domingo, 26 de fevereiro de 2012

Entre a fé e o medo

Estamos diante de algo maior, de algo que movimenta nossas vidas e coabita a liberdade que tanto buscamos. Nossa relação com a vida deve ser inalada por nossos pulmões com a energia que nos faz vivos e idealizadores de nossos sonhos.

Sei que o movimento urbano, a loucura diária e a pouca capacidade de nos fazermos calmos dificulta em muito a aceitação do quanto estamos desgarrados e muito afastados de nossa felicidade.

Por isso, recorro à fé e a proteção de Nossa Senhora de Aparecida para que de algum modo Ela consiga nos dar a ajuda, a proteção e o caminho que nos afaste da violência que nos agride a todo tempo, em todas as horas de nossos dias.

Deus em sua sabedoria encantou-se com Maria e, decidido, enviou-lhe o Arcanjo Gabriel para que ele a avisasse e a tornar-se a mãe do menino Jesus, pois não haveria no mundo outra mulher capaz de tamanha dádiva, clareza e superação em suportar tantas dificuldades.

Devemos conhecer a história maravilhosa dessa mulher santificada por suas atitudes, por seus gestos e por sua força de fé e carinho. Quando oro a Deus busco expor as minhas dificuldades, as minhas dúvidas e o quanto é difícil entender o ser humano. Não devemos mergulhar nossos desencantos ou tão somente nos apoiar no injusto para entendermos que algo deve ser feito para que mudemos as nossas atitudes e em como aceitaremos essa violência gratuita que é alimentada pelo afastamento do ensinamento a que todos nós temos direito.

Em verdade o que precisamos é cobrar de nós uma sequência que nos faça atuantes em todos os parâmetros mais suscetíveis a fragilização e a formação de pessoas que absorvem facilmente a maldade. Deus nos fez seres diferenciados e pensantes para que pudéssemos criar coisas que nos ajudassem a crescer como espíritos atuantes que somos. Mas o que temos feito? Fingimos nos preocupar com o que acontece! Preocupamo-nos, ou melhor, achamos nos preocupar com as coisas que acontecem a outros até que essa intensidade malificada encontre espaço por sobre nossos portões.

É nessas ocasiões que oro a Deus, pois devemos buscar um encontro que nos proteja de nós mesmos, da banalização que estamos dando às mortes que acontecem aos montes diante dos nossos olhos ou através da TV.

Não é possível que ainda não nos demos conta que o planeta já começou a cuspir a destruição que ainda continuamos a fazer para com o planeta e para conosco mesmo.

Antes de sairmos em direção às praias, campos ou outras cidades para passarmos um feriado prolongado devemos pensar em como anda nosso pensar: pensamos em ir, mas nossos pensamentos ficam em nossas casas, em nossos apartamentos, pois não sabemos como os encontraremos no momento de nosso retorno.

Na verdade não viajamos! Pois o medo faz parte em tudo que fazemos. Se estamos em uma estrada e o trânsito não anda tememos ser assaltados, se a noite cai e ainda estamos na estrada tememos parar e assim vai nosso pensar e a emoção real desse passeio é a do medo.

A tensão nervosa inviabiliza o relaxamento tão necessário para que descansemos, o fluxo do trânsito e os engarrafamentos nos fazem agitados e dormentes em nossos desejos de felicidade, não sabemos com exatidão se fizemos a coisa certa e, por fim, só encontraremos novamente a paz tão sonhada quando chegamos em retorno em nossas casas.

É por isso que devemos buscar em nossa fé algo maior que a nós mesmos para que não nos façamos seres entristecidos, doentes e afastados da liberdade a que Deus deseja a todos nós. Apoiemo-nos na mesma energia de Maria, mãe de Cristo para que façamos algo de positivo em nossas vidas e na vida dos que virão.

A relação saudável com a vida é possível, a proteção de nossas casas é possível, mas não podemos esperar mais! Reunamos nossos vizinhos, nossos amigos para que encontremos a proteção tão necessária a todos nós.

Fundemos em nossos bairros comunidades de ajuda aos necessitados e cobremos dos políticos atitudes sensatas às nossas necessidades. Dando dignidade, amor, cultura e oportunidade minimizaremos a proporção dessa maldade urbanizada de assaltos, estupros e mortes que acontecem em nossos bairros, estados e país.

Entre a fé e o medo deve haver a nossa participação positivada em oração, verdade, paz e consciência que nos traga novamente o prazer de viajarmos sem estarmos presos ao que deixamos para trás.

Que a luz de cada oração consiga nos dar a mesma coragem, força e certeza que guiou a Mãe do filho de Deus em sua jornada pelo mundo. A fé é a liberdade de sentir, amar, falar e nos encontrar conosco mesmo. Porém se nada fizermos de bom passaremos a correr os mesmos riscos daqueles que desconhecem a força de uma oração.


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Eder Roberto Dias
ederoamorsemprevence@bol.com.br
Escritor, poeta, palestrante e autor do livro: O amor sempre vence... Editora Gente.

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