades que o cercam.
Primeiramente em relação aos seus limites e depois quanto às linguagens
simbólicas.
O Ensino Religioso é, portanto, uma questão diretamente
ligada à vida, e que vai se refletir no comportamento, no sentido que orienta a
sua ética.
Houve avanços quanto ao direcionamento pedagógico desde as
reflexões e lutas pela inserção do Ensino Religioso, garantida na constituição
Federal, em 1987/1988 – "O Ensino Religioso ocupa-se com a educação
integral do ser humano, com seus valores e suas aspirações mais profundas. Com
todos esses progressos ainda há uma grande preocupação com o "como
fazer" o pedagógico dessa disciplina no contexto escolar.
A escola não deve ter a pretensão de ser uma comunidade de
fé, e sim, um local de reflexão sobre limites e superações. Para tal, faz-se necessário construir uma
pedagogia que favoreça essa perspectiva, porque a finalidade está respaldada em
experiência pessoal, na laboriosa busca de respostas para as questões
existenciais. É preciso articular teoria e prática.
Nesse processo, a elaboração de uma linguagem simbólica
favorece a descoberta e experiência dessa realidade, portanto, podemos
considerar quanto aos aspectos essenciais que orientam a ação pedagógica do
Ensino Religioso a pedagogia do limite, a linguagem simbólica, os livros
sagrados, e a dimensão dos valores.
16. Bases Conceituais dos Ciclo de Formação Humana
1º
Ciclo de Desenvolvimento humano
Favorecer a compreensao dos diferentes significados dos
simbolos religiosos na vida e convivencia das pessoas e grupos, compreendendo
que pela simbologia se expressa a ideia do Trasncendete, de maneiras diversas, nas experiencias culturais
e reverenciando as diferencas do outro.
2º
Ciclo de Desenvolvimento humano
Compreender a historia da origem e formacao dos textos
sagrado, relacionando-os com as praticas religiosas significativas nos
diferentes grupos e percebendo que as representacoes do Transcedente de cada
tradicao religiosa se constituem no valor supremo de uma cultura.
3º
Ciclo de Desenvolvimento humano
Conhecer na
evolucao da estrutura religiosa ,a respectiva formaçao da ideia do
Transcendente no decorrer dos tempos , analisando as diferntes mudancas
culturias que determinaram as ideologias religiosas que perpassam a redacoa dos
textos sagrados e os determinam como verdade do Transcedente para um
determinado grupo.
Conhcer as
possiveis respostas dadas perante o fato morte, orientadoras das verdades de fe
,da valorizacao e atitudes eticas e expressas em diferentes metodos de
relacionar-se com Transcendete, consigo mesmo, com o outro e com o mundo.
É vedada toda e qualquer
forma de proselitismo e doutrinação, entendendo de Respeito à diversidade
religiosa e cultural; Reconheça que o que os conteúdos do Ensino Religioso
fenômeno religioso é um devem ser trabalhados enquanto dado de cultura e de
conhecimento da diversidade sócioidentidade de cada grupo político e cultural;
social.
14.
Eixos orientadores pedagógicos
As aulas de ensino religioso não podem ser
aulas de catequese ou de classe decatecúmenos. As instituições religiosas têm
seus programas de Educação religiosaque visam suas doutrinas aos seus fiéis,
portanto a prática do ensino religiosonas escolas precisa de uma definição bem
clara de seus objetivos, antes mesmo daelaboração de seu currículo.
A
elaboração de um currículo depende em muito darealidade vivencial (contexto) em
que está sendo elaborado. Quando pensamos emensino religioso podemos seguir a
linha da história das religiões, das doutrinasreligiosas, da teologia cristã,
da ética e cidadania, enfim, existe um universode abordagens que precisará
passar por um crivo bem idôneo em diversos níveis.
Concluindo,
tornar-se necessário; lembrar que historicamente o ofício
de"professor" surgiu nos mosteiros na Idade Média a serviço da
burguesia atravésdo ensino religioso. Portanto fica para nossa reflexão o
seguinte:
·
despertar e cultivar a religiosidade do aluno;
·
levá-lo à compreensão da importância do fenômeno religioso em sua própria
vida e na história humana;
·
trazer conhecimento sobre as diferentes formas de religiosidade, dentro de
seus respectivos contextos culturais e históricos;
·
criar um espírito de fraternidade e tolerância entre as diferentes
religiões;
·
sensibilizar o aluno em relação aos princípios morais, propostos pelas
religiões, promovendo ao mesmo tempo uma reflexão sobre eles.
Os
critrios se fundamentam nas respostas das tradicoes religosas, norteadoras do
sentido da vida alem morte e se expressam diferenciadamente , a saber: a
ressureuicao , a reencanacao, oancestral e o nada.
Estes
fundamentos sao comuns e por isso ,em curriculo soa denominados eixos porque
sao as invariantes do fenomeno religioso, ao redor dos quais se situa o
conhecimento religioso,expresso atraves das ciencias ou dos saberes.
Esses
eixos norteadores devem ser levados em conta para que se possa garantir , em
termos de Brasil , uma “espina dorsal” que possibilite o respeito a finaldiade
do Ensino Religioso, paresentada pela nova lei.
15. Organização dos Componente Curriculares
do Ensino Religioso por Ciclo de Formação Humana.
15. 1 Ciclo de Formação
N. de ordem
|
Eixo
|
Temas
|
Conceitos
|
01
|
Alteridade
|
Valores
|
- Eu
- Eu e o outro
- O próximo
|
02
|
Símbolos
|
Religiosos/Cultuais
|
|
03
|
|
A ideia de Sagrado
|
- Histórias e
Acontecimentos
- Narrativas orais e
escritas
- Origem
- Mitos
|
04
|
Rituais
|
Multiculturais
|
- Celebração
- Liberdade
- Grandes Acontecimentos
|
05
|
Divindade
|
Contexto cultural
|
- Prática religiosa
- Representações
- Mitos
- Segredos
- Repressão
|
15. 2 Ciclo de
Formação
n. de ordem
|
Eixo
|
Temas
|
Conceitos
|
1
|
Eu
|
Vida
|
Significado
|
Sentido
|
Eu e a vida do outro
|
Traduções
|
O ser humano e
a Tradição
|
Morte
|
Conceitos religiosos
|
Sentido
|
Espaço
|
Lugar
|
Espaços
|
Objetos
|
O religioso e o sagrado
|
Significado
|
Sagrado ou não
|
Por que é sagrado
|
Palavras
|
Mitos
|
2
|
Ritos
|
Aconcecimentos
religiosos
|
Práticas
celebrativas
|
Festas
Religiosas
|
Clebração
|
Datas e seus significados
|
Feriados religiosos
|
Mitos
|
Crendices
|
Mistério
|
15.
3 Ciclo de Formação
n. de ordem
|
Eixo
|
Temas
|
Conceitos
|
1
|
Fenômeno religioso
|
Universo
|
Paisagens religiosas
|
Universo Simbólico
|
Universo Religioso
|
Espaço
|
Lugar religioso
|
Exposições religiosas
|
Espaços religiosos
|
Objetos religiosos
|
Museus
|
Cidades sagrada
|
O religioso e o sagrado
|
Significado
|
Sagrado ou não
|
Por que é sagrado
|
Palavras
|
Mitos
|
Verdades relativas
|
Verdades
Absolutas
|
2
|
Revelação
|
Verdades de fé
|
Abstrato
|
Raciocinada
|
Autoridade religiosa
|
Esperança
|
Crença
|
Mitos
|
3
|
Espiritualidade
|
A espiritualidade eu, o outro, a vida ,a morte .
|
Experiência
|
Vivência
|
Ensinamentos
|
Tradições
|
Auto - conhecimento
|
Relacionamento
|
3
Ciclo de Formação
n. de ordem
|
Eixos
|
Temas
|
Conceitos
|
|
01
|
Tradição
|
Contexto Cultural
|
Origem
|
|
Relação cultural
|
|
Tipos
|
|
Representações
|
|
Diversidade
|
Congregações
|
|
Concepções
|
|
Denominações
|
|
Tradições
|
|
Rituais
|
|
Vestimentas
|
|
Símbolos
|
|
Organização
|
Evolução religiosa
|
|
Campanas e eventos religiosos
|
|
Trabalho com a comunidade
|
|
Estrutural das religiões
|
|
|
|
Teologia\ Religião
|
Ideia de Transcendental
Concepção
|
|
Função Política
|
|
Função Ideológica
|
|
Ethos
|
Limites
|
|
Respeito
|
|
Humana
|
|
Valores
|
|
Ética e
Religião
|
|
Moral
–ética-lei
|
|
Matrizes Religiosas
|
Ocidental
|
|
Oriental
|
|
Africana
|
|
Indígena
|
|
|
|
|
|
|
|
·
Refletir
o sentido da atitude moral como conseqüência do fenômeno religioso e expressão
da consciência e da resposta pessoal e comunitária do ser humano
·
Articular
a compreensão do significado das afirmações e verdades de fé
·
Possibilitar
esclarecimentos sobre o direito à diferença na construção de estruturas
religiosas que têm na liberdade o seu valor inalienável.
- Compreender as tradições
religiosas na estruturação e manutenção das diferentes culturas e
manifestações socioculturais
·
Abordar
os elementos básicos que compõem o fenômeno religioso, partindo de experiências
religiosas vividas no contexto do educando;
- Preparar o educando quanto ao
questionamento existencial, em sua profundidade de modo a prepará-lo para as resposta devidamente informada
- Compreender as tradições religiosas
na estruturação e manutenção das diferentes culturas e manifestações
socioculturais
- Abordar os elementos básicos que
compõem o fenômeno religioso, partindo de experiências religiosas vividas
no contexto do educando;
- Preparar o educando quanto ao questionamento
existencial, em sua profundidade de modo a prepará-lo para as resposta devidamente informada
16. Referências
VIESSER, Lizete C. Um
Paradigma didático para o Ensino Religioso. Rio de Janeiro, Vozes, 1994.
Parâmetros Curriculares
Nacionais – Ensino Religioso. Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso.
1996.
CATÃO, Francisco. O
Fenômeno Religioso, São Paulo, Editora Letras & Letras, 1995.
Lei de Diretrizes e Bases,
1997.
Parâmetros
Curriculares Nacionais – Ética.
ALVES, Rubem. Dogmatismo e tolerância. Ed.
Paulinas.
BOFF, Leonardo. Igreja, carisma e poder.
Ed. Vozes
©Prof.
Vanderlei de BarrosRosas- Professor de Filosofia e Teologia. Bacharel e
Licenciado emFilosofia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro; Bacharel em teologiapelo
Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil; Pós-graduado em Missiologiapelo
Centro Evangélico de Missões; Pós-graduado em educação
religiosa peloInstituto Batista de Educação religiosa.
BERKENBROCK, Volney J. A atitude franciscana no diálogo inter-religioso.
(in: MOREIRA, Alberto da Silva (org.) Herança Franciscana. Petrópolis,
Vozes, 1996.)
Forum Nacional Permanente do ensino religioso.
Parâmetros curriculares nacionais. Ensino Religioso. São Paulo, Ed.
Ave-Maria, 1998.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 1996.
LYON, David. Pós-modernidade. São Paulo, Paulus, 1998.
Resolução de 27/7/2001 que regulamenta o Artigo 33 da Lei
9394/96. São Paulo, Conselho
Estadual de Educação, 2001.
Maria Paula Rodrigues
(Equipe da Revista ECOando)
Semanário Litúrgico-Catequético, Ano
B(verde), ANO LXX –remessa IX – 22/06/2003 – nº 31
VIESSER,
Lizete C. Um Paradigma didático para o Ensino Religioso. Rio de Janeiro,
Vozes, 1994.
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Curriculares Nacionais – Ensino Religioso. Forum Nacional Permanente do Ensino
Religioso. 1996.
CATÃO,
Francisco. O Fenômeno Religioso, São Paulo, Editora Letras & Letras,
1995.
Lei de
Diretrizes e Bases, 1997.
Parâmetros
Curriculares Nacionais – Ética.
Escola
Ciclada de Mato Grosso