domingo, 20 de novembro de 2011

Entrevista: Cipriano Luckesi é especialista em educação

Entrevista de Cátia Lima com Luckesi

Segundo especialista, reforço escolar deve ser utilizado quando necessário


Especialista em educação, Cipriano Luckesi fala sobre o reforço escolar e sua importância no atual contexto da educação. Para o educador, o reforço é uma solução e deve ser utilizada quando necessário, levando em conta que o mais o que importa mesmo é o aprendizado e não as notas dos alunos.
A TARDE Educação – Qual sua opinião em relação ao reforço escolar? O senhor defende ou é contra?

Cipriano Luckesi – Reforço escolar é um serviço prestado ao educando que está com alguma defasagem na aprendizagem escolar. Não sou nem contra nem a favor. Entendo que é uma solução e quando necessário deve ser utilizada. O que não se deve é permanecer no impasse tanto para estudante, quanto para os pais e para a própria escola.

A TARDE Educação – O senhor acha que o reforço é uma solução para as baixas notas dos alunos?

Cipriano Luckesi – Pode ser uma solução para a efetiva aprendizagem que não conseguiram apropriar-se do conteúdo proposto (conhecimentos, habilidades ou capacidades) e não para as notas. A questão é a aprendizagem, não as notas. Elas representam exclusivamente o registro dos resultados da aprendizagem.

A TARDE Educação – E em relação à avaliação, o senhor defende que o reforço escolar pode ajudar os alunos nas avaliações?

Cipriano Luckesi – O reforço escolar tem como destino auxiliar o educando na aprendizagem. A avaliação é somente um diagnóstico da qualidade da aprendizagem. Por isso, o reforço não auxilia a avaliação. Não há relação de causa e efeito entre esses fenômenos, a não ser através de um entendimento teórico-prático enviesado que, de forma distorcida, considera escalas classificatórias (aprovado/reprovado) como avaliação.

A TARDE Educação – O senhor acredita que essa tarefa de reforço escolar é uma tarefa da escola?

Cipriano Luckesi – Reforço escolar é uma atividade de auxiliar o educando a aprender o que não foi possível aprender nas horas regulares de aula em uma escola. O ideal seria que a própria escola prestasse esse serviço ao educando, pois os estudantes necessitam de aprender; é por essa razão quem vem para a escola. E a escola promete, em sua propaganda, que eles aprenderão. Desse modo, caso eles não tenham aprendido, é dever da escola propiciar o saneamento desse impasse. Em última instância, se a escola não faz isso, alguém necessita de fazer. Usualmente são os pais que assumem essa tarefa, ou por si mesmo ou contratando quem oferece esse serviço.

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