O uso das novas tecnologias está cada vez mais presente. Algumas escolas oferecem aos estudantes os tablets, que além de oferecer acesso à internet, à visualização de fotos, à leitura de jornais, revistas, livros, aos jogos 3D, contribuem no aprendizado da escrita. No entanto, a caminhada foi longa até a sua chegada.
Mais ou menos em 3300 a.C., os sumérios, um dos povos da Mesopotâmia, atual Iraque, desenvolveram a escrita cuneiforme (os seus traços recordam o formato de uma cunha). Com instrumentos pontiagudos, ossos ou madeiras, as palavras eram registradas nas plaquetas de argila.
Os primeiros hieróglifos egípcios (escritas sagradas ou sinais sagrados do nordeste da África) surgiram antes de 3000 a.C. Somente uma minoria social compreendia aquelas figuras que representavam sons.
Também os egípcios, aproximadamente em 2500 a.C., se apropriaram do papiro, uma planta duradoura que prenunciou o papel, usado para a escrita. Como? De acordo com a Wikipédia: “O papiro é obtido utilizando a parte interna, branca e esponjosa, do caule do papiro, cortado em finas tiras que eram posteriormente molhadas, sobrepostas e cruzadas, para depois serem prensadas. A folha obtida era martelada, alisada e colada ao lado de outras folhas para formar uma longa fita que era depois enrolada. A escrita dava-se paralelamente às fibras”.
O surgimento do alfabeto dos fenícios, que na atualidade compreende o Líbano e partes de Israel e da Síria, ocorreu por volta de 1000 a.C. Os 22 sinais que representavam os sons das consoantes do idioma fenício tiveram influência dos hieróglifos egípcios. Detalhe: A língua portuguesa utiliza as letras do alfabeto latino, desenvolvido pelos romanos. Estes buscavam referências no alfabeto grego. Em contrapartida, o alfabeto grego partiu do alfabeto fenício.
E as canetas? As primeiras foram produzidas com bambu, aproximadamente no ano 300 a.C. As pontas finas eram imersas em tintas. Mais adiante, no Medievo (476-1453), as penas de aves eram usadas na escrita dos livros.
No século XV, próximo do ano 1450, o alemão Johannes Gutenberg inventou a prensa. Vários povos tiveram acesso à impressão de livros, um acontecimento diferenciado do período moderno.
Considerações – O uso do dedo para escrever na tela do tablet é mais cômodo e confortável. Por isso o lápis e o papel devem ser abandonados? Até que ponto essa tecnologia estimula o pensar? No caderno Folhinha, do jornal Folha de São Paulo, Christian Braga, 10 anos, explica que "não ia dar certo”, caso as pessoas aprendessem a escrever no computador. “Ele corrige os erros e a gente nem saberia o que está errando”, de acordo com o menino.
Por outro lado, Andrew Rashbass, executivo-chefe da revista The Economist, argumenta que os tablets (e e-readers) são responsáveis “pelo renascimento da leitura”, inclusive, 42% das pessoas que usufruem dos tablets leem artigos longos. “Eles também teriam três vezes mais chances de consumir notícias lendo do que vendo vídeos”, conclui Rashbass.
Jorge Antonio de Queiroz e Silva
queirozhistoria@uol.com.br
Historiador, palestrante e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.
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