segunda-feira, 2 de abril de 2012
MT- PBA inicia aulas mas ainda existem vagas
Um pacto firmado entre os governos federal e estadual e conta com a adesão voluntária dos municípios na busca pela redução aos indicadores do analfabetismo no país, 12 mil estudantes de Mato Grosso iniciaram as aulas por meio do Programa Brasil Alfabetizado (PBA) em 2012.
A coordenadora do Programa Brasil Alfabetizado, na Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Márcia Dudeque, informa que o Ministério da Educação (MEC) ampliou o prazo para cadastramento das turmas, logo o número de estudantes será ampliado, assim como o de municípios que ofertam o PBA. “Até hoje temos 64 cidades mas, ainda estamos recebendo a documentação (Termo de Cooperação) que está sendo enviada pelos gestores municipais para ampliar esse quadro”.
A estimativa é a de que 15 mil pessoas sejam atendidas em 2012. O número é menor do que a meta prevista inicialmente ( 30 mil pessoas). Ela pontua que a adesão ao Programa Brasil Alfabetizado é voluntária.
Criado com uma concepção diferenciada de atendimento, o PBA usa espaços alternativos dentro das comunidades (como centros comunitários, bibliotecas públicas, até ambientes caseiros) para realizar as aulas. Os professores, denominados alfabetizadores voluntários, são responsáveis pela montagem das turmas, assim como a divulgação dos espaços destinados para a prática educacional. “Nossa orientação, por se tratar de trabalhadores, e que enfrentaram uma longa jornada durante o final o dia, é de que as aulas aconteçam de segundas às quartas-feiras, no máximo por duas horas e meia".
As turmas são criadas com número pequeno de estudantes (7 para zona rural e 15 para zona urbana) com a finalidade de prestar melhor atendimento por parte dos alfabetizadores. Conforme Márcia, na segunda quinzena de abril será realizada a formação para esses alfabetizadores por meio de uma parceria com a Fundação BB Educar. Entretanto, pontua que não há prejuízo do processo formativo ocorrer após o início do ano letivo, pois existe acompanhamento pedagógico, por meio dos coordenadores de turmas e da Seduc, para a execução dos trabalhos. “O PBA é desenvolvido ao longo de oito meses, com carga horária de 360 horas, mas é só o início de todo o processo”, diz a coordenadora.
Na prática
A experiência do PBA tem ajudado a transformar a vida do pedreiro Germânio Lenk, 42 anos, morador da cidade de Nova Conquista. Germânio retornou para o ‘mundo das letras’ após 25 anos. Sobre a necessidade dos estudos, ele cita o quanto é fundamental o acesso e a permanência na escola, só não havia encontrado uma forma de conciliar os estudos na rotina diária.
“Minha cunhada fez um grupo e chamou muita gente para estudar. Eu fui. Minha turma era bem grande, cerca de 30 alunos e as aulas eram realizadas no Centro Comunitário do Assentamento Gamaliel”. Após oito meses no PBA, Germânio decidiu se matricular na Educação de Jovens e Adultos (1º segmento). “Vou continuar. Quem sabe eu não consigo fazer vestibular para engenharia civil. Há 20 anos trabalho como pedreiro e tenho experiência de sobra”.
Sobre a educação ele finaliza: “tenho um filho de 19 anos e uma menina de 7. Os dois estudam. Faço cobranças de como estão se saindo”.
Números
Em 2011, o PBA atendeu 14.761 pessoas, em um total de 1.310 turmas. Atuaram 1.001 alfabetizadores com um total de 223 coordenadores. Desde a implantação do Programa, no ano de 2004, Mato Grosso já prestou atendimento a 82 mil pessoas. A estimativa é de que existam 230 mil pessoas analfabetas no Estado.
Outras informações pelos telefones: (65)3613-6325.
PATRÍCIA NEVES
Assessoria/Seduc-MT
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