quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Questões com “pegadinhas” marcam primeiro dia do Enem


Estudantes entrevistados em São Paulo acreditam que questões que desafiavam o raciocínio lógico possam ter levado candidatos ao erro

André Carvalho - iG São Paulo

Para a maioria dos candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) entrevistados pela reportagem do iG em São Paulo, a principal dificuldade na resolução das 90 questões de Ciências Humanas e Ciências da Natureza aplicados na tarde deste sábado (03) foi em relação às temidas pegadinhas.

Klaus Langanke, 18 anos, afirma que só estudou durante o último mês, por conta própria, e que, no geral, achou a prova fácil. A pedra no sapato do estudante, no entanto, foram as questões em que a habilidade lógica era cobrada. Ele cita uma de física sobre a unidade de potência Watts em que ficou confuso entre duas opções, uma em que a resposta era “mais”, outra, “menos”, pois achou que havia dubiedade de sentido na forma como a pergunta foi estruturada e não pela resolução da questão em si. O estudante visa uma vaga em universidades federais no curso de Engenharia.

Opinião parecida foi a do estudante Felipe Montovanni, 18 anos, morador de Pirituba. As pegadinhas para ele estavam em respostas muito parecidas. “Achei a prova tranquila porque estudei bastante, espero que consiga”, desabafa o jovem que presta o exame pela primeira vez em busca de uma vaga no ensino superior no curso de Ciências Contábeis, por meio de bolsas do Prouni.

Depois da prova: acompanhe a correção das questões no iG

Depois de quatro horas

Uma das determinações do Enem dizia que os candidatos só poderiam sair da sala de exames com o Caderno de Questões depois de quatro horas de prova. Adriano Rodrigues, de 33 anos, pôde levar sua apostila para casa. O estudante, que reside no bairro City Jaraguá, busca uma vaga em Engenharia, por meio do ProUni, e só teve dificuldades na área de Ciências da Natureza. "É uma dificuldade minha", minimizou o candidato.

Quem também saiu do local de exame com a prova na mão foi Bruno Ambrósio, de 19 anos. Ele tenta uma vaga, por meio do ProUni, em alguma faculdade de Engenharia Química. O aluno da rede pública de ensino se mostrou preparado, mas lamentou o desconhecimento de algumas questões que caíram na prova. "Tinha coisa ali que eu nunca tinha visto. Isso é um problema das escola públicas", lamentou.

Bruna Rayanne, 18 anos, chegou tarde no local de prova - faltando 15 minutos para o início do exame - e foi uma das últimas a saír. A moradora do bairro da Brasilândia presta o Enem pela segunda vez e almeja uma vaga em veterinária por meio do Prouni. Para ela, a prova "estava fácil".

O Enem também prevê, em suas regras, que os três últimos candidatos a finalizarem a prova tenham que sair juntos da sala de exame. Cibele da Cunha, de 45 anos, terminou a prova 45 minutos antes do final, mas teve de esperar os candidatos retardatários para ir embora. Estudante de Direito na Uninove, busca o ProUni para conseguir uma bolsa de estudos. Sobre o primeiro dia de provas, afirmou que "como estudo Direito, achei fácil". As questões de Química, entretanto, para ela, "foram mais complicadas".

Os candidatos entrevistados prestaram o exame na Universidade Nove de Julho, campus Barra Funda. Eles não apontaram nenhum problema em relação à organização do exame e avaliaram que houve preparo por parte dos fiscais na aplicação das provas, que se encerraram às 17h30 de hoje, horário de Brasília.

Candidatos conferem respostas da primeira prova do Enem no fim do dia. Foto: Bruno Zanardo/Fotoarena

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