FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Parte das propostas apresentadas pelo prefeito Fernando Haddad (PT) vai ao encontro do que reivindicam os professores das escolas públicas: mais poderes dentro das salas de aula.
Um forte discurso entre educadores é que os alunos perderam a disciplina porque sabem que a reprovação é quase impossível após a adoção da progressão continuada, em 1992, na gestão Luiza Erundina (então no PT).
A proposta de Haddad atende aos professores ao aumentar a possibilidade de retenção das atuais duas para cinco séries do fundamental.
O prefeito diz que seu plano visa avaliar melhor e dar mais apoio pedagógico ao aluno, o que evitará que ele não saiba o conteúdo (e, consequentemente, reprove).
De qualquer forma, a ferramenta da retenção estará à disposição dos professores, para desespero de educadores que veem a reprovação como uma das principais causas da evasão escolar.
Ainda no capítulo disciplinar, o plano abre possibilidade para que se institucionalize na rede a advertência e a suspensão de alunos, outra reivindicação de docentes. A adoção de sanções hoje depende de cada escola.
Os agrados contemplarão categoria que fez uma greve de 23 dias em maio passado -cinco meses após Haddad assumir a Prefeitura de São Paulo-, reivindicando aumento salarial.
Reajuste esse que não deverá fugir muito do que já foi acertado durante o governo Gilberto Kassab (PSD), considerando a situação financeira que Haddad diz estar enfrentando no município.
Nesse panorama de aperto orçamentário, com medidas de custo quase zero, Haddad agrada boa parcela de seus professores -que tanto podem se engajar no plano de melhorar o ensino como dar ao petista considerável base para futuras eleições.
Resta saber qual será o impacto das medidas sobre os estudantes, principais interessados na melhoria do sistema educacional.
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