domingo, 24 de julho de 2011

Bolsas esportivas levam brasileiros para estudar nos EUA

luan.santos


Com o crescente número de brasileiros procurando vagas em universidades americanas, sai na frente quem consegue se destacar em futebol, natação, tênis, golfe, entre outros esportes. As bolsas atléticas se tornam cada vez mais procuradas e levam estudantes para faculdades nos Estados Unidos com tudo pago, ou quase tudo, mas sob uma condição: vestir a camisa da instituição em competições esportivas.

De acordo com a última edição do relatório anual Open Doors, feito pelo Instituto de Educação Internacional (IIE), 8.786 brasileiros estavam matriculados em escolas de ensino superior nos Estados Unidos, cursando graduação, pós-graduação ou inglês, em 2010. O número garante ao Brasil a primeira colocação entre os países latinos.

Segundo Denise Pires, gerente da agência de intercâmbio World Study, o interesse dos estudantes brasileiros em formação no exterior se concentra principalmente nos Estados Unidos. Ela explica que isso acontece devido à língua inglesa e pelas oportunidades que as universidades americanas têm oferecido.

De acordo a gerente, existem duas formas de conseguir ingressar em universidades estrangeiras, mas a mais comum tem sido por meio das bolsas atléticas. “As faculdades no exterior buscam brasileiros esportistas, especialmente bons de futebol. Então, a instituição oferece bolsa parcial ou total para o futuro aluno”, conta.

Gustavo Zanette, gerente do departamento esportivo da empresa Daqui Pra Fora, especializada em graduação nos Estados Unidos, afirma que anualmente cerca de 350 brasileiros conseguem bolsa em universidades americanas. Ele conta que os atletas mais procurados pelas instituições de ensino são tenistas e jogadores de futebol. “O Brasil é famoso pelo futebol, então os treinadores buscam futuros talentos aqui. Tênis também tem sido bem procurado”, diz.

É o caso do paulista Bruno Rosa, que conseguiu uma bolsa de estudos na Rice University, em Houston, para estudar economia e jogar tênis. Hoje, aos 25 anos e com um diploma de graduação no exterior no currículo, Bruno trabalha em um banco internacional de investimentos, em São Paulo, como analista de fusões e aquisições. “Estou onde sempre sonhei. Estudar lá fez toda a diferença, pois quem vem de fora é considerado diferenciado. Hoje eu estou do outro lado e sei disso”, conta.

Mas não é somente tenistas e jogadores de futebol que têm chance no exterior, natação e golfe universitário também são bem procurados. Em empresas como Daqui Pra Fora, World Study e CI, as modalidades disponíveis para bolsa são tênis, futebol, natação, golfe, vela, tênis de mesa, basquete, vôlei, esgrima, ginástica olímpica, atletismo e pólo-aquático.

Em agências de intercâmbio como World Study e CI, o programa para conseguir uma bolsa esportiva nos Estados Unidos consiste em uma viagem para que alunos façam testes práticos no país. Lá, olheiros de universidades americanas podem oferecer bolsa parcial (50%) ou total. Os pré-requisitos para participar são ter de 16 a 25 anos, inglês fluente e estar formado no ensino médio.

A viagem para tentativa é paga pelo aluno, mas, segundo dados da World Study, a chance de conseguir uma bolsa depende da técnica do estudante no esporte proposto. De acordo com eles, se o aluno é muito talentoso, vai receber propostas de bolsas acima de 80%, já se o aluno for bom, mas sem destaque, o número fica entre 60% e 80%. Ainda de acordo com a agência, os melhores atletas chegam a receber de quatro a cinco propostas de diferentes universidades.

No Daqui Pra Fora, é semelhante, porém, a equipe esportiva da agência treina os alunos antes da viagem e é responsável por todas as burocracias, sobrando para os atletas somente a concentração nos treinamentos e preparação para as provas de inglês. Para participar do programa, o estudante precisa ter nível técnico avançado, já tendo participado de competições estaduais e nacionais. As turmas viajam em janeiro e agosto de cada ano, e é importante que a preparação seja iniciada entre oito e 18 meses antes da data da viagem.

Fonte: http://noticias.terra.com.br

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