Rosângela Cadidé
Nos dois últimos artigos foi ressaltado que tanto o ambiente de trabalho quanto a função que o docente desempenha o tem exposto permanentemente a uma degeneração progressiva da sua saúde mental, além de estar entre as três principais categorias atingidas pela Síndrome de Burnout (assunto do artigo anterior).
A sociedade tem conhecimento que há também ambientes escolares que não contribuem para manter a saúde dos alunos. As instituições governamentais não têm como prioridade máxima políticas públicas que valorizem a qualidade de vida, principalmente do professor que dedica praticamente todo o seu tempo à escola em que trabalha, fincando assim vulneráveis a inúmeras doenças adquiridas neste contexto.
A Unesco, OIT e OMS destacam a necessidade de melhoria nas condições de trabalho prioritária para o desenvolvimento do processo de aprendizagem, além da melhoria da qualidade de ensino e bem-estar físico, psíquico e social dos professores, incluindo a valorização salarial. Pesquisa feita com mais de 8 mil professores da educação básica da rede pública de nossa região revela que 15,7% apresentam a Síndrome de Burnout, que reflete intenso sofrimento causado por estresse laboral crônico (dados obtidos da Cartilha “Burnout em Professores” do Psicanalista e Psicopedagogo Chafic Jbeili).
O autor ressalta que a divulgação da síndrome é necessária para conscientizar a categoria sobre os riscos que esta traz; para buscarmos meios que evitem o adoecimento, já que não há investimentos nesse setor.
Achei muito interessante essa cartilha e quero compartilhar com meus colegas de profissão algumas informações para ser mais uma a participar desta luta constante: “Cuidar da Saúde do Professor”, pois devemos seguir rigorosamente aquele ditado popular: “melhor prevenir do que remediar.”
A prevenção evita que futuramente não tenhamos que fazer uso de medicação e várias sessões de psicoterapia. Eis algumas dicas exclusivamente para professores e que servem para evitar ou amenizar o estresse laboral e diminuir as possibilidades da Burnout: primeiramente, mudar o estilo de vida, repensar no espaço em que o trabalho ocupa em nossa vida, procurando rever conceitos, hábitos alimentares e principalmente reorganizar o tempo e atividades harmonicamente; pois o acúmulo de afazeres diários gera estresse e compromete a qualidade das atividades, podendo afetar inclusive a autoestima do profissional.
O professor deve realizar suas funções com zelo e profissionalismo sem comparar seu desempenho ou estilo de trabalho entre os colegas, com intuito de querer ser melhor que os outros. Pare de exercer sua função como se fosse uma infinita competição, pois devemos sempre promover ou buscar qualidade nas relações interpessoais. A presença de amigos ou a interação prazerosa com outras pessoas libera “Ocitocina” (conhecido como “hormônio da amizade”). Ele diminui em nosso organismo a quantidade de “Cortisol” (hormônio do estresse). Além disso, a qualidade nas relações interpessoais proporciona mais segurança no ambiente de trabalho.
Outra dica, extremamente importante, é procurar fazer algum tipo de atividade física. Alguns professores até brincam dizendo que sua rotina é maior do que qualquer atividade física. Devemos lembrar que “corpo são resulta em mente saudável”, pois as atividades físicas liberam hormônios essenciais à saúde do corpo e da mente, como por exemplo, a “Dopamina” que atua diretamente no sistema nervoso central, funcionando como um analgésico natural e precursor da sensação de bem estar.
Enquanto aguardamos que nossos governantes tenham a sensibilidade humana para elaborar políticas públicas que priorizem “A Saúde do Professor” vamos tentar (apesar de ser complicado) programar melhor nossas atividades do dia a dia, procurando sempre deixar um espaço para intervalos importantes, que diferem da rotina de trabalho do professor, mesmo quando não é terminada na maioria das vezes no ambiente escolar. Professor sempre leva trabalho para casa. Lembre-se a saúde é um bem essencial a todos os seres humanos. Seja você também mais um participante dessa luta: “Cuide da Saúde do Professor”; compartilhe essas informações.
Rosângela Fernandes Cadidé é professora há 10 anos das redes pública e particular, formada em Letras com Especialização em Recreação e Lazer pela Universidade Federação de MT, coordena o Centro de Estudos às Forças Armadas e escreve neste blog às sextas - rosangelacadide@hotmail.com
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