terça-feira, 3 de janeiro de 2017


Orientações Curriculares do Ensino Religioso

 

                                                                 Iza Aparecida Saliés

                                                                 Ceres Moraes Gomes

 

 

 

1. Contextualização Histórica

 

No Ensino Religioso confessional havia a ênfase na memorização, nos conteúdos desenvolvidos, pois se entendia que o fato de conhecer as normas de comportamento, as regras, os princípios eram suficientes para que a pessoa vivesse e assumisse essa prática.

A concepção de Ensino Religioso nessa tendência caracteriza-se como religião_ religare, que significa reescolher e tinha como finalidade, fazer seguidores.  Nessa tendência era maior a abertura ecumênica, ou seja, possibilitando a participação das diferentes Igrejas e Seitas, portanto pautado numa concepção de ensino confidencial.

Na década de 70, o ensino religioso se apresentava como pastoral, em forma de atividades cooperativas, de estudo e reflexão a partir das próprias experiências. A religião tina como concepção, na educação, como algo que religa a pessoa a Deus, aos outros, a si mesmo e ao mundo, tornando-as mais religiosas.

As atividades pedagógicas eram centradas nos educandos, nos trabalhos em grupo, nas pesquisas, jogos, criatividade. Quanto ao conteúdo, estes eram trabalhados por metodologia diferenciada, tais como: dinâmicas de grupos, encontros, retiros, o aspecto sentimental e intimista prevalecia. A idéia do Transcendente era também intimista bem como a relação com ele; a experiência pessoal, supervalorizada. 

 

O Ensino Religioso acompanhou todas as tendências pedagógicas que marcaram a escola brasileira[1]·. Na pedagogia da libertação de Paulo Freire, centrada nas demissões e conscientização da realidade socioeconômico-cultural, visava  a ação transformadora dessa realidade.

O Ensino Religioso que se engajou nessa linha seguia os passos metodológicos do Ver-Julgar-Agir, com a função básica de ajudar as pessoas na conscientização da realidade e produzir uma proposta de ação pratica – política conseqüente. O texto sagrado, Bíblia, era um referencial forte, usado como parâmetro para discernir e julgar a realidade.

O trabalho no Ensino Religioso fixava-se nos valores humanos, destacando a correlação do Ensino Religioso não para fazer um juízo de valor, negando,excluindo ou julgando desnecessários alguns desses aspectos, mas para analisar as diferentes concepções presentes nesse ensino.

No contexto da nova redação do artigo 33 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, e da visão enfocada pelos PCNs[2] o Ensino Religioso passa a ser entendido como área de conhecimento, cujo objeto de estudo passa a ser o fenômeno religioso.

A nova concepção e a da religião com sentido de religare[3] trata-se de ressignificar, ou seja,  dar novo sentido ao objeto do conhecimento, incorporar esse novo sentido ao sentido da cultura e da tradição religiosa; compartilhar com os colegas as novas descobertas; compreender o que antes era sem sentido; relacionar e contextualizar a experiência do fenômeno religioso; impregnar de sentido a vida.    

O conhecimento religioso enquanto patrimônio da humanidade deve estar à disposição na Escola. A antropologia cultural, depois de muitos estudos históricos, deu ao fenômeno religioso o reconhecimento de seu caráter universal. Fato este, que nos leva a um reconhecimento ainda maior da originalidade deste fenômeno em e de cada cultura em específico.

O Ensino Religioso tem se caracterizado pela busca de compreensão desse sujeito, trabalhando temas significativos que possam contextualizar com os aspectos globais de temas relevantes de forma interdisciplinar, utilizando de estratégias que considerem este novo perfil de indivíduos, provocando, sobretudo, o diálogo.

         

2. Concepção Pedagógica do Ensino Religioso

Se compreendermos a religiosidade como autêntica dimensão humana, cuja função prepara o ser humano para a plenitude, então está explitica a necessidade de contemplarmos na proposta pedagogica da escola o ensino dos princípios e fundamentos religiosos.

Por ser componente de todas as culturas, de todos os povos, de todos os tempos, que apresentando com difertens formas de credo, doutrinas e princípios éticos, busca o sentido da vida e a transcendência em relação à morte. As religiões têm suas especificidades, mesmo assim , todas têm objetivos comuns de moralidade e busca humana, campo que possibilita estabelecer um diálogo respeitoso e solidário.

A aceitação de que a raiz de sua oriegem é comum, e fundamentalmente humana e, por isso mesmo, divina, então o diálogo precisa ser para além de uma conversa frívola, para tornar-se uma vivência siginificativa.

Com a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional/LDB, que consolidou o ensino religioso em seu artigo 33, passa a dar mais ênfase às questões de religião no âmbito escolar. O ensino religioso nas escolas precisa abranger os diferentes segmentos religosos, num maior número possível de expressões religiosas em nossa sociedade, de modo a garantir o direito de livre expressão de culto.  Reduzir o ensino religioso às próprias convicções religiosas, à historicidade cultural ou familiar é crime de discriminação religiosa.

Dada à atenção que a lei proporcionou, a sociedade passou a discutir os pressupostos que podiam responder às necessidades humanas, em especial dos estudantes. Naquele momento precisava discutir novos caminhos para a formação do estudante no que diz respeito às contribuições que o ensino religioso poderia proporcionar para o desenvolvimento integral da criança, adolescente e do jovem.

Surge ai um novo paradigma do que é a educação religiosa no contexto escolar. A partir daí o Ensino Religioso passa a ser componente importante para o currículo escolar, uma vez que a sua concepção de ensino não estava voltada para os aspectos das opções religiosas e sim para uma abordagem mais ampla.

A amplitude das discussões sobre religião no ambiente escolar passa necessariamente pela contextualização dos aspectos sociológicos, filosóficos, antropológicos e teológicos das novas concepções de religião e de como ensinar religião na escola.       

Por ser um componente curricular da matriz do ensino fundamental, é nesta etapa de ensino que as crianças e os adolescentes precisam de referências para sua formação precisa entender o mundo, a sociedade, a religiosidade, e as diferentes formas de religião em diferentes culturas.

No contexto de aprendizagem sobre o ensino religioso os temas devem perpassar a complexidade gradativa dos diferentes conceitos religiosos, das mais diversas tradições religiosas, das culturais, o respeito à diversidade, todos devendo ser abordados na perspectiva pedagógica.

A disciplina de Ensino Religioso deve permear as diversidades religiosas historicamente existentes e as atuais, enfatizando a fé, a esperança, a caridade, o amor. O educador deverá democraticamente expor os diferentes conceitos integrantes das múltiplas concepções de religião.

Este momento apresenta-se bastante conturbado pelas barbaridades que estão acontecendo com a humanidade, o desamor pela vida, a violência, o uso das drogas, a intolerância, o preconceito, a guerra, a ira e muitos outros sentimentos que desenham um cenário de tamanhas contradições e desalento abrindo espaço para o conflito passando a ser inevitável para a sociedade[4].

 Nesse amplo contexto de discussão sobre os aspectos religiosos em nossas vidas, o currículo escolar, mas precisamente a disciplina de Ensino Religioso precisa fomentar a busca por relacionamentos saudáveis com seus pares, com o outro e consigo mesmo (a).

Faz-se necessário também que seja despertado nas crianças, adolescentes e jovens o interesse pelo relacionamento transcendental de modo a compreender o sagrado, o ser superior, os mistérios da vida, sua origem e finalidade. Tais indagações buscam respostas na diversidade das culturas e manifestações sócio-culturais.

As dimensões espirituais, emocionais, psicológicas intelectuais, físicas, afetiva e de sexualidade precisam ser entendidas como uma necessidade própria do ser humano e a sua descoberta e compreensão deve ser orientada pela família e também pela escola, temas estes, que podem ser trabalhados neste componente curricular.  

Trabalhar no ensino religioso os direitos fundamentais da cidadania, tais como: igualdade, liberdade, saúde, educação, segurança, trabalho, justiça, ambiente saudável, estes são temas importantes para a formação humanística da pessoa, para melhor viver e conviver na sociedade.

O Brasil como é um país plural, com diversificadas matrizes culturais e diferente Tradição Religiosa, então, partindo desse pressuposto, estabeleceu a importância de trabalhar os fundamentos dessas tradições religiosas que são fortemente enraizadas na cultura brasileira, delas serão retiradas os critérios para organizar os objetivos, temas, conceitos do Ensino Religioso, conforme está posto nos PCNs.

A abordagem pedagógica desses conceitos caracteriza por um conjunto de princípios, de diretrizes que orientam as diferentes áreas de conhecimento do currículo de ensino. Assim, a escola deve discutir refletir qual a sua postura, seus valores, suas opções pedagógicas a respeito de todo o processo educativo[5].  Recomenda-se a utilização de variadas teorias e metodologias que possam dar respostas às questões pedagógicas.

A base conceitual da disciplina de ensino religioso deve fazer a interface com os diferentes campos do conhecimento fazendo a interface com a Pedagogia, Antropologia, Sociologia, Psico e sociolingüística, as Ciências Humanas Sociais e Exatas para evitar que a base conceitual trabalhada fique sob a égide do senso comum.

Desta forma, o ensino religioso, sem nenhum propósito doutrinante ou focada para uma visão religiosa específica, deve potanto incentivar e desencadear no estudante a contrução de conhecimentos e vivências tendo ocmo ponto de partida  a sua própria religião, mas também, possibilitar aos mesmos que conheça as outras formas de religiosidade. Como diz Berkenbrock: “É importante que o diálogo inter-religioso seja impulsionado pelo desejo de um melhor entendimento humano (…) que contribua para uma melhor convivialidade humana.” (BERKENBROCK, 1996: 327).

 

 

3. Objetivo

 

O Ensino Religioso deve permear uma trajetória que possa ajudar o estudante a compreender como as diversas manifestações religiosas interferem na realidade humana, conduzindo-o para além de seus limites, valorizando o pluralismo e a diversidade cultural.

Para tanto se faz necessário que o estudante vivencie as diferentes fundamentações teóricas e metodológicas, tais como: 

·        Que entenda o fenômeno religioso fundamentado em experiências de seu ambiente cultural;

·        Que desperte a curiosidade para as grandes perguntas sobre a sua própria existência: quem sou eu? De onde vim?  Para onde vou? Que faço aqui?();

·        Que seja orientado para procurar suas próprias respostas;

·        Que seja proporcionado para eles conhecer as diferentes manifestações religiosas e seus contextos socioculturais;

·        Que eles saibam interpretar as tradições religiosas, respeitando as suas especificidades e características;

·        Que eles possam compreender o direito à diferença, a importância da valorização do outro para uma sociedade baseada em valores como liberdade e justiça.

    Esses pontos estão colocados como possíveis proposições que poderão servir para delinear roteiros de ensino para a formação integral do estudante, cultivando a liberdade, do respeito mútuo e da paz, válido para estudantes de qualquer crença religiosa.

O objetivo do Ensino Religioso não tem a pretensão de ser imediatista, ou seja, de curto prazo, pois trata - se de conhecimentos que serão construídos ao longo da escolaridade, eles são de caráter mais amplo que se estendem por toda a educação básica, quiça pela vida.

Dessa maneira, o Ensino Religioso é o instrumento que auxilia na superação das contradições de respostas isoladas (proselitismo) e na construção da cidadania e também para a formação integral do estudante.

Assim sendo a abordagem pedagógica deste componente curricular precisa ser solidificada nos aspectos epistemológicos, cognitivos, emotivos e sociocultural, além desses pressupostos a escola precisa considerar o referencial de saberes que o estudante tem em sua bagagem cultural religiosa socialmente construidos possam fazer a interface para promover a formação integral dos mesmos.

 

4. Pressupostos teóricos pedagógicos do Ensino Religioso

 

                   O Ensino Religioso como parte integrante da formação integral do cidadão, deve atende as necessidades do ser humano para o entendimento de si e do outro, enquanto outro. O conhecimento desta disciplina servirá para subsidia o educando a desenvolver sabendo de si.

                   Os conteúdos, conceitos desta disciplina precisam ser trabalhados em todas as áreas de conhecimento e suas respectivas disciplinas. E esse conhecimento, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religiosos (PCNER), não é mera informação de conteúdos religiosos, um saber pelo saber, são conceitos pautados numa concepção pedagógica progressista que oportuniza o saber de si e do outro.

Ensino Religioso deve assegurar o respeito à diversidade cultural e religiosa, como também vedar quaisquer formas de proselitismo, o ponto de partida para discussão dessa disciplina deve ser o convívio social dos educados de modo a garantir o respeito à tradição religiosas pessoais e familiar, resguardando a liberdade de expressão religiosa de cada um.

Os conteúdos que subsidiam o entendimento dos fenômenos religioso a partir da relação cultura - tradições religiosas contextualizados e articuladas interdisciplinarmente com os demais componentes curriculares das áreas de conhecimento.

      Para trabalhar esses temas, conceitos e ou conteúdos, faz-se necessário utilizar variadas metodologias que servirão de aporte para o trabalho pedagógico adequando à complexidade dos mesmos a cada Ciclo de Formação Humana dos educandos, considerando sempre a capacidade cognitiva dos mesmos.

      O educando deverá ao longo do Ensino Fundamental compreender os elementos básicos dos fenômenos religiosos, para melhor entender a sua própria busca do transcendente, focalizando no empenho pelo entendimento mútuo, na paz e na fraternidade.

      Assim conhecer e valorizar a trajetória particular de cada grupo e proporcionar a convivência fraterna para que o educasse possa vivenciá-la.

      Ensino Religioso é uma aprendizagem processual, progressiva e permanente, e deve partir do conhecimento que o aluno já tem sobre o fenômeno religioso, aprofundando-o progressivamente. Precisa sempre ter presente que a aprendizagem anterior do educando é fonte de possibilidades que servirão de referenciais para a seleção de temas e conteúdos a serem trabalhados.

A aprendizagem dessa disciplina se dá sem comparações, conscientização, reconhecimento e superação das diferenças. É assim e que se processa o conhecimento de sujeito como sujeito. 

          

 

4.6       Ensino Religioso sensibiliza para o mistério na alteridade;

 

         Implica a relação do conhecimento religioso próprio com o do outro – essa troca permite a sensibilização para o mistério e o sentido vida e morte.

Trata-se do conhecimento religiosos, que é ao mesmo tempo historicamente construído e revelado. Logo, os assuntos religiosos são complexos em si e muito mais em seu tratamento na diversidade de sala de aula. Isso requer do educando um aprofundamento mais apurado, pois é nas relações do conhecimento religioso próprio com o do outro que o educando vai-se sensibilizando para o mistério e compreendendo o sentido da vida pelo sentido da vida além – morte elaborada pelas Tradições Religiosas.

 

 

4.7.      O Ensino Religioso é conhecimento que constrói significados;

 

         Observando, refletindo, informando-se, o educando vai construindo significado e atualizando seu conhecimento sobre as experiências religiosas percebidas.

O Ensino Religioso é área de conhecimento da Base Nacional Comum cujo conhecimento constrói significados a partir das relações que o educando estabelece no entendimento do fenômeno religioso. E essa construção vai – se arquitetando pela observação do que se constata, pela reflexão do que se observa e pela informação sobre o que se reflete. A prática didática é sempre um ato intencional numa atitude dialogal e cooperativa.

É ao longo do Ensino Fundamental que o educando atualiza seu conhecimento através da reflexão sobre as experiências religiosas percebidas, compreender, numa análise, o significado delas para a vida e entende as atitudes morais diferenciadas como conseqüência do fenômeno religioso que instiga as indagações existenciais: Quem é? De onde vim? Para onde vou?

Ensino Religioso e o sujeito –como- sujeito, o conhecimento se dá na tríplice relação: educando – conhecimento – educador, desenvolve o conhecimento na tríplice relação: educando – conhecimento - educador, o que torna necessário considerar que o e o educador é o mediador do processo, provocador dos diálogos e capaz de articulá-lo a partir o convívio dos educados.

O educando é a pessoa, sujeito-como sujeito, manifestação da realidade e da alteridade. É na sala de aula, onde cada um pode se exprimir como é ele mesmo, sem mascaras e sem disfarces, que todos se tornam sujeitos na construção de si. 

         Esses pressupostos caracterizam um novo Ensino Religioso cujos paradigmas seculares precisam ser rompidos para dar lugar às concepções que ora estão postas tendo em vista o modelo de sociedade que estamos vivendo.

 

 

 13. A dimensão Pedagógica

         A partir de uma abordagem antropológica filosófica, que reconhece o fenômeno religioso como decorrência de sua propriedade humana, de sua condição existencial, e seguindo para uma abordagem mais específica e de nossos interesses que é a de ordem pedagógica, podemos dizer que o específico do religioso para o Ensino Religioso é ajudar o aluno a se posicionar e a se relacionar da melhor forma possível com as novas realidades que o cercam. Primeiramente em relação aos seus limites e depois quanto às linguagens simbólicas.

         O Ensino Religioso é, portanto, uma questão diretamente ligada à vida, e que vai se refletir no comportamento, no sentido que orienta a sua ética.

         Houve avanços quanto ao direcionamento pedagógico desde as reflexões e lutas pela inserção do Ensino Religioso, garantida na constituição Federal, em 1987/1988 – "O Ensino Religioso ocupa-se com a educação integral do ser humano, com seus valores e suas aspirações mais profundas. Com todos esses progressos ainda há uma grande preocupação com o "como fazer" o pedagógico dessa disciplina no contexto escolar.

         A escola não deve ter a pretensão de ser uma comunidade de fé, e sim, um local de reflexão sobre limites e superações.  Para tal, faz-se necessário construir uma pedagogia que favoreça essa perspectiva, porque a finalidade está respaldada em experiência pessoal, na laboriosa busca de respostas para as questões existenciais. É preciso articular teoria e prática.

         Nesse processo, a elaboração de uma linguagem simbólica favorece a descoberta e experiência dessa realidade, portanto, podemos considerar quanto aos aspectos essenciais que orientam a ação pedagógica do Ensino Religioso a pedagogia do limite, a linguagem simbólica, os livros sagrados, e a dimensão dos valores.

        

16. Bases Conceituais  dos Ciclo de Formação Humana

1º Ciclo de Desenvolvimento humano

Favorecer a compreensao dos diferentes significados dos simbolos religiosos na vida e convivencia das pessoas e grupos, compreendendo que pela simbologia se expressa a ideia do Trasncendete, de  maneiras diversas, nas experiencias culturais e reverenciando as diferencas do outro.

2º Ciclo de Desenvolvimento humano

Compreender a historia da origem e formacao dos textos sagrado, relacionando-os com as praticas religiosas significativas nos diferentes grupos e percebendo que as representacoes do Transcedente de cada tradicao religiosa se constituem no valor supremo de uma cultura.

3º Ciclo de Desenvolvimento humano

     Conhecer na evolucao da estrutura religiosa ,a respectiva formaçao da ideia do Transcendente no decorrer dos tempos , analisando as diferntes mudancas culturias que determinaram as ideologias religiosas que perpassam a redacoa dos textos sagrados e os determinam como verdade do Transcedente para um determinado grupo.

     Conhcer as possiveis respostas dadas perante o fato morte, orientadoras das verdades de fe ,da valorizacao e atitudes eticas e expressas em diferentes metodos de relacionar-se com Transcendete, consigo mesmo, com o outro e com o mundo.

         É vedada toda e qualquer forma de proselitismo e doutrinação, entendendo de Respeito à diversidade religiosa e cultural; Reconheça que o que os conteúdos do Ensino Religioso fenômeno religioso é um devem ser trabalhados enquanto dado de cultura e de conhecimento da diversidade sócioidentidade de cada grupo político e cultural; social.

    

14. Eixos orientadores pedagógicos

As aulas de ensino religioso não podem ser aulas de catequese ou de classe decatecúmenos. As instituições religiosas têm seus programas de Educação religiosaque visam suas doutrinas aos seus fiéis, portanto a prática do ensino religiosonas escolas precisa de uma definição bem clara de seus objetivos, antes mesmo daelaboração de seu currículo.

 A elaboração de um currículo depende em muito darealidade vivencial (contexto) em que está sendo elaborado. Quando pensamos emensino religioso podemos seguir a linha da história das religiões, das doutrinasreligiosas, da teologia cristã, da ética e cidadania, enfim, existe um universode abordagens que precisará passar por um crivo bem idôneo em diversos níveis.

         Concluindo, tornar-se necessário; lembrar que historicamente o ofício de"professor" surgiu nos mosteiros na Idade Média a serviço da burguesia atravésdo ensino religioso. Portanto fica para nossa reflexão o seguinte:

·        despertar e cultivar a religiosidade do aluno;

·        levá-lo à compreensão da importância do fenômeno religioso em sua própria vida e na história humana;

·        trazer conhecimento sobre as diferentes formas de religiosidade, dentro de seus respectivos contextos culturais e históricos;

·        criar um espírito de fraternidade e tolerância entre as diferentes religiões;

·        sensibilizar o aluno em relação aos princípios morais, propostos pelas religiões, promovendo ao mesmo tempo uma reflexão sobre eles.

          Os critrios se fundamentam nas respostas das tradicoes religosas, norteadoras do sentido da vida alem morte e se expressam diferenciadamente , a saber: a ressureuicao , a reencanacao, oancestral e o nada[6].

          Estes fundamentos sao comuns e por isso ,em curriculo soa denominados eixos porque sao as invariantes do fenomeno religioso, ao redor dos quais se situa o conhecimento religioso,expresso atraves das ciencias ou dos saberes.

          Esses eixos norteadores devem ser levados em conta para que se possa garantir , em termos de Brasil , uma “espina dorsal” que possibilite o respeito a finaldiade do Ensino Religioso, paresentada pela nova lei.

 

15. Organização dos Componente Curriculares do Ensino Religioso por Ciclo de Formação Humana.

15. 1 Ciclo de Formação

N. de ordem
Eixo
Temas 
Conceitos
01
Alteridade
Valores
  • Eu
  • Eu e o outro
  • O próximo
02
Símbolos
Religiosos/Cultuais
  • Força
  • Tradição
  • Crença
03
 
A ideia de  Sagrado
  • Histórias e Acontecimentos
  • Narrativas orais e escritas
  • Origem
  • Mitos
04
Rituais
Multiculturais 
  • Celebração
  • Liberdade
  • Grandes Acontecimentos
05
Divindade
Contexto cultural
  • Prática religiosa
  • Representações
  • Mitos
  • Segredos
  • Repressão

 

 

 

 

 

 

15. 2 Ciclo de Formação

 

 

n. de ordem
Eixo
Temas 
Conceitos
 
 
 
 
 
 
 
1
 
 
 
 
 
 
 
 
Eu 
 
Vida
Significado  
Sentido
Eu e a vida do outro
Traduções
O ser humano e a Tradição
Morte
Conceitos religiosos
Sentido
 
Espaço
Lugar  
Espaços 
Objetos
 
O religioso e o sagrado 
 Significado
Sagrado ou não
Por que é sagrado
Palavras
Mitos
 
 
2
 
 
Ritos
 
Aconcecimentos religiosos 
 
 
Práticas celebrativas
Festas Religiosas
Clebração
Datas e seus significados
Feriados religiosos
Mitos
Crendices
Mistério

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

15. 3 Ciclo de Formação

 

 

n. de ordem
Eixo
Temas 
Conceitos
 
 
 
 
 
1
 
 
 
 
 
Fenômeno religioso
Universo
 
 
Paisagens religiosas
Universo Simbólico
Universo Religioso
 
 
Espaço
Lugar  religioso
Exposições religiosas
Espaços  religiosos
Objetos religiosos
Museus
Cidades sagrada
 
O religioso e o sagrado 
 Significado
Sagrado ou não
Por que é sagrado
Palavras
Mitos
Verdades relativas
Verdades  Absolutas 
 
2
 
 
Revelação
 
 
Verdades de fé
Abstrato
Raciocinada
Autoridade religiosa
Esperança
Crença
Mitos
3
 
 
Espiritualidade
 
 
A espiritualidade eu, o outro, a vida ,a morte .
Experiência
Vivência
Ensinamentos
Tradições
Auto -  conhecimento
Relacionamento

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

3 Ciclo de Formação

 

 

n. de ordem
Eixos
Temas
Conceitos
 
01
 
 
 
 
 
 
 
 
Tradição  
 
Contexto Cultural
 
Origem
 
Relação cultural
 
Tipos  
 
Representações
 
 
 
 
Diversidade
 
Congregações  
 
Concepções
 
Denominações   
 
Tradições
 
Rituais
 
Vestimentas
 
Símbolos
 
 
 
Organização
 
 
Evolução religiosa
 
Campanas e eventos religiosos   
 
Trabalho com a comunidade
 
Estrutural das religiões
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teologia\ Religião
Ideia de Transcendental
Concepção
 
Função Política 
 
Função Ideológica
 
Ethos
Limites
 
Respeito
 
Humana
 
Valores
 
Ética e Religião
 
Moral –ética-lei
 
Matrizes Religiosas
Ocidental
 
Oriental
 
Africana
 
Indígena
 

 

  

·        Refletir o sentido da atitude moral como conseqüência do fenômeno religioso e expressão da consciência e da resposta pessoal e comunitária do ser humano

·         Articular a compreensão do significado das afirmações e verdades de fé

·        Possibilitar esclarecimentos sobre o direito à diferença na construção de estruturas religiosas que têm na liberdade o seu valor inalienável.

  • Compreender as tradições religiosas na estruturação e manutenção das diferentes culturas e manifestações socioculturais

 

·         Abordar os elementos básicos que compõem o fenômeno religioso, partindo de experiências religiosas vividas no contexto do educando;

 

  • Preparar o educando quanto ao questionamento existencial, em sua profundidade de modo a prepará-lo  para as resposta devidamente informada

 

  • Compreender as tradições religiosas na estruturação e manutenção das diferentes culturas e manifestações socioculturais

 

  • Abordar os elementos básicos que compõem o fenômeno religioso, partindo de experiências religiosas vividas no contexto do educando;

 

  • Preparar o educando quanto ao questionamento existencial, em sua profundidade de modo a prepará-lo  para as resposta devidamente informada

 

 

 

 

 

 

 

16. Referências

VIESSER, Lizete C. Um Paradigma didático para o Ensino Religioso. Rio de Janeiro, Vozes, 1994.

Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Religioso. Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso. 1996.

CATÃO, Francisco. O Fenômeno Religioso, São Paulo, Editora Letras & Letras, 1995.

Lei de Diretrizes e Bases, 1997.

Parâmetros Curriculares Nacionais – Ética.

 

ALVES, Rubem. Dogmatismo e tolerância. Ed. Paulinas.

 

BOFF, Leonardo. Igreja, carisma e poder. Ed. Vozes

 

©Prof. Vanderlei de BarrosRosas- Professor de Filosofia e Teologia. Bacharel e Licenciado emFilosofia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro; Bacharel em teologiapelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil; Pós-graduado em Missiologiapelo Centro Evangélico de Missões; Pós-graduado em educação religiosa peloInstituto Batista de Educação religiosa.

BERKENBROCK, Volney J. A atitude franciscana no diálogo inter-religioso. (in: MOREIRA, Alberto da Silva (org.) Herança Franciscana. Petrópolis, Vozes, 1996.)

Forum Nacional Permanente do ensino religioso. Parâmetros curriculares nacionais. Ensino Religioso. São Paulo, Ed. Ave-Maria, 1998.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 1996.

LYON, David. Pós-modernidade. São Paulo, Paulus, 1998.

Resolução de 27/7/2001 que regulamenta o Artigo 33 da Lei 9394/96. São Paulo, Conselho Estadual de Educação, 2001.

Maria Paula Rodrigues

(Equipe da Revista ECOando)

Semanário Litúrgico-Catequético, Ano B(verde), ANO LXX –remessa IX – 22/06/2003 – nº 31

 

VIESSER, Lizete C. Um Paradigma didático para o Ensino Religioso. Rio de Janeiro, Vozes, 1994.

Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Religioso. Forum Nacional Permanente do Ensino Religioso. 1996.

CATÃO, Francisco. O Fenômeno Religioso, São Paulo, Editora Letras & Letras, 1995.

Lei de Diretrizes e Bases, 1997.

Parâmetros Curriculares Nacionais – Ética.

Escola Ciclada de Mato Grosso




[1] Jamil Curry       
[2]Parâmetros Curriculares Nacionais
[3]Fazer uma releitura ou uma decodificação do fenômeno religioso presente em todas as culturas.
[4] Escola Ciclada de Mato Grosso: Novos tempos para ensinar-aprender a sentir, ser e fazer.
[5]              Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental /Resolução n. 02/98-CEB.
[6]              PCNER. P.32

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