quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
As possibilidades e os limites do cérebro no desenvolvimento das crianças de zero a seis anos
Nosso governo, nas últimas décadas tem priorizado a educação do ensino médio e do ensino fundamental em detrimento aos primeiros anos de vida (0-6 anos). Porém, estudos neurocientíficos de relevância e consenso evidenciam que o investimento nos primeiros períodos de desenvolvimento do cérebro são cruciais. Ora, para ler e escrever contamos com o cérebro, ambiente de estímulos, fatores sociais, físicos, psicológicos, neurocognitivos e educacionais.
Fica simples se usarmos a metáfora da construção de um prédio: se o solo não estiver firme e bem nutrido e as estruturas não forem feitas com qualidade de material, mão de obra e planejamento apropriado o resultado da construção não será competente. Remendos e "puxadinhos" não são competentes nem na estética, função e muito menos em qualidade.
Sabemos hoje, através das neurociências, que nascemos com quase 100 bilhões de neurônios e que vamos os perdendo ao longo da vida. Nos primeiros anos de vida existem podas neuronais muitos significativas e que são vitais para a exuberância do desenvolvimento cognitivo. Mas por que perdemos neurônios? Para nos tornarmos inteligentes e competentes. A máxima "menos é mais" deve ter sido pensada a partir desta realidade cerebral, não é mesmo?
Nesta fase das primeiras grandes podas o cérebro se encontra apto para algumas funções em detrimentos de outras. Por exemplo, entre zero e três anos o cérebro pode aprender mais de uma língua com muita facilidade e sem sotaque! Já o mesmo cérebro não consegue colocar uma linha na agulha. Cada fase tem uma importância ímpar. A natureza, com suas regras e pré-condições é tão complexa e incrível que chega a maravilhar qualquer um, mesmo quem não se interessa por cérebro. Estimular, criar oportunidades, aproveitar as janelas de oportunidades e promover o desenvolvimento saudável é de grande valia e prioridade.
É importante ressaltar que da mesma forma que o cérebro tem possibilidades, também tem limites. Somos seres humanos e enquanto humanos não podemos voar. Podemos, sim, criar formas de voar, desenvolver recursos, estratégias, etc. Inclusive, podemos voar com a imaginação, atividade bastante exclusiva, até então, de nossa espécie.
Outro exemplo, até por volta dos três anos de idade se a criança não for estimulada a ver, enxergar, ou melhor, se for privada dos estímulos visuais, mesmo se não tiver lesões na área da visão, não poderá "ver", pois a janela de oportunidade da visão se fecha nos primeiros anos.
Logo a importância de se conhecer, estimular e prevenir desde a primeira infância é fundamental.
Adriana Fóz
adriana@adrianafoz.com.br
Educadora (USP), pós-graduada em Psicologia da Educação (USP), especialista em Psicopedagogia (Instituto Sede Sapientiae) e Neuropsicologia (CDN-Unifesp). Pesquisadora CNPq em Neurociências na Educação. Consultora e autora de livros.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou o Valor de bolsas
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou no dia 11 no Diário Oficial da União os valores de benefícios que poderão ser pagos a brasileiros que forem ao exterior para estudar e a quem venha ao Brasil pelo mesmo motivo. A publicação inclui bolsas de graduação, pós-graduação e também de especialização para professores da educação básica. Para obter uma dessas bolsas é preciso se candidatar de acordo com as regras dos editais de seleção da Capes, disponíveis no site. As bolsas para brasileiros que forem ao exterior podem chegar a US$ 5 mil mensais (professores de ensino superior que forem para os EUA). Para estudantes de graduação, o valor é 870 dólares, euros ou libras, dependendo do país. Já para doutorandos, a quantia chega a 1,3 mil nas mesmas moedas. A Capes pode auxiliar com as despesas de instalação, por meio de um benefício no mesmo valor da bolsa obtida.
"A paz não pode ser mantida à força; só pode ser conseguida pela compreensão".
Andréa Marques
andrea@nota10.com.br
Estimule sua mente se divertindo
Hoje, em mundo cada vez mais online, ficar desconectado de uma vida social e profissional parece impossível para muitas pessoas. Além disso, outros fatores, como cobranças e problemas pessoais trazem uma série de consequências que podem tornar uma simples rotina cada vez mais pesada e estressante para a mente humana. E para alcançar a tão sonhada qualidade de vida, é preciso fugir dos hábitos errôneos do dia a dia.
Uma ótima opção para começar algumas pequenas mudanças é sempre exercitar o cérebro, afinal, naturalmente, este órgão vai perdendo sua capacidade ao longo de sua existência. Para Any Bicego Queiroz Teixeira, Coordenadora de Desenvolvimento de Material Didático de Língua Pátria do Kumon, “o ideal é sempre procurar exercícios que estimulem a atividade cerebral, aprimorando o raciocínio com novos aprendizados. Isso contribui para aumentar a atenção nas ações cotidianas e melhorar a capacidade de concentração e a memória”.
Pensando nisso, separamos algumas dicas que podem ajudar estimular o cérebro:
- Que tal brincar de quebra-cabeças ou Sudoku? Tente montar o jogo o mais rápido possível, com o auxílio de um cronômetro. Dispute o tempo com seus amigos;
- Trabalhe mais sua memória! Ao entrar em uma sala com muitas pessoas, tente determinar quantas pessoas estão ao seu lado esquerdo e, depois, ao lado direito. Identifique os objetos que decoram a sala, feche os olhos e os enumere;
- Que tal escrever seus compromissos em uma agenda? E arrumar seus armários de acordo com a roupa? Além de se tornar uma pessoa organizada, você poupa tempo de tarefas desnecessárias e não se sobrecarrega;
Manter a mente ativa é importante para continuar se desenvolvendo e, melhor ainda, é fazer isso de uma maneira divertida!
Taxa indevida
Pais de alunos do colégio militar estadual Tiradentes, no Trapichem, denunciam que estão sendo obrigados a pagar uma taxa de R$ 250 para matricular os filhos na instituição. Em entrevista à TV Pajuçara, um policial militar que não quis ser identificado disse que levou um susto na hora de pegar as notas finais da filha: ele diz ter recebido da direção da escola um informativo com as condições para manter a garota estudando. Entre as obrigações, estariam pagamentos de taxas para matrícula, agasalho e uniforme de educação física. "Há três anos que não pagamos nada na escola", reclama o pai.
Fórum coleta assinaturas para defender vinculação de royalties
O Fórum Nacional de Educação (FNE) lançou na internet petição pública para mobilizar a sociedade em defesa da Medida Provisória n.º 592, do dia 3 último, que destina à educação 100% das receitas dos futuros contratos dos royalties da exploração do petróleo. No documento, a entidade defende ainda que 50% do Fundo Social do Pré-Sal sejam repassados à manutenção e ao desenvolvimento do ensino.
O texto do FNE faz apelo por uma decisão que torne possível ao país oferecer educação pública de qualidade e pede ao Poder Legislativo que indique a fonte de financiamento.
O documento com as assinaturas coletadas on-line será entregue ao Congresso Nacional em fevereiro, quando os parlamentares retornam à atividade após o período de recesso.
A petição on-line é baseada em nota técnica divulgada pelo FNE, na qual o fórum defende a vinculação integral dos royalties à educação.
Ministérios pretendem ampliar prática de esportes nas escolas
Os ministérios da Educação e do Esporte vão atuar em conjunto para aumentar o tempo da prática esportiva dos alunos nas escolas. A informação foi dada por representantes do Executivo, nesta terça-feira (12), durante o seminário “Ciclo Olímpico Brasileiro”, realizado pela Comissão de Turismo e Desporto da Câmara.
Os ministérios querem que, além das duas horas semanais de aulas de educação física normalmente oferecidas nos colégios, os alunos tenham a oportunidade de fazer esportes no turno inverso. Para isso, segundo informou o diretor do Departamento do Esporte de Base e de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, André Arantes, deverão ser contratados mais professores, que vão ser capacitados em áreas específicas, como judô, atletismo e natação. “No contraturno escolar, poderemos contemplar tanto os estudantes que desejam fazer uma atividade de lazer como se estivessem em uma academia, quanto aqueles que pretendem treinar uma modalidade a sério”, disse.
De acordo com André Arantes, os dois ministérios também querem incentivar ainda mais a participação dos estudantes nas competições esportivas escolares da própria cidade, do estado, e em nível nacional e internacional. Outro ponto que está sendo discutido é o estímulo ao atletismo nas escolas. Apesar dos estudos que estão sendo feitos para implementar todas essas ações, o diretor afirmou que ainda não existe prazo para que as medidas saiam do papel. Da Agência Câmara.
Comissão debate criação de instituto
HELIO NOTA 10
A Comissão de Educação e Cultura realiza, nesta terça-feira (11), audiência pública para debater o Projeto de Lei 4372/12, do Executivo, que trata da criação do Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior (Insaes).
De acordo com o deputado Izalci (PSDB-DF), que solicitou a realização do evento, o instituto passará a formular, desenvolver e executar as ações de supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos de educação superior no sistema federal de ensino, de acordo com as diretrizes propostas pelo Ministério da Educação e em consonância com o Plano Nacional de Educação (PNE).
O Insaes, se aprovado, será vinculado ao Ministério da Educação (MEC) e assumirá uma tarefa que hoje é do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – a autarquia responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A criação do instituto é polêmica e diversas entidades, inclusive o Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe) do Paraná, se mostraram contrária à criação.
A Comissão de Educação e Cultura realiza, nesta terça-feira (11), audiência pública para debater o Projeto de Lei 4372/12, do Executivo, que trata da criação do Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior (Insaes).
De acordo com o deputado Izalci (PSDB-DF), que solicitou a realização do evento, o instituto passará a formular, desenvolver e executar as ações de supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos de educação superior no sistema federal de ensino, de acordo com as diretrizes propostas pelo Ministério da Educação e em consonância com o Plano Nacional de Educação (PNE).
O Insaes, se aprovado, será vinculado ao Ministério da Educação (MEC) e assumirá uma tarefa que hoje é do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – a autarquia responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A criação do instituto é polêmica e diversas entidades, inclusive o Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe) do Paraná, se mostraram contrária à criação.
Banda larga lenta atrapalha EAD
HELIO NOTA 10
Um dos maiores problemas do ensino a distância (EAD) é a banda larga. É o que acha o professor João Carlos Teatini, diretor de Educação a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (DED/Capes). Teatini e a professora Luisa Furlan Costa, diretora do Núcleo de Educação a Distância e Coordenadora do Programa Universidade Aberta do Brasil, palestraram em Brasília para a Frente Parlamentar em Defesa da Educação do Congresso Nacional, quando discutiram “As Ações da Educação à Distância no Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB)”.
O professor Teatini apontou os objetivos da Universidade Aberta. “Ampliar o acesso à educação superior pública, em especial nas regiões remotas do Brasil; induzir e fomentar a educação a distância nas instituições públicas de ensino superior, promover a pesquisa e produção de inovações e a formação inicial e continuada de professores da educação básica”, destacou.
Atualmente a Universidade Aberta conta com 778 polos de apoio presencial ativos com bibliotecas, salas de tutoria, laboratórios de informática, internet, tutoria à distância e laboratórios didáticos. São mais de 42 mil alunos. A meta para 2014 é de mil polos e 600 mil alunos.
No entanto, o professor Teatini alerta que o principal gargalo do EAD é qualidade ruim da internet banda larga nos municípios, o que dificulta o trabalho nos polos presenciais. O professor afirma também que é necessário divulgar melhor a modalidade de ensino.
“Temos que divulgar mais a Universidade Aberta do Brasil e superar o preconceito que ainda existe no ensino a distância. É preciso que levemos esse debate para os municípios e estados”, salientou.
Um dos maiores problemas do ensino a distância (EAD) é a banda larga. É o que acha o professor João Carlos Teatini, diretor de Educação a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (DED/Capes). Teatini e a professora Luisa Furlan Costa, diretora do Núcleo de Educação a Distância e Coordenadora do Programa Universidade Aberta do Brasil, palestraram em Brasília para a Frente Parlamentar em Defesa da Educação do Congresso Nacional, quando discutiram “As Ações da Educação à Distância no Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB)”.
O professor Teatini apontou os objetivos da Universidade Aberta. “Ampliar o acesso à educação superior pública, em especial nas regiões remotas do Brasil; induzir e fomentar a educação a distância nas instituições públicas de ensino superior, promover a pesquisa e produção de inovações e a formação inicial e continuada de professores da educação básica”, destacou.
Atualmente a Universidade Aberta conta com 778 polos de apoio presencial ativos com bibliotecas, salas de tutoria, laboratórios de informática, internet, tutoria à distância e laboratórios didáticos. São mais de 42 mil alunos. A meta para 2014 é de mil polos e 600 mil alunos.
No entanto, o professor Teatini alerta que o principal gargalo do EAD é qualidade ruim da internet banda larga nos municípios, o que dificulta o trabalho nos polos presenciais. O professor afirma também que é necessário divulgar melhor a modalidade de ensino.
“Temos que divulgar mais a Universidade Aberta do Brasil e superar o preconceito que ainda existe no ensino a distância. É preciso que levemos esse debate para os municípios e estados”, salientou.
Educação Ambiental
HELIO NOTA 10
Os deputados do Paraná aprovaram na sessão plenária de terça-feira (11) o projeto de lei n.º 489/12, de autoria do Poder Executivo, que institui a Política Estadual de Educação Ambiental.
A proposta parte do princípio geral de que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, cabendo ao Poder Público e à coletividade o compromisso de desenvolver a sustentabilidade, o respeito e a valorização da vida em todas as suas formas de manifestação, na presente e nas futuras gerações.
O deputado Rasca Rodrigues (PV), vice-presidente da Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembleia, fez um breve pronunciamento durante o encaminhamento da votação do projeto, lembrando as inúmeras reuniões, seminários e audiências públicas realizadas em torno do tema.
“Esse projeto foi construído durante o período em que estive na Secretaria de Estado do Meio Ambiente”, recordou. Segundo o parlamentar, “a educação ambiental é parte inseparável da educação e deve estar inserida de forma permanente em todos os níveis e modalidades do processo educativo, seja formal – desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições públicas e privadas, ou não-formal – com ações práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente”.
Os deputados do Paraná aprovaram na sessão plenária de terça-feira (11) o projeto de lei n.º 489/12, de autoria do Poder Executivo, que institui a Política Estadual de Educação Ambiental.
A proposta parte do princípio geral de que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, cabendo ao Poder Público e à coletividade o compromisso de desenvolver a sustentabilidade, o respeito e a valorização da vida em todas as suas formas de manifestação, na presente e nas futuras gerações.
O deputado Rasca Rodrigues (PV), vice-presidente da Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembleia, fez um breve pronunciamento durante o encaminhamento da votação do projeto, lembrando as inúmeras reuniões, seminários e audiências públicas realizadas em torno do tema.
“Esse projeto foi construído durante o período em que estive na Secretaria de Estado do Meio Ambiente”, recordou. Segundo o parlamentar, “a educação ambiental é parte inseparável da educação e deve estar inserida de forma permanente em todos os níveis e modalidades do processo educativo, seja formal – desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições públicas e privadas, ou não-formal – com ações práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente”.
Mensagem - O lapis
Enviada por Corumbá
O menino observava seu avô escrevendo em um caderno, e perguntou:
- Vovô, você está escrevendo algo sobre mim?O avô sorriu, e disse ao netinho:- Sim, estou escrevendo algo sobre você. Entretanto, mais importante do que as palavras que estou escrevendo, é este lápis que estou usando. Espero que você seja como ele, quando crescer.O menino olhou para o lápis, e não vendo nada de especial, intrigado, comentou:- Mas este lápis é igual a todos os que já vi. O que ele tem de tão especial?- Bem, depende do modo como você olha. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir vivê-las, será uma pessoa de bem e em paz com o mundo – respondeu o avô.
- Primeira qualidade: Assim como o lápis, você pode fazer coisas grandiosas, mas nunca se esqueça que existe uma “mão” que guia os seus passos, e que sem ela o lápis não tem qualquer utilidade: a mão de Deus. -Segunda qualidade: Assim como o lápis, de vez em quando você vai ter que parar o que está escrevendo, e usar um “apontador”. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas ao final, ele se torna mais afiado. Portanto, saiba suportar as adversidades da vida, porque elas farão de você uma pessoa mais forte e melhor. - Terceira qualidade: Assim como o lápis, permita que se apague o que está errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos trazer de volta ao caminho certo.
- Quarta qualidade: Assim como no lápis, o que realmente importa não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro dele. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você. O seu caráter será sempre mais importante que a sua aparência.
- Finalmente, a quinta qualidade do lápis: Ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida deixará traços e marcas nas vidas das pessoas, portanto, procure ser consciente de cada ação, deixe um legado, e marque positivamente a vida das pessoas.
O menino observava seu avô escrevendo em um caderno, e perguntou:
- Vovô, você está escrevendo algo sobre mim?O avô sorriu, e disse ao netinho:- Sim, estou escrevendo algo sobre você. Entretanto, mais importante do que as palavras que estou escrevendo, é este lápis que estou usando. Espero que você seja como ele, quando crescer.O menino olhou para o lápis, e não vendo nada de especial, intrigado, comentou:- Mas este lápis é igual a todos os que já vi. O que ele tem de tão especial?- Bem, depende do modo como você olha. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir vivê-las, será uma pessoa de bem e em paz com o mundo – respondeu o avô.
- Primeira qualidade: Assim como o lápis, você pode fazer coisas grandiosas, mas nunca se esqueça que existe uma “mão” que guia os seus passos, e que sem ela o lápis não tem qualquer utilidade: a mão de Deus. -Segunda qualidade: Assim como o lápis, de vez em quando você vai ter que parar o que está escrevendo, e usar um “apontador”. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas ao final, ele se torna mais afiado. Portanto, saiba suportar as adversidades da vida, porque elas farão de você uma pessoa mais forte e melhor. - Terceira qualidade: Assim como o lápis, permita que se apague o que está errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos trazer de volta ao caminho certo.
- Quarta qualidade: Assim como no lápis, o que realmente importa não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro dele. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você. O seu caráter será sempre mais importante que a sua aparência.
- Finalmente, a quinta qualidade do lápis: Ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida deixará traços e marcas nas vidas das pessoas, portanto, procure ser consciente de cada ação, deixe um legado, e marque positivamente a vida das pessoas.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Você só estimula o cérebro se o exercita
"Você só estimula o cérebro se o exercita, por isso quem sempre esteve atento a esta questão terá menos problemas de saúde cerebral, como demência e doenças cognitivas, como Alzheimer". 21 dicas para você montar seu treino O desafio da neuróbica é fazer tudo aquilo que contraria ações automáticas, obrigando o cérebro a um trabalho adicional, por isso:
1-Use o relógio de pulso no braço direito;
2-Ande pela casa de trás para frente;
3-Vista-se de olhos fechados;
4-Estimule o paladar, coma comidas diferentes;
5-Leia ou veja fotos de cabeça para baixo concentrando-se em pormenores nos quais nunca tinha reparado; 6-Veja as horas num espelho;
7-Troque o mouse do computador de lado;
8-Escreva ou escove os dentes utilizando a mão esquerda - ou a direita, se for canhoto;
9-Quando for trabalhar, utilize um percurso diferente do habitual;
10-Introduza pequenas mudanças nos seus hábitos cotidianos, transformando-os em desafios para o seu cérebro;
11-Folheie uma revista e procure uma fotografia que lhe chame a atenção. Agora pense 25 adjetivos que ache que a descrevem a imagem ou o tema fotografado;
12-Quando for a um restaurante, tente identificar os ingredientes que compõem o prato que escolheu e concentre-se nos sabores mais subtis. No final, tire a prova dos nove junto ao garçom ou chef; neuróbica13-Ao entrar numa sala onde esteja muita gente, tente determinar quantas pessoas estão do lado esquerdo e do lado direito. Identifique os objetos que decoram a sala, feche os olhos e enumere-os;
14-Selecione uma frase de um livro e tente formar uma frase diferente utilizando as mesmas palavras;
15-Experimente jogar qualquer jogo ou praticar qualquer atividade que nunca tenha tentado antes.
16-Compre um quebra cabeças e tente encaixar as peças corretas o mais rapidamente que conseguir, cronometrando o tempo. Repita a operação e veja se progrediu;
17-Experimente memorizar aquilo que precisa comprar no supermercado, em vez de elaborar uma lista. Utilize técnicas de memorização ou separe mentalmente o tipo de produtos que precisa. Desde que funcionem, todos os métodos são válidos;
18-Recorrendo a um dicionário, aprenda uma palavra nova todos os dias e tente introduzi-la (adequadamente!) nas conversas que tiver;
19-Ouça as notícias na rádio ou na televisão quando acordar. Durante o dia escreva os pontos principais de que se lembrar;
20-Ao ler uma palavra pense em outras cinco que começam com a mesma letra;
21-A proposta é mudar o comportamento rotineiro. Tente, faça alguma atividade diferente com seu outro lado do corpo e estimule o seu cérebro. Se você é destro, que tal escrever com a outra mão? neuróbicaHábitos saudáveis
Outra atitude indispensável para manter a memória sempre afiada, é prestar atenção na qualidade de vida. O neurologista Ivan Okamoto sugere um estilo de vida mais tranquilo, com alimentação balanceada, sem vícios e com a prática regular de exercícios físicos para manter o corpo e a mente saudáveis.
"A melhor maneira de manter a memória em dia é cuidar da saúde, por isso é importante evitar cigarro e bebidas alcoólicas, seguir uma dieta equilibrada, praticar exercícios e exercitar o cérebro. Manter a atividade mental, seja trabalhando ou participando de alguma atividade em grupo, ajuda a elevar a autoestima e deixar a memória a todo vapor", explica o especialista.
Enviado por Corumbá
A OBSESSÃO PELO MELHOR
Leila Ferreira
Leila Ferreira é uma jornalista mineira com mestrado em Letras e doutora em comunicação em Londres, que optou por viver uma vida ais simples em Belo Horizonte.
Estamos obcecados com "o melhor”. Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".
Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho.
Bom não basta.
O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor". Isso até que outro "melhor" apareça e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer.
Novas marcas surgem a todo instante. Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado,
Modesto, aquém do que podemos ter. O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego.
Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter.
Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos. Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.
Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis. Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente.
Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência? Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa?
E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto? O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chef"? Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro? O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"?
Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixados ansiosos e nos impedido de desfrutar o "bom" que já temos. A casa que é pequena, mas nos acolhe. O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria. A TV que está velha, mas nunca deu defeito. O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos". As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar à chance de estar perto de quem amo... O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem. O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer. Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso?
Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?
Sofremos demais pelo pouco que nos falta
E alegramo-nos pouco pelo muito que temos. Shakespeare
Inspiração do poeta Conta-se que, num dia qualquer, o compositor Almir Sater estava em São Paulo para uma temporada. Em certo momento, desceu do seu apartamento para tomar um cafezinho num mercado ali perto. Encontrou um amigo, que o convidou para experimentar uma viola que acabara de comprar. Enquanto tomavam café, Almir dedilhou a viola e soltou a voz: Ando devagar... Ao que o amigo emendou... Porque já tive pressa. Dizem que essa maravilha chamada Tocando em frente ficou pronta em dez minutos. Um dia, alguém perguntou ao Almir como essa música fora feita e ele respondeu: Ela estava pronta. Deus apenas esperou que eu e o Renato nos encontrássemos para mostrá-la para nós. Será verdade ou será mais uma dessas lendas que se inventam, a respeito de pessoas célebres e suas produções? Lenda ou verdade, não importa. O que sabemos é que a inspiração existe e disso entendem muito bem os gênios de todos os matizes. E a letra e música de Tocando em frente são uma joia rara. Convidam-nos a parar em meio à correria, a viver com mais vagar, como a saborear cada momento. Também nos recordam que, na vida, lágrimas e sorrisos se sucedem. Assim dizem os versos: Ando devagar porque já tive pressa. E levo esse sorriso, porque já chorei demais. Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe... Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei, eu nada sei...Há tanto para aprender. E quantos cremos serem superiores, por entendermos disso ou daquilo. E, contudo, quem verdadeiramente se dedica a aprender, descobre que quanto mais aprende, mais há a ser pesquisado, descoberto. Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs.O planeta Terra é o grande laboratório Divino em que provamos a dor, a alegria. Em que nos extasiamos ante a manhã que se espreguiça e nos encantamos com a riqueza das pessoas. Cada uma com seu talento especial, sua forma de ser, de agir em nossas vidas. E, neste planeta de provas e expiações, com quantas delícias nos agracia Deus. Sabores de frutas, consistências inúmeras. É preciso tudo provar. Aprender a degustar, reconhecendo o sabor de cada fruta, do trigo transformado em pão, do grão triturado, moído, servido com aroma de café. Mas é preciso o amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, continua cantando o inspirado poeta. Sim, o amor nos é imprescindível porque fomos criados e somos mantidos pelo amor de Deus, trazendo essa essência Divina em nossa intimidade. E somente sorri, num mundo de tanta perversidade ainda, quem já descobriu o segredo da vida na Terra, que se chama oportunidade e progresso. Por isso, cada um de nós compõe a sua história. E cada ser em si, carrega o dom de ser capaz, de ser feliz. E, como todo mundo ama, todo mundo chora, não esqueçamos que um dia a gente chega, no outro vai embora. A vida é transitória. Aproveitemo-la, ao máximo, vivendo com a família, os amigos. Produzindo na sociedade, deixando nossas marcas de luz para, como alguém já falou, quem venha atrás, possa dizer: Por aqui passou um ser iluminado. Uma estrela... Redação do Momento Espírita.
Em 23.08.2012.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Você mudou…
Colaboradora com passe livre no BLOG: Simônica Capistrano
Em uma dessas noites silenciosas e tranqüilas você pode descobrir o quanto cresceu nos últimos meses, semanas, dias… e o quanto você amadureceu. Um processo difícil e contínuo, que exige muito mais de si que dos outros.
Entre um livro e outro, uma revista de economia e política, um caderno com folhas em branco e fone nos ouvidos você pode descobrir o quanto você mudou, o quanto você passou a depender pouco dos outros.
Você passa a não esperar mais telefonemas animados de uma amiga de reggae em plena sexta-feira, a voz suave de um ex-namorado te convidando para sair ou de um affair* atual, nem mesmo de um ente familiar. Nada disso mais importa.
Chega uma hora que você aprende a ser só, e mais nenhuma lágrima de solidão, melancolia passam a fazer parte da sua rotina. Você se torna dura, inflexível, mas sensata. Firme e persistente. Começa a pensar na carreira, no futuro e a olhar dentro do seu próprio eu. Não se trata de egoísmo, mas sim de encarar o mundo sob outro prisma: o de que as pessoas que você mencionou acima, neste momento estão pensando nelas mesmas e fazendo o que as fazem felizes, enquanto VOCÊ, só aprendeu o mesmo, porém preferiu o silêncio ao invés das palavras. Ai que você nota o quanto VOCÊ MUDOU!!!
*Expressão inglesa usada para designar uma pessoa com a qual não se tem uma relação estável. O mesmo que ficante (gíria popular), paquera.
Em uma dessas noites silenciosas e tranqüilas você pode descobrir o quanto cresceu nos últimos meses, semanas, dias… e o quanto você amadureceu. Um processo difícil e contínuo, que exige muito mais de si que dos outros.
Entre um livro e outro, uma revista de economia e política, um caderno com folhas em branco e fone nos ouvidos você pode descobrir o quanto você mudou, o quanto você passou a depender pouco dos outros.
Você passa a não esperar mais telefonemas animados de uma amiga de reggae em plena sexta-feira, a voz suave de um ex-namorado te convidando para sair ou de um affair* atual, nem mesmo de um ente familiar. Nada disso mais importa.
Chega uma hora que você aprende a ser só, e mais nenhuma lágrima de solidão, melancolia passam a fazer parte da sua rotina. Você se torna dura, inflexível, mas sensata. Firme e persistente. Começa a pensar na carreira, no futuro e a olhar dentro do seu próprio eu. Não se trata de egoísmo, mas sim de encarar o mundo sob outro prisma: o de que as pessoas que você mencionou acima, neste momento estão pensando nelas mesmas e fazendo o que as fazem felizes, enquanto VOCÊ, só aprendeu o mesmo, porém preferiu o silêncio ao invés das palavras. Ai que você nota o quanto VOCÊ MUDOU!!!
*Expressão inglesa usada para designar uma pessoa com a qual não se tem uma relação estável. O mesmo que ficante (gíria popular), paquera.
Essencial- O valioso tempo dos maduros
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas que, apesar da idade cronológica, são imaturas.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.
Quero caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. o essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial!
Mário de Andrade (1893-1945)
O Medo do Amor
Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê.
O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade.
E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.
Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos.
Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.
Lindo texto de Martha Medeiros
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
A internet muda e nos muda
Todos os dias encontramos alguma novidade na internet. Um estudo mostra o que mudou nos últimos 10 anos e como ela também mudou nossos hábitos.
A internet tem menos de 50 anos de existência, mas ela já transformou radicalmente os hábitos da humanidade, de maneira irreversível. Um estudo da Best Education Sites mostra como o mundo digital transformou-se na última década, mudando a forma como os seres humanos se informam, consomem, se cuidam e até se relacionam.
Por exemplo, em 2002 havia ao redor de três milhões de sites web e hoje estima-se que haja 555 milhões de sites. Antes, para baixar uma música em um modem de 56kbps levava em média de 12,5 minutos. Hoje, não costuma demorar nem 18 segundos.
Outro dado que chama atenção é do tempo que as pessoas ficam on-line por dia. Em 2002, eram 45 minutos em média; hoje, são cerca de 4 horas diárias. Mas um dos pontos que talvez mais afete o dia a dia das pessoas é a força das redes sociais: enquanto em 2002 o Friendster era usado por 3 milhões de pessoas, hoje a liderança é do Facebook, com mais de 900 milhões de usuários.
Essas mudanças, apesar de irreversíveis, abrem inúmeras possibilidades e desafios, especialmente de utilizá-la a serviço de um mundo mais humanizado.
Fonte: Adital
A cultura do agradecimento
Quinta-feira, dia 22 de novembro, celebramos o Dia Nacional de Ação de Graças. É um dia para festejarmos nossas conquistas!
Sempre na quarta quinta-feira de novembro celebramos o Dia de Ação de Graças. Talvez nossa sociedade fique mais humana e menos competitiva quando de fato assumir uma cultura de agradecimento. É muito comum reclamarmos dos problemas que nos atormentam. Porém poucas vezes nos damos conta de agradecer pelo que conquistamos e pelo que somos ajudados.
Jonas Alvarenga, presidente do Comitê Brasileiro de Resgate do Dia Nacional de Ação de Graças, diz o seguinte: “Agradeça. Faça encontros, reuniões, ações sociais. Promova arrecadação de alimentos, brinquedos, roupas. Organize um passeio ciclístico ou um plantio de árvores… Ao seu modo celebre a data. Seja mais um elo nessa grande corrente de gratidão.
Acredite que, estimulando a cultura do agradecimento, o mundo será um lugar melhor para se viver, em harmonia e muita PAZ. Afinal, dependemos uns dos outros. E, por isso, digamos sempre obrigado, pois não conquistamos nada sozinhos”.
Subsídios para comemorar a data
O Mundo Jovem propõe diversos subsídios para celebrar o Dia Nacional de Ação de Graças. São textos para reflexão e debate, poemas, mensagens, sugestão de atividades e outros.
Fonte: http://www.acaodegracas.com.br
Artigo - IV Mensagens - Desabafo na FEBEM
Mensagem de reflexão sobre menores infratores.
"Estou aqui há dois anos, e faz um ano que não vejo minha mãe, nem minha irmã, só tenho ela na minha vida, e se elas falecem? O que será de mim? Vou para a rua? Mais se Deus quiser isso não vai acontecer, amigos? Não tenho amigos, pois amigo não fica chamando o outro para assaltar aquela velha ricona, matar aquele garoto que não nos passou a cocaína, amigo não é assim, jamais chama você para esse caminho. Eu só queria ver minha mãe, faz tempo que não a vejo, mas todo dia penso nela, apesar de que lá em casa não tinha nada para comer, ao menos água para beber, mas tinha minha mãe por perto, protegendo-me, e é assim, estou triste né senhor, e ninguém me ajuda.
A vida aqui é trancada, só saio da sela para comer, tudo em fila cabeça baixa, com um soldado agarrado no meu pescoço, é assim, parecendo um monte de bandidos, de bandidos menores, mais senhor eu não sou bandido, o único sentimento que tenho agora é fugir daqui, desse sofrimento, mesmo sabendo que la fora não terei o que comer, mas pelo menos sou livre, sou livre para recomeçar a minha vida, aqui somos bichos, sem direito para falar nada, só obedecer, levando gritos, castigos, trancados, sem saber o dia e o que se passa la fora, é como você tivesse perdido em uma cidade grande, sem ninguém, olho as vezes para o céu e vejo-me como um passarinho livre, mas só Deus sabe quando vou sair daqui, sonho com esse dia, a única coisa que quero nesse momento é fugir daqui, sair daqui, não para roubar, não para matar, pelo menos ter uma oportunidade de viver, reencontrar minha mãe e minha irmã, a minha única família que há um ano não a vejo.
Olha para esse local, veja tudo dividido, com grades, pensa como é viver em uma sela dessa o dia todo, sem vontade de estudar, sem lazer, sem vontade de viver, ninguém pode conversar com ninguém, ao contrário vem um soldado e pergunta se estamos marcando uma fuga e nos ameaça, mais quando é na frente de outras autoridades tudo é bonzinho, tudo é harmonioso.
Pensei que ia sair de um sofrimento, quando cheguei aqui entrei em outro, o que será de mim? Nem sonho, não adianta sonhar, a única coisa é agradecer todo dia por estar pelo menos vivo e mais nada. Adeus moço, até mais".
Fiquei pensando naquela entrevista, fiquei doente, lugar miserável, somos realmente inúteis, passei ver a vida de uma forma diferente, tentando a desapegar de tudo, amei mais minha vida, passei a ser apolítico, esses governos só pensam em si e em seus partidos, bando de desocupados, ainda reclamam da vida, comendo, bebendo, sorrindo, ainda reclamam da vida, mais um dia tudo vai mudar, tudo muda...
Voltei naquela FEBEM, quatro meses depois, vim com uma solução, ainda bem que a faculdade de Direito me serviu para alguma coisa, depois de muitas audiências, muita papelada, muitos nãos, muitas críticas consegui retirar aquele garoto daquele lugar, dei a ele uma nova oportunidade, só vendo para crer o sorriso e a felicidade da liberdade, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.
Eu passe por uma vida miserável, pensei que hoje não estaria aqui, já usei drogas, fiquei um ano e quatro meses sem ver minha mãe e minha mãe, a minha família, vivendo numa FEBEM, longe do mundo, longe da minha felicidade, hoje me emociono ao falar daquele senhor que me ajudou na vida vencer, e mais emoção ainda é inaugurar esse centro de reabilitação para menores de rua, como fundador dessa instituição queria falar para vocês que estarei sempre presente, lutando com vocês, sou seu amigo, seu juiz de menor, um pai para vocês, uma esperança, e que nunca esqueçam, a vida é bela, lutem para verem suas proezas, e nunca diga que a vitória está perdida, tente outra vez...
Geraldo Rocha Dantas Neto Uiraúna - PB. gn-rocha@hotmail.com
"Estou aqui há dois anos, e faz um ano que não vejo minha mãe, nem minha irmã, só tenho ela na minha vida, e se elas falecem? O que será de mim? Vou para a rua? Mais se Deus quiser isso não vai acontecer, amigos? Não tenho amigos, pois amigo não fica chamando o outro para assaltar aquela velha ricona, matar aquele garoto que não nos passou a cocaína, amigo não é assim, jamais chama você para esse caminho. Eu só queria ver minha mãe, faz tempo que não a vejo, mas todo dia penso nela, apesar de que lá em casa não tinha nada para comer, ao menos água para beber, mas tinha minha mãe por perto, protegendo-me, e é assim, estou triste né senhor, e ninguém me ajuda.
A vida aqui é trancada, só saio da sela para comer, tudo em fila cabeça baixa, com um soldado agarrado no meu pescoço, é assim, parecendo um monte de bandidos, de bandidos menores, mais senhor eu não sou bandido, o único sentimento que tenho agora é fugir daqui, desse sofrimento, mesmo sabendo que la fora não terei o que comer, mas pelo menos sou livre, sou livre para recomeçar a minha vida, aqui somos bichos, sem direito para falar nada, só obedecer, levando gritos, castigos, trancados, sem saber o dia e o que se passa la fora, é como você tivesse perdido em uma cidade grande, sem ninguém, olho as vezes para o céu e vejo-me como um passarinho livre, mas só Deus sabe quando vou sair daqui, sonho com esse dia, a única coisa que quero nesse momento é fugir daqui, sair daqui, não para roubar, não para matar, pelo menos ter uma oportunidade de viver, reencontrar minha mãe e minha irmã, a minha única família que há um ano não a vejo.
Olha para esse local, veja tudo dividido, com grades, pensa como é viver em uma sela dessa o dia todo, sem vontade de estudar, sem lazer, sem vontade de viver, ninguém pode conversar com ninguém, ao contrário vem um soldado e pergunta se estamos marcando uma fuga e nos ameaça, mais quando é na frente de outras autoridades tudo é bonzinho, tudo é harmonioso.
Pensei que ia sair de um sofrimento, quando cheguei aqui entrei em outro, o que será de mim? Nem sonho, não adianta sonhar, a única coisa é agradecer todo dia por estar pelo menos vivo e mais nada. Adeus moço, até mais".
Fiquei pensando naquela entrevista, fiquei doente, lugar miserável, somos realmente inúteis, passei ver a vida de uma forma diferente, tentando a desapegar de tudo, amei mais minha vida, passei a ser apolítico, esses governos só pensam em si e em seus partidos, bando de desocupados, ainda reclamam da vida, comendo, bebendo, sorrindo, ainda reclamam da vida, mais um dia tudo vai mudar, tudo muda...
Voltei naquela FEBEM, quatro meses depois, vim com uma solução, ainda bem que a faculdade de Direito me serviu para alguma coisa, depois de muitas audiências, muita papelada, muitos nãos, muitas críticas consegui retirar aquele garoto daquele lugar, dei a ele uma nova oportunidade, só vendo para crer o sorriso e a felicidade da liberdade, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.
Eu passe por uma vida miserável, pensei que hoje não estaria aqui, já usei drogas, fiquei um ano e quatro meses sem ver minha mãe e minha mãe, a minha família, vivendo numa FEBEM, longe do mundo, longe da minha felicidade, hoje me emociono ao falar daquele senhor que me ajudou na vida vencer, e mais emoção ainda é inaugurar esse centro de reabilitação para menores de rua, como fundador dessa instituição queria falar para vocês que estarei sempre presente, lutando com vocês, sou seu amigo, seu juiz de menor, um pai para vocês, uma esperança, e que nunca esqueçam, a vida é bela, lutem para verem suas proezas, e nunca diga que a vitória está perdida, tente outra vez...
Geraldo Rocha Dantas Neto Uiraúna - PB. gn-rocha@hotmail.com
Artigo III - Mensagens Há um grito parado no ar!
Mensagem sobre as manifestações populares.
Sobre as inúmeras manifestações que acontecem em todo o mundo na defesa dos direitos sociais, nem sempre são divulgadas nas mídias, diz Silvino Heck: “Há um grito parado no ar. Não é (ainda) o grito dos anos oitenta e sua chamada à mudança. Mas, a efervescência, a mobilização estão no ar e na cabeça das pessoas.
Cada dia fica mais perceptível que o modelo neoliberal de desenvolvimento está levando o mundo a uma situação, senão de caos, pelo menos de insustentabilidade. Não é mais possível que o mercado financeiro domine a economia, beneficiando meia dúzia, levando os países à crise e os trabalhadores ao desemprego e à miséria. Não é sustentável o modelo consumista que destrói a natureza, que esgota a água, que polui o planeta e dissemina valores como o individualismo, a ganância, o lucro como medida da vida e das relações sociais, o egoísmo, ou como se dizia nos anos oitenta, e ainda vale hoje, o ter em vez do ser.
A reação, a luta e o sonho, como sempre, vêm dos de baixo, dos mais pobres e trabalhadores, dos indígenas, negros e quilombolas, mulheres e jovens, militantes da economia solidária e dos direitos humanos, agricultores familiares e camponeses. E desenha o futuro de "um outro mundo possível', urgente e necessário”.
Selvino Heck do Movimento Fé e Política.
Adital - em 03/10/2011
Artigo II - Caminhos de ressocialização
O mínimo que se poderia exigir do Estado é que garantisse aos condenados condições de aprendizado e profissionalização. Se não por uma exigência humanista, pelo menos por uma medida de inteligência. Ora, se alguém irá passar alguns anos encarcerado será muito melhor para a sociedade que, uma vez em liberdade, esta pessoa tenha se qualificado como um profissional apto a disputar um espaço no mercado e que tenha adquirido algumas competências cognitivas. Na ausência disto, será sempre maior a possibilidade da reincidência. Educar e profissionalizar a massa carcerária brasileira é, assim, uma medida elementar de prevenção ao crime e à violência. Estes temas, entretanto, não são sequer considerados pelos gestores na área. Eles preferem continuar prendendo e produzindo declarações demagógicas ao gosto da mídia e da demanda punitiva disseminada. No fundo, estão preocupados com as urnas, não com a segurança da população.
A rigor, não temos educação nos presídios brasileiros. Em alguns casos, como na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), no RS, por exemplo, chegamos ao ridículo de montar salas de aula onde uma grade separa os professores dos alunos. Penso que, neste particular, a experiência que o IPA vem desenvolvendo no Presídio Feminino Madre Pelletier, em Porto Alegre, oferece um bom exemplo das possibilidades em aberto. O projeto lá montado foi de um curso universitário - o primeiro dentro de um presídio brasileiro. Uma turma de Serviço Social, formada por presas e agentes penitenciários aprovados em vestibular já está no terceiro semestre, todos com bolsa integral. O convênio com o IPA permitiu que uma ala inteira do presídio fosse reformada, com a construção de salas de aula, uma pequena biblioteca e um laboratório de informática. Como professor envolvido neste projeto, sou testemunha das radicais transformações que ele vem produzindo. Mesmo assim, somos obrigados a conviver, diariamente, com a resistência da própria instituição que começa pelo boicote à presença das presas em aula.
Artigo I - As prisões resolvem o problema da violência?
entrevista com Marcos Rolim, publicada na edição nº 377, junho de 2007.
Marcos Rolim jornalista e consultor em segurança pública, autor do livro A Síndrome da Rainha Vermelha: policiamento e segurança pública no século XXI, editora Zahar, 2006. http://www.rolim.com.br marcos@rolim.com.br
A população está amedrontada com a violência e percebe que corre riscos reais. Os mais desprotegidos, aliás, são os pobres. É natural, então, que se exijam soluções. O problema é que a “receita” que vem sendo insistentemente divulgada pela mídia é uma estupidez.
Muitos de nossos “formadores de opinião” não fazem a menor ideia do que seja prevenção em segurança, mas estão firmemente convencidos de que a solução é mais repressão, mais presídios e leis penais mais duras.
Não se dão conta de que o Brasil trilha este caminho há muito tempo e que os resultados até agora oferecidos por esta opção redundaram em um fracasso vergonhoso.
• Como você vê o sistema prisional brasileiro?
Os presídios brasileiros formam um mundo à parte, um mundo que a esmagadora maioria das pessoas não faz ideia do que seja. Como regra geral, são instituições obscuras e deprimentes no interior das quais milhares de seres humanos são amontoados em condições indescritíveis e abomináveis. As celas, construídas com as dimensões mínimas legais de 6 m2, deveriam receber um só preso cada, mas lá estão, em média, entre seis e dez pessoas. Em algumas oportunidades, isto obriga a organização de turnos de sono, pois não há espaço para que todos durmam ao mesmo tempo, ainda que no chão. As condições de higiene são as piores possíveis; ao invés de vaso sanitário, há um buraco, invariavelmente fétido. Insetos e ratazanas dividem os mesmos centímetros com os presos que obviamente passam a conviver com muitas doenças, da sarna à tuberculose, sem que se lhes ofereça qualquer atenção à saúde. A comida servida nestes estabelecimentos é uma gosma, não há, em regra, oportunidades de profissionalização ou estudo; as poucas oportunidades de trabalho estão ligadas aos serviços de manutenção ou a atividades que não profissionalizam. Para piorar o quadro, há muita violência dentro dos estabelecimentos, entre os próprios presos divididos em facções e nas relações de agentes e presos. Casos de tortura ainda são muito comuns. Com estas características, nossas prisões são instituições perfeitas para a reprodução ampliada do crime e da violência.
• Por que colocar alguém na prisão?
A pena privativa de liberdade deveria ser empregada sempre como último recurso e concebida como uma medida de segurança necessária para a proteção da vida e da integridade dos demais. Assim, deveriam estar privados de liberdade apenas aqueles que praticaram crimes graves, cuja liberdade fosse, em si mesma, uma ameaça à vida. O que ocorre, entretanto, é algo muito diverso: os presos brasileiros, em geral, são encarcerados por crimes cometidos contra o patrimônio e por envolvimento com o tráfico de drogas ilícitas. Os selecionados para este tipo de punição são, invariavelmente, muito pobres e jovens. Nosso aparelho persecutório simplesmente não seleciona os tipos de crimes mais comumente praticados por nossas elites (crimes como corrupção ou sonegação de impostos, por exemplo). Então, as cadeias são também instrumentos de uma política de classe que não são usados para os "bandidos do lado de cá", aqueles que habitam o mundo da inclusão.
• O povo quer rigidez contra o crime. As estratégias repressivas resolvem?
É evidente que a repressão possui um papel importante em qualquer democracia; ela está vinculada à ideia de respeito à lei e não pode ser menosprezada. Mas imaginar que se possa construir uma solução com base em repressão é ingenuidade. Tenho sustentado que mesmo as estratégias repressivas devem estar subordinadas a uma política centrada na prevenção do crime e da violência. O combate à impunidade é muito importante, mas não se reduzirá a taxa de impunidade no Brasil aumentando as penas ou tornando a execução penal ainda mais desumana. A impunidade, aliás, pouco tem a ver com as leis penais. Ela está profundamente vinculada, na verdade, às deficiências de investigação e, por consequência, à fragilidade da prova. Impunidade é um problema de polícia despreparada, incapaz e sem recursos de inteligência. Os países mais desenvolvidos e com tradições democráticas mais consolidadas já perceberam há muito que o fundamental em segurança pública é a prevenção. No Brasil mesmo, temos já muitos exemplos de iniciativas em segurança que produzem resultados impressionantes de redução do crime e da violência. O exemplo de Diadema é apenas um entre outros. Nesta cidade, onde havia taxas superiores a 100 homicídios para cada 100 mil habitantes, a prefeitura identificou, a partir de um estudo científico, que as mortes no município ocorriam preferencialmente nas proximidades de bares, o que sugeria uma correlação entre abuso de álcool e violência. Com base neste dado, aprovou-se uma lei municipal que determinou o fechamento de todos os bares da cidade às 23h - uma medida já clássica em segurança pública em toda a Europa. Em um ano, os homicídios foram reduzidos em 54%. Fazer segurança pública com inteligência exige medidas desse tipo.
• A maioria dos presos é jovem. Quem são esses jovens? Por que estão na prisão?
Em todo o mundo, a maior parte dos presos é jovem. Possivelmente, esta característica tenha a ver com a circunstância de que durante a juventude (mais precisamente entre os 14 e os 24 anos) as pessoas ainda não constituíram seus vínculos mais importantes (casamento, filhos, emprego etc.), o que faria com que se sentissem mais livres para a transgressão. Este é também um período da vida em que as pessoas estão em busca de sua própria identidade, precisam de reconhecimento e autoria e se orientam demais pelos valores dos seus pares. No Brasil, entretanto, os jovens presos são já o resultado de um sistema persecutório extremamente seletivo. Como regra, os jovens encarcerados no Brasil são muito pobres, moram nas periferias dos grandes centros urbanos e foram condenados por crimes contra o patrimônio (furtos e roubos) ou por envolvimento com o tráfico de drogas. Na origem deste envolvimento delituoso encontraremos algumas características básicas tais como: famílias desestruturadas, com histórico de negligência, abuso e maus tratos; evasão escolar e ausência de perspectivas profissionalizantes.
• Os adolescentes e jovens são mais infratores que os adultos? Que infrações eles cometem?
Aqui é preciso diferenciar o fenômeno do crime ou infração, da violência. Jovens adultos cometem mais crimes violentos que adolescentes. A curva da violência no Brasil começa a se acentuar por volta dos 15 anos e atinge seu ponto mais elevado aos 20 anos. Então, cai abruptamente até por volta dos 25 anos, quando se estabiliza em indicadores baixos. Isto significa dizer que os autores de crimes violentos estão concentrados, desproporcionalmente, entre os jovens, não entre os adolescentes. Mas as vítimas destes crimes também integram a mesma faixa etária. Entre os jovens na faixa dos 14 aos 24 anos está a maior fatia dos autores de crimes violentos e a maior fatia das vítimas destes mesmos delitos. Por isso, uma política de segurança séria deve focar sua atenção na juventude. Penso, por exemplo, que deveríamos construir um Sistema Penal para Jovens Adultos, permitindo que jovens condenados por delitos praticados entre 18 e 21 anos cumprissem pena em estabelecimentos diferenciados. As medidas de internação de adolescentes, por outro lado, sem perder seu caráter socioeducativo, deveriam ser concebidas como parte de um direito penal juvenil. Quem se opõe a isto esquece que direito penal não é apenas punição, é também garantia aos acusados.
• É possível uma ressocialização na prisão?
A situação brasileira é tão marcadamente irracional quanto ao tema da segurança que, hoje, começa a se formar uma opinião segundo a qual os objetivos da prisão seriam apenas o de punir e o de neutralizar os infratores. Precisamos, então, nos proteger das opiniões. Em segurança pública, como em saúde pública, elas são uma praga. No Brasil mesmo, a experiência das APACs ainda é incrivelmente desconhecida. As APACs têm, de fato, produzido resultados muito bons de ressocialização e são, de longe, responsáveis pelos menores índices de reincidência no Brasil. Nestes casos, são ONGs que administram pequenos presídios em São Paulo e Minas Gerais, mediante contratos de gestão. (Mais informações sobre APACs na página 23).
• Como a escola e a educação devem enfocar esse tema da criminalidade?
Entendo que a educação deveria oferecer aos alunos uma formação básica em direito - incluindo noções elementares de direito penal. Qualquer criança pode aprender, por exemplo, o que é pedofilia - o que aumentaria as chances de não ser vitimada. Mas elas podem também aprender o que é legítima defesa, a diferença entre furto e roubo, a necessidade de um mandado judicial para busca e apreensão, ou qual é a política brasileira quanto às drogas. Estes e outros temas (como a educação sexual, por exemplo) têm sido subestimados e muitos pensam que não são adequados para se tratar com crianças e adolescentes. Isto me parece um erro grave. Mas há outra questão que me parece muito importante na escola se queremos tratar da violência e do crime: refiro-me ao bullying. O conceito (tratado em março de 2006 pelo Mundo Jovem) denota todo o tipo de violência interpessoal sistemática e proposital produzida entre pares (ou seja: em relações não hierárquicas). Desde a violência física e a prática de delitos como o roubo e o furto, até a violência psicológica produzida pelo isolamento, pela exclusão, pelo emprego de apelidos humilhantes etc. O bullying é muito comum nas escolas em todo o mundo. Na maior parte das vezes, entretanto, tais práticas violentas que infernizam a vida de milhares de crianças e adolescentes são invisíveis, porque não percebidas pelos professores e pelas direções das escolas. O que ocorre é que o bullying - além de abalar as vítimas, diminuir o rendimento dos alunos e concorrer para a evasão - é um dos fenômenos mais fortemente correlacionados à produção do crime e da violência na vida adulta. Nossas escolas deveriam, então, prestar atenção neste problema e desenvolver políticas específicas anti-bullying.
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