quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Construção Histórica das noções de Infância

O redimensionamento da educação escolar de crianças pressupõe a compreensão dos significados atribuídos à infância na esfera da cultura e da vida social contemporânea. Isso se justifica pelo fato das politicas ficam-se pelo fato das politicas educacionais estarem encoradas em formas de representar a criança, presentes nas diversas práticas socioculturais; ou seja , pensar as transformações no âmbito da educação escolar significa resgatar á construção histórica das noções de infância , e como a criança vem sendo pensada desde a Antiguidade ate os tempos modernos , e as diversas concepções de infância no âmbito da psicologia do desenvolvimento e suas implicações pedagógicas Aries (1981 ) revela que, ate o século XVI , a infância era concebida como um período transitório da vida humana , que deveria ser prontamente superada, assim que sua sobrevivência independesse dos cuidados adultos.

 A criança, assim, confundia-se com os adultos, já que não havia acomodações para ela, que passou a se configurar como um adulto em miniatura, não sendo considerada em sua particularidade. Não havia, portanto, na sociedade medieval, o que Ariés denomina de `` sentimento da infância.

Vale resgatar a etimologia da palavra infância, que como destaca Gagnebin (1997), é proveniente do latim in-fans, significando aquele que não fala, destruindo de linguagem é, portanto, de logos (razão).
A visão da criança como in-fans remonta-se ao pensamento platônico, que aborda como um ser próximo do estado animalesco e primitivo; característica esta que demanda a domesticação das paixões segundo normas educacionais baseadas na razão. Segundo esta orientação, Descartes admite que a infância se caracterize pela exacerbação do aprisionamento da alma no corpo, o que condena o homem ao erro, uma vez que o conhecimento da verdade só e possível mediante o cogito, o pensamento puro, livre das sensações corpóreas.

Permeado por esta visão, o século XVII marcou o momento em que a criança passou a ser vista como sujeito singular, distinto dos adultos, emergindo, assim, o que Ariés (1981) denomina de sentimento moderno de infância, caracterizadas por praticas sociais diversas, que são a participação e a necessidade de educar a criança mediante a moralização. Essa prática contraditória, preocupação com a fragilidade e a debilidade da infância – característica do sentimento de paparicação - tornou urgente a educação do infante, com o aporte do moral, o que permitiu o desenvolvimento de seu caráter e de sua razão. A criança então se constitui como objeto de estudo de moralistas e educadores voltado ao estabelecimento de técnicas e métodos que, visavam a disciplina, a vigilância e o controle de seus costumes. Essa proposta culminou na criação dos primeiros colégios modernos, conforme mostra Ariés, caracterizados pela fusão ensino - disciplina - declaração-castigos corporais. 

No século XIX, com a industrialização e a expansão capitalista, a infância passou a ser prescrita e normatizada segundo Castro (1999), a infância de hoje passou um processo de colonização pelas praticas cientificas, a criança, portanto, são tratados como organismos biológicos em fases de maturação, desvinculados da cultura e da sociedade.
Castro também aponta que entre a década de 20 e 60, predomina a psicologia comportamental que enfoca a teoria tanto da criança quanto do adolesceste, são considerados pelas contingencias sociais.

Já na década de 70, verificamos da psicologia do desenvolvimento e a das intervenções educacionais, das teorias cognitivas, cujo maior representante e Jean Piaget, como um sujeito ativo e cognoscente, capaz de construir conhecimento através da interação com a realidade física, e destaca a universalização da construção a adaptação gradativa do pensamento as demandas ambientais.
O inicio do século XIX foi marcado por inovações tecnológicas e pedagógicas que objetiva tomar o processo educativo mais eficiente e mais significativo para o individuo. A criança ganha então destaque no modelo educacional que passa a ser amplamente defendida por educadores que criticavam o quanto a escola estava dissociada da vida e que, portanto, não atendia as reais necessidades de quem a frequentava.

Desse modo, o ideário da `´escola ativa, introduziu no pensamento educacional a defesa de que a escola deve buscar reproduzir o ambiente natural vivido na casa e na rua.

John Deweey, por exemplo, defendia, já nos anos (1920 ), que  `´o jogo faz o ambiente natural da criança, ao passo que as referencias abstratas e remotas não correspondem ao interesse da criança ( apud Almeida, 2003 p. 24 ). O desafio que se colocava, então, era o de assegurar, no ambiente escolar, condições de aprendizagem que respeitassem as inclinações naturais da infância, e dentre elas, a necessidades de brincar.

Em contraste coma afirmação de que as crianças não se interessam por assuntos abstratos e remotos, vários pesquisadores afirmam isto, e mostram, em seus estudos, que e possível conciliar os interesses das crianças pelo jogo e pela brincadeira, isto porque a brincadeira proporciona a crianças o envolvimento em situações favoráveis a aquisição de regras, a expressão de seu imaginário a apropriação e exploração do meio e esses são aspectos importantes na aquisição do conhecimento ( Romeraet al, 2007 , Leal, Albuquerque e Leite, 2005 ).
Piaget ( apud Almeida, 2003 ), por exemplo, se refere ao jogo como uma importante atividade na educação das crianças, uma vez que lhes  permite o desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo, social e moral e também favorece aprendizagem de conceitos .

Em suas palavras: os jogos não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gostar energia das crianças, mas meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual.

De acordo com Vygotsky e seus colaboradores, e muito importante propor desafios para todas as crianças para que possam avançar no seu aprendizado, afirma também que a apropriação e jogos que constituem o patrimônio cultural, bem como atividades lúdicas são um bom caminho para das crianças, em interação com pares e utilizando estratégias cognitivas, desenvolvem as funções mentias superiores associadas ao pensamento e a linguagem.
Complementarmente, Leontiv (apud Leal, Albuquerque e Leite, 2005 )
Explica que o jogo e a atividade principal da criança, através do qual esta aprende os papeis do adulto e suas relações com o mundo. Vimos ainda no campo das teorias sobre a infância, encontraremos autores que defendem o brincar como modo de expressão peculiar das crianças e que identificam na brincadeira oportunidades para o desenvolvimento integral. Ao observar sistematicamente crianças brincando, HENRI WLLON ( apud BARBOSA E BOTELHO, 2008 ) chamou atenção para o fato de que nesses contextos as crianças que contribuem para aquisições fundamentais a pessoa.

O acompanhamento de bebês, ainda no berçário, tem evidenciado o quanto as brincadeiras crianças podem por inativa das próprias crianças professores para apoiar o desenvolvimento da linguagem, da motricidade, da expressão emocional (RAMOS R ROSA 2012). Isto demostra uma precocidade infantil também nos levam a defender que os jogos e as brincadeiras favorecem o domino da habilidade de comunicação, nas suas varias formas, facilitando a auto expressão. Muitos pesquisadores, inclusive, consideram a ação lúdica com metacomunicação, ou seja, a possibilidade de a criança pensar sobra seu próprio agir e pensar, bem como compreender o pensamento e a linguagem do outro  (BITTENCOURT E FERREIRA, 2002 ).

De acordo com (CARRAHER, 1989), o modo como o conteúdo e abordado na escola, portanto, pode oportunizar similares àquelas vividas pelas crianças enquanto brincam.

          Marilene Ramos
Isabel Cristina Souza Gomes
Irma Simas A. Affonso
Josiane Furquim Lopes
 Referencias Bibliográficas
Albuquerque e Leite,2005
Henri Wallon (apud Barbosa e Botelho, 2008)
Ramos e Rosa 2012
Aries 1981
Almeida, 2003 p.24
Romera 2007
Leal Albuquerque e Leite,2005
Jean Piaget (apud Almeida,2003)
Vygotsky

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