terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Desabafo da alma.


Iza Aparecida Saliés

                                                            Cuiabá, 10 de Janeiro de 2015.

 

Não sei por que hoje acordei com o coração apertado, sufocado por imensa dose de sentimentos amorosos não vividos, abafados pela dor que insiste em absorver minhas forças, minha vontade, meus desejos, que arrebatam as entranhas de minha alma, como é doloroso sentir saudade do que não podemos mais possuir!   

A vontade de extravasar o que está dentro deste coração sofrido, é forte, e necessária, está latente em mim de tal forma que não consigo controlar, então deixei sair tudo que precisa ser delatado para não implodir este frágil coração que tem passado por muitos dissabores na vida. Tento reerguer mesmo com as dores que cobrem as películas do meu coração, mas acabo caindo, caio e levanto, levanto e caio, assim vou seguindo a vida com o alento do senhor.  

Não é fácil, dói muito, muito mesmo, a necessidade de escrever nasce para aliviar o coração, faz bem, deixar explodir tudo que está preso nos sentimentos que insistem em ficarem encubados na escuridão da saudade que cobre mês pensamentos, vontades, desejos, tudo, tudo mesmo.   

Das pessoas que amo e não estão mais neste plano, agora fazem parte da estrutura familiar divina, mesmo certa disso, ainda assim acho falta, sofro por não tê-los comigo. 

Deixei sair tudo que estava reprimido no meu coração, penso que ao delatar a minha dor posso amenizar o que vivo sozinha na solidão do meu quarto, na solidão quando estou dirigindo, quando estou em grupo, são momentos que vivo para tentar superar e curar essa ferida que sangra meu ser.  

Busco forças que penso ter, elas não aparecem, somem,  quando vejo, não ás vejo mais, assim fico, totalmente dependente das energias superiores e da compaixão do senhor, só ela consegue me levantar quando chega, fortalece  músculos, os sentimentos, as estruturas emocionais, até que eu possa reerguer e continuar vivendo.

Sinto como um pássaro errante, que busca um ninho para ser acalentado, mas só consigo ancorar em ninhos ocupados. Não entendo porque só entro em direção errada, rumo a ocupar lugar que já está ocupado? Pela segunda vez, pouso em ninho ocupado, quando vejo já estou vivendo de aluguel, ocupando propriedade alheia, espaço de outros, e pagando por isso, sem dúvida!Como pago caro por isso! 

Preciso de colo, sinto falta dos afagos dos meus queridos que estão na grande morada, sei perfeitamente que estão bem, mas as ondas de saudade são incontroláveis, deixando um vazio que insiste em fazer parte deste ser tão frágil, impotente, e quase deixa inconsciente, amortece o pensamento, o agir, rasgando e continuar amando ainda que, esse sentimento esteja ferido em minha alma.

Tenho que expressar tudo que estou passando, o que estou fazendo e o que estou sentindo, sabe que você é uma pessoa bastante ponderada, sensível, compreensível, amável, amigo sabe escutar o coração do próximo com sabedoria

Valor este, muito peculiar a sua pessoa, por isso estou profundamente apegada a você, meu amor, amo seu coração, seus valores, sua expressão, ou seja, jeito de ser, tudo, mas tudo mesmo de você, não sei como e nem porque, mas é assim que sinto agora  

Deixei a alma fluir, falar, e fui escrevendo, sempre é assim que acontece, mas hoje foi especial, precisava desabafar, meu peito estava trancado, sentido, choroso, por motivos explicáveis, porém desnecessários de preocupação, coisas do passado que ainda insiste em permanecer cutucando meus sentidos, emoções e de vez em quando aparece para entristecer meu coração.

Mas, como tenho uma alma generosa, bondosa, que tem a paciência de ouvir meu coração pelas palavras, falas e escritas aproveito para soltar as asas das emoções e deleitar nesse campo sereno, manso e suave, que é seu coração sem abusar dessa liberdade que tanto preso e respeito.                                                                          

 

  

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