Olindo de Souza Amorim Neto, de 15 anos, estuda desde a 1ª fase do 3º ciclo na Escola Estadual Rui Barbosa, localizada no município de Nova Mutum (239 km de Cuiabá) e conforme relatos dos profissionais da educação da unidade “sempre foi um bom aluno”. Este ano, ao começar a cursar a 2ª fase, o estudante passou a demonstrar desinteresse pelos estudos e adotou uma postura que preocupou a direção da unidade: ir à escola, mas não assistir às aulas.
Além de não entrar em sala de aula e correr o risco de perder o ano letivo por faltas, Olindo Neto chegou a pensar em desistir de estudar. “De fato não queria mais assistir às aulas e nem continuar meus estudos. Perdi o interesse por um único motivo meus amigos passaram da 1ª fase direto para a 3ª fase e eu fui para a 2ª. Senti como se tivessem me excluído”, afirmou.
O procedimento de enturmação fase/idade adotado pelas escolas da rede estadual, após a implantação no Ensino Fundamental dos Ciclos de Formação Humana, não foi adotado no caso do estudante por uma falha na matrícula online. Como o Olindo tem 15 anos ele deveria está na 3ª fase do 3º ciclo assim como seus amigos. Mas quando a Escola fez a matrícula houve um equivoco, e ele ficou matriculado na 2ª fase. "Fomos detectar o problema meses depois, quando observei o desinteresse do aluno pelas aulas”, contou a coordenadora da Escola, Karen Regina Copini.
Ela conta que após conversar com o estudante e descobrir que o desinteresse dele devia-se a sua não enturmação, entrou em contato com a assessoria pedagógica do município e com a Coordenadoria de Ensino Fundamental, da Seduc, para solucionar o problema. “Não podíamos perder o Olindo. Corremos atrás e conseguimos corrigir a matrícula e colocá-lo (enturmá-lo) na 3ª fase, junto com seus colegas e com os alunos que possuem a mesma idade dele”, disse.
Alegria
Olindo Neto foi enturmado no final do mês de agosto. Para ele, voltar a estudar na mesma turma que seus amigos foi motivo de muita alegria. “A vontade de assistir as aulas voltou. Estou indo bem na maioria das disciplinas. A única dificuldade é Ciências, mas estou me esforçando para acompanhar o restante da turma”, contou.
Karen Copini informou que por ter entrado na turma somente em agosto, Olindo já começou freqüentar no contraturno as aulas de apoio pedagógico, visando o nivelamento de conceitos. “Temos uma professora articuladora que já está dando suporte ao aluno, para que ele recupere os conteúdos perdidos no período que estava na fase errada e também consiga a carga horária necessária”, contou.
Ao final deste ano, Olindo Neto ingressará no Ensino Médio e disse que continuará a se dedicar aos estudos com o intuito de cursar a faculdade de Ciências Contábeis. “Quero ser contador. Gosto de matemática e acho que terei facilidade para trabalhar com números”, afirmou.
Histórico
A Seduc deu início à implantação dos Ciclos de Formação Humana nas escolas de ensino fundamental, em 2000. Essa modalidade conta com três ciclos e nove fases (anos). O primeiro para alunos de 6 a 8 anos, o segundo para os de 9 a 11 e o terceiro para estudantes de 12 a 14 anos.
Referente ao caso da Escola Rui Barbosa, a assessora técnica da Seduc, Luciane de Almeida Gomes explicou que a permanência de estudantes da mesma idade em uma única turma, “é importante porque entre crianças e adolescentes os interesses e comportamentos similares contribuem para potencializar a aprendizagem”.
“A mediação do processo de ensino e aprendizagem não é feita somente pelo professor, ele é uma peça importante, mas essa mediação também é feita pelos pares, sobretudo com mesmas idades, pois possuem afinidades e interesses comuns”, reforçou.
VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT
terça-feira, 1 de novembro de 2011
MT - Escola de Nova Mutum registra caso de superação com enturmação
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