terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Haddad está sob observação do Planalto



Ministro foi convocado para dar explicações à presidente Dilma, que pediu resolução definitiva das pendências da pasta



Lisandra Paraguassu e Tânia Monteiro - O Estado de S.Paulo

Após semanas de problemas no Enem e no Sisu, a presidente Dilma Rousseff convocou o ministro Fernando Haddad. Na tarde de ontem, ele foi ao Palácio do Planalto apresentar à presidente o que estava sendo feito para minimizar os transtornos. "Ela me pediu que fizesse uma apresentação das necessidades do MEC para reforçar o acesso ao ensino superior. Apresentamos um conjunto de demandas", disse.


Dilma dedicou grande parte da sexta-feira para acompanhar o desenrolar dos problemas no sistema, assim como as pendências em relação à decisão da Justiça de prorrogar as inscrições. Apesar de estar convencida de que a maior parte dos problemas tem causas técnicas e de defender o Enem, a presidente estava preocupada com o fato de um volume enorme de estudantes estar sendo prejudicado.

Haddad fez um relato completo e informou a presidente das demissões que havia promovido. Avisou também que estava cancelando as férias que começaria a gozar neste fim de semana, o que foi considerado "prudente" e "de bom senso".

Haddad disse que suas demandas foram bem recebidas pelo Planalto. Ele disse à presidente que tem problemas na contratação de pessoal técnico com competência para cuidar do sistema, já que os cargos, de salários baixos, não atraem pessoal com experiência. "Precisaríamos ter não contratados permanentes, mas para atuar em situações específicas. Não há nem um modelo jurídico para esse tipo de contrato", explicou. Outra questão levada a Dilma é a transformação do Cespe, o departamento da Universidade de Brasília que faz o Enem, em uma autarquia ou empresa estatal desvinculada da UnB para atender as demandas do governo federal.

Mas a forma como as coisas se passaram e a persistência nos problemas do Enem deixaram Dilma contrariada. Ela quer que essas pendências sejam resolvidas definitivamente para que os alunos não enfrentem novos percalços nos próximos exames.

Bancado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu sua permanência, Haddad ficou em uma situação delicada com a nova chefe. A avaliação é de que ele está sob observação.

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