quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Escola pública dá exemplo ao mundo

Durante 60 dias por ano, além das férias, os alunos não precisam pisar na sala de aula. Eles ficam em alguma atividade educativa nas proximidades da escola. Pode ser um estágio na empresa, um curso de dança numa companhia profissional ou a participação num laboratório de uma universidade. Por causa de seus resultados, essa escola de ensino médio está dando um exemplo ao mundo (coloquei mais detalhes no www.catracalivre.com.br).

É uma escola pública, chama-se Summit e fica na Califórnia (EUA). A maioria dos seus alunos é escolhida por sorteio, e todos (vamos repetir, todos) entram na faculdade e são disputados pelo mercado do trabalho.

Eles fazem tudo o que uma boa escola pode fazer: tempo integral, professores sempre treinados, boa remuneração (o salário varia a partir do desempenho dos alunos), salas pequenas, recuperação diária aos alunos com dificuldades, etc.

O fascinante é como eles, para estimular os alunos a aprenderem mais e melhor, passaram a administrar toda a cidade e suas redondezas como uma escola.

A Summit acabou de ser apontada uma das dez escolas mais transformadoras dos EUA. Eles até vão muito bem nos testes nacionais, ficam acima de 99% de todas as escolas americanas, incluindo as particulares. Mas o teste é um detalhe, o fundamental é preparar para a vida, gerando gente curiosa, focada e entusiasmada que, no final, é o que importa.

Isso é o que significa dialogar com o futuro. E não a pobreza mental de achar que educação é apenas sala de aula.

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Um dos segredos da escola é preparar os alunos mais preparados a serem professores dos alunos com mais dificuldades.


Gilberto Dimenstein, 54, integra o Conselho Editorial da Folha e vive nos Estados Unidos, onde foi convidado para desenvolver em Harvard projeto de comunicação para a cidadania.

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