terça-feira, 13 de novembro de 2012

Turma da Mônica entra na luta contra o trabalho infantil e adolescente

por: Iana Chan

Campanha colaborativa também aposta nas redes sociais Apesar de a legislação proibir o trabalho infantil até os 16 anos, 3,6 milhões de crianças brasileiras ainda trabalham nas ruas, nas lavouras ou até mesmo em casa.

Em 2006, o Brasil assumiu o compromisso de eliminar as piores formas de trabalho infantil até 2015 e de erradicar todo o trabalho infantil até 2020.
Porém, nos últimos cinco anos, e, há cinco anos, a taxa de redução do índice de trabalho infantil praticamente estacionou, e o problema tornou-se quase invisível. Por isso o nome da campanha lançada hoje (09), em São Paulo, é

“É da nossa conta!”.

A ideia do Unicef, Organização Internacional do Trabalho e Fundação Telefônica Vivo foi envolver a sociedade para que o tema seja mais discutido e o problema, enfrentado. “A gente precisa falar sobre isso. É um problema também cultural, que só muda com informação”, afirmou Gabriela Bighetti, presidente da Fundação Telefônica.

Os estúdios Maurício de Sousa produziram um gibi especial para informar de maneira acessível. “Estamos falando de crianças sem infância, sem perspectivas, desanimadas. É de doer o coração. Qualquer cidadão normal se sensibiliza com uma situação dessas”, afirmou o cartunista no evento de lançamento da campanha hoje (09), em São Paulo.Os organizadores avaliam que o problema do trabalho infantil está muito ligado à ideia de que o trabalho pode ser bom ou necessário para as crianças. “Costumamos dizer que é melhor estar trabalhando do que na rua.

Não! É melhor estar na escola do que trabalhando”, disse Adriana Alvarenga, Assessora de Comunicação do UNICEF. As pesquisas mostram que crianças que trabalham não conseguem acompanhar a escola e essa defasagem faz com que ela evada da escola, comprometendo seu futuro. “Não é apenas uma questão de deixar de brincar, mas prejudica a Educação e a futura vida profissional desta criança. Está em jogo o que aquela criança gostaria de fazer”, alertou Gabriela Bighetti, Diretora de Ação Social da

Fundação Telefônica.
A campanha é entendida como um primeiro passo para sensibilizar as famílias sobre quão prejudicial o trabalho infantil é para suas crianças. A Fundação Telefônica pleneja fazer parcerias com organizações que
trabalham com crianças em situação de trabalho.

Internet e Redes Sociais

A Fundação Telefônica Vivo aposta na internet a principal maneira de alcançar as pessoas.Os materiais (matérias, vídeos, cartazes) foram pensados para serem compartilhados e estão disponíveis na Rede
Promenino.

Os vídeos da campanha também podem ser vistos no canal de youtube da Rede Pró-menino.Apesar de considerarem importante, apenas 37% dos brasileiros leem para as crianças diariamente por: Equipe do Educar para Crescer Pesquisa realizada pela Fundação Itaú Social em parceria com Datafolha revela que é preciso incentivar a leitura infantil

Ler com os filhos faz a diferença na Educação. (foto: Luciana Prezia) Enquanto 96% dos brasileiros acredita que incentivar crianças de até 5 anos a gostar de ler é importante, apenas 37% têm essa prática no seu cotidiano. Para Márcia Quintino, coordenadora de Mobilização Social da Fundação Itaú, essa discrepância revela que há um espaço a ser preenchido: é preciso convidar os adultos a ler para as crianças.

A leitura traz inúmeros benefícios para as crianças. Os pequenos que leem desde cedo aumentam seu repertório, têm mais senso crítico, ampliam seu vocabulário, têm sua criatividade estimulada e escrevem com mais facilidade. O prêmio Nobel de Economia, James Heckman, mostrou em um estudo que uma criança de 8 anos que recebeu o estímulo para ler domina cerca de 12000 palavras, três vezes mais que outra sem o mesmo incentivo.

O desafio de incentivar a leitura, como lembra Márcia, é de toda a sociedade. Por isso, é importante começar a mudar essas estatísticas dentro de casa, com os pais lendo para seus filhos. “Para a criança, o espaço da lia é privilegiado e a leitura só aumenta a qualidade do tempo que se passa em família”, diz Márcia.

Entre os brasileiros que consideram o incentivo às crianças muito importante, a maioria são mulheres, jovens e possuem mais escolaridade e poder aquisitivo. Para a maior parte dessas pessoas, a leitura é importante
porque contribui com o desenvolvimento intelectual e cultural das crianças. A formação educacional e a criação do hábito de leitura aparecem em segundo lugar entre os benefícios citados pela população.

Márcia acredita que a leitura tem outras vantagens além de trazer mais informação e mais cultura para a criança. “Uma boa leitura, na qual a criança esteja próxima do livro, possa tocá-lo, enxergar a ilustração, sentir a textura das páginas, significa muito mais para a criança”.

O estudo também traz dados sobre a experiência de leitura na infância dos entrevistados. Aproximadamente 60% dos entrevistados não tiveram alguém que costumasse ler livros ou histórias para eles até os cinco anos de idade. Para a maior parte dos 40% que tiveram essa experiência, eram os pais, em especial as mães, que liam as histórias. “Essa pergunta mostra aos entrevistados que é esperado que eles também leiam para os filhos, ou seja, a pesquisa por si só já provoca um efeito educativo”, diz Márcia.

Além da pesquisa, o Programa Itaú Criança lançou uma campanha que pretende estimular a leitura através da doação de 7 milhões de livros infantis. A pesquisa foi realizada em todo o território nacional e ouviu 2074 pessoas em 133 municípios.

Veja mais benefícios da leitura na matéria: “Como ensinar a seu filho que ler é um prazer“.

3,7 milhões de crianças brasileiras estão fora da escola

por: Iana Chan

Relatório da UNICEF mostra que maioria dos alunos fora da escola deveria estar no Ensino Médio3,7 milhões de crianças e jovens em idade escolar estão fora da sala de aula. Dos 3,7 milhões de crianças e adolescentes fora da escola no Brasil, 42% são jovens com idade entre 15 e 17 anos. “Estamos perdendo potenciais talentos aos milhões”, lamenta Gustavo Ioschpe, economista e especialista em Educação.

O relatório da UNICEF publicado hoje confirma a influência das profundas desigualdades regionais, etnorraciais e socioeconômicas no acesso à escola. Foram analisados os perfis de crianças e jovens brasileiros em risco de evasão ou fora da escola para apontar as principais dificuldades e possíveis alternativas.

A questão socioeconômica é muito relevante. 20,4% dos adolescentes de famílias com renda familiar per capita de até ¼ do salário mínimo não frequentam a escola. Quando consideramos renda familiar per capita maior que dois salários mínimos, essa taxa cai para 5,5%.Gustavo Ioschpe avalia que a Educação precisa ser vista como um investimento que gera um ótimo retorno financeiro. Outro relatório da UNESCO mostrou que um ano extra de escolaridade aumenta a renda individual em até 10%. Mas não se trata apenas de uma opção pessoal, é preciso tornar o ensino mais atraente aos jovens. “O modelo de Ensino

Médio brasileiro está defasado”, atesta. Além de investir no ensino técnico profissionalizante, Ioschpe defende a diminuição do número de matérias, hoje “desumano e enfadonho”.Outro dado alarmante é o da quantidade de crianças e adolescentes que trabalham ou cuidam do serviço doméstico para ajudar na renda familiar. O PNAD 2009 mostrou que cerca de 4,3 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos estão nessa situação, é quase equivalente à população da Costa Rica. E quando não tira as crianças da escola, o trabalho atrapalha o rendimento das crianças, o que aumenta os níveis de abandono e repetência.

De fato, o fracasso escolar é o principal fator de risco para a permanência das crianças na escola. O abandono e as repetências provocam elevadas taxas de distorção idade-série. 24,2% dos alunos matriculados no Ensino Médio têm dois ou mais anos acima da idade recomendada para a série em  que estudam.

Frente ao complexo problema da qualidade de Educação brasileira, Ioschpe avalia que não há mudanças porque não há demanda. “São poucos aqueles mobilizados pela Educação”, constata, “há um enorme incentivo para a  inércia”. Para ele, o problema da Educação é que a maioria das pessoas não  consegue reconhecer a má qualidade da Educação. “Elas não sabem que têm  o direito de receber uma coisa melhor”.

O relatório publicado hoje faz parte da iniciativa global Pelas Crianças Fora  da Escola, do UNICEF e Instituto de Estatística da UNESCO (UIS). A  iniciativa analisa os dados de 25 países. No Brasil, os dados analisados  foram proporcionados pelo PNAD 2009 e a realização ocorre em parceria  com a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, organização da  sociedade civil que luta pela efetivação e ampliação dos direitos  educacionais.

Confira alguns dados do relatório, que pode ser visto na íntegra neste link.

Ensino Médio - 14,8% dos adolescentes com idade entre 15 e 17 anos estão fora da escola. São 1,5 milhões de jovens. - 20,4% dos adolescentes de famílias com renda familiar per capita de até ¼  do salário mínimo não frequentam a escola. Quando consideramos renda familiar per capita maior que dois salários mínimos, essa taxa cai para  5,5%.
- 24,2% dos alunos matriculados no Ensino Médio têm dois ou mais anos  acima da idade recomendada para a série em que estudam.

Ensino Fundamental

- Enquanto 30,67% das crianças brancas (1,6 milhão) têm idade superior à recomendada nos anos finais do ensino fundamental, entre as crianças negras, a taxa é de 50,43% (3,5 milhões). - 62,02% das crianças de famílias com renda familiar per capita de até ¼ do salário mínimo estão idade superior à recomendada para a série em que estudam. Já nas famílias com renda familiar per capita superior a dois salários mínimos, essa taxa é de 11,52%.

Desigualdades

- 18 em 100 alunos do Norte e Nordeste estão em risco de abandono ou repetência. - A desigualdade econômica também se confirma como fator de risco. Considerando os anos finais do Ensino Fundamental, em famílias com renda per capita de até 1/4 do salário mínimo, 62% das crianças não estão na série adequada a sua idade. Quando a renda familiar per capita é superior a dois salários, essa taxa cai para 11,52%.

Brasil tem hoje menos leitores do que em 2007 por: Equipe do Educar para Crescer Pesquisa do Instituto Pró-Livro também mostrou que a média de livros lidos caiu entre a população brasileira

A pesquisa foi apresentada no II Seminário Retratos da Leitura no Brasil, dia 28 de março, em Brasília. brasileiro lê em média 4 livros por ano. E destes quatro, termina apenas dois. É o que mostrou a terceira edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, encomendada pelo Instituto Pró-Livro. Este número é ainda menor do que o apresentado pela edição anterior da pesquisa, feita em 2007, quando foi constatado que lia-se em média 4,7 livros por ano .
Realizada pelo IBOPE Inteligência, entre junho e julho de 2011, a pesquisa ainda constatou que o índice de leitores no Brasil caiu: a penetração anterior da leitura era de 55% (cerca de 95,6 milhões) e passou para 50% (88,2 milhões) da população com cinco anos de idade ou mais (178 milhões, em 2011). São considerados leitores as pessoas que leram pelo menos um livro nos últimos três meses.

A bíblia permanece em primeiro lugar de preferência dos leitores, seguida por livros didáticos, romances, livros religiosos, contos e literatura infantil, entre outros.O Nordeste despontou como a região de maior penetração dos livros (51%), posição justificada pelo aumento do número de estudantes. Em contrapartida, o Centro-Oeste tem a melhor média de livros lidos por pessoa, com 2,12 exemplares.

Além disso, a pesquisa revelou que o papel do professor e das escolas cresceu no incentivo à leitura (45%), em comparação com a pesquisa de 2007, quando os pais apareceram como os principais motivadores (43%). Ainda assim, a diferença é bem pequena.O fato que não muda em nenhuma edição, no entanto, é o de que a escolaridade, a classe social e o ambiente familiar estão profundamente relacionados com a penetração da leitura e a média de livros. Quanto mais escolarizado ou mais rico é o entrevistado, maior é a penetração da leitura e a média de livros lidos nos últimos 3 meses.

Confira outros dados relevantes da pesquisa:

O poder do exemplo

- O professor ultrapassou a figura da mãe como ator que mais influenciou os leitores a lerem. Os pais estão em terceiro lugar. Além disso, 93% leem em casa, por isso o bom exemplo dos pais diante dos filhos é importante.- 87% dos consideradas não-leitores nunca foram presenteados com livros na infância.

- 88% dos considerados leitores julgaram “importante” ter ganhado livros na influência do gosto pela leitura.
- 63% dos consideradas não-leitores nunca viram a mãe lendo – a porcentagem vai para 68% quando se trata do exemplo paterno.

Bibliotecas

- 75% da população com 5 anos ou mais não usa a biblioteca.- Apesar de 67% dos entrevistados saberem da existência de uma biblioteca pública em sua cidade, apenas 24% deles afirmam frequentá-las e só 12%
usam seu espaço para ler.- 33% dos 164,8 milhões de brasileiros que não frequentam bibliotecas
responderam que nada os faria passar a frequentá-las.

Motivos para não ler

1) Por falta de tempo (citado por 53% dos não-leitores)

2) Por desinteresse/ Não gosta de ler (citado por 30% dos não-leitores)

3) Porque prefiro outras atividades (citado por 21% dos não-leitores)

Outros

- 70% das pessoas que têm livros em casa não emprestam.

- Os quatro livros mais citados pelos leitores: Bíblia, Ágape (Padre Marcelo

Rossi), A Cabana (William P. Young) e Crepúsculo (Stephenie Meyer),

nesta ordem.

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