Vivian Mansovi
Já não é nova a discussão sobre que modelo de ensino é o mais adequado: presencial ou online. O último Censo da Educação Superior realizado pelo MEC mostra que, nos últimos dez anos, o número de matriculados em cursos de graduação a distância, por exemplo, aumentou em mais de 15.000%. Para se ter uma ideia, em 2000, havia 5.287 inscritos em todo o Brasil e, apenas 9 anos depois, esse número saltou para mais de 838 mil. Isso revela uma trajetória histórica dos números de matrículas no EAD.
No entanto, o velho modelo da lousa e do giz ainda persiste no ensino formal, garantindo, além do aprendizado, a possibilidade de interação e vivência prática em equipe. Então, como fazer as aulas presenciais se tornarem mais interessantes frente à avalanche de informações, acessíveis ao simples toque do celular? Uma das alternativas, sem dúvida, é fazer com que o ambiente de estudos acompanhe a modernidade que alunos e professores usufruem fora da sala de aula, criando atrativos que prendam a atenção e despertem o interesse.
Há uma década não seria possível imaginar uma visita ao Louvre sem que se estivesse na França. Mas, hoje, já é possível ilustrar uma aula de pintura renascentista com um tour virtual ao museu em forma de pirâmide, com direito a um pit stop na torre Eifel e uma parada frente a Monalisa, muito mais longa do que seria em qualquer visita monitorada. No Brasil mesmo, já há escolas e universidades, inclusive da rede pública, usando novas tecnologias que têm revolucionado o conceito de aprendizado, com um fluxo de informações muito mais rápido, colaborativo e apto a gerar novos processos cognitivos.
Em total alinhamento à essa realidade, várias empresas de tecnologia estão focando seus trabalhos para o setor da Educação e por aqui isso não tem sido diferente. Prova disso é que já sediamos importantes eventos do gênero, reunindo grandes players do mercado global. Em abril desse ano, durante um dos maiores seminários do segmento, o educador britânico, Mike Lloyd, disse que a cada 18 meses o volume de informações dobra e a forma de comunicação ainda não é suficiente para dar conta desta demanda.
Segundo ele, a eficácia na aprendizagem está ligada a como o aluno recebe essa quantidade de dados. Por isso, é preciso uma escola adaptada ao aluno e não o aluno à escola. Neste caminho, devemos apostar no crescimento das demandas para as chamadas TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) como ferramentas de apoio que, aos poucos, tornam-se um diferencial importante na forma de ensinar. Ainda que o desafio seja não só ter em sala de aula os recursos de lousa digital, tablets e câmeras de documento, mas acima de tudo preparar o professor para que seja capaz de lecionar, fazendo o melhor uso desses recursos.
Embora, no Brasil, o governo já tenha dado início a esse processo de forma tímida, é sempre bom reforçar que a tecnologia tem que ser usada na medida certa. Ou seja, escrever à mão e desenhar, por exemplo, são ações que precisam ser incentivadas permanentemente. Parafraseando Toquinho, com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo no caderno, no tablet e, até mesmo, em lousas digitais. É chegado o momento de experimentarmos novas possibilidades.
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Vivian Mansovivian@starboard.com.brEspecialista em Tecnologia Educacional e durante os últimos sete anos atuou ativamente na implantação de Soluções Colaborativas e Interativas em Instituições de Ensino Privadas e da Rede Pública.
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