quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Análise: Proposta do prefeito agrada docente que quer mais poderes

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

Parte das propostas apresentadas pelo prefeito Fernando Haddad (PT) vai ao encontro do que reivindicam os professores das escolas públicas: mais poderes dentro das salas de aula.


Um forte discurso entre educadores é que os alunos perderam a disciplina porque sabem que a reprovação é quase impossível após a adoção da progressão continuada, em 1992, na gestão Luiza Erundina (então no PT).

A proposta de Haddad atende aos professores ao aumentar a possibilidade de retenção das atuais duas para cinco séries do fundamental.

O prefeito diz que seu plano visa avaliar melhor e dar mais apoio pedagógico ao aluno, o que evitará que ele não saiba o conteúdo (e, consequentemente, reprove).

De qualquer forma, a ferramenta da retenção estará à disposição dos professores, para desespero de educadores que veem a reprovação como uma das principais causas da evasão escolar.

Ainda no capítulo disciplinar, o plano abre possibilidade para que se institucionalize na rede a advertência e a suspensão de alunos, outra reivindicação de docentes. A adoção de sanções hoje depende de cada escola.

Os agrados contemplarão categoria que fez uma greve de 23 dias em maio passado -cinco meses após Haddad assumir a Prefeitura de São Paulo-, reivindicando aumento salarial.

Reajuste esse que não deverá fugir muito do que já foi acertado durante o governo Gilberto Kassab (PSD), considerando a situação financeira que Haddad diz estar enfrentando no município.

Nesse panorama de aperto orçamentário, com medidas de custo quase zero, Haddad agrada boa parcela de seus professores -que tanto podem se engajar no plano de melhorar o ensino como dar ao petista considerável base para futuras eleições.

Resta saber qual será o impacto das medidas sobre os estudantes, principais interessados na melhoria do sistema educacional.

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