domingo, 31 de julho de 2011

Não ouve a voz da experiência, sofre.

Iza Aparecida Saliés - iza.salies.ap@gmail.com


Ao fazer as minhas leituras diárias na mídia, deparei novamente com notícia sobre o concurso, dizendo que as provas serão realizadas em três datas, o que não altera em quase nada o que já aconteceu.

A questão é como realizar um concurso de tamanha envergadura de diferentes áreas técnicas da gestão pública, que exige cargos e funções próprias para o desempenho do profissional no trabalho?

Os cargos oferecidos no concurso, possuem teorias e concepções próprias que demandam saberdes de diversas áreas do conhecimento como direito, contabilidade, física, química, matemática, português, estatística, geografia, geologia e outros mais.

Fiquei pensando, o problema do concurso é a gestão dele, parece que o grupo que está conduzindo o certame não domina as artimanhas do serviço público, ou não quer ouvir que sabe.

Cada dia que passa sai uma notícia sobre o concurso parece até que estão tentando várias possibilidades, sem a certeza do sucesso.

Não podemos negar que o vexame foi maior que a encomenda. Qualquer funcionário público de carreira sabe, e creio que profetizou que esse concurso não daria certo da forma que eles queria fazer, não porque estavam torcendo para não dar certo, pelo contrário, pela experiência que temos de fazer concurso e nunca deu errado.

Sabemos selecionar as instituições que queremos, sabemos que prova queremos e precisamos, sabemos selecionar conteúdos, sabemos o perfil de entrada que precisamos para cada cargo, e mais, conhecemos as instituições do mercado que trabalham com concurso.

Ficou visível a total demonstração de falta de visão de gestão pública por parte dos organizadores do concurso ou não quis ouvir quem tem experiência.

Sei que na Sad e em qualquer órgão do Estado que está participando desse evento, possui técnicos competentes para conduzir o concurso, ciente dos passos necessários para realizá-lo o concurso é um processo, tem todo um ritual obrigatório que precisa ser cumprido, caso deixe de fazer, pode esperar, vai dar tudo errado depois, como deu.

Era notório que o governo queria realizar um hiper mega concurso público, e acabou colocando Mato Grosso no cenário nacional como incompetente coisa que nunca fomos, sabemos fazer bem feito, isso para nós servidores é café pequeno. Só para citar um exemplo, a educação é uma área do governo bastante específica, que requer funções próprias, que devem ser cobradas e selecionadas para compor o perfil do futuro docente, assim como a segurança, o planejamento, a fazenda, todas requerem especificidades de finalidades.

Não entendo por que o governo deixou a cargo da Unemat todas as fases e procedimentos para a realização do concurso, a inscrição, a prova, a logística. Não é função de a Sad acompanhar e monitorar a instituição realizadora do evento em todo o percurso e verificar os problemas? Será que os organizadores não sabiam que a instituição estava com problemas internos de gestão?

Qualquer pessoa comum viu pelos jornais os problemas de inscrição, dificuldades de acesso à web da Sad e da Unemat para o atendimento ao público, enfim, situações que não foram solucionados antes da realização do mesmo, seja, pelo órgão responsável (Sad) ou pela instituição contratada para o serviço (Unemat).

É sabido que a Unemat não tinha aporte técnico e estrutural suficiente para atender tal demanda, ainda assim, o governo insiste em quer que a mesma instituição? Só que agora “pediu ajuda aos universitários” (UFMT).

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